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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Já abordamos este tema no
capítulo 8, mas cabe ressaltar, agora com base neotestamentária, o papel fundamental do Cristianismo na igualdade
entre o homem e a mulher. Isso começa no cuidado das mais novas até as mais
velhas. As viúvas acima de 60 anos que não tinham recursos eram cuidadas e
sustentadas pela igreja (1Tm.5). A mesma Bíblia que prega que a mulher deve se
sujeitar ao marido (Ef.5:22) também diz que o marido deve honrar a mulher:
“Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com
suas mulheres e tratem-nas com honra,
como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida” (1ª Pedro 3:7)
A
palavra grega utilizada na Bíblia para a “sujeição” da mulher ao marido é hupotasso, que, de acordo com a
Concordância de Strong, “em uso não militar era uma
atitude voluntária de ceder, cooperar, assumir responsabilidade, e levar um
carga”[1].
Tinha, portanto, o sentido de respeitar o
marido (ao invés de ser desbocada ou
malcriada), e não o de ser “escrava” ou “proprietária” dele, como os neo-ateus
caluniosamente afirmam. Onze versos depois de dizer que a esposa deve se
sujeitar ao marido, Paulo explica que essa sujeição é um profundo respeito:
“Portanto, cada um de
vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito” (Efésios 5:33)
Em compensação, a Bíblia usa a
palavra grega time para o tratamento
que os homens devem ter para com as mulheres (1Pe.3:7), que, de acordo com a
mesma Concordância de Strong, significa “honra,
deferência, reverência”[2].
Portanto, não há qualquer preconceito ou desigualdade na relação entre o homem
e a mulher. A Bíblia prescreve a cooperação e respeito da mulher para com o
homem, da mesma forma que prescreve a honra e reverência do homem para com a
mulher.
Eu desafio qualquer ateu a mostrar um
único documento histórico, de qualquer religião não-bíblica que seja (ou até
mesmo de irreligiosos), que tenha dito o mesmo nesta mesma época (em torno de
60 d.C), ou em qualquer data anterior, ou até mil anos mais tarde. Os ateus vão
encontrar o elo perdido antes de encontrar isso. A verdade é que o Cristianismo
revolucionou o trato para com as mulheres, e que mesmo os ateus mais
“iluminados” só passaram a dizer algo parecido muitos séculos depois da Bíblia afirmar isso explicitamente
e servir como base.
Outra evidência de que a Bíblia trata
homens e mulheres em igualdade é o fato de dizer que o marido deve cumprir seus
deveres conjugais para com sua esposa da mesma forma que a esposa para com o
marido, ao invés disso ser algo unilateral (como seria caso a esposa fosse
considerada “propriedade” do marido). Tudo devia ser feito por mútuo consentimento, ao invés de valer
o parecer somente do homem:
“O marido deve cumprir os seus deveres
conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu
marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o
marido. Da mesma forma, o marido não tem
autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um
ao outro, exceto por mútuo consentimento
e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo,
para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (1ª
Coríntios 7:3-5)
Tanto a mulher é santificada por
meio do marido, quanto o marido era santificado por meio da mulher. Ambos eram
considerados igualmente “sagrados”, aos olhos de Deus:
“Pois o marido descrente é santificado por
meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. Se assim
não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são santos” (1ª
Coríntios 7:14)
O dever de amar a esposa era
sempre ressaltado, e a obediência do filho era para com os “pais” (no plural),
e não somente para com o homem da casa:
“Maridos, amem suas mulheres e não as tratem com amargura.
Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não
irritem seus filhos, para que eles não se desanimem” (Colossenses 3:19-21)
O mais impressionante é quando
Paulo é mais específico e fala do tipo de
amor que o homem deve ter para com a mulher. Paulo diz que o marido deve amar
sua esposa da mesma forma que Cristo amou a igreja e se entregou por ela. Ou
seja: até a morte. Da mesma forma que
Jesus morreu por nós, temos que dar a vida pela nossa esposa, se for
necessário. Este ensinamento profundo às vezes pode parecer chocante até para
os nossos dias, então imagine naquela
época!
“Maridos, amem suas
mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela
para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e
apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa
semelhante, mas santa e inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos” (Efésios 5:25-28)
As
mulheres exerceram desde sempre um papel importante e proeminente no
Cristianismo, incomparavelmente superior a qualquer outro sistema ou cultura da
época. No Novo Testamento vemos uma mulher (chamada Júnias) sendo chamada de
apóstola (Rm.16:7), vemos também Priscila (que tinha uma igreja em sua casa – 1Co.16:19)
doutrinando Apolo (At.18:26), vemos também uma mulher exercendo o cargo de
diaconisa (Rm.16:1), sendo que na igreja primitiva os diáconos tinham o costume
de pregar e de exercer cargos ministeriais na igreja (basta ver os diáconos
Estêvão e Filipe). As quatro filhas de Filipe eram profetizas (At.21:9), e os
profetas profetizam na igreja (1Co.12:28),
e não dentro de casa!
Quando
Paulo escreveu dizendo que as mulheres deveriam ficar caladas na igreja (1Co.14:34)
não tinha nada a ver com não poder pregar ou não falar nada (visto que a igreja
da época tinha apóstolas, diaconisas, pastoras e profetizas). O que ocorria era
que algumas mulheres naquela igreja de Corinto tinham o costume de interromper
o culto com conversas paralelas inconvenientes, e era isso o que Paulo estava
combatendo, e não a pregação em si.
Alguns,
no entanto, tem o costume de pegar o texto fora do contexto para fazer parecer
que Paulo estava proibindo que a mulher ensinasse, quando foi ele mesmo quem
disse que era para as mulheres “ensinarem aquilo que é bom” (Tt.2:4)
e que podiam profetizar na igreja (1Co.11:5)! Como uma mulher poderia profetizar na igreja, se não podia nem falar na igreja? Está óbvio que aquela
“proibição” era meramente circunstancial. Todo o contexto da citação é
circunstancial e específico – Paulo estava ao longo do capítulo discorrendo
sobre os excessos na igreja, ao invés
de combater uma coisa como um todo (veja 1Co.14:28, em que Paulo proíbe até os homens de falarem na igreja em certo
contexto!).
Infelizmente,
com a ascensão da Igreja Católica Romana as mulheres perderam influência e
destaque na igreja, limitando-se ao papel de freiras ou leigas, embora ainda
fossem melhor tratadas do que fora da igreja, no resto do mundo. Os movimentos
evangélicos, no entanto, trataram de recolocar a mulher em sua posição de
destaque, a qual é estimada e ressaltada ao longo de todo o evangelho.
Simplesmente não há documentos antigos que coloquem tanta ênfase positiva na
mulher quanto a Bíblia faz – a começar pelo fato de que as mulheres foram escolhidas para ser as primeiras testemunhas da
ressurreição de Jesus (Mt.28:1-10; Jo.20:10-18)!
muito bom esse texto o/
ResponderExcluirObrigado :)
ExcluirMuito bom texto! Meus parabéns! Mas eu acho que você ficou só no novo testamento! Seria interessante se você falasse mais do antigo, como as mulheres era tratadas.
ResponderExcluirDo AT eu falo aqui:
Excluirhttp://ateismorefutado.blogspot.in/2015/04/o-valor-da-mulher-na-biblia.html
Abs!