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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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A pretensa superioridade intelectual que Dawkins
batalha em fornecer ao ateísmo falha miseravelmente no principal campo onde
este suposto predomínio da razão ateísta deveria ser provado: nos debates.
Desde que debates públicos entre apologistas cristãos e neo-ateus começaram a
ser feitos nas universidades e transmitidos ao mundo todo (hoje em dia muito
divulgados em sites na internet e em vídeos no YouTube), os cristãos tem
massacrado os ateus nos argumentos, e são muitos os que na platéia assistiram
aos debates e se converteram ao Cristianismo – enquanto não temos sequer um
único exemplo do contrário.
O mais notável apologista cristão da atualidade e que possui um dom
extraordinário de oratória e de lógica argumentacional é o filósofo cristão
William Lane Craig, doutorado em filosofia pela Universidade de Birmingham
(Inglaterra) e pós-doutorado em teologia pela Ludwig-Maximillians-Universität
(Alemanha), que vem literalmente “tocando o terror” nos ateus por onde passa.
Começou no debate com Peter Atkins (já mencionado), onde por vários momentos
deixou seu oponente sem resposta, refutado pela lógica e totalmente perdido,
sem reação, parecendo um cego em meio a um tiroteio. Uma vitória esmagadora.
Craig já debateu oitenta vezes com os mais diferentes defensores do
ateísmo, e jamais houve qualquer forma decente de refutação aos argumentos
tradicionais em favor da existência de Deus ou qualquer evidência da
inexistência dEle. Mas a situação provavelmente mais vexatória para os ateus
foi terem visto Christopher Hitchens, um dos quatro principais “cavaleiros do neo-ateísmo”,
levando uma surra de dar dó, em 4 de Abril de 2009, contra Craig. O vexame foi
tão grande que até o site ateu “Common Sense Atheism”, ao comentar o debate,
afirmou:
“O debate foi exatamente como eu esperava. Craig foi
impecável e imparável. Hitchens estava divagando e incoerente, com sua retórica
tradicional. Francamente, Craig espancou
Hitchens como quem repreende uma criança tola. Talvez Hitchens tenha
percebido o quão ruim as coisas estavam para ele após o discurso de abertura de
Craig, e até mesmo seus artifícios retóricos não estavam tão confiantes como
sempre (...) Hitchens em momento nenhum conseguiu encaixar uma refutação
coerente ou um argumento”[1]
Envergonhado, Hitchens abriu mão de seu tempo nas declarações
finais. O que dizer depois de passar tanta vergonha? Depois do debate com Hitchens,
a situação começou a ficar tão constrangedora para os ateus (bem aqueles que se
orgulhavam por possuírem uma pretensa “superioridade” intelectual!) que muitos
de seus debatedores começaram a “fugir” do debate com Craig, o que foi admitido
pelo próprio Sam Harris (outro dos quatro cavaleiros do neo-ateísmo) em seu
debate com Craig, definindo-o como “o apologista
cristão que colocou o temor de Deus em muitos dos meus companheiros ateus”[2].
Mas o mais notável exemplo de um “companheiro ateu” que foi
completamente tomado pelo “temor de Deus” foi ele mesmo, Richard Dawkins. Sendo
o principal ícone do novo ateísmo, foram inúmeros os clamores dos próprios
ateus e as insistências para que debatesse pessoalmente com Craig, já que
Dawkins já costumava debater com debatedores de menor expressão. Seria o melhor
apologista cristão contra o maior ativista ateu. Mas Dawkins correu, e correu
covardemente, e continuou correndo a cada vez que era convidado a um debate.
Uma vez Dawkins foi interrogado por um jovem ateu inconformado com
sua relutância em debater com Craig, dizendo[3]:
– Você é indiscutivelmente o defensor mais conhecido do ateísmo, e
você foi convidado em várias ocasiões pelo apologista cristão acadêmico mais
conhecido, o Dr. William Lane Craig, para participar em um debate. Eu gostaria
de saber o porquê, já que este não é um exemplo para os novos ateus, descrito
por Lord Harris, evitando os argumentos mais fortes da oposição.
E a isto Dawkins respondeu com seus tradicionais e costumeiros
deboches:
– Eu sempre digo quando sou convidado para um debate que eu ficaria
feliz em debater com um bispo, um cardeal, um papa, um arcebispo, se possível
com todos. Mas eu não debato com criacionistas[4]
e com pessoas cuja única fama é que são debatedores profissionais. Eles
precisam ter algo mais. Estou ocupado.
Dizer que “não debato com debatedores profissionais” era apenas uma
forma mais elegante de afirmar: “estou com medo, não me importune”! Um exemplo
flagrante de incapacidade e covardia, provavelmente com medo de passar a mesma
vergonha que Hitchens e vários outros ateus passaram. Mais do que isso, aceitar
um debate pessoal com Craig seria colocar em xeque toda a sua credibilidade e,
é claro, a do seu livro. Todos os anos de reconhecimento, toda a idolatria dos
jovens ateus, todo o lucro que ganha com seus livros e produtos, toda a
pretensa credibilidade de seus argumentos expostos no livro... tudo isso
poderia ruir em apenas uma hora de debate com alguém mais capacitado e
inteligente que ele. É óbvio que Dawkins é muito esperto em fugir do debate.
O ateu Luciano Ayan resumiu a questão da seguinte maneira:
“A explicação é evidente: Dawkins mente o tempo todo
e só sabe executar estratagemas. Truques que, com o mínimo amparo filosófico,
são facilmente refutados. A quantidade de fraudes intelectuais é tamanha que
basta prestarmos atenção para achar mais de um truque por parágrafo. O fato é
que Craig, como sabemos, é um filósofo cristão extremamente atencioso durante os debates. Seu nível de detalhismo
chega a me incomodar algumas vezes. O mais interessante é que ele desmascara
ateus militantes com uma polidez que eu jamais teria. Dawkins sabe que é
praticamente um hacker que teria seu rastro trilhado por um auditor
especializado em Segurança da Informação. Picaretas assim, é claro, buscam
fugir dos auditores”[5]
A recusa de Dawkins em colocar à prova seus argumentos contra um
teísta cristão mais capacitado causou revolta até mesmo entre os ateus, e,
pasme: até mesmo entre os seus pares na Universidade de Oxford! O Dr. Daniel
Came, filósofo ateu de Oxford, escreveu uma carta a Dawkins, onde diz:
“A ausência de um debate com o maior apologeta do
teísmo cristão é uma omissão evidente em seu CV, e, é claro, passível de ser
interpretada como covardia de sua parte. Eu reparo, por contraste, que você se
sente bem em discutir assuntos teológicos com apresentadores de televisão e
rádio e outros intelectuais pesos-pesados…”[6]
Nem esta carta adiantou. Dawkins bateu o pé e afirmou que não debate
com “criacionistas” que “tem a única fama de serem debatedores profissionais”.
Como se os dois doutorados de Craig, sua profissão de professor de filosofia na
Talbot School (Califórnia), seus mais de 30 livros, suas centenas de artigos
publicados e seus confrontos com os pensadores ateus mais importantes do último
século não fossem suficientes. Às vezes o excesso de orgulho é a causa da
cegueira.
Muito parece que o próprio Dawkins tem plena consciência de que
seus argumentos não são lá grande coisa – embora sejam suficientes para
convencer ignorantes e desinformados – e que colocá-los à prova em um ringue
intelectual de ideias seria ameaçar completamente a sua fama e prestígio, e
decepcionar terrivelmente os milhões de ateus que o vêem como seu “herói humanista”.
Ele não demonstra ter segurança em si mesmo e em seus argumentos, como teria
caso topasse qualquer desafio intelectual. Mais do que isso, aceitar um debate
de alto nível seria arriscar fundo – afinal, poderia ser que, no fim, ficasse
comprovado que o neo-ateísmo é um delírio,
e não Deus!
O “temor do Senhor” que Harris se referiu e que já tomou conta de
Dawkins também atingiu Polly Toynbee, a presidente da Associação Humanista
Britânica (da qual Dawkins é vice-presidente) e colunista do jornal britânico
The Guardian, que desistiu de um debate já marcado com Craig depois de
assumidamente ter visto os vídeos de seus debates. A. C. Grayling, autor da “Bíblia
Humanista” (The Good Book), é outro
que bate o pé e se recusa terminantemente a debater com Craig.
Nas vezes em que Dawkins aceitou debater com apologistas de menor
expressão que Craig, ele decepcionou mais do que surpreendeu. Levou aperto do matemático John Lennox no Oxford Museum
of Natural History[7], em 2011. Repito: um matemático, que se saiu muito melhor
que Dawkins em diversos momentos do debate. Nos comentários mistos do debate,
houve muito mais comentários de que Lennox que havia ganhado do que comentários
favoráveis a Dawkins, e foram vários os ateus que esperavam “algo mais” do
herói humanista que não conseguia se impor diante de um matemático cristão em
um debate de idéias[8]. A derrota novamente veio
em um tom amargo.
Mas nem o debate com Lennox se compara com a agonia que Dawkins passou
no debate com o jornalista David Quinn, onde foi refutado em absolutamente tudo
o que tentou argumentar. Quinn se sobressaiu largamente, refutou tudo com
consistência e segurança, enquanto Dawkins tentava, em vão, repetir seus
jargões e argumentos ultrapassados expostos em seu livro[9].
No prefácio de um dos livros mais recentes do Dr. Craig, “Em
Guarda”, o jornalista e ex-ateu Lee Strobel fala sobre como começou a ideia de
realizar debates públicos entre cristãos e ateus. Seu depoimento é longo e eu
não passarei todas as partes, mas reproduzirei um conteúdo mais longo que o
convencional, pois vale a pena acompanhar seu relato[10]:
“Encontrei Craig pela
primeira vez há alguns anos, quando um amigo meu, que era um orador de âmbito
nacional ligado à organização American Atheists, Inc, me disse: ‘Não seria
incrível se pudéssemos fazer uma defesa do ateísmo e o pessoal do seu lado
pudesse fazer uma defesa do Cristianismo, e deixássemos que a platéia decidisse
por si mesma?’. Agarrei na hora essa oportunidade. ‘Vá e me traga o melhor
defensor do ateísmo que você conseguir – o seu melhor e mais brilhante
ateísta’, disse eu. ‘Vou encontrar o mais forte e incrível defensor do Cristianismo
e assim teremos um duelo de mentes!’.
Os ateus escolheram Frank
Zindler, colega da renomada ateísta Madalyn Murray O ’Hair e ex-professor de
geologia e biologia. Para defender o Cristianismo, escolhemos William Lane Craig.
A imprensa – impressionada pelo fato de que a igreja não estava com medo de
confrontar as mais duras objeções por parte dos céticos – rapidamente espalhou
a notícia. Logo comecei a receber ligações de estações de rádio do país
inteiro. ‘Podemos transmitir esse debate ao vivo?’, eles me perguntaram.
‘Lógico’, disse eu. Para nosso espanto, logo tínhamos 117 estações de rádio
para fazer a transmissão, de costa a costa.
Na noite do debate, o
tráfego ficou congestionado em volta da igreja. Quando abrimos as portas, as
pessoas correram para garantir seus lugares. Quando foi a ultima vez que você
viu alguém correndo para entrar em
uma igreja? No total, tivemos 7.778 pessoas presentes ao evento. A atmosfera
estava eletrizada!
(...)
Ao
final de duas horas de debate, pedimos que a audiência votasse. Uma porcentagem
de 82% dos ateus, agnósticos e outros não-cristãos concluíram que a evidência
apresentada em favor do cristianismo fora a mais convincente. E veja só isto:
quarenta e sete pessoas chegaram ao debate como ateus, e após ouvir os dois
lados, foram embora acreditando na existência de Deus. E mais: nem uma pessoa
sequer se tornou um ateu. A afirmação de que os cristãos têm uma vantagem
injusta no mercado de ideias era impressionante: Nós temos a verdade do nosso lado!”
Por maior que seja o esforço de ateus como Dawkins na tentativa
arrogante de passar um ar de superioridade intelectual ao ateísmo e de riscar
do mapa totalmente qualquer forma de religião como sendo um sintoma de “atraso
intelectual”, todas as vezes em que tal prepotência foi colocada em jogo, na prática, pra valer, o teísmo cristão
se mostrou muito mais convincente que o ateísmo.
A ideia de que o ateísmo é um salto intelectual tem se demonstrado
puro marketing ateu, e os grandes
pensadores do ateísmo jamais conseguiram provar isso quando suas ideias foram
confrontadas com pensadores cristãos – embora tenham grande êxito em
“converter” mentes instáveis entre os jovens ateus e “revolucionários”. O
avanço da ciência e a entrada no século XXI não decretaram a morte de Deus, mas
tornaram o Cristianismo ainda mais forte. Hoje, mais do que nunca, podemos
dizer que Deus não está morto, e que a fé nele está longe de ser um delírio.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
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[4] Dawkins estava tão perdido e desesperado que insinuou
que Craig é um “criacionista” – algo que o próprio Craig jamais afirmou ser.
[6] Tim Ross, Richard Dawkins accused of cowardice for refusing to debate existence
of God. The Telegraph, 14 de maio de 2011.
[8]
Alguns comentários sobre o debate podem ser vistos neste link: http://www.crosswalk.com/blogs/regis-nicoll/comments-on-the-dawkins-or-lennox-debate-11556065.html
[9]
O debate legendado em português pode ser visto nestes dois links:
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=g_M-fxYialc&list=UUK35bzykVw9Tm0T9C7CNTTQ&index=19
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=g_M-fxYialc&list=UUK35bzykVw9Tm0T9C7CNTTQ&index=19
[10]
Recomendo àqueles que quiserem ler seu depoimento completo, que leiam o livro
de William Lane Craig – não apenas pelo depoimento completo, mas,
principalmente, pelos brilhantes argumentos de Craig em favor da existência de
Deus.
I agree with some of this article, but I would not say Christians always destroy atheists in debates as you seem to show. I have seen many times atheists strongly winning the debates, and I do not think you should state that it never happens. If you are referring specifically to William Lane Craig, he does do very well in most of his debates. He even has lost some debates however, just in general he wins. I personally would say, in general, atheists win at least half the debates they engage in with most apologists. This is more due to the fact that audiences and most debates put too much emphasis on the need for empirical evidence, rather than philosophical and metaphysical claims. Anyway, nice article.
ResponderExcluirA questão teísmo verso ateísmo é bem menos humana que espiritual. Paralelamente temos a questão evolução verso Criação onde a ciência acadêmica nega a própria ciência. Exemplos: a lei de causa e efeito, a lei de hereditariedade de Mendel, a segunda lei de Termodinâmica, afora outras mais, são totalmente afetas a doutrina da Criação. Mas, que fazer se a questão espiritual (entre a Luz e as Trevas) é que de fato dita a questão: Aceitar Deus ou negá-LO?
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