quarta-feira, 1 de abril de 2015

A "superioridade intelectual" do ateísmo na prática


------------------------------------------------------------------------------------------------
O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
 ------------------------------------------------------------------------------------------------


A pretensa superioridade intelectual que Dawkins batalha em fornecer ao ateísmo falha miseravelmente no principal campo onde este suposto predomínio da razão ateísta deveria ser provado: nos debates. Desde que debates públicos entre apologistas cristãos e neo-ateus começaram a ser feitos nas universidades e transmitidos ao mundo todo (hoje em dia muito divulgados em sites na internet e em vídeos no YouTube), os cristãos tem massacrado os ateus nos argumentos, e são muitos os que na platéia assistiram aos debates e se converteram ao Cristianismo – enquanto não temos sequer um único exemplo do contrário.

O mais notável apologista cristão da atualidade e que possui um dom extraordinário de oratória e de lógica argumentacional é o filósofo cristão William Lane Craig, doutorado em filosofia pela Universidade de Birmingham (Inglaterra) e pós-doutorado em teologia pela Ludwig-Maximillians-Universität (Alemanha), que vem literalmente “tocando o terror” nos ateus por onde passa. Começou no debate com Peter Atkins (já mencionado), onde por vários momentos deixou seu oponente sem resposta, refutado pela lógica e totalmente perdido, sem reação, parecendo um cego em meio a um tiroteio. Uma vitória esmagadora.

Craig já debateu oitenta vezes com os mais diferentes defensores do ateísmo, e jamais houve qualquer forma decente de refutação aos argumentos tradicionais em favor da existência de Deus ou qualquer evidência da inexistência dEle. Mas a situação provavelmente mais vexatória para os ateus foi terem visto Christopher Hitchens, um dos quatro principais “cavaleiros do neo-ateísmo”, levando uma surra de dar dó, em 4 de Abril de 2009, contra Craig. O vexame foi tão grande que até o site ateu “Common Sense Atheism”, ao comentar o debate, afirmou:

“O debate foi exatamente como eu esperava. Craig foi impecável e imparável. Hitchens estava divagando e incoerente, com sua retórica tradicional. Francamente, Craig espancou Hitchens como quem repreende uma criança tola. Talvez Hitchens tenha percebido o quão ruim as coisas estavam para ele após o discurso de abertura de Craig, e até mesmo seus artifícios retóricos não estavam tão confiantes como sempre (...) Hitchens em momento nenhum conseguiu encaixar uma refutação coerente ou um argumento”[1]

Envergonhado, Hitchens abriu mão de seu tempo nas declarações finais. O que dizer depois de passar tanta vergonha? Depois do debate com Hitchens, a situação começou a ficar tão constrangedora para os ateus (bem aqueles que se orgulhavam por possuírem uma pretensa “superioridade” intelectual!) que muitos de seus debatedores começaram a “fugir” do debate com Craig, o que foi admitido pelo próprio Sam Harris (outro dos quatro cavaleiros do neo-ateísmo) em seu debate com Craig, definindo-o como “o apologista cristão que colocou o temor de Deus em muitos dos meus companheiros ateus”[2].

Mas o mais notável exemplo de um “companheiro ateu” que foi completamente tomado pelo “temor de Deus” foi ele mesmo, Richard Dawkins. Sendo o principal ícone do novo ateísmo, foram inúmeros os clamores dos próprios ateus e as insistências para que debatesse pessoalmente com Craig, já que Dawkins já costumava debater com debatedores de menor expressão. Seria o melhor apologista cristão contra o maior ativista ateu. Mas Dawkins correu, e correu covardemente, e continuou correndo a cada vez que era convidado a um debate.

Uma vez Dawkins foi interrogado por um jovem ateu inconformado com sua relutância em debater com Craig, dizendo[3]:

– Você é indiscutivelmente o defensor mais conhecido do ateísmo, e você foi convidado em várias ocasiões pelo apologista cristão acadêmico mais conhecido, o Dr. William Lane Craig, para participar em um debate. Eu gostaria de saber o porquê, já que este não é um exemplo para os novos ateus, descrito por Lord Harris, evitando os argumentos mais fortes da oposição.

E a isto Dawkins respondeu com seus tradicionais e costumeiros deboches:

– Eu sempre digo quando sou convidado para um debate que eu ficaria feliz em debater com um bispo, um cardeal, um papa, um arcebispo, se possível com todos. Mas eu não debato com criacionistas[4] e com pessoas cuja única fama é que são debatedores profissionais. Eles precisam ter algo mais. Estou ocupado. 

Dizer que “não debato com debatedores profissionais” era apenas uma forma mais elegante de afirmar: “estou com medo, não me importune”! Um exemplo flagrante de incapacidade e covardia, provavelmente com medo de passar a mesma vergonha que Hitchens e vários outros ateus passaram. Mais do que isso, aceitar um debate pessoal com Craig seria colocar em xeque toda a sua credibilidade e, é claro, a do seu livro. Todos os anos de reconhecimento, toda a idolatria dos jovens ateus, todo o lucro que ganha com seus livros e produtos, toda a pretensa credibilidade de seus argumentos expostos no livro... tudo isso poderia ruir em apenas uma hora de debate com alguém mais capacitado e inteligente que ele. É óbvio que Dawkins é muito esperto em fugir do debate.

O ateu Luciano Ayan resumiu a questão da seguinte maneira:

“A explicação é evidente: Dawkins mente o tempo todo e só sabe executar estratagemas. Truques que, com o mínimo amparo filosófico, são facilmente refutados. A quantidade de fraudes intelectuais é tamanha que basta prestarmos atenção para achar mais de um truque por parágrafo. O fato é que Craig, como sabemos, é um filósofo cristão extremamente atencioso durante os debates. Seu nível de detalhismo chega a me incomodar algumas vezes. O mais interessante é que ele desmascara ateus militantes com uma polidez que eu jamais teria. Dawkins sabe que é praticamente um hacker que teria seu rastro trilhado por um auditor especializado em Segurança da Informação. Picaretas assim, é claro, buscam fugir dos auditores”[5]

A recusa de Dawkins em colocar à prova seus argumentos contra um teísta cristão mais capacitado causou revolta até mesmo entre os ateus, e, pasme: até mesmo entre os seus pares na Universidade de Oxford! O Dr. Daniel Came, filósofo ateu de Oxford, escreveu uma carta a Dawkins, onde diz:

“A ausência de um debate com o maior apologeta do teísmo cristão é uma omissão evidente em seu CV, e, é claro, passível de ser interpretada como covardia de sua parte. Eu reparo, por contraste, que você se sente bem em discutir assuntos teológicos com apresentadores de televisão e rádio e outros intelectuais pesos-pesados…”[6]

Nem esta carta adiantou. Dawkins bateu o pé e afirmou que não debate com “criacionistas” que “tem a única fama de serem debatedores profissionais”. Como se os dois doutorados de Craig, sua profissão de professor de filosofia na Talbot School (Califórnia), seus mais de 30 livros, suas centenas de artigos publicados e seus confrontos com os pensadores ateus mais importantes do último século não fossem suficientes. Às vezes o excesso de orgulho é a causa da cegueira.

Muito parece que o próprio Dawkins tem plena consciência de que seus argumentos não são lá grande coisa – embora sejam suficientes para convencer ignorantes e desinformados – e que colocá-los à prova em um ringue intelectual de ideias seria ameaçar completamente a sua fama e prestígio, e decepcionar terrivelmente os milhões de ateus que o vêem como seu “herói humanista”. Ele não demonstra ter segurança em si mesmo e em seus argumentos, como teria caso topasse qualquer desafio intelectual. Mais do que isso, aceitar um debate de alto nível seria arriscar fundo – afinal, poderia ser que, no fim, ficasse comprovado que o neo-ateísmo é um delírio, e não Deus!

O “temor do Senhor” que Harris se referiu e que já tomou conta de Dawkins também atingiu Polly Toynbee, a presidente da Associação Humanista Britânica (da qual Dawkins é vice-presidente) e colunista do jornal britânico The Guardian, que desistiu de um debate já marcado com Craig depois de assumidamente ter visto os vídeos de seus debates. A. C. Grayling, autor da “Bíblia Humanista” (The Good Book), é outro que bate o pé e se recusa terminantemente a debater com Craig.

Nas vezes em que Dawkins aceitou debater com apologistas de menor expressão que Craig, ele decepcionou mais do que surpreendeu. Levou aperto do matemático John Lennox no Oxford Museum of Natural History[7], em 2011. Repito: um matemático, que se saiu muito melhor que Dawkins em diversos momentos do debate. Nos comentários mistos do debate, houve muito mais comentários de que Lennox que havia ganhado do que comentários favoráveis a Dawkins, e foram vários os ateus que esperavam “algo mais” do herói humanista que não conseguia se impor diante de um matemático cristão em um debate de idéias[8]. A derrota novamente veio em um tom amargo.

Mas nem o debate com Lennox se compara com a agonia que Dawkins passou no debate com o jornalista David Quinn, onde foi refutado em absolutamente tudo o que tentou argumentar. Quinn se sobressaiu largamente, refutou tudo com consistência e segurança, enquanto Dawkins tentava, em vão, repetir seus jargões e argumentos ultrapassados expostos em seu livro[9].

No prefácio de um dos livros mais recentes do Dr. Craig, “Em Guarda”, o jornalista e ex-ateu Lee Strobel fala sobre como começou a ideia de realizar debates públicos entre cristãos e ateus. Seu depoimento é longo e eu não passarei todas as partes, mas reproduzirei um conteúdo mais longo que o convencional, pois vale a pena acompanhar seu relato[10]:

“Encontrei Craig pela primeira vez há alguns anos, quando um amigo meu, que era um orador de âmbito nacional ligado à organização American Atheists, Inc, me disse: ‘Não seria incrível se pudéssemos fazer uma defesa do ateísmo e o pessoal do seu lado pudesse fazer uma defesa do Cristianismo, e deixássemos que a platéia decidisse por si mesma?’. Agarrei na hora essa oportunidade. ‘Vá e me traga o melhor defensor do ateísmo que você conseguir – o seu melhor e mais brilhante ateísta’, disse eu. ‘Vou encontrar o mais forte e incrível defensor do Cristianismo e assim teremos um duelo de mentes!’.
Os ateus escolheram Frank Zindler, colega da renomada ateísta Madalyn Murray O ’Hair e ex-professor de geologia e biologia. Para defender o Cristianismo, escolhemos William Lane Craig. A imprensa – impressionada pelo fato de que a igreja não estava com medo de confrontar as mais duras objeções por parte dos céticos – rapidamente espalhou a notícia. Logo comecei a receber ligações de estações de rádio do país inteiro. ‘Podemos transmitir esse debate ao vivo?’, eles me perguntaram. ‘Lógico’, disse eu. Para nosso espanto, logo tínhamos 117 estações de rádio para fazer a transmissão, de costa a costa.
Na noite do debate, o tráfego ficou congestionado em volta da igreja. Quando abrimos as portas, as pessoas correram para garantir seus lugares. Quando foi a ultima vez que você viu alguém correndo para entrar em uma igreja? No total, tivemos 7.778 pessoas presentes ao evento. A atmosfera estava eletrizada!
(...)
            Ao final de duas horas de debate, pedimos que a audiência votasse. Uma porcentagem de 82% dos ateus, agnósticos e outros não-cristãos concluíram que a evidência apresentada em favor do cristianismo fora a mais convincente. E veja só isto: quarenta e sete pessoas chegaram ao debate como ateus, e após ouvir os dois lados, foram embora acreditando na existência de Deus. E mais: nem uma pessoa sequer se tornou um ateu. A afirmação de que os cristãos têm uma vantagem injusta no mercado de ideias era impressionante: Nós temos a verdade do nosso lado!”

Por maior que seja o esforço de ateus como Dawkins na tentativa arrogante de passar um ar de superioridade intelectual ao ateísmo e de riscar do mapa totalmente qualquer forma de religião como sendo um sintoma de “atraso intelectual”, todas as vezes em que tal prepotência foi colocada em jogo, na prática, pra valer, o teísmo cristão se mostrou muito mais convincente que o ateísmo.

A ideia de que o ateísmo é um salto intelectual tem se demonstrado puro marketing ateu, e os grandes pensadores do ateísmo jamais conseguiram provar isso quando suas ideias foram confrontadas com pensadores cristãos – embora tenham grande êxito em “converter” mentes instáveis entre os jovens ateus e “revolucionários”. O avanço da ciência e a entrada no século XXI não decretaram a morte de Deus, mas tornaram o Cristianismo ainda mais forte. Hoje, mais do que nunca, podemos dizer que Deus não está morto, e que a fé nele está longe de ser um delírio.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")


- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.

- Acesse o meu canal no YouTube clicando aqui.



[4] Dawkins estava tão perdido e desesperado que insinuou que Craig é um “criacionista” – algo que o próprio Craig jamais afirmou ser.
[6] Tim Ross, Richard Dawkins accused of cowardice for refusing to debate existence of God. The Telegraph, 14 de maio de 2011.
[7] O debate pode ser conferido em: http://vimeo.com/9545016
[10] Recomendo àqueles que quiserem ler seu depoimento completo, que leiam o livro de William Lane Craig – não apenas pelo depoimento completo, mas, principalmente, pelos brilhantes argumentos de Craig em favor da existência de Deus.

2 comentários:

  1. I agree with some of this article, but I would not say Christians always destroy atheists in debates as you seem to show. I have seen many times atheists strongly winning the debates, and I do not think you should state that it never happens. If you are referring specifically to William Lane Craig, he does do very well in most of his debates. He even has lost some debates however, just in general he wins. I personally would say, in general, atheists win at least half the debates they engage in with most apologists. This is more due to the fact that audiences and most debates put too much emphasis on the need for empirical evidence, rather than philosophical and metaphysical claims. Anyway, nice article.

    ResponderExcluir
  2. A questão teísmo verso ateísmo é bem menos humana que espiritual. Paralelamente temos a questão evolução verso Criação onde a ciência acadêmica nega a própria ciência. Exemplos: a lei de causa e efeito, a lei de hereditariedade de Mendel, a segunda lei de Termodinâmica, afora outras mais, são totalmente afetas a doutrina da Criação. Mas, que fazer se a questão espiritual (entre a Luz e as Trevas) é que de fato dita a questão: Aceitar Deus ou negá-LO?

    ResponderExcluir

ATENÇÃO: novos comentários estão desativados para este blog, mas você pode postar seu comentário em qualquer artigo do meu novo blog: www.lucasbanzoli.com

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

 

Ateísmo Refutado Copyright © 2011 | Template design by O Pregador | Powered by Blogger Templates