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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Outro dado que atesta
contra a pretensa “superioridade intelectual ateísta” é que há muitos ateus que
se tornaram teístas após a análise
das evidências, o que dificilmente ocorreria caso a crença em Deus fosse
incompatível com a ciência. Se a existência de Deus fosse tão improvável quanto
a existência das fadas (como várias vezes foi afirmado por Dawkins em seu
livro), seria igualmente provável que encontrássemos ateus que estudaram as
evidências e se tornaram crentes em fadas – o que jamais ocorreu,
evidentemente. A crença em Deus, ao contrário da crença em fadas e em mitos
populares, já atraiu boa parte dos intelectuais ateus que antes descriam em
tudo relacionado ao sobrenatural.
Um dos mais famosos cientistas
no mundo hoje, o já mencionado Francis Collins, não foi sempre um cristão. Ele
não herdou o Cristianismo dos pais, nem foi induzido à fé por razões
emocionais, mas era um ateu convicto que
passou a crer depois de estudar as evidências. Ele fala sobre isso em seu
livro: “A Linguagem de Deus: Um cientista apresenta evidências da fé”, que saiu
no mesmo ano de “Deus, um Delírio” (2006). Em uma entrevista a um canal de
televisão norte-americano, ele declarou:
“Eu concordo com o que
Dawkins disse [sobre somente crer com base em evidências]. Nós devemos ensinar
os jovens a buscarem as evidências antes de chegarem a uma conclusão. Foi
exatamente isso que me tornou um crente, após ter sido ateu por toda a vida. Eu
olhei para as provas e vi que eram mais convincentes as que mostravam que Deus
existe, do que as que negavam”[1]
Collins não é o único
cientista famoso que passou a crer em Deus depois de analisar as evidências. Sergey
Krivovichev, cientista e filho de cientistas ateus, que colaborou na descoberta
de 25 novas jazidas minerais na Rússia e ainda tem um mineral batizado com seu
nome (krivovichevita), é uma autoridade mundial em ciência cristalográfrica e especialista
na área de raios-X de análise estrutural, sendo o autor de mais de 400
decifrações estruturais. Ele conta como era a sua vida antes da conversão à fé
cristã:
“Eu cresci em uma
família de cientistas: meu pai era um professor, minha mãe era professora... e
nenhum deles era crente. Quando comecei a estudar no último ano do ensino médio
no Ginásio Acadêmico anexado ao Estado Universidade de Leningrado, descobri que
muitos de meus colegas argumentavam sobre a existência de Deus. Parecia um tema
retrógrado. Estava interiormente determinado a não ceder a tal obscurantismo”[2]
Hoje ele além de cientista
é diácono na Igreja Ortodoxa Russa, e diz:
“Eu não considero que o trabalho
ou mesmo o país estão acima do principal destino da pessoa. Nem a família tem
que ser pela família. Ou muitos filhos por muitos filhos. Há de haver algo
mais, ou então se perderá a razão. Porque tudo na vida, por meio de trabalho,
casa e família, se faz pela Verdade. Que é Cristo”[3]
Existem também excelentes
filósofos e pensadores ateus que passaram a acreditar em Deus depois de
analisarem as evidências. Aquele que é considerado hoje o maior apologista
cristão do século passado, Clive Staples Lewis (talvez você o conheça melhor
como “C. S. Lewis”), um gênio no maior sentido da palavra, foi ateu durante boa
parte da vida, até se convencer pelas evidências que indicam a existência de
Deus. Em um livro recente de Alister McGrath, chamado “A vida de C. S. Lewis:
Do ateísmo às terras de Nárnia”, o autor apresenta a fascinante trajetória de
um dos maiores pensadores do século passado que se tornou um dos maiores ícones
cristãos da história.
John Niemeyer Findlay é
outro conhecido filósofo do século passado que passou por uma mudança radical
após analisar as evidências para a existência de Deus. Em 1955 ele afirmava que
a existência de Deus era uma crença falsa, mas em 1970 (no livro Ascent to the Absolute) ele já defendia
que “a razão, mente, inteligência e vontade atingem seu
ponto em Deus, o que existe por si mesmo, e a quem adoração e incondicional
dedicação são devidas”[4].
Um dos cientistas
criacionistas mais famosos do mundo, o Dr. Walter Brown, também era um ateu
antes da conversão. Ele é o criador da teoria das hidroplacas e diretor do
Centro Científico de Criação, no Estado do Arizona. Aqui no Brasil, um dos
filósofos mais bem conceituados é Luiz Felipe Pondé, que foi ateu durante muito
tempo. Em entrevista à revista Veja, ele respondeu se ele cria em Deus, e
disse:
“Sim. Mas já fui ateu
por muito tempo. Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das
hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é
que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo
contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em
termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me sempre de algo que o escritor
inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é
que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra
bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega
de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo”[5]
Lee Strobel é outro
ex-ateu que se converteu ao Cristianismo ao ser convencido pelas evidências.
Ele se tornou um prolífico escritor cristão e autor de diversos livros,
incluindo “Em Defesa de Cristo”, que tem sido frequentemente considerado um dos
maiores livros da apologética cristã. Atualmente, Strobel apresenta um programa
de televisão chamado Faith Under Fire,
onde convida para o debate um cristão e um não-cristão e coloca a fé sob o fogo
cruzado dos ateus e seculares de nosso mundo, provando a veracidade da fé pela
razão.
Mas aquele que é
considerado o caso mais notório e surpreendente de conversão de um ateu
considerado um dos maiores intelectuais que já existiu é o de Antony Flew, que
foi conceituado simplesmente como o maior filósofo do século XX. Flew passou
quase toda a vida como ateu, chegou até a debater com Craig e com outros
teístas sobre a existência de Deus, e era “o orgulho da classe”. Ele dava um ar
mais intelectual ao ateísmo desenfreado e hostil de Dawkins e dos outros
neo-ateus, até declarar sua mudança de cosmovisão, de ateu para deísta, o que
causou espanto no mundo todo e surpreendeu especialmente os ateus. Flew, ao
final de uma vida inteira de estudos, concluiu:
“Segui a razão até onde
ela me levou. E ela me levou a aceitar a existência de um Ser auto-existente,
imutável, imaterial, onipotente e onisciente”[6]
Muitos (incluindo Dawkins)
acusaram Flew de mudar de opinião por já estar velho, em um típico argumentum ad hominem. Ele dedicou a
introdução inteira de seu livro “Um Ateu Garante: Deus Existe” para refutar
essa bobagem. Seu livro conta com um conteúdo tão fortemente fundamentado nas
evidências que é impossível pensar que Flew não estivesse em perfeitas
condições mentais e plenamente consciente do que estava dizendo. É até
interessante notar a crença popular de que “quanto mais velho, mais sábio”,
sendo que quando um grande filósofo deixa de ser ateu na velhice – teoricamente
no “auge” de sua sabedoria – é acusado de estar velho demais para poder mudar
de opinião!
Flew ainda dava bons
indícios de que se mostrava aberto a também dar um passo a mais na adoção do
teísmo, pois permitiu que N. T. Wright escrevesse um capítulo inteiro em seu
livro tratando das evidências em favor da ressurreição de Jesus, que Flew
considerou “de longe o melhor dos argumentos que já
ouvi a favor da aceitação da fé cristã”[7]. É
uma pena que ele não tenha vivido mais tempo para dar ainda mais contribuições
ao deísmo, e, quem sabe, ao teísmo também. De qualquer forma, estes e outros
inúmeros casos semelhantes mostram claramente que a fé em Deus não é
irracional, mas perfeitamente aceitável.
Se a crença em Deus fosse
incompatível com a ciência ou com a racionalidade, deveríamos presumir que não
haveria cientistas ou filósofos “verdadeiros” que cressem em Deus, e muito menos deveríamos ver cientistas e
filósofos indo na contramão e deixando o ateísmo para uma visão teísta ou
deísta de mundo. Nenhum ser imaginário da mitologia jamais conseguiu convencer
alguém que nasceu cético da sua existência.
O que devemos levar em
consideração não é somente que existem cientistas
e filósofos teístas de renome, mas como e
por que eles se tornaram teístas e
abandonaram o ateísmo, se o teísmo é teoricamente uma visão de “mentes fracas”,
incompatível com a ciência e que contradiz a razão – segundo afirmam os
neo-ateus. É como Norman Geisler e Frank Turek escreveram no prefácio do best seller de sucesso “Não tenho fé
suficiente para ser ateu”:
“O fato de que somos cristãos não é o mais importante; por que somos cristãos é o ponto
central”[8].
A ideia de que os ateus
possuem uma “superioridade intelectual” e de que há um suposto “confronto”
entre “fé e razão” e “ciência e religião” é uma hipótese ultrapassada, que só
continua sendo sustentada por neo-ateus que dependem destes jargões para continuarem
existindo. A patética e infeliz ideia dawkiniana
de igualar a crença em Deus à crença em fadas só não é ridícula porque
ridículo ainda é um termo leve para tanto. Faz parte do preconceito absurdo que
os neo-ateus ainda mantêm em relação aos religiosos.
Em um universo paralelo
onde os maiores cientistas que já existiram cressem em fadas, onde muitos
cientistas contemporâneos acreditassem em gnomos, onde diversos filósofos de
renome admitissem a existência de duendes, e onde muitos dos mais renomados cientistas
e filósofos passassem a acreditar em
sereias depois de analisarem as
evidências, a crença em Deus poderia ser comparada ou igualada à crença em
fadas, gnomos, duendes, sereias e até ao Monstro do Espaguete Voador. Mas no mundo em que vivemos este tipo de
analogia só pode ser fruto de mentes fantasiosas, doentias, alienadas ou
perturbadas. Talvez este seja o mundo de Dawkins.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
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Você esqueceu Paul Davis.
ResponderExcluirShow de bola brother. Continue com seu trabalho
ResponderExcluirGostei muito do texto. Vejo que há muito orgulho dos ateus de defender algo, seja por qual motivo for, mesmo não tendo todas as respostas para seus questionamentos da origem de tudo. Uma atitude ao meu ver infantil de querer explicar tudo para o seu intelecto e conhecimento. Fé não é explicada é vivida, razão nem sempre temos devido nossas limitações e ciência e religião andam juntas para o conhecimento mais profundo de Deus.
ResponderExcluirParabéns. Gostei muito!
ResponderExcluirNao tenho fé suficiente para ser ateu...adorei o blog irmão, que Deus abençoe te abundantemente!!!
ResponderExcluirObrigado :)
ExcluirMuito bom o conteúdo. Eu sou um ex-ateu e você contribuiu bastante nos meus argumentos.
ResponderExcluirAmen Luiz é sempre bom ver pessoas que viraram ex-ateus vou orar por vc okay vamos continuar na batalha de mostrar que Deus existe para os que não acreditam amen...na minha opinião ateus la no super profundo coração eles so tem duvida pois buscam entender apenas a ciencia e não a Deus ne?
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