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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Talvez você tenha aberto
esse livro como ateu, e ao chegar aqui concluiu que os argumentos em favor do
Cristianismo são mais consistentes dos que os que apóiam o ateísmo. Ou, talvez,
você tenha aberto este livro como um cristão ainda fraco na fé, cambaleando,
sem segurança naquilo que crê, e precise saber o que fazer daqui para frente.
Ou, ainda, você seja um recém-convertido, que precisa de um norte e um
direcionamento em sua caminhada cristã. Se você se enquadra em algum destes
três diagnósticos, este apêndice é para você. Como ser cristão? O que fazer de
agora em diante?
Há alguns que pensam que,
para ser cristão, basta ter alguns conceitos
em mente, como a morte e ressurreição de Jesus, ou a inspiração da Bíblia,
e viver como se isso não fizesse diferença na vida. Outros pensam que para ser
cristão é só ir congregar em qualquer igreja que se diga “cristã”, ouvir
sentado a uma hora de pregação e depois ir embora. Outros pensam que ser
cristão é ter sido batizado quando criança, ser registrado em alguma igreja e
mais nada. Pessoas que pensam assim, infelizmente, não são cristãs – podem ser alguma coisa perto disso, mas não isso.
Mas por pensamentos errôneos como esses serem tão difundidos é necessário um
esclarecimento sobre o que é ser cristão.
Ser cristão, em primeiro
lugar, e acima de qualquer outra coisa, é praticar o que a Bíblia ensina. A
Bíblia não ensina somente a congregar em um lugar. Ela ensina isso, mas não somente isso. A Bíblia não ensina
somente que Jesus morreu por nós para que fôssemos salvos. Ela ensina isso, mas
não somente isso. A Bíblia não ensina
somente que devemos nos batizar e participar da Santa Ceia. Ela ensina isso,
mas não somente isso. Um verdadeiro
cristão é alguém que segue Jesus em sua totalidade, e não parcialmente. É
alguém que coloca em prática os ensinamentos bíblicos, que tenta viver como
Jesus viveu, que ama ao próximo como a si mesmo, que persevera na moral cristã
e que, acima de tudo, vive com o objetivo de chegar o mais próximo de Deus, e
de desfrutar de uma comunhão profunda com Ele.
É possível sentir Deus,
ouvir Deus, ser usado por Deus, mover o coração de Deus. A vida eterna é
certamente futura, e somente nela desfrutaremos desta proximidade com Deus em
sua plenitude, mas não precisamos esperar até lá para convivermos com Deus e
sermos, como a Bíblia nos chama, amigos de Deus (Jo.15:15). É possível já hoje
nos aproximarmos dele “com toda a confiança, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb.4:16).
Este deve ser o alvo, o objetivo maior e principal de todo e qualquer
verdadeiro cristão: chegar a Deus.
Toda a teologia é apenas
um conjunto de regras e doutrinas que, se seguidas, nos levarão para mais perto
dele. Na medida em que nos aproximamos dele, a vida de Deus se faz cada vez
mais presente em nossa vida. Na medida em que nos arrependemos deixamos para
trás os pecados anteriormente cometidos; na medida em que nos tornamos novas
criaturas somos mais moldados à imagem e semelhança Daquele que é perfeito; na
medida em que oramos vamos sendo transformados por Deus para que ele faça em
nossas vidas o que agrada a ele; na medida em que nos chegamos a Deus vamos
sendo inflamados por um amor ao próximo que não tínhamos antes; na medida em
que lemos as Escrituras nos tornamos mais sábios para refutar heresias e estabelecer
a verdade da fé. Cada passo novo em direção a Deus é também uma inserção
contínua da vida dele em nós.
Como podemos nos aproximar
de Deus? Há três meios básicos, explanados ao longo de toda a Bíblia: oração,
louvor e meditação bíblica. Paulo disse: “orai sem cessar” (1Ts.5:17).
Isso porque, quanto mais oramos, mais comunhão com Deus estabelecemos, e mais
próximos dele ficamos. Coisas que não aconteceriam caso não orássemos passam a
acontecer se orarmos. Mas a oração não é simplesmente um método para
conseguirmos de Deus aquilo que queremos dele, mas, acima disso, é um meio pelo
qual Deus consegue aquilo que ele quer de nós. Quanto mais oramos, mais o nosso
coração vai sendo continuamente tratado por Deus, mais somos moldados,
lapidados, aperfeiçoados e transformados à semelhança dEle, e mais Deus
consegue nos levar ao lugar que ele tem preparado para nós, ao cumprimento do
plano que ele tem para com nossas vidas.
A oração rompe a barreira
que interpõe o mundo natural com o sobrenatural, é capaz de mover o coração de
Deus em nosso favor e de transformar vidas humanas para mais próximo dEle. Essa
oração, por sua vez, deve ser algo que flua naturalmente, algo espontâneo,
assim como conversamos com um amigo. Excetuando expressões corriqueiras como
“olá” e “até mais”, nós não costumamos ter uma conversa pré-programada e
decorada quando falamos com um amigo nosso, e não repetimos essa mesma conversa
dia após dia. Se a Bíblia diz que nós somos amigos
de Deus (Jo.15:15), e nós tratamos nossos amigos espontaneamente, com Deus
deve ser igual. É por isso que Jesus disse:
“E quando orarem, não
fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que
por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6:7)
Os pagãos pensavam que
Deus iria ouvi-los se eles ficassem repetindo as mesmas frases o tempo todo,
como se Deus fizesse vista grossa à primeira “tentativa” e só decidisse atender
à oração caso o indivíduo repetisse aquela mesma frase dezenas e dezenas de
vezes... inutilmente. O Deus cristão não é assim. Ele nunca pediu para nós
repetirmos nada. Ele deu o Pai Nosso como uma oração modelo, mas nem o Pai Nosso era repetido ao pé da letra
pelos apóstolos (todas as orações presentes na Bíblia foram diferentes umas das
outras!).
O que Jesus quer não é a repetição,
da mesma forma que você ficaria entediado se o seu melhor amigo vivesse
repetindo sempre as mesmas coisas para você o tempo todo. O que queremos é
relacionamento, e relacionamentos só existem onde há espontaneidade,
naturalidade, algo que flui, que emociona, que sai da alma e que mexe com o
coração. É por isso que não é pela repetição que receberemos alguma coisa. Deus
não é o tipo de amigo que fica de birra e só te atende se você pedir
insistentes vezes a mesma coisa – mas sim o tipo de amigo que te atende se você
for sincero, honesto e ir espontaneamente à presença dEle em oração, derramando
o seu coração diante dEle e abrindo o jogo com Ele sobre qualquer coisa que
seja. Foi por isso que Paulo disse:
“Não andem ansiosos por
coisa alguma, mas em tudo,
pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as
suas mentes em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6-7)
A Bíblia não prescreve
fórmulas de oração que deveriam ser repetidas ao pé da letra dezenas e dezenas
de vezes pelos futuros cristãos, como uma espécie de “mantra”. Era isso o que
os pagãos faziam, e foi isso o que Jesus condenou. Infelizmente, muitos ainda
oram assim hoje – praticamente, desperdiçam
o tempo de oração. O que a Bíblia prescreve é a súplica, a ação de graças e
os pedidos espontâneos a um Deus que não fica satisfeito por ouvir as mesmas
palavras milhares de vezes, mas sim em ver um coração quebrantado que mudou
para melhor e que está avançando cada vez mais em direção a Cristo, em
intimidade com ele.
A segunda forma de se
aproximar de Deus é por meio do louvor. Aparentemente, cantar músicas a Deus
pode parecer sem sentido. Por que teríamos que fazer isso? A resposta é
simples: amor. Alguém que ama verdadeiramente uma pessoa se sacrifica por ela.
Deus amou o mundo de tal maneira que se sacrificou por nós, através da pessoa
de Seu filho Jesus Cristo. E nós o amamos de tal maneira que retribuímos em
forma de adoração por quem Ele é e por tudo aquilo que fez em nosso favor. Os
homens costumam compor músicas em homenagem à sua esposa – uma pessoa falha –
por que nós não deveríamos fazer o mesmo em relação ao Deus eterno e perfeito,
ao nosso Criador, que nos ama muito mais do que qualquer pessoa já nos amou ou
possa nos amar?
Além disso, é normal
prestarmos maior honra para alguém de maior importância. Nós não tratamos os
nossos pais da mesma forma que tratamos os nossos irmãos, por exemplo. Os pais
merecem honra maior, mais respeito. Da mesma forma, costumamos honrar mais as
autoridades, como juízes, governantes, presidentes, etc. Um aluno tem o dever
de prestar mais honra a um professor do que a outro aluno como ele.
Semelhantemente, prestamos mais reverência a pessoas boas do que a pessoas más.
Homens como Nelson Mandela, que sofreu durante décadas injustamente em uma
prisão por motivos políticos e que deu grandes contribuições à humanidade são
muito mais honrados do que pessoas normais, e as pessoas normais são muito mais
honradas do que pessoas do mal, como Hitler e Stalin.
Então vemos que existem
dois tipos de pessoas que merecem honra maior, quanto maior for: (a) a sua
autoridade; (b) o seu mérito. Quanto maior for a autoridade e o mérito de uma
pessoa, mais honra, respeito e reverência temos para com ela. A questão é que
Deus é o Supra-Sumo da autoridade, pois é Deus, é o Criador do Universo, é o
Todo-Poderoso. E ele também tem o máximo de mérito, porque como homem (na
pessoa de Jesus Cristo) viveu uma vida perfeita, sem pecado, e seus ensinos
revolucionaram a civilização e deu vida e esperança há milhões de pessoas. Ele
sofreu e morreu injustamente e em nosso favor, em sacrifício voluntário para
nos oferecer a salvação, na maior expressão altruísta que é possível ser concebida.
Portanto, Deus é digno de todo o máximo de respeito, o máximo de
honra e o máximo de reverência, e a este "máximo" de tudo isso
é o que chamamos de adoração, cuja expressão mais perfeita é
através do louvor.
Há, por fim, a meditação
na Palavra de Deus como a terceira via para nos achegarmos a ele. Muitas
pessoas pensam, lamentavelmente, que a leitura da Bíblia é um dever somente dos
líderes religiosos, ou que seus benefícios se limitam a “conhecimento
teológico” e mais nada. Não nego que os líderes tenham uma obrigação maior de ler e dominar as Escrituras do
que o povo comum (pois ele vive disso), da mesma forma que um professor de
história tem mais responsabilidade de conhecer a história do que os seus
alunos, ou do que um professor de outra matéria.
Da mesma forma, não nego
que a Bíblia traga conhecimentos teológicos, inclusive em questões doutrinárias
difíceis que poucas pessoas, a não ser os teólogos, têm interesse em discutir.
No entanto, a Bíblia não é e nem deve ser tratada como um livro comum, cuja
contribuição e valor seja igual aos demais livros. A Bíblia, por ser a Palavra
de Deus, é um alimento espiritual diário que sustenta o espírito e que nos leva
a uma dimensão mais profunda em nosso relacionamento com Deus. De certa forma,
Deus fala conosco através da Sua Palavra, que nos serve de consolo, de auxílio
e de direcionamento espiritual até nas questões mais simples e práticas da
vida.
O salmista disse que
meditava na Palavra de Deus de dia e de noite (Sl.1:2), Paulo instruiu Timóteo
à leitura pública das Escrituras (1Tm.4:13) e disse também que “toda
a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm.3:16-17).
A leitura diária da Bíblia nos faz mais sábios, nos deixa mais perto de Deus,
nos direciona na direção certa nas questões do dia-a-dia e nos serve de guia e
regra de fé na caminhada cristã – e estes preceitos são indispensáveis para
qualquer cristão, seja ele um teólogo ou não.
Juntos, estes três
elementos (oração, louvor e leitura da Bíblia) formam o tripé da fé, pela qual
o cristão está de pé ou cai. Quanto mais um cristão ora, louva a Deus e medita
em Sua Palavra, mais próximo ele está de Deus, mais garantido ele está em sua
própria salvação, mais aperfeiçoado espiritualmente ele estará e mais dará os
frutos do Espírito, que resultam em um coração cheio de graça, amor, justiça e
misericórdia para com todos, até mesmo para com os inimigos. Ele se tornará um
vaso de Deus usado para a honra, por meio do qual o Espírito Santo trabalha,
transformando o seu caráter e o tornando mais próximo do caráter de Cristo, que
deve ser sempre o nosso espelho em todas as coisas da fé.
Por outro lado, se o
cristão não ora, não louva a Deus e nem lê a Bíblia, ele se torna como um
maratonista profissional que não treina, e que está fatalmente fadado ao
fracasso na hora da corrida. Da mesma forma, o cristão que não busca a Deus
diariamente e com paixão estará fadado a fracassar na corrida da fé, a não
conseguir resistir nem às mais mínimas tentações, a viver caído no pecado, a
esfriar em amor a Deus e a apostatar de uma vez. É preciso determinação e
perseverança naquilo que é o mais importante nesta vida, ainda mais do que
aquilo que demonstramos pelas coisas terrenas e menos importantes. O apóstolo
Paulo expressou este pensamento por meio de uma analogia, onde diz:
“Vocês não sabem que
dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal
modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um
treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos
para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem
corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e
faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não
venha a ser reprovado” (1ª Coríntios 9:24-27)
E também:
“Nenhum soldado se deixa
envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o
alistou. Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não
competir de acordo com as regras. O lavrador que trabalha arduamente deve ser o
primeiro a participar dos frutos da colheita. Reflita no que estou dizendo,
pois o Senhor lhe dará entendimento em tudo” (2ª Timóteo 2:4-7)
Estes são os aspectos individuais que fazem de você
legitimamente cristão. Uma vez que você segue a estes princípios, você se torna
aquilo que a Bíblia chama de Igreja. De
acordo com a Concordância de Strong, a Igreja é “a totalidade dos
cristãos dispersos por todo o mundo”[1].
Você não é a Igreja sozinho, mas é um
membro da Igreja que, junto aos demais cristãos, forma aquilo que a Bíblia
chama de “Corpo de Cristo”, um sentido comunitário que expressa a comunhão
entre todos os legítimos cristãos. A palavra “Igreja” vem do grego ekklesia, que significa os “chamados” (klesia) “para fora” (ek). Os “chamados para fora” são os
crentes que se libertam das cadeias do pecado para viver uma vida dedicada a
Cristo. Estes são os que adoram a Deus em espírito e em verdade (Jo.4:23),
estes são os que guardam os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo
(Ap.12:17), estes são a Igreja.
Neste sentido bíblico de
Igreja, a Igreja não é uma instituição ou denominação religiosa A ou B, nem
mesmo um templo ou um lugar geográfico em especial, mas são os próprios
cristãos, os que seguem a Bíblia, que vivem em santidade e que buscam a Deus.
Foi assim que Paulo se referiu à Igreja que se reunia na casa de Árquipo e à
Igreja que se reunia na casa de Áquila:
“À irmã Áfia, a Arquipo,
nosso companheiro de lutas, e à igreja
que se reúne com você em sua casa” (Filemom 1:2)
“As igrejas da província
da Ásia enviam-lhes saudações. Áqüila e Priscila os saúdam afetuosamente no
Senhor, e também a igreja que se reúne
na casa deles” (1ª Coríntios 16:19)
“Saúdem Priscila e
Áqüila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Arriscaram a vida por mim. Sou grato
a eles; não apenas eu, mas todas as igrejas dos gentios. Saúdem também a igreja que se reúne na casa deles”
(Romanos 16:3-5)
As casas, naquela época de
dura perseguição imposta pelo império romano aos cristãos, eram o equivalente
ao que os templos ou instituições são hoje em dia. Paulo, contudo, não nos diz
que aquela casa é a Igreja, mas sim que a Igreja se reúne naquela casa –
i.e, os próprios cristãos, que
estavam ali reunidos, é que eram a Igreja! A Igreja, biblicamente, é o Corpo de
Cristo (Ef.1:22-23), e este Corpo de Cristo somos nós, os próprios cristãos, e não uma instituição religiosa (1Co.12:27).
É por isso que Estêvão diz que “Deus não habita em
templos feitos por mãos de homens” (At.7:48), porque a
Igreja não são templos ou instituições, mas pessoas.
Essa é a razão pela qual Paulo declara que nós somos o “templo do Espírito
Santo” (1Co.3:16).
É por ignorarem o
verdadeiro significado de “Igreja” à luz da Bíblia que tantas igrejas brigam
entre si até a morte, para ver quem “prova” que é a “verdadeira Igreja de
Cristo”. Eles estão procurando a “instituição verdadeira”, enquanto nós estamos
procurando Jesus, e nada além dele. Nossa busca não é centrada em homens, em
templos ou em instituições religiosas, mas em Cristo, em buscá-lo e em amá-lo
cada dia mais. Instituições, infelizmente, são falhas, e o passado e o presente
são prova disso. Não há nenhuma igreja [em sentido físico e visível] perfeita.
Há igrejas melhores do que outras, mas nenhuma que chegue à perfeição moral ou
doutrinária. O Dr. Russell Norman Champlin expressou isso muito bem quando
disse:
“Basta um pouco de exame para mostrar-nos, de pronto,
que todos os sistemas têm algumas verdades que outros sistemas negligenciam ou
rejeitam, e nenhuma denominação cristã à face da terra pode afirmar ser a única
e verdadeira Igreja de Cristo. De fato, as denominações são apenas seitas[2]
que representam a Igreja cristã sob diferentes ângulos, com sua mistura
particular de verdade e erro. Essa é uma verdade combatida em toda a parte e
por todos, mas que é verdade, no entanto”[3]
E ele então complementa:
“...Isso não significa, contudo, que todas as
denominações cristãs sejam iguais quanto à proporção da verdade que defendem”[4]
O objetivo do cristão não deve ser “procurar a Igreja perfeita”,
pois igrejas são inevitavelmente falhas, e não demorará muito para alguém
atento perceber isso. Se o cristão for procurar a “igreja perfeita” para
congregar, ele não vai congregar nunca em lugar nenhum, e corre ainda o risco
de terminar na apostasia. É por isso que a busca do cristão, acima de tudo,
deve ser por um relacionamento pessoal com Jesus, e não por instituições. Isso
não significa, no entanto, que encontrar um grupo religioso para congregar
junto a irmãos (seja em casas, em templos, em praças, em parques ou onde quer
que seja) seja “errado”, pois a Bíblia ensina o princípio de congregar com os irmãos
da fé:
“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o
costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês
vêem que se aproxima o Dia”
(Hebreus 10:25)
O autor de Hebreus diz para congregarmos, e a razão pela qual ele
insiste nisso é para que “encorajemo-nos uns
aos outros”. É essa a importância de congregações: o encorajamento mútuo na
fé. É para isso que existem igrejas, ainda que falhas como realmente são. Um
crente que não congrega em igreja nenhuma tende cada vez mais a esfriar na fé e
a terminar como um ateu, ainda que em um ateu não-professante. Isso porque, ao
nos reunirmos como igreja, nós não estamos apenas ouvindo uma pregação uma vez
por semana, mas estamos também tendo comunhão com outros irmãos da fé, estamos falando
de Jesus com eles, estamos interagindo com pessoas que (pelo menos em teoria)
são bons exemplos e que podem nos ajudar a crescer na fé e a nos encorajar
neste caminho.
Uma vez que a pessoa deixa de congregar em qualquer igreja, o que
quase sempre acontece é que ela perde o contato com seus irmãos cristãos, e
abre a porta para outro tipo de contato, o “mundano”, onde ela se vê rodeada
por pessoas que não compartilham nenhuma fé cristã, que não tem um mínimo de
temor a Deus e que vivem uma vida de devassidão e de entrega ao pecado. O provérbio
popular que diz: “Diga-me com quem tu andas, e eu
te direi quem tu és”, é mais verdade do que qualquer outra coisa. Isso é
verdade pelo simples fato de que as nossas companhias geralmente vão
influenciando o nosso modo de pensar e de agir.
Isso pode ser bom ou ruim. No caso de companhias cristãs, isso é
bom. Serve para crescer na fé junto com elas. Mas, no caso de companhias
mundanas, se aplica o que Paulo disse: “As más
companhias corrompem os bons costumes” (1Co.15:33). É por isso que na
esmagadora maioria das vezes em que uma pessoa cristã se casa com uma descrente
(alguém que não vive para Deus), pensando que vai “convertê-la”, não apenas não consegue
converter a outra pessoa, como também se esfria na fé e com o tempo nem ele próprio
está mais congregando. Este é um processo gradual e lento, mas que acontece
mais cedo ou mais tarde, na esmagadora maioria dos casos.
É por isso que é tão importante estar em boa companhia, com pessoas
que compartilham da mesma fé, que falem de Deus, que te encorajem na busca pela
santificação e nos trilhos do evangelho. E o local onde essas pessoas se reúnem
para este fim é exatamente o que chamamos de igreja, em seu sentido visível. Igrejas são falhas, sim, mas são
necessárias, porque o contrário a isso é muito pior. Existem pessoas hipócritas
na igreja, mas existem mais ainda fora dela. É melhor suportar os erros de
cristãos falhos dentro da igreja do que depois parar em festas rave, em orgias
mundanas, no alcoolismo, no mundo das drogas, na prostituição ou nos vícios –
como eu já vi acontecer com muita gente.
Se você se acha tão melhor do que esses “cristãos falsos e
hipócritas”, então seja você mesmo um
exemplo de “cristão verdadeiro e exemplar”, ao invés de deixar a igreja. A
obrigação do cristão forte na fé é de “suportar a
fraqueza dos fracos” (Rm.15:1), e não de deixar os fracos morrendo
espiritualmente. Se os cristãos fortes deixam a igreja por existirem cristãos
fracos, estes cristãos fracos ficarão cada vez mais fracos. Eles estão fracos justamente
porque muitos dos “fortes” não lhes ajudam a crescer na fé, mas os julgam por
seus erros e falhas e depois os abandonam, para congregar em outro lugar ou em
lugar nenhum. Se o forte ajudasse o fraco, o fraco cresceria ao ponto de se
tornar forte. É precisamente este o propósito da igreja: crescimento mútuo.
O apóstolo Paulo escreveu sobre isso por meio da analogia do corpo:
“Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos
membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em
Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a
todos os outros. Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada.
Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é
servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é
contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça
com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria” (Romanos 12:4-8)
E Pedro disse também:
“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos
outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. Se
alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve,
faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja
glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o
sempre. Amém” (1ª Pedro
4:10-11)
Em outras palavras, qualquer coisa na qual sejamos bons ou que
tenhamos algo pelo qual possamos ajudar o próximo, devemos usá-lo para ajudar
os irmãos, edificando o próximo naquilo que lhe falta e sendo edificado pelo
próximo naquilo que te falta. Eu
posso fazer a minha parte escrevendo este livro (dom de ensino), outro pode
fazer a parte dele curando (dom de cura), outro pode fazer a parte dele
profetizando (dom de profecia), outro pode fazer a parte dele servindo (dom de
servir), e assim por diante. A igreja deve ser um grande hospital para curar os
doentes, e não um grande museu para expor os “santos”. Não abandone o seu
irmão, mas sirva-o, ajude-lhe em sua fraqueza, faça a sua parte, e deixe que Deus julgue o próximo se ele não está
fazendo a parte dele, não se perturbe por isso.
Paulo usou a analogia do corpo com relação à igreja também em 1ª
Coríntios 12 (recomendo a leitura do capítulo inteiro), onde cada cristão é
retratado como um “membro” que tem algum dom, talento ou função para
desempenhar sobre alguma coisa, e ele deve usar isso que ele tem para ajudar os
outros membros, porque nenhum membro consegue sobreviver sozinho – eu preciso
de você, você precisa de mim e todos nós precisamos de Cristo. Então Paulo
conclui com a finalidade pela qual esse “corpo” (igreja) existe:
“...a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim,
que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros” (1ª Coríntios 12:25)
A “divisão no corpo” é um membro que é aleijado dos demais membros
do corpo (alguém que tem uma carência em uma determinada área e que não vê essa
carência sendo suprida), e o propósito da igreja é que todos tenham igual
cuidado uns pelos outros – é a edificação mútua, da qual o autor de Hebreus
falava. É para isso que cristãos falhos se reúnem com outros cristãos falhos:
para ajudá-los em suas fraquezas, pois ninguém é falho em tudo, e ninguém é
certo em tudo. Se todos levassem a sério este significado e propósito de
igreja, não teríamos carência nenhuma no corpo de Cristo – algo que,
infelizmente, ainda estamos muitíssimo distantes de conseguir.
O outro aspecto importante ao escolher uma igreja (local onde se
reunir com demais cristãos) é o doutrinário.
A doutrina não é um elemento secundário, mas anda de mãos dadas com a
moral, porque, como vimos no capítulo 11 deste livro, existem doutrinas que
podem afastar um cristão da fé e até mesmo conduzi-lo ao ateísmo. Essa é a
razão pela qual o cristão deve buscar uma igreja que prega um evangelho mais
puro e próximo da verdade. Mais uma vez, vale repetir que você não vai
encontrar uma igreja isenta de erros, mas
pode ser que encontre alguma com poucos erros,
ou sem erros em questões importantes para a salvação.
Para tanto, é preciso, acima de tudo, que esta igreja ensine um
evangelho cristocêntrico. O apóstolo Paulo era o que mais temia a descentralização
do evangelho, que no Novo Testamento está totalmente focado em Jesus. Ele
disse:
"O zelo que tenho
por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo,
querendo apresentá-los a ele como uma
virgem pura. O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente
enganou Eva com astúcia, a mente de
vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo" (2ª Coríntios
11:2-3)
A “virgem pura”, que Paulo
se refere, é alguém que está dedicado e comprometido com unicamente uma só
pessoa: o marido, que neste caso é Jesus. Paulo temia que a mente daqueles cristãos se desviasse de um evangelho
centrado unicamente em Cristo, e que eles começassem a ser devotos de outros
que não fosse Jesus. Infelizmente, isso é realidade em certas igrejas que tem
devoções a “santos” e a “santas”, que descentralizam Cristo e que ensinam um
evangelho onde Jesus está escondido em algum lugar nos escombros da teologia, e
onde outras pessoas dividem ou até mesmo tomam o lugar de proeminência absoluta
de Cristo.
Mas Deus já dizia:
“Eu sou o Senhor; esse é
o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor”
(Isaías 42:8)
E João também alertou:
“Todo aquele que não
permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino
tem o Pai e também o Filho” (2ª João 1:9)
O propósito do ministro
(sacerdote) da igreja não deve ser outro além deste: levar as pessoas a Cristo.
O propósito não deve ser de levar pessoas a alguém além dele, ou de criar devotos de gente que já morreu, ou de
imagens sem vida, e muito menos de apontar para si próprio, mas sim se voltar
para aquele que venceu a morte e ressuscitou, ao Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Ap.19:16), o nosso eterno e bendito Senhor Jesus Cristo. Qualquer
outro que seja o propósito do ministro é um desvio
do propósito, e nada a mais que isso.
O ministro deve zelar por
suas ovelhas, fazendo o máximo para levá-las a uma dimensão mais profunda no
viver com Deus, evitando que elas caiam em pecado. O pecado é exatamente aquilo
que se interpõe entre nós e Deus. É um canal obstruído por lixo e sujeira
espiritual, e que precisa ser urgentemente removido para que possamos ter
acesso a Ele. Um cristão que vive no pecado, mesmo que também busque a Deus em
outras coisas, é como alguém que treina pesado para ganhar uma corrida, mas que
come muitos bolos, sanduíches e batata frita – termina gordo e não ganha nada.
O pecado serve para o cristão da mesma forma que o chocolate serve para alguém
que está fazendo regime tentando emagrecer. Muitos cristãos brincam com o
pecado, pensando que podem pecar à vontade (ou até certo ponto) que não tem
problema. O problema existe, e ele é gigantesco. Tais pessoas estão zombando de
Deus, pensando que podem conciliar a fé e a imoralidade, vivendo como um crente
“Raimundo” (um pé na igreja e outro no mundo).
Para estas pessoas, o
autor de Hebreus foi enfático e muito claro ao dizer que “sem
santidade ninguém verá ao Senhor” (Hb.12:14). Ele não disse
que sem santidade as pessoas verão ao Senhor depois de passarem por um
purgatório, ou por um limbo, ou que algumas
pessoas sem santidade não o verão, mas sim que ninguém pode ver a Deus se não viver uma vida de santidade,
comprometida com Deus. Um crente que vive com Deus e que se ausenta da prática
do pecado é como um corredor exemplar, que regula sua alimentação e que treina
bastante para a corrida, e no final ganha a prova. Essa deve ser a missão
número um de todo e qualquer ministro: pregar de tal forma que conscientize os
ouvintes sobre a necessidade de se fugir do pecado e de se buscar a Deus.
Infelizmente, o diabo tem
conseguido ofuscar essa mensagem evangélica por meio de falsos evangelhos, como
o da prosperidade, onde o evangelho da cruz é substituído pelo do dinheiro, e
no lugar onde os ministros deveriam estar pregando sobre lutar contra o pecado
e viver para Deus há, na verdade, uma pregação fútil, completamente
antropocêntrica e absolutamente herética segundo a qual o objetivo do crente
nesta vida é de prosperar nesta terra e obter a “bênção”, a “vitória” e o
“sucesso”. Este é o pior câncer na igreja evangélica nos dias de hoje. É claro
que não são todas as igrejas que ensinam isso, mas uma parte muito
significativa – joio infiltrado no meio do trigo (veja Mateus 13:24-33).
As pessoas saem do culto
dessas igrejas pensando no dinheiro, no emprego novo, no carro do ano e na
“vitória” (seja lá o que isso signifique), ao invés de saírem de lá abatidas
pelo seu próprio pecado, com um desejo imenso e profundo de arrependimento, de
consertar sua vida com Deus e de passar a viver dali em diante intensamente em
Cristo, por Cristo e para Cristo. Este é o único, real e essencial objetivo do
verdadeiro ministro – seja ele da Palavra ou do louvor. Qualquer líder
religioso que não ensine isso deve ser identificado como um falso ministro – um que trabalha para
aquele que quer afastar as pessoas de seu alvo maior, até mesmo quando as
pessoas estão dentro da igreja!
O ministro também tem que
ter a mentalidade de servo, e não de
“senhor”. Este é um problema muito grande em nossa sociedade, pois os
pregadores são tratados como autoridades que estão acima dos “comandados”, e estes
“comandados”, por sua vez, devem servir ao “líder”. A realidade bíblica é
exatamente o contrário: o pastor é aquele cara que está ali justamente para ser servo e servir aos
outros, e não para ser servido! O pastor é alguém que, pelo menos em
teoria, deveria ser o que mais deveria se doar pelo próximo. Se há uma
“autoridade” aqui, deveria ser do leigo sobre o pastor, e não do pastor sobre o
leigo! Jesus falou sobre isso nas seguintes palavras:
“Vocês sabem que aqueles
que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas
importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo
contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e
quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho
do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos” (Marcos 10:42-45)
O pastor deve ser o maior
exemplo dentro da igreja, o mais humilde, o que está mais apto a servir o
próximo, incluindo os membros mais fracos na fé e os de menor aquisição
financeira. Tragicamente, há muitas igrejas onde somente os “bons dizimistas”
(e mais ricos) são honrados, e os pobres são desprezados. Há, igualmente,
igrejas onde o pastor é tratado como um semi-deus, um ser intocável, uma
espécie de papa da denominação, contradizendo gritantemente o ensinamento
bíblico que inverte esta condição de
servo/senhor, líder/liderado, autoridade/subordinados.
Boa parte da culpa pela
apostasia e frieza na fé dos irmãos da igreja é dos próprios pastores, e não
dos leigos. Os pastores geralmente tentam jogar no leigo a culpa pela sua
apostasia, e de fato é possível mesmo que um leigo apostate somente por sua
própria culpa, mas na esmagadora maioria das vezes é a doutrina errada, a
igreja errada ou o pregador errado que faz com que o leigo fique com um pé
atrás até cair de uma vez. Pregadores que se colocam como dominadores do
rebanho, que ensinam falsas doutrinas, que desviam o foco da cruz, ou que
simplesmente pregam de maneira chata, monótona e de dar sono, realmente não
devem esperar muita coisa, da mesma forma que um torcedor de futebol, por mais
que ame o seu time, não vai querer continuar indo no estádio se o time sempre
jogar mal e perder.
É preciso, acima de tudo,
uma autoreflexão, onde os pastores possam humildemente reconhecer seus erros e
limitações, e ver neles a
responsabilidade maior pela apostasia em sua igreja, ao invés de jogar a culpa
nas costas de outra pessoa[5].
O pastor deve ser o maior exemplo e deve se esforçar ao máximo para ser um
espelho para o resto da comunidade, assim como Paulo dizia: “sede
meus imitadores, assim como eu sou de Cristo” (1Co.11:1), e para isso
deve buscar sempre se aperfeiçoar cada vez mais para não ser um motivo de
escândalo ou pedra de tropeço, mas sim um “vaso de honra” (2Tm.2:21),
“qualificado para toda boa obra” (2Tm.3:17).
Por fim, mas não menos
importante, está aquilo que a Bíblia chama de perseverança. O pastor Luciano Subirá costuma dizer que a vida
cristã não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona. A vida cristã não é
“quanto você corre nos primeiros dias que você se converte”, mas sim “como você
está ao longo de toda a caminhada”.
Há multidões de conversões genuínas à fé que depois terminam em nada – ou em
coisas piores que isso. Eles deram o primeiro passo, correram rápido os
primeiros 100 metros, mas se esqueceram de que a corrida da fé não é uma corrida
dos 100 metros, mas uma maratona que exige esforço, empenho, dedicação e
perseverança até o fim.
Ao ver as imagens dos
cadáveres do monte Everest[6],
ficamos abismados em descobrir ali pessoas extremamente dedicadas àquilo (e muito dedicadas, pois são poucos os que
ousam subir o monte mais alto do mundo!) e que, mesmo assim, fracassaram em sua
tentativa, e morreram por ali mesmo, alguns quando já estavam quase no topo, e
outros antes. Semelhantemente, há pessoas que começam com tudo sua caminhada
cristã, tão empenhadas quanto aqueles alpinistas estavam antes de subir o
Everest, mas as circunstâncias da vida as levam a desistir da fé, e a não
concluírem aquilo que começaram.
Infelizmente,
tais pessoas não apenas não atingem o cume (objetivo), mas também tem seus
nomes apagados na história. Não sabemos seus nomes, seus sonhos, suas
aspirações. Nós não podemos ser como aqueles que começaram e que desistiram, e
que terão seus nomes para sempre apagados do livro da vida, mas sim como
aqueles que, por meio da perseverança e da fé, receberão a vida eterna que lhes
foi prometida.
[1] Concordância de Strong, 1577.
[2] Champlin não usou o termo “seita” no sentido
popularmente conhecido, relacionado a “heresia” ou “heterodoxia”, mas sim em
seu sentido original, de facções ou
partes de algo maior.
[3] Russell Norman Champlin, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Volume 3, 7ª Edição,
2004, Editora Hagnos, p. 219.
[4] ibid.
[5] Como já foi dito, é verdade que nem sempre a
apostasia é decorrente de um problema do pastor, porque Judas teve o maior
pastor de todos os tempos, e ele apostatou mesmo assim (o mesmo aconteceu com
os apóstolos). Mesmo assim, é indiscutível que estes casos são exceções nos
tempos bíblicos, e se hoje é regra é
por culpa da igreja – algo que ela deve estar fazendo de errado e que não
percebe, ou não reconhece. Isso obviamente não isenta o apóstata de sua própria
responsabilidade, pois cada um dará contas de si mesmo a Deus (Rm.14:12).
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