quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

As provas da autenticidade do Sudário de Turim


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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "As Provas da Existência de Deus", de autoria minha e de Emmanuel Dijon, disponível gratuitamente para download
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O sudário de Turim é um lençol de linho de 4,36 x 1,10 metros, que era a medida de lençol para se envolver cadáveres em Israel na época de Cristo e ainda é empregado em rituais judaicos. Nós temos fortes evidências para crer que ele foi o manto que encobriu Jesus, o que é uma prova científica não apenas da existência de Jesus, mas, como veremos mais adiante, até mesmo da própria ressurreição.

Muitos cristãos evangélicos são contrários a autenticidade do sudário por acreditarem que se trata de uma relíquia católica, como várias outras que já foram comprovadas que se tratam de farsa da própria Igreja medieval. Contudo, observaremos que é impossível assemelhar o sudário a outras relíquias da época. O sudário possui perfeição e detalhes que seriam impossíveis para uma pessoa da Idade Média reproduzir.

E é errado tratá-lo como uma relíquia católica por estar hoje no Vaticano, pois ao longo de história ela já passou pelas mãos de todo o tipo de gente, inclusive por reis, imperadores, cruzados e outros. Ela não é uma relíquia católica, mas uma relíquia cristã que atualmente se encontra no Vaticano.

É necessário que os evangélicos analisem as evidencias do sudário sem um viés teológico de que se trate de algo próprio de outra religião. E é igualmente preciso que os ateus analisem as evidências sem um viés de que não se pode tratar de Jesus Cristo a priori. Se algo tem que ser provado ou refutado, que o seja nas evidências apresentadas. Iremos analisar se essas evidências corroboram ou não para a veracidade do sudário seguindo as seguintes premissas:

1º O sudário de Turim é realmente um lençol do primeiro século que encobriu um homem morto, e não uma pintura falsificada da Idade Média.

2º Este homem trata-se de Jesus Cristo.

3º Este homem ressuscitou.

4º Logo, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.

É evidente que para chegarmos a essa conclusão precisamos seguir todas as premissas. Se as premissas forem comprovadas verdadeiras, então a conclusão lógica é que Jesus ressuscitou. Mas, para isso, é necessário que cada uma das premissas se comprove verdadeira. E é isso que passaremos a analisar a partir de agora. O estudo a seguir é uma síntese de vários documentários e artigos impressos e digitais sobre o tema, cujos sites e livros estarão na nota de rodapé deste livro, nos quais eu busquei reunir o maior número de evidências da autenticidade do sudário e de refutações às contra-argumentações mais comuns.[1]



(Prova 1) – Existência histórica do sudário antes do século 14

Saiu então Pedro, e aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Ora, eles corriam ambos juntos, mas aquele outro discípulo correu mais do que Pedro, e levando-lhe a dianteira, chegou primeiro ao sepulcro. E tendo-se abaixado, viu os lençóis postos no chão, mas todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu postos no chão os lençóis, e o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas estava dobrado num lugar à parte. Então pois entrou também aquele discípulo, que havia chegado primeiro ao sepulcro: e viu, e creu (João 20:3-8)

O que, no relato do evangelista, viu o apóstolo, que o fez crer? O lençol que estivera sobre o corpo de Jesus. Convenhamos: você entra em um sepulcro, e vê que o Senhor já não se encontra mais por lá, e a única prova visível que você tem deste fato (que, aliás, foi exatamente o que lhes fez ver e crer) é o lençol que o envolveu enquanto se achava morto.

Ora, quem é que não apresentaria esta prova tão incontestável para os demais discípulos? Ainda mais sabendo que até os próprios apóstolos estavam bem incrédulos quanto a apenas testemunhos oculares (Mc.16:11-14), seria obviamente presumível que, desta vez, eles evidentemente apresentariam tal evidência da ressurreição de Jesus a todos os discípulos.

A pergunta que fica agora é: será que Deus iria preservar esta prova da ressurreição de Cristo ou será que permitiria a sua destruição? Será que algum descuido ou até mesmo incêndios poderiam destruí-lo? De fato, já tentaram queimá-lo mais de uma vez, mas ele permanece até os dias de hoje, como a maior relíquia que a humanidade já viu.

Como nos relata o historiador Wilson:

Seja qual for à maneira como se formou a imagem, temos direito a nos maravilhar antes esses 4.97 metros de tecido, que é o Sudário de Turim (...) Porque se nossa reconstrução (histórica) é exata, essa mortalha sobreviveu à perseguição contra os cristãos do primeiro século, às inundações e ao terremoto de Edesa, a iconoclastia bizantina, à destruição da Ordem dos Cavalheiros do Templo, sem contar com um primeiro ataque do fogo que a perfurou com triplos buracos; depois, do incêndio de 1532; e outra grave tentativa de destruição, também pelo fogo, em 1972. Ó, ironia da história! Cada um dos edifícios nos quais quis proteger este Sudário antes do século XV, desapareceram há tempo, miserável pelas transformações dos tempos. Em troca, esta frágil peça de tecido superou todos os perigos para chegar até nós quase intacta!

Embora em toda a história tenham sido feitas muitas tentativas de destruí-lo, ele continua de Pedro e João até os nossos dias, passando ao longo dos séculos pelos olhos dos observadores, provando que ele já existia muito antes do décimo quarto século.[2]

[Ano 30]

Os evangelhos relatam que o manto que envolveu Jesus se encontrava dobrado. O manto teria sido recolhido e custodiado pelos cristãos. O apóstolo Judas Tadeu leva o sudário (Mandylion) para a cidade de Edessa.

[Ano 57]

O sudário é escondido num riacho devido à perseguição aos cristãos em Edessa.

[Século II]

Existem registros de que em Edessa (atual Urfa - Turquia) existia uma imagem de tecido com o rosto de Jesus.

[Anos 306 – 337]

Durante as perseguições dos primeiros séculos, as comunidades cristãs guardavam cuidadosamente as relíquias dos mártires. Segundo Nino (306 a 337), a mulher de Pilatos teria entregado o sudário a Lucas (evangelista) e esse a Pedro (apóstolo), que o guardou.

[Ano 525]

Durante a restauração da Igreja da Santa Sofía, de Edessa se registra o descobrimento de uma imagem de Jesus chamada acheropita (não feita por mão humana) chamada Mandylion (lenço). Numerosos testemunhos a relacionam com o sudário, sobre tudo porque os pontos de coincidência entre os traços das cópias de Mandylion – que foi profusamente reproduzido – e o Lençol superam os 100.

[Ano 544]

Evagrio, em sua História Eclesiástica, nos conta que em 544 os edessenos venceram uma batalha contra as tropas persas que cercavam a cidade, depois de uma procissão do Mandylion pelas muralhas, quando o fogo tomou conta das armas inimigas e os persas tiveram de fugir.

[Século VI]

A partir dessa época (séc VI), a arte sacra começa a copiar a sagrada face em numerosos detalhes. Dois quadros hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e na Igreja de São Bartolomeu, em Genova, e ainda o Rosto Sagrado em Pescara, entre outros, já apresentam as mais fortes características de cópia do Mandylion (sudário).

[Ano 789]

No  segundo Concílio Ecumênico de Nicéia, em 789, Teodoro Estudita recorre textualmente ao sudário como argumento contra os iconoclastas. Além dele, outras testemunhas daquela época são: João Damasceno, André de Creta, Gregório II, o patriarca Nicéforo, João de Jerusalém, e outros.

[Século VII]

Do seu período na Turquia (Edessa), temos um interessante documento: o Codex Vossianus Latinus Q 69, conservado na biblioteca de Rijksuniversiteit de Leida (Países Baixos), um manuscrito do séc X, que contém uma narrativa do séc. VIII, proveniente da área siríaca, onde se lê que Jesus deixou a marca de todo o seu corpo num pano guardado na Igreja Grande de Edessa: Quem o contempla via o Senhor como quem o tenha visto na terra.

[Século VII – VIII]

O bispo francês Aroulf e João Damasceno falam de um sudário de linho em Constantinopla, pelos séculos VII e VIII.

[Ano 912 – 919]

Uma homilia atribuída ao imperador de Constantinopla, Constantino VII Porfirogênito (912-959), e o Narratio de Imagine Edessena (séc. X), dão a entender que não se tratava de pintura, e quando mostrado ao povo de Edessa era dobrado em oito camadas, de modo tal que aparecesse o rosto sem o corpo.

[Ano 944]

Os exércitos bizantinos, no curso de uma campanha contra o sultão árabe de Edessa, apoderam-se do Mandylion e o levam solenemente a Constantinopla em 16 de Agosto. O Mandylion era em realidade o sudário dobrado oito vezes de modo que se visse só o rosto. Existe também a descrição de Gregório, o Referendário, sobre a chegada do Mandylion a Constantinopla, como uma imagem impressa por gotas de suor e na qual se vê também o sangue que saiu do lado. Ou seja, o Mandylion é o santo sudário.

[Ano 1080]

Aleixo I Comnemo pede ajuda ao Imperador Henrique IV e a Roberto de Flandres para defender as relíquias reunidas em Constantinopla, especialmente o sudário.

[Ano 1147]

O rei Luis VII da França, durante sua visita a Constantinopla, visitou o sudário em Constantinopla.

[Ano 1150]

Diversas referências incertas sugerem a existência de um tecido em Constantinopla, nos séculos XII e XIII. Viajando, um inglês afirmou que viu tal pano de linho entre os tesouros imperiais em 1150. Cinco anos mais tarde o abade Benedicto Soermudarson testificou sua presença na catedral de Santa Sofía. Mais uma referência definida vem de Guillermo de Tiro, quem afirma que o Imperador Manuel Commenus mostrou ao rei Amalrico I de Jerusalém o sudário de Jesus, conservado no tesouro imperial. Outro visitante, Nicholas Mesarítes, mencionou ter visto em o tecido.

[Ano 1171]

Manuel I Comnemo mostra a Almarico, rei dos Latinos de Jerusalém, as relíquias da paixão de Nosso Senhor, entre as quais, o sudário.

[Ano 1202]

Um inventário de relíquias bizantinas refere-se claramente ao Mandylion.

[Ano 1204]

Robert de Clary, cronista da IV Cruzada, escreve que: Todas as Sextas-feiras a Síndone é exposta em Constantinopla (...) Ninguém jamais soube, nem grego nem francês, o que foi feito do sudário quando a cidade foi tomada. O lençol desaparece de Constantinopla e é provável que o temor às excomunhões que pesavam sobre os ladrões de relíquias tenha animado sua ocultação. Diversos historiadores supõem que a relíquia foi levada a Europa e conservada durante um século e meio pelos Templários. Após os cruzados saquearem Constantinopla, o sudário é furtado pela Ordem dos Cavaleiros Templários. 

[Ano 1206]

O sudário foi premiado como despojos de Constantinopla a Otto de La Roche, comandante das tropas do Marquês de Monteferrat. O capitão enviou o tecido a seu pai, que em 1206 o deu ao Bispo Amadeus de Besangon, que fez questão de exibir o Sudário na sua catedral todos os domingos, até 1349, quando um fogo destruiu o templo.

[Ano 1306]

Jacques de Molay, grão mestre da ordem, leva o sudário para a França.

[Ano 1307]

Templários são condenados como heréticos, dentre outras razões, devido ao culto secreto de uma “Sagrada Face”, que parece ser uma reprodução do sudário.

[Ano 1314]

Os Templários, uma ordem cavalheiresca de Cruzados, são condenados e dissolvidos. Foram acusados de realizar cultos secretos não cristãos. Um dos líderes templários era Geoffroy de Charny.

[Ano 1356]

Geoffroy de Charny, um cruzado homônimo do anterior, entrega o Sudário aos cônegos de Lirey, perto de Troyes, na França. Geoffroy explicou que possuía a relíquia durante três anos.

[Ano 1357]

Primeira exposição do Sudário na França.

Essas datas nos mostram claramente que o Sudário (ou “Mandylion”) não é uma falsificação da Idade Média a partir do décimo quarto século em diante, pois, doutra forma, não teríamos nenhuma menção histórica a ele antes desta data. Tais dados nos revelam que o sudário é de origem muito mais antiga do que a Idade Média e, portanto, não pode tratar-se de uma falsificação medieval.


(Prova 2) – Imagem em negativo

Em 1888, um famoso fotógrafo italiano, chamado Secondo Pia, conseguiu a permissão do rei da Itália para tirar aquilo que seria a primeira fotografia do sudário de Turim. Mas quando foi exposto para uma demonstração em público, veio a decepção: Pia descobriu que a imagem parecia ser extremamente tênue. Foi quando ele descobriu aquilo que viria a ser uma das provas mais fortes da veracidade do sudário: ao revelar as duas primeiras chapas em vidro, descobriu que a imagem do pano estava totalmente em negativo!

Ele se assombrou, pois essa foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia na história. Ou seja: ao ver a imagem em negativo, na verdade se está vendo o “positivo fotográfico” da imagem. Em negativo, as partes mais escuras ficaram claras e as claras escuras, assim como em um negativo de uma fotografia. Mas na Idade Média a fotografia era completamente desconhecida.

O sudário está em negativo, o que faz com que claros e escuros estejam invertidos em relação àquilo que normalmente veríamos. Isso significa que, se o sudário foi uma falsificação manufaturada em pleno século XIV – como dizem os céticos – o autor precisaria ter imaginado o conceito de fofografia 700 anos antes dela ter sido inventada!

Por isso, é simplesmente impossível que o sudário seja uma fraude. Como bem destacou o Dr. Donald Lynn:

Uma falsificação o santo sudário? Isso seria um super milagre![3]    

Portanto, não se trata de pintura, e as características identificáveis de um ser humano só podem ser visualizadas a três metros de distância, como se fosse o negativo de um filme. A fotografia só foi inventada no século XIX. 


(Prova 3) – Fibras extremamente complexas

Kevin Moran, Engenheiro óptico da NASA, que analisou cuidadosamente o sudário, acrescenta que a imagem do Sudário é feita de fibras extremamente minúsculas, um décimo do tamanho de um fio de cabelo, e os elementos da figura são distribuídos aleatoriamente, como os pontos de uma foto de jornal ou revista. Para isso, seria necessário um laser atômico increvelmente preciso, e esta tecnologia era inexistente em pleno século 14 d.C.

As manchas do tecido são incrivelmente sutis e complexas. A análise microscópica das fibras mostra que a imagem está contida apenas na camada de carbo-hidratos. Uma fibra estava manchada enquanto outra, bem ao lado, não. No entanto, cada fibra tem um décimo do diâmetro do cabelo humano, e em alguns momentos a imagem só penetrava a cerca de 50 micrômetros da fibra!

Um método para aplicação de tintura, com tão pouca profundidade assim, é completamente desconhecido. Quanto mais na era medieval! Ora, não existe técnica de pintura, disponível nos séculos XIII e XIV, que permita uma precisão de aplicação de tintas à escala no nanômetro. Isso nos leva a conclusão óbvia de que o sudário de Turim não é uma falsificação medieval.


(Prova 4) – Imagem Tridimensional

John Jackson e Eric Humper, que eram dois oficiais da Força Aérea dos Estados Unidos, analisaram o sudário e perceberam um detalhe impressionante:  a figura ali impressa era tridimensional, de forma que era possível conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição da tridimensionalidade, foi utilizado um aparelho VP-8, tomando uma fotografia do sudário e a colocando no aparelho. E eles se espantaram com o fato de que se formou uma imagem tridimensional, que parecia emergir gradativamente do pano como na ressurreição.

Em relação ao efeito tridimensional da figura do corpo, só capaz de ser identificado em equipamentos ultramodernos, os céticos de plantão apenas são capazes de dizer que os falsificadores da Idade Média eram homens super astutos e que pensaram em todas as possibilidades para que não fossem pegos em sua fraude. Mas se esquecem de dizer que os falsificadores eram também homens com dons proféticos, pois certamente sabiam que no ano de 1978 haveria uma máquina capaz de identificar a forma tridimensional da figura estampada no linho.

O tratamento da imagem do computador produziu uma forma tridimensional proporcionada e sem distorções, o que jamais ocorre em caso de pintura e fotografia. A imagem não poderia ter sido formada por um processo tridimensional que ainda era desconhecido na Idade Média. Ela não exibe qualquer evidência de que tenha sido feita por mãos humanas, e é simplesmente impossível que tenha sido uma pintura.

Digno de nota é que os céticos fizeram o mesmo com uma inifidade de imagens de pinturas dos mais diversos gêneros e dos maiores gênios expressionistas, repetindo-os à exaustão para encontrar algum exemplo similar e nular essa prova conclusiva a favor da autenticidade do sudário. O que foi constatado, porém, serviu mais uma vez para refutar suas teorias de conspiração em cima do sudário, pois em nenhum caso o efeito obtido com a imagem do sudário pôde ser repetido!  

Ao associarmos as partes claras uma distancia menor e as partes escuras uma distancia maior é possível ver o relevo de um corpo humano de forma perfeita. Nunca alguma outra imagem apresentou isso. A própria equipe do STURP que analisou o Sudário admitiu confessou: A definição da imagem por computador e as análises pelo analisador de imagem VP-8 revelaram que a imagem tem codificada, em si, informação tridimensional, uma característica sem paralelo em nenhum outro artefato submetido a análise científica até o dia de hoje.


(Prova 5) – Grãos de pólen da Palestina

Em 1973, o sudário foi trazido para um breve exame nos Estados Unidos para ser examinado por um grupo de cientistas europeus. Entre os cientistas que o examinaram estava Max Frei, um criminologista suíço, que foi durante 25 anos diretor do serviço científico da Polícia de Zurique, além de botânico, e, por fé, cristão evangélico, um dos mais respeitados especialistas do mundo em análise de pó e pólen. Dr. Frei encontrou no Sudário grãos de pólen que vieram da Palestina ou arredores no Oriente Médio.

Se o sudário fosse manufaturado na França, no tempo da Idade Média, como dizem os céticos, então é claro que só deveríamos encontrar pó e polens franceses e italianos no tecido. Como naquela época não havia como averiguar a procedência dos pólens com a teclonogia que somente temos hoje, não seria preciso importar pólens, bastaria usar qualquer lenço daquela época que seria suficiente para “enganar” os cristãos. Mas o que o Dr. Max Frei encontrou foi um verdadeiro golpe de morte na teoria conspiracionista: ele encontrou 58 polens específicos, sete dos quais eram originários da Europa, e o restante, da Palestina e do sul da Turquia, da localidade de Edessa.

Ele identificou esporos de bactérios e plantas que não tem flores (como musgos e fungos), partícular minerais, fibras de plantas, fragmentos de cabelos e grãos do pólen de plantas floridas. E compreendeu que:

Identificando os polens, identifica as plantas;
Identificando as plantas, identifica os lugares e as épocas.

Sua pesquisa demonstrou que o pólen mais frequente no sudário é o mesmo pólen fóssil abundante nos sedimentos do lago de Genesaré e do mar Morto, depositados há dois mil anos. Das 58 espécies de pólen no sudário, temos:

38 da Palestina, muitas delas de Jerusalém e arredores, das quais 13 são halófilos exclusivos do Negueb e da região do Mar Morto.
2 exclusivas de Urfa (Edessa).
1 exclusiva de Istambul (Constantinopla).
17 da França e Itália.

Isto confirma claramente o roteiro e as datas do sudário (ver prova 1).

Alan Whanger, professor da Duke University Medical Center de Durham, nos Estados Unidos, identificou 28 flores que florescem entre Março e Abri na Palestina, com uma técnica de sobreposição de luz polarizada. Frei encontrou polens de vinco e cinco delas. O detalhe interessante é que o Dr. Max Frei iniciou suas investigações no sudário com ceticismo. Ele não é católico e nem cria que o sudário fosse autêntico. O examinou apenas cientificamente. Mas, depois que concluiu sua análise, em 8 de Março de 1976, admitiu:

A presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde já, mesmo antes de chegarmos à identificação completa de todos os fósseis e microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o santo sudário não é uma falsificação

Segundo Frei, ainda se pode concluir:

Que podemos ter certeza que o Sudário foi exposto ao ar livre na Palestina e na Turquia.

Que a abundância de pólen provenientes da zona do rosto, pode indicar uma exposição maior dessa área, o que nos leva ao Mandylion de Edessa.

O interessante é que os polens encontrados no sudário são exatamente dos mesmos lugares por onde ele passou historicamente, como vimos na prova 1. Se o sudário fosse uma falsificação medieval não encontraríamos nada disso. Isso prova efetivamente que o sudário ou Mandylion que atravessou os séculos em todo o curso que vimos anteriormente, desde o século I, é precisamente o mesmo que temos hoje – não é uma fraude da Idade Média.


(Prova 6) – Algodão inexistente na Europa

Gilbert Raes, professor do Instituto Ghent de Tecnologia Têxtil da Bélgica, examinou fios retirados do sudário com um grupo de cientistas italianos em 1973. Ele concluiu que:

O tecido do Sudário é composto de fios de linho com traços de fibra de algodão do tipo Gossypium herbaceum que muito cultivado no I século no oriente médio não existe na Europa.

Havia vestígios de algodão entre as fibras de linho, de onde se conclui que o pano foi tecido num tear também usado para algodão. O algodão cresce em terras do Oriente Médio, mas não na Europa.

• A textura do linho era de um tipo comum no Oriente Médio no primeiro século da nossa era.

Silvio Curto, professor Adjunto de Egiptologia da Universidade de Turim e membro daquela mesma comissão de cientistas que examinaram o sudário naquela ocasião teve a mesma constatação e concluiu: A fabricação do sudário pode remontar ao tempo de Cristo. Kenneth Stevens, engenheiro relator do STURP, completou:

Se o sudário fosse uma fraude, o falsificador europeu teria de enfrentar a enorme dificuldade de procurar um tecido fabricado no Oriente Médio, e esse tecido contivesse vestígios microscópicos de algodão na textura, e células de polens provenientes de plantas não europeias

Mechthild Flury-Lemberg, especialista suíça em restauro de tecidos, estudou o sudário e afirmou que a trama dele é similar à encontrada em tecidos de  40 a 70 d.C, recuperados em Madasa, que sucumbiu na guerra eentre Jerusaém e Roma em 70 d.C.
 

(Prova 7) – Sangue verdadeiro

Os responsáveis pelos estudos de sangue no sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o mais perfeccionista dos pintores plásticos seria capaz de utilizar pelo menos 5 litros de sangue humano e, à pinceladas, constituir a imagem que é vista no sudário.

Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido este absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Isto seria impossível de conseguir se fosse uma fraude.

No sudário são muito evidentes algumas zonas com manchas de sangue. Em 1978 foram tiradas amostras dessas zonas, com fitas adesivas, pelo Dr. Pierre Luigi Baima-Bollone e Raymond Rogers, do grupo norte-americano da STURP. Rogers deu algumas dessas fitas a Walter McCrone e à equipe formada pelo Dr. John H. Heller e Alan Adler, de Connecticut. Os resultados divergiram. Na Itália, o Dr. Bollone informou que o sangue era humano do tipo AB.

Nos Estados Unidos, McCrone informou que as manchas não eram de sangue, e sim de pigmentos terrosos ocre-avermelhados, concluindo que as manchas no pano eram pigmentos feitos por um artista. McCrone publicou essas conclusões no Microscope Journal, em 1981, depois publicou um livro, e até hoje mantém um site na web para atacar o sudário.

No entanto, ainda nos Estados Unidos, os Drs Adler e Heller concluíram que as manchas eram de sangue verdadeiro, de tal modo que o judeu Adler declarou: É tão certo que existe sangue no sudário como em nossas veias. Assim como seu colega italiano Bollone, Adler constatou ainda que as manchas são de cor vermelho vivo, aparentemente estranha para amostras de sangue antigo, mas explicado pela grande quantidade de bilirrubina, sinal de que a pessoa da qual o sangue provém esteve fortemente traumatizada pouco antes da morte.

O Dr. Leoncio Garza-Valdes, em posse das amostras de sangue da região occipital da imagem dorsal do sudário, extraídas por Riggi em 1988, na mesma ocasião das amostras dos testes radiocarbono, não só constatou o sangue humano, identificando-o como do sexo masculino do tipo AB, como também fez uma análise de DNA, clonando-o. O estranho é que as conclusões errôneas de McCrone sejam ainda amplamente divulgadas.

O sudário de Turim apresenta sangue que corresponde ao grupo AB, que é o mais frequente entre os hebreus. Este “falsificador”, além de ser um fraudulento, ainda era um gênio, pois adivinhou exatamente o sangue corrente entre os hebreus do primeiro século como, talvez, uma maneira de enganar os cientistas do século XX!

Ademais, segundo legistas, todas as feridas visíveis no sudário foram produzidas em vida, com exceção da lançada no flanco direito, que chegou a aurícula direita do coração. E sobre uma entrevista ao Fantástico, em que um “cientista” diz que o sudário de Turim é uma “farsa”, o Dr. Humberto Rezende, presidente do Centro Sindonológico do Brasil, comenta nas seguintes palavras:

Sobre a reportagem do Fantástico devemos informar que aquele indivíduo não esta autorizado a falar sobre o sudário nem representa o Centro Sindonológico de Turim nem o de Roma nem o do Brasil e que, sobre a afirmação de que o sudário foi pintado no ano 300 por um artista que utilizou tinta misturada com sangue humano é um absurdo. Isso demonstra que o dito cientista nunca foi pintor e nem é médico. Se fosse pintor saberia que tinta não tem albumina e que sangue logo depois de retirado do corpo coagula e se misturarmos sangue com tinta a pintura fica com grumos e não fica linear e simétrica como encontramos no sudário. E, também, que podemos encontrar ferro no sangue humano e até oxido de ferro em tinta, mas que a proporção é completamente diferente. Se este pintor pintou o sudário com todas as marcas que estava nos evangelhos com perfeição anatômica com física e química corretas e com as características de Jesus de Nazaré, por que usaria um ato macabro para executar a obra? E se ele tinha tanto conhecimento e era tão famoso porque não sabemos o seu nome?

A hipótese de alguém fazer uma pintura usando sangue humano também foi descartada, pois o exame de espectrometria de frequência da imagem digitalizada do sudário revelou a total ausência dos picos que seriam causados por uma produção humana. E mais: o linho possui diversas camadas de fibras, e o estudo do sangue existente nessas fibras comprova ter sido este absorvido por contato, pois apenas as camadas mais superficiais estão impregnadas, algo que não ocorreria em caso de fraude.

A equipe do STURP descobriu que a imagem só existia na superfície dos fios de linho. Quando qualquer líquido, como o sangue ou tinta, é aplicado ao tecido, ele sempre penetra nas fibras. É o processo conhecido como “ação capilar”. Como a imagem só abrange as fibras superiores, os cientistas concluíram que ela foi queimada no tecido. O sudário impressionantemente não é fruto de fraude, pintura ou sangue inserido por algum falsificador medieval.

Uma lista dos testes que confirmaram a presença de sangue integral no santo sudário é dada a seguir:

Ferro elevado nas áreas de sangue, confirmado pelo Raio X com fluorescência.
Espectros de reflexos indicativos.
Espectros de transmissão microespectrofotométrica indicativos.
Reação química característica de fluorescência da porfirina.
Testes hemocromogênicos positivos.
Testes de cianometemoglobina positivo.
Detecção positiva de pigmentos de bile.
Demonstração positiva de proteína.
Indicação positiva de albumina.
Teste de protease sem deixar resíduos.
Teste imunológico positivo para albumina humana.
Aparecimento microscópio quando comparado com controles adequados.
Análises forense de evidência de vários ferimentos e marcas de sangue.

Como já mencionado, o sangue é do tipo AB, o mais corrente entre os judeus do primeiro século.


(Prova 8) – Sangue venenoso e sangue artificial
 
Além da confirmação do sangue no sudário, as marcas de sangue estão em perfeita correspondência com a anatomia, isto é, sangue arterial e sangue venoso nos seus respectivos lugares. Como se sabe, a medicina só descobriu a diferença dos dois fluxos sangüíneos no final de 1500. É impossível separar artificialmente, com um pincel, por exemplo, o sangue de uma fase mais densa de uma mais líquida, como está no sudário.

Pelos fenômenos de coagulação que se observa em numerosos filetes de sangue no sudário, o médico americano Gilbert Lavoie deduziu que até pouco antes da morte escorria sangue das feridas, e que o corpo foi envolvido no lençol até duas horas e meia depois da morte. Não se nota também nenhum sinal de putrefação do corpo envolvido pelo sudário. A conclusão lógica é de que a imagem não foi pintada no tecido por qualquer método convencional.


(Prova 9) – Poeira mineral

Em 1978, Giovani Riggi, especialista em aparelhos biológicos, aspirou pó do sudário e constatou que a constituição elementar do material colhido era análoga à que se encontra em tecidos funerários egípcios. Nas fotografias ampliadas tiradas em 1978, notava-se um aspecto sujo na região dos calcanhares. Se deduz que o homem do sudário provavelmente caminhou descalço pela rua. O cristalógrafo da Hercules Aerospace  Division, Joseph Kohlbeck, identificou essas partículas minerais como aragonita com pequenas quantidades de estrôncio e ferro, que é uma composição rara.

Confrontou-se com amostras de carbonato de cálcio tiradas de um túmulo de Jerusalém. Além de se descobrir que se trata do mesmo tipo de aragonita, uma análise química feita na Universidade de Chicago, feita por Ricardo Levisetti, detectou que as duas amostras tem as suas características extraordinariamente semelhantes, o que torna altamente provável que a aragonita do Sudário seja proveniente de Jerusalém.


(Prova 10) – Moedas

Ao se analisar a figura tridimensional do sudário, se notou um inchaço circular nas regiões oculares. Três cientistas da NASA, com poderosos amplificadores microscópicos, puderam detectar a presença de duas pequenas moedas, uma sobre a pálpebra do crucificado e outra mais abaixo. Um costume romano do primeiro século era manter os olhos dos mortos fechados com moedas.

Com um estudo aprofundado e o auxílio da mais alta tecnologia, pode-se afirmar serem as moedas dos anos de 26 a 36, cunhadas por Poncius Pilatos em homenagem à sua mãe. Este fato comprova a história de Cristo e ajuda profundamente a situar o santo sudário na época correta. Estudos realizados por Mario Moroni confirmam a existência destas moedas no tempo de Pilatos. As moedas são:

Dileptus lituus, que tem impressa a figura de um cajado curvado na parte superior, que Pilatos mandou cunhar no ano 29 d.C.

Simpulum, do mesmo ano que anterior. Essa moeda se encontra no olho direito, mais propriamente sobre a pálpebra, e se vê claramente as letras Y CAI, do grego TIBEPIOY KAICAROC, Tibério César, que nas moedas também se encontra escrito com C ou X no lugar do K.

Elas também confirmam as datas dos evangelhos: Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judeia (Lc.3:1). Como um falsificador iria conseguir encontrar moedas da época de Pilatos nenhum cético responde. Aliás, ele nem ao menos saberia que os romanos tinham esse costume, visto que essa é uma descoberta arqueológica recente. E, mesmo que soubesse, seria totalmente desnecessário tais moedas se ele quisesse enganar os incautos com uma simples pintura que só seria capaz de demonstrar a existência das moedas com poderosos amplificadores da tecnologia moderna. É simplesmente ridículo pensar que o sudário seja obra de um falsificador!


(Prova 11) – Presença de soro humano

A análise feita através de fotografias com luz ultravioleta fluorescente revelou que ao redor das manchas de sangue presentes no sudário há uma forte presença do soro que é formado pelo corpo humano em casos de tortura, como a que foi submetido Jesus nos evangelhos. Como sabemos, o apóstolo João disse que da ferida de Jesus saiu sangue e água (Jo.19:34). A equipe do PPST (Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), após analisar cuidadosamente o manto, concluiu:

Assim, a resposta para a pergunta de como a imagem foi produzida ou o que produziu a imagem permanece um mistério. Podemos concluir, por ora, que a imagem do sudário é a real forma humana de um homem açoitado e crucificado. Não é o produto de um artista. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina e também foram positivadas em teste para albumina de soro

O fato de haver soro (invisível a olho nu) ao redor das manchas de sangue no sudário, por exemplo, era algo que não poderia ter sido produzido por nenhum falsificador. Ocorre que, sob tortura, as paredes dos glóbulos vermelhos do sangue se rompem, liberando bilirrubina, presente nessas áreas do tecido. Como explicar isso? Assim como concluiu o Dr. Barriem Schwortz, membro da equipe PPST, seria um absurdo imaginar que um falsificador da Idade Média esconderia manchas invisíveis no tecido para que os cientistas, 700 anos depois, a encontrassem utilizando equipamentos que ele nunca poderia sonhar existiriam.

Nas palavras do Dr. Barriem Schwortz:

Nenhum artista medieval poderia ter previsto a invenção da fotografia com florescência ultra-violeta e pensado: ‘Bom, eu vou esconder as manchas de soro, e daqui a 700 anos eles vão encontrar’... Ora, me poupe!


(Prova 12) – Nenhum vestígio de pintura

A imagem do sudário, comprovadamente e acima de dúvidas, não é uma pintura. Não há vestígios de pigmentos ou tintura de nenhuma espécie nele, além de a imagem não apresentar sentidos de direção.  A equipe do “Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim”, o PPST, num esforço para avaliar o sudário sistematicamente e segundo a metodologia científica avançada, tiraram as seguintes conclusões:

Não foram encontradas pinturas, tinturas ou manchas nas fibras. Radiografia, fluorescência e microquímica aplicadas às fibras excluíram a possibilidade de pintura como método de criação da imagem. Avaliação por raios ultravioleta e infravermelhos confirmaram estes estudos

Em seu livro: “A Verdade sobre o Sudário”, Kenneth Stevenson, relator da STURP, afirma:

As análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude. De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura

Ademais, uma análise do espectro de frequências da figura digitalizada do sudário não mostra a existência de picos que demonstrariam a ação de um pintor. Outro fator importante é o que concluiu o Dr. Barriem Schwortz:

Quando se olha de frente para o sudário, tanto a imagem quanto o sangue são vistos claramente; mas, quando os raios de luz vem por trás do sudário, o sangue fica visível, mas a imagem, não! Isso significa que a imagem não pode ser uma pintura, pois, se assim fosse, haveria então uma densidade de tinta no sudário que apareceria na foto com a luz focalizada

Por tudo isso, é ignorância crer que o sudário de Turim é fruto de falsificação medieval.


(Prova 13) – Crucificação pelos pulsos

Na minha particular opinião, essa é a maior prova de que o sudário não é uma falsificação medieval. Na figura do sudário, são bem visíveis os antebraços e as mãos, cruzadas sobre o abdômem, esquerda sobre a direita. No pulso mais visível, o esquerdo, há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente oculta pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também este pulso tem uma ferida semelhante: ferimentos esses que se encaixam perfeitamente com as lesões que seriam provocadas por grandes cravos.

Os dedos, bem visíveis, estão alongados. Nota-se que os polegares não aparecem na imagem, o que é particularmente interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por cravos atravessando os pulsos na altura do espaço de Destot obrigaria os polegares a se contraírem e se oporem às palmas das mãos.

Aqui vemos duas coisas bem interessantes. A primeira, é que os ferimentos nos pulsos, atribuídos à crucificação, são consistentes com o que se sabe sobre este procedimento de execução. No entanto, em toda a iconografia religiosa da Idade Média, Cristo aparece sempre pregado pelas palmas das mãos, o que era a ideia aceita na altura. Ora, se o sudário fosse uma falsificação medieval, seria esta a disposição das feridas, uma vez que os detalhes corretos da crucificação eram desconhecidos então.

Os pregos não foram fixados no meio das mãos, como se pensa, mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas como “espaço de Destot". Se o traspassamento tivesse ocorrido no meio das mãos, estas teriam se rasgado com o peso do corpo. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás.

No “espaço de Destot”, a introdução dos pregos assegurava uma fixação firme à cruz. O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das conseqüências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a reproduzi-las na mortalha? Na Idade Média ninguém imaginava que os pulsos, e não as mãos dos crucificados, é que eram pregados. O mito que se formou em torno disso (das mãos) na idade medieval é tão grande que até hoje a grande maioria do povo comum pensa que Jesus foi crucificado pelas palmas das mãos.

O evangelho, contudo, não diz que Jesus foi crucificado pela palma das mãos. Quando Jesus se dirige a Tomé e lhe diz que olhe as suas mãos, não quer dizer que exclua os punhos, os quais, como se sabe, fazem parte das mãos (carpo). Por outro lado, a palavra hebraica yad, usada na profecia messiânica – trespassaram-lhe as mãos e os pés (Sl.22:16) – era usada com grande variedade de aplicações, chegando a designar o antebraço e até mesmo o cotovelo.

Na Idade Média, devido a problemas de origem linguística no evangelho, acreditava-se que Cristo tivesse sido crucificado pelas palmas das mãos. Sabe- se hoje pela anatomia que as pessoas eram crucificadas com o prego passando pelo espaço de Destot e quando isso ocorre o polegar encolhe, exatamente conforme está no sudário. Esse conhecimento de anatomia não existia na Idade Média. Tais características são mais evidências em favor da autenticidade, pois um falsificador jamais iria contrariar algum detalhe popularmente aceito como certo. Nas imagens de Jesus, ele era sempre retratado como ferido nas mãos, e não nos pulsos!

Em segundo lugar, a possibilidade de uma ferida perióssea dolorosa foi grande, bem como a lesão de vasos arteriais tributários da artéria radial ou cubital. O cravo penetrado destruía o nervo sensorial motor, ou comprometia o nervo médio, radial ou o nervo cubital. A afecção de qualquer destes nervos produziu tremendas descargas de dor em ambos os braços. O empalamento de vários ligamentos provocou fortes contrações nas mãos. Na figura do sudário, estes estão dobrados para o interior das mãos.

Nas mãos dos sudário percebe-se claramente a marca do cravo no pulso, e as duas direções do fluxo de sangue nos braços devidas às diferentes posições do corpo na cruz. Os polegares não aparecem, pois estão encolhidos. Durante muito tempo, uma observação atenta do lençol teria levado à conclusão de que o homem do sudário tinha apenas quatro dedos: não se descobriam sinais do polegar.

Foi um cirurgião de Paris, o Dr. Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes, feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do homem do sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da mão.

Essas são evidências incontestáveis em favor da autencidade do sudário de Turim, pois um falsificador iria retratar Jesus crucificado pelas mãos, como era bem difundido em sua época, e não nos pulsos tais como a ciência moderna tratou de provar. A não ser que o “falsificador” tivesse dons proféticos, é inconcebível que retratasse Cristo desta forma e mais inconcebível ainda saber exatamente o que acontece como resultado disso, isto é, as contrações nas mãos.

Tais conhecimentos não existiam na Idade Média e nem mesmo o maior gênio medieval seria capaz de navegar em uma “máquina do tempo”, voltar e retratar a crucificação exatamente como ela realmente ocorreu, contrariando todos os conhecimentos da época medieval, e tudo isso enganar os cientistas do século XXI!


(Prova 14) – Provas lógicas e outras evidências

O Homem do Sudário foi coroado com uma espécie de chapéu completo feito de espinhos. Todas as imagens da Idade Média retratavam a coroa de espinhos em forma de aro. Se o sudário de Turim fosse uma falsificação medieval, certamente seria representado conforme o conhecimento daquela época, e não algo que vai na direção oposta.

As feridas do homem do sudário são perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no primeiro século. Outros detalhes que o sudário revela (que veremos mais adiante) ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios poderia conceber, na Idade Média.

Além disso, as marcas de pregos estão localizadas nos pulsos e não nas palmas das mãos, como nas imagens clássicas.

A crueldade mostrada no sudário excede em muito as versões artísticas da Paixão de Cristo. Por que um falsificador mostraria mais do que as pessoas esperavam ver? Por que contrariaria totalmente a visão clássica de sua própria época?

Como resultado da crucificação pelo pulso, acontece o fenômeno da contração nas mãos, algo natural em tais circunstâncias. Tal conhecimento não existia em pleno século XIV, mas foi descoberto com a utilização da ciência moderna. Se o linho fosse uma fraude, isso não ocorreria com o homem do sudário.

No primeiros séculos Jesus Cristo era representado em imagens de várias formas. Havia duas predominantes, uma com cabelo curto e sem barba, e outra com cabelos longos e barba. A partir do século VI aconteceu algo que fez com que somente a imagem de Jesus com barba continuase sendo usada. Isso seria exatamente logo após a descoberta do sudário em Edessa, que influenciou as imagens.

Dois quadros hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e na Igreja de São Bartolomeu, em Genova e ainda o Rosto Sagrado em Pescara, entre outros, já apresentam as mais fortes características de cópia do sudário:

3 mexas de cabelo na testa
um dos supercílios mais alto que o outro
um “V” acima do nariz
barba bipartida
cabelo longe da face
face inchada
uma risca transversal na testa
uma sobrancelha direita erguida
narina esquerda inflamada
uma linha saliente entre o nariz e o lábio superior
uma linha grossa sob o lábio inferior
uma linha transversal na garganta

Tais fatos que conferem exatamente com o sudário de Turim nos mostram que ele já existia pelo menos desde o século VI e VII, e, portanto, não é uma fraude criada no século XIV.

A imagem não apresenta contornos nítidos nem linhas que seguem direções, como ocorre com todo desenho, pintura ou frontagem.

Apesar de o linho ser fino a imagem é superficial e não aparece do outro lado do pano, ao contrario do que aconteceria com uma pintura, compressão ou frontagem.

10º A imagem não apresenta deformações que seriam inevitáveis se o lençol tivesse sido comprimido sobre um cadáver (nesse caso, devido à tridimensionalidade do corpo, partes como o nariz, por exemplo produziriam uma impressão bem mais larga que o normal).

11º A imagem dorsal não é mais intensa nem mais profunda do que a frontal, o que seria de se esperar no caso de uma impressão por contato; ambas têm características idênticas, como se, no instante da formação da figura, o corpo, deitado, apresentasse peso zero.

12º O tratamento da imagem por computador produziu uma forma tridimensional proporcionada e sem distorções, o que jamais ocorre em casos de pintura ou fotografia.

13º Conforme divulgaram os cientistas do STURP, a imagem do sudário foi formada através de um tipo de radiação luminosa, com uma dosagem na medida exata para ser registrada de forma tridimensional no tecido, tanto de um lado como do outro, como o negativo de uma foto. Se essa radiação fosse um pouco maior, a imagem seria queimada, impedindo a identificação de qualquer detalhe; se fosse menor, a imagem não apareceria. O mesmo ocorreria se o tempo de exposição do tecido à radiação variasse em milésimos de segundo!

14º Um falsificador teria antes que saber o que era o negativo de uma fotografia e tantos pormenores circunstanciais que nenhum falsificador precisaria criar para convencer toda a gente da sua autenticidade, de forma alguma, tanto mais quando só recentemente se poderia averiguar tal autenticidade. Nenhum falsário precisaria esconder o soro para ser descoberto 700 anos depois por radiação ultra-violeta, bem como não teria a mínima necessidade de criar (de alguma maneira que não se sabe como) a imagem de forma de futuramente aparecesse em efeito tridimensional, e tudo isso para enganar as pessoas da Idade Média que não teriam como averiguar nada disso!

15º Ele também de forma alguma precisaria “importar” grãos de pólen da Palestina e de Edessa direto para a França, esperando parecer legítima ao povo de sua época, que de forma nenhuma poderia de qualquer maneira descobrir se os grãos eram da França ou da Palestina. As pessoas nem mesmo conseguiriam ver os algodões, quanto mais descobrirem de onde que ele era! Muito menos ele precisaria colocar moedas nas pálpebras para enganar o povo que nem ao menos sonharia em descobrir isso um dia por poderosos amplificadores microscópicos!

16º No sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo, demonstrando que um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro. Isso contraria a visão clássica de que Jesus foi teve um prego em cada pé, como era aceito na Idade Média. Desde o terceiro e quarto século d.C já era relatado que Jesus teria sido crucificado com um prego em cada pé. Cipriano, por exemplo, fala em plural dos pregos que transpassavam os pés.

Ambrósio, Agostinho e outros mencionam expressamente os quatro pregos que se empregaram para crucificar Jesus. Se o sudário fosse obra de um falsário, ele jamais teria contrariado todos os conhecimentos da sua época e a própria tradição que acreditava que Jesus tivesse sido crucificado com um prego em cada pé. Tal fato nos mostra claramente que o Sudário de Turim logicamente não foi uma falsificação medieval.


(Prova 14) – Conclusões do STURP

A equipe americana do STURP (Shoud of Turin Research Project), após três anos e cerca de cem mil horas de pesquisa, apontou as seguintes conclusões:

Havia sangue humano no sudário;
As gotículas de tinta ocre seriam resultado de contaminação;
A habilidade e equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e foi guardado;
As marcas do sudário são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem. Existe a imagem de frente e de dorso;
A figura do sudário, ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados tridimensionais;
Não existe ainda explicação científica de como as imagens do sudário foram feitas;
O sudário apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos evangelhos.

Tais conclusões tiradas pelo STURP são muito mais favoráveis a legitimidade do Sudário do que da falsidade deste.


(Prova 15) – Perfeição do sudário

De acordo com este mesmo grupo que analisou o manto, nenhum método químico ou físico conhecido pode responder pela totalidade da imagem, nem o pode qualquer combinação de circunstâncias físicas, químicas, biológicas ou médicas adequadamente. Isso torna altamente improvável que algum falsificador medieval falsificasse a imagem, seja de que método for. Uma avaliação subsequente das imagens em 1902 DC por Yves Delage, professor de anatomia comparativa na Sorbonne, avaliou a imagem do corpo e posição das feridas tão anatomicamente precisas, que seria virtualmente impossível a um artista criá-las.

O fato é que ninguém pode reproduzir a imagem do chamado sudário de Turim. A produção daquela imagem seria algo absolutamente impossível para qualquer falsificador ou artista da Idade Média. Recentemente, porém, Luigi Garlaschelli, um professor de Química (patrocinado por um grupo de ateus), tentou fazer uma “cópia” do sudário e a sua “criação” foi exposta na internet em todos os sites ateístas a fim de caracterizar o sudário como uma “fraude”.

Contudo, mesmo em pleno conhecimento do século XXI, nem assim a sua obra ficou digna de qualquer crédito, passando muito, muito longe do original. Diversos cientistas altamente qualificados desmontaram com um peteleco a burlesca obra. Por exemplo, o presidente do Centro Mexicano de Sindonologia, Adolfo Orozco, especializado no Sudário de Turim, qualificou a ação de truque para atacar o sudário e mostrou furos técnicos que desqualificam o experimento.

O Dr. Orozco explicou que no sudário o sangue ficou impresso no pano em primeiro lugar, e só depois ficou gravada a imagem e não o contrario como fez o suposto ‘reprodutor’. Além do mais, acrescentou o Dr. Orozco, como foi largamente comprovado pela comunidade científica, a imagem do sudário não se formou por contato. Há partes do tecido que tem imagem e nunca estiveram em contato com o corpo. Entretanto, a primitiva tentativa trabalhou esfregando um pano sobre um corpo.

Acresce que as análises médicas, segundo o Dr. Orozco, demonstraram que os coágulos não foram semeados, mas são clinica e patologicamente corretos com detalhes desconhecidos no século XIV. O especialista sublinhou o lado ridículo dos imitadores pretendendo reproduzir as queimaduras do incêndio de 1532 e as marcas deixadas pela água que nada têm a ver com a imagem original. Ainda constata-se que as “imagens” agora fabricadas não têm as propriedades tridimensionais típicas do sudário. Esta ausência desqualifica inteiramente qualquer tentativa de reprodução.

Para o Dr. de la Piedra, a recente imitação é melhor que a cópia que fez McCrone ou que a horrorosa tentativa de Joe Nickell; ou a de Picknett-Prince e sua suposta fotografia medieval de Leonardo Da Vinci; ou que a fantasiosa foto-experimental do sul-africano Nicholas Allen. Contudo, ainda assim a tentativa de reprodução de Garlaschelli é parecida apenas no aspecto visível, exterior. No mais, em todos os outros aspectos que fazem do sudário uma relíquia incomparável, nem mesmo a ciência chega perto dos “detalhes”.

Para o especialista, uma amostra parecida com a de Garlaschelli não resiste às conclusões multidisciplinares tiradas ao longo de mais de 100 anos por cientistas de todos os credos e especialidades. À luz desta tentativa falha, De la Piedra conclui que podemos afirmar com alto grau de certeza, que o sudário de Turim continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável. Esta é a verdade interna do sudário. O especialista estadunidense John Jackson do Turin Shroud Center de Colorado também observou:

As propriedades tridimensionais da imagem (…) a presença de sangue humano com índices altíssimos de bilirrubina, o pólen de mais de 77 plantas que marcam o percurso histórico do sudário até quase o século I de nossa era e, entre outros, o mecanismo de transferência da imagem de um crucificado com todas as feridas descritas nos evangelhos a um pano

Infelizmente, o nosso pseudo-imitador não chegou nem perto de nada disso.

O Dr. Jackson criticou a falta de técnica de Garlaschelli e explicou que o sangue do sudário não é sangue inteiro, mas já separado do soro, proveniente de verdadeiras feridas. Além do mais, o sangue que há neles é próprio de um fluxo post mortem, e não de sangramentos em vida como é no caso do sudário de Turim. Tal fato é tão impossível para reprodução de um falsário que nem mesmo o nosso professor Garlaschelli tentou imitar!

Jackson observou que do ponto de vista da tridimensionalidade, a imagem agora feita aparece bastante grotesca. As mãos estão incrustadas no corpo e as pernas estão em posição pouco natural. Jackson também observou que segundo a prática científica séria os resultados de Garlaschelli deveriam ter sido compulsados por outros cientistas antes da publicação. É o que se chama “peer-review” ou “revisão do trabalho por pares”.

Porém, Garlaschelli parece ter temido a crítica e fugiu dela. O autor recebeu 2.500 euros da União de Ateus Agnósticos Racionalistas para semelhante serviço. A cifra por si só fala contra a hipótese de um trabalho científico de vulto e muito mais parece uma gorjeta em pago de uma zombaria anticristã. Essa totalmente vergonhosa e deplorável tentativa frustrada de imitar o verdadeiro sudário de Turim serve ainda mais para reforçar o caráter irreproduzível e inimitável da relíquia, que nem mesmo nos dias de hoje é capaz de ser reproduzida, quanto menos em plena era medieval com o limitado conhecimento da época!

O especialista peruano Rafael de la Piedra, sublinhou que as manobras frustrantes dos italianos reforçam ainda mais a idéia de que a relíquia continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável, de acordo com a ACIPrensa. A própria imagem do sudário está visível em negativo, e pergunta-se por que alguém na Idade Média iria fazer uma reprodução que somente poderia ser avaliada em importância com a invenção da fotografia. Quem teria esse conhecimento técnico? Por que outras obras com o mesmo conhecimento não apareceram?

A coisa é tão complicada para os “céticos” de plantão que, a partir daí, as mais estapafúrdias hipóteses passaram a ser levantadas: surgiu inclusive a teoria de que algum coitado teria sido capturado e torturado, submetido aos mesmos sofrimentos de Jesus, espancado, flagelado, coroado com espinhos, crucificado e morto, depois perfurado com uma lança, tudo para depois ser envolvido num tecido e assim produzir uma relíquia falsa, há 700 anos.

O fato é que se o sudário fosse uma falsificação medieval, teria que ter sido produzida por um grande gênio, daí alguns palpiteiros sensacionalistas terem levantado a fantástica hipótese de a mortalha ter sido produzida por ninguém menos que Leonardo da Vinci. Mas isso equivale a acusar o mestre renascentista de ser um assassino cruel e sádico.

Além disso, o único motivo para se produzir tal falsificação seria o lucro, e sabemos que Da Vinci foi um homem rico e prestigiado, um gênio internacionalmente reconhecido, e também um homem profundamente religioso, inclusive com fortes tendências místicas. Seria um absurdo completo imaginar que tal homem seria capaz de aceitar a captura e tortura de um inocente, das maneiras mais horríveis, até a morte, somente para produzir uma falsa relíquia. Isso é acusação caluniosa e sem provas.

Por fim, as particularidades da relíquia em questão nos fazem desacreditar inteiramente que algum falsário medieval possa ter criado o sudário de Turim. Como, por exemplo, a perfeita conformidade entre o tamanho da lança que perfurou o flanco do crucificado e as que eram usadas pelos soldados romanos na época de Jesus. Ou as feridas perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no mesmo período histórico. Ou inúmeros outros detalhes que o sudário revela (que veremos mais adiante), e que ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios, poderia conceber, na Idade Média.


Mas e o teste do carbono 14?

Em Outubro de 1988, um pedaço de 7 por 1,2 centímetros foi recortado do sudário, dividido ao meio e uma das metades novamente dividida em três. O objetivo era submetê-las ao teste do carbono 14. Como é sabido, esse teste é um moderno sistema de datação de artefatos muito antigos. Se o sudário era a mortalha de Jesus Cristo, ele teria que ter, no mínimo, aproximadamente dois mil anos de idade. O carbono, sendo a base de toda matéria orgânica da terra, é chamado de “traçador radioativo”, pois o acompanhamento da sua degradação pode ser utilizado para medir a idade de qualquer matéria orgânica, como o linho do sudário.

O teste foi aplicado aos três pedaços por equipes independentes: Universidade de Oxford, Inglaterra; duas equipes da Universidade de Tucson, Arizona (EUA) e Instituto de Tecnologia de Zurique, Suíça. O Museu Britânico de Londres supervisionou, analisou os três pareceres e elaborou o relatório final e definitivo, que enfim determinou: “Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século XIII”.

No mundo inteiro parecia se ouvir um desapontamento. Seria a vitória definitiva dos céticos? Estava batido o martelo, desfeito o sonho? Para milhares de entusiastas ao redor do mundo, que viam na imagem do sudário a melhor e mais concreta prova possível, não só da história de Jesus como também (e principalmente) da sua ressureição, representava esse resultado um triste e definitivo ponto final.

Mas havia um problema. Muitas coisas não se encaixavam na história toda. Não era possível que esse resultado não provocasse, no mínimo, espanto, não só na comunidade religiosa como também na científica. Acontece que esse único resultado contrariava todos os resultados de todas as muitas análises e exaustivos estudos científicos até então realizados. Como explicar? Como descartar tantas evidências em prol da autenticidade em razão de uma única evidência que apontava para uma fraude? Não demorou para que pesquisadores e cientistas retomassem o estudo da famosa relíquia.

Em 2000, um casal de leigos sem nenhuma formação científica fez a descoberta de algo que até então nenhum dos muitos doutores e homens da ciência envolvidos nos projetos de estudo do sudário havia percebido. Joseph Marino e Susan Benford, através de simples exame visual em imagens do sudário disponibilizadas pelo PPST na internet notaram que havia uma espécie de “remendo invisível” exatamente na parte do sudário recortada pelos cientistas para análise. Aprofundaram-se então na pesquisa e descobriram que esse tipo de remendo era muito utilizado na Idade Média para reforçar tecidos de valor, e era conhecido como “retecelagem francesa”.

Maravilhados, perceberam que estavam diante de uma grandiosa descoberta: a análise por C-14 poderia ter sido feita numa parte remendada do tecido, o que teria sem dúvida introduzido uma grande margem de erro na datação! Procuraram então o Beta Analytic, o maior laboratório de datação por Carbono-14 do mundo, que sustentou que, sim, uma mistura próxima a 60% de remendos do ano de 1500 ou posterior, com cerca de 40% de tecido do século I, causaria uma falsa datação do século XIII – exatamente os resultados obtidos pelo PPST! Mais ainda: o casal de pesquisadores sabia que o período entre 1500 e 1600 foi a época em que mais comumente se usou a técnica da retecelagem.

Tudo se encaixava. Joseph Marino e Sue Benford mal podiam acreditar em sua incrível descoberta. Resolveram então procurar ajuda direta dos membros do PPST, mas foram prontamente rechaçados e até ridicularizados por cientistas céticos como o respeitadíssimo paleontólogo Dr. Ray Rogers, citado acima. Como dois leigos sem formação acadêmica poderiam contestar os resultados obtidos por uma equipe científica tão abalizada?

Depois de muita insistência, porém, e depois de apresentarem diversas e fortes evidências em favor de sua teoria, conseguiram a preciosa colaboração de um outro membro do PPST: o Dr. Barriem Schwortz em pessoa. O próximo passo foi submeter reproduções ampliadas das fotografias das amostras do sudário que haviam sido datadas pelo C-14 à apreciação de diversos especialistas em tecidos antigos, sem revelar que se tratava da trama do tecido do sudário. O resultado foi a opinião unânime de que aquela amostra parecia mesmo ter sido retecida!

Tais evidências levaram o Dr. Barriem Schwortz a reexaminar as imagens das amostras microscopicamente, e foi assim que ele comprovou que ali, diferente de todo o tecido do sudário, havia sinais de algodão com pigmentação e resina. Além disso, as fotografias com ultrafluorescência que ele havia tirado décadas antes mostravam que naquela área específica havia um contraste completamente diferente de todo o restante do material, o que demonstrava uma clara adulteração.

Dr. Barriem começava mais uma vez a se empolgar com a incrível e real possibilidade de o sudário ser mesmo a mortalha que envolveu o corpo de Jesus Cristo. Tal fato, independente de questões religiosas, seria a mais inacreditável descoberta arqueológica de todos os tempos! Resolveu então, pessoalmente, pedir ajuda ao seu irascível colega, que ainda tinha em seu poder alguns preciosos fios do material coletado do sudário: ninguém menos que o cético convicto Dr. Raymond Rogers.

O Dr. Rogers, conhecido pela truculência e ironia com que costumava receber as contestações aos resultados obtidos pelo C-14, mal pode acreditar no que lhe pedia o colega cientista. Segundo o Dr. Barriem, Dr. Rogers assim reagiu ao seu telefonema: Ora, isso é mais uma tolice dos crédulos que não aceitam a simples verdade dos fatos. Eu não acredito que você esteja me perturbando com essa história. Me dê quinze minutos e eu lhe provo que essa história não passa de mais baboseira. Ainda segundo o seu relado, o Dr. Barriem apenas respondeu: Fique à vontade, Ray.

Muito a contragosto, o Dr. Ray Rogers localizou os pequenos fragmentos de fios que tinha guardado da amostra do sudário de Turim, para examiná-los sob o potente microscópico do seu laboratório particular. E o que descobriu o deixou pasmo. Esse breve exame fez com que ele mudasse completamente a sua atitude cética e se tornasse um dos maiores defensores da necessidade de um novo teste de datação. O que o Dr. Rogers viu, sob a poderosa lente de aumento, naquele fio do chamado santo Sudário, foi a presença inequívoca de microfragmentos de algodão juntamente com vestígios de pigmentação e resinas!

Elementos que não existem em nenhuma outra parte do sudário, como visto feito de puro linho! Uma prova incontestável de que, sim, a parte do tecido retirada para datação devia estar contaminada por material não original. Em outras palavras, ele acabava de comprovar por si mesmo que a tese da retecelagem era não só perfeitamente plausível como evidente! Levando-se em conta a hipótese da retecelagem, todas as lacunas encontradas no estudo do sudário passariam a ser perfeitamente preenchidas, como, por exemplo, a margem de erro de praticamente 200 anos entre um resultado e outro.

A saber, os resultados da datação foram os seguintes:

Universidade do Arizona teste 1: datou a amostra como sendo do ano de 1238;

Universidade de Oxford: datou a amostra como sendo do ano de 1246;

Instituto Tecnológico de Zurich: datou a amostra como sendo do ano de 1376;

Universidade do Arizona teste 2: datou a amostra como sendo do ano de 1430.

Os resultados obtidos por C-14 costumam ser específicos (a margem de erro aceitável é de 30 anos para mais ou para menos), mas, nesse caso em particular, estranhamente, há uma variação de 192 anos(!) entre um resultado e outro. Anomalia esta perfeitamente explicada pela tese da retecelagem, pois em diferentes partes da amostra retirada haveria maior ou menor quantidade do tecido de remendo misturado ao tecido original do sudário, pela própria maneira como a técnica é empregada.

Tudo que envolve a história do sudário de Turim é envolto por fatos marcantes e emblemáticos, como os estranhos incêndios que ocorrem nos lugares onde ele é guardado. Além do incêndio na Catedral de Chapelle (Chambery, França) em 4 de Dezembro de 1532, no dia 11 de Abril de 1997 também a Catedral de Turim, onde a relíquia estava guardada, pegou fogo: o sudário foi salvo espetacularmente por um bombeiro devoto e muito corajoso; fato este que, por si só, está cercado de particulares mistérios: na ocasião do incêndio, o sudário estava protegido por um fortíssimo vidro à prova de balas e ataques, mas o valente oficial conseguiu quebrá-lo sem dificuldades, salvando o manto do perigo, levando-o nas costas até o exterior do templo.

Outro fato marcante é que o Dr. Rogers, que agora havia voltado a acreditar, nessa época lutava contra a morte, acometido por um câncer fatal, e cada novo dia de vida era para ele uma batalha. A essa altura, ele desejava muito vir a conhecer a possibilidade da autenticidade do sudário, antes de morrer. Logo após a sua incrível descoberta de materiais estranhos na amostra coletada para datação, enviou seus fragmentos de fios ao seu colega microscopista Dr. Robert Vilarreal, que tinha acesso a equipamentos muito mais avançados para análise do material.

Mas quando o resultado das análises saiu, o Dr. Rogers já havia falecido, vencido pelo câncer. Assim como Moisés, que conduziu o povo hebreu à Terra Prometida mas não pode entrar nela. Ele nunca soube que as amostras do fiapo demonstraram que ele era constituído, na verdade, por duas fibras de materiais diferentes entrelaçadas, coladas e tingidas para tornar o remendo invisível. Estavam definitivamente derrubados, afinal, os polêmicos resultados da datação de 1988. Posteriormente, a Discovery Channel produziu um documentário no qual mostra evidências a favor da autencidade do Sudário de Turim e esclarece sobre o que realmente aconteceu no tangente ao caso do C-14.[4]


Nova datação prova: o sudário é verdadeiro!

Uma nova pesquisa realizada na Universidade de Pádua, na Itália, em colaboração com as universidades de Módena e Bolonha, revelou que a data do sudário remonta ao primeiro século depois de Cristo. Ou seja, o pano que muitos acreditam ser o que envolveu o corpo de Jesus após sua morte está cada vez mais distante dos rumores de que era apenas uma farsa medieval e mais próximo da crença cristã.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, os cientistas utilizaram um fragmento do tecido de linho com uma série de amostras de tecidos antigos. Descobriu-se, assim, a possibilidade de o material ter sido fabricado na época em que Jesus viveu. Foram feitas três análises diferentes: uma mecânica e duas químicas. As análises envolveram exames com luz infravermelha, espectroscopia Raman – que mede a radiação – e testes com a tensão das fibras da mortalha. Ao final dos testes, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a possibilidade de o sudário ser do tempo de Jesus é de 95%.

Os resultados da pesquisa foram publicados no livro “Il Mistero della Sindone (O Mistério do Sudário, em português), de autoria do coordenador da pesquisa Giulio Fanti e do jornalista Saverio Gaeta. Fanti afirmou que os resultados dessa atual investigação foram fruto de mais de quinze anos de pesquisa, sendo concluídas em Abril de 2013.

Portanto, á inegável a autenticidade do sudário. Como disse o Dr. Jackson, não conheço absolutamente nenhuma objeção válida contra a autenticidade do sudário. Como afetou a minha crença? Pessoalmente me reforçou na fé. E o Dr. D’Muhalia, presidente do Nuclear Technologies Corp., em Amston, nos USA, e um dos cinco diretores do STURP, resumiu a questão nas seguintes palavras:

Todos os cientistas com quem falei, não só estão seguros da autenticidade do sudário, mas também acreditam que ele seja uma carta de amor e uma ferramenta que Ele nos deixou para toda mente analítica... como resultado destes estudos, um cientista judeu de nossa equipe nos tem feito cristão.



Nessa primeira parte confirmamos a premissa número 1, que nos mostra claramente que o sudário de Turim não é fruto da arte ou da inteligência humana, por pintura ou por falsificação medieval, conforme todas as evidências científicas a nossa volta nos mostram claramente. O nosso próximo passo, agora, será provar que também a segunda premissa está certa – que este homem trata-se de Jesus Cristo – e não de alguma outra pessoa que poderia ter sido envolvida por este pano.

As investigações levadas a cabo a partir da primeira fotografia tirada do lençol projetaram luzes novas e surpreendentes que apoiam essa crença como a explicação mais plausível. Ora, temos um documento histórico, os testemunhos evangélicos, que nos relatam, com base em fatos observados por testemunhas presenciais, não apenas a crucificação de Cristo, mas o itinerário da sua paixão até à morte e à sepultura: Jesus é o Servo sofredor, seviciado, flagelado, crucificado, desfigurado pelas brutalidades a que o submeteram, imolado como cordeiro pascal. Até que ponto o sudário recolhe essas circunstâncias históricas? O Dr. Jaime Espinosa fez um brilhante trabalho sobre isso, que analisaremos a seguir.


Um corpo barbaramente flagelado

Mateus, Marcos e João relatam que Pilatos, tentando agradar a multidão, que exigia a crucificação de Cristo, manda os soldados romanos açoitarem Jesus (Jo.19:1; Mt.27:26; Mc.15:16). Os romanos não flagelavam os condenados à crucificação, a não ser moderadamente e enquanto estes transportavam a cruz até o lugar de execução. Ora, o sudário revela traços de feridas que mostram ter o homem de Turim sido brutalmente flagelado por todo o corpo, à exceção da cabeça, pés e antebraços.

As feridas são numerosas, entre 110 e 120, e tanto pelo tamanho como pela forma são idênticas às produzidas pelo flagrum taxillatum romano, o “horrível flagelo” – um açoite de correias com pedaços de chumbo ou ossos de arestas cortantes nas pontas. Além das marcas das feridas, os cientistas puderam descobrir dentro delas os vestígios de perfurações na carne. Os golpes eram tão bárbaros que a lei romana proibia castigar com o flagrum os que fossem cidadãos romanos. Tanto pelo número de chicotadas – os judeus estavam proibidos pela lei de ultrapassar os 40 açoites (Dt.25:3) – como pelo flagelo empregado, vê-se que há coincidência com os dados do evangelho: o castigo foi aplicado por soldados romanos.

Pelo ângulo das chicotadas, pode-se inferir que eram dois os algozes – um de cada lado – pois os golpes convergem para dois pontos focais com uma extraordinária precisão geométrica. Esta comprovação exclui que a flagelação tivesse ocorrido enquanto o condenado transportava a cruz, já que neste caso os golpes teriam sido geometricamente desordenados. Outra coincidência com o evangelho. Mas a coincidência mais importante com o relato evangélico é a que explica a crueldade excepcional da flagelação que, como vimos, não era usual aplicar previamente a um condenado à crucificação. Relatam os evangelhos que, inicialmente, Pilatos afastou a ideia da crucificação reclamada pelo povo, pois sabia que Jesus era inocente (Jo.18:38).

Para contemporizar, manda açoitar Jesus, pensando que desse modo abrandaria o coração dos judeus. Mas a vista de Jesus desfeito pelos azorragues deixou o povo ainda mais raivoso: Fora com ele! Crucifica-o!, clamavam. Depois de uma nova tentativa, Pilatos, acovardado, cede: Então entregou-o a eles para que o crucificassem (Jo 19, 15-16). A mudança de opinião de Pilatos é o que explica, pois, a sucessão dos dois suplícios que Jesus sofreu, à diferença do comum dos condenados. Uma última particularidade: os antebraços de Jesus não foram atingidos pelos flagelos, e isto indica que foi açoitado antes de carregar a cruz, pois os braços estavam atados à coluna, e portanto fora do alcance dos açoites.


A coroação de espinhos

As pessoas condenadas a morrer numa cruz costumavam ser salteadores, escravos que tinham praticado algum crime especialmente grave, ou agitadores que tivessem cometido um delito contra o Estado romano. Evidentemente, essas pessoas não eram coroadas como reis antes de serem crucificadas. Nenhum documento antigo nos fala disso.

Chegamos aqui a um testemunho absolutamente capital para se identificar o homem do sudário: por que esse homem teve a cabeça ensanguentada por uma coroa de espinhos, quando ainda estava vivo? Os evangelhos explicam-nos porquê. Os soldados romanos tinham ouvido os chefes judeus acusarem Jesus de blasfemar porque se dizia Deus; e sabiam que, à pergunta de Pilatos: És tu o rei dos judeus?, Jesus respondera: Tu o dizes, eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade (Jo 18, 37).

Depois de flagelarem Jesus, resolvem, pois, entreter-se fazendo-o rei de palhaçada, e colocam-lhe por manto real um pano vermelho, por cetro uma cana entre as mãos, e por coroa de ouro e pedras um capacete de espinhos:

Então os soldados do procurador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram ao redor dele toda a coorte. E despojando-o das vestes, lançaram-lhe em cima um manto escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana; e dobrando o joelho diante dele, diziam escarnecendo: Salve, rei dos judeus. Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da cana, davam-lhe golpes na cabeça (Mateus 27:27-30).

Esta modalidade insólita de maus tratos é documentada de modo insuspeito pelo sudário: toda a calota craneana apresenta feridas resultantes de objetos perfurantes finos, que coincidem com os espinhos de uma possível coroa em forma de capacete, capazes de dilacerar a golpe de pancadas o couro cabeludo; distinguem-se perfeitamente na mortalha os ferimentos da testa e sobretudo os da nuca. É de se notar a excepcional documentação morfológica do sangue, com as características de ter manado em vida, e que impregna profusamente, misturado com o suor, toda a massa dos cabelos.


A crucificação

Em 1968, em três sepulcros de Jerusalém, encontraram-se os ossos de 35 pessoas. O esqueleto de uma delas mostrava que havia sido crucificada: os ossos dos pés estavam trespassados por pregos, e os das pernas quebrados. No sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro.

Aparece também claramente uma chaga profunda na altura do pulso esquerdo. O pulso direito está encoberto pela mão esquerda, pois cruzaram as mãos diante do corpo antes de sepultar o cadáver; mas também aparece, em duas direções, o sangue que correu abundantemente do pulso esquerdo ao longo do antebraço. Não contradiz este dado a tradição cristã e os artistas, que sempre representaram Jesus crucificado pela palma das mãos?

Os crucificados não eram pregados na cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás. Exatamente como está no sudário.


A morte

O homem do sudário morreu por crucificação, isto é, em consequência da asfixia que dela resultou. A posição de um crucificado, com os braços presos no alto e o corpo pendurado dos mesmos, acaba por dificultar os movimentos da caixa torácica, iniciando um processo de asfixia. Para respirar, o condenado precisa erguer o corpo, flexionando os braços e apoiando-se tanto quanto possível nas pernas, esticando-as ao máximo para que o corpo suba.

O sudário indica tanto a posição normal como a posição erguida: esta, resultante do esforço para respirar, aquela indicando a posição caída, determinada pelo cansaço. Dois fluxos de sangue, com uma divergência aproximada de 10 graus, se percebem imediatamente nos antebraços, especialmente no braço esquerdo, indicando as duas posições do corpo. Mas esse movimento para cima e para baixo tem um limite determinado pelo esgotamento muscular e pela dor das feridas abertas pelos pregos.

O esforço muscular contínuo faz surgir cãibras, contrações tetânicas dos músculos peitorais e intercostais que, pela acumulação de ácido láctico, vão-se tornando rígidos: o condenado vai tendo cada vez maior dificuldade em respirar, sobretudo em expirar, e ainda que consiga reerguer-se para aliviar a pressão que sente nos músculos do peito, recai logo na posição baixa e a asfixia começa novamente.

A isto deve acrescentar-se que a posição do corpo favorece a concentração de sangue nas pernas e na cavidade abdominal, com o que diminui o volume sanguíneo que chega aos pulmões. O homem de Turim conserva os traços dessa morte por asfixia, principalmente o peito dilatado por não poder soltar o ar e o ventre inchado pelo acúmulo de sangue. Uma coincidência importante entre a linguagem do sudário e o relato evangélico é que o homem do sudário não teve as pernas quebradas. Diz João:

Como era dia da Preparação (da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz em dia de sábado, por ser grande dia aquele sábado, os judeus rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele estava crucificado. Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas (João 19:31-34)

É sabido que os crucificados podiam sobreviver por muitas horas e mesmo dias, e que, para apressar-lhes a morte, era frequente quebrarem-lhes as pernas pelo tornozelo: a morte sobrevinha então rapidamente, não só pela hemorragia, mas principalmente porque deixavam de poder apoiar-se nos pés para conseguirem erguer-se e respirar.

Mas Jesus – como o homem de Turim – é levantado sobre a cruz num estado de fraqueza extrema pela violência da flagelação a que foi submetido. Os maus tratos, as pancadas e socos, e sobretudo a flagelação – uma flagelação selvagem – provocaram não só hemorragias externas, mas internas, e provavelmente o líquido hemorrágico foi comprimindo os pulmões e acelerou a morte por asfixia, em consequência do derrame pleural.

O certo é que Jesus morreu antes do que a maioria dos crucificados e antes do que os outros dois que foram supliciados juntamente com Ele. Conta o evangelista Marcos que, quando José de Arimatéia se dirigiu à presença de Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus, Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa, ao ponto de ter chamado o centurião para que lhe confirmasse a notícia (Mc. 15:43-45).


Uma lança abriu-lhe o lado

Uma das comprovações mais comoventes do sudário é a marca de uma ferida no peito causada por uma lança. O quarto evangelista, João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que já estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte:

Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vós creiais (João 19: 33-35)

O sudário mostra uma ferida no flanco direito, causada por uma lança do tipo usado pelos soldados romanos no século I da nossa era: sem ganchos que alargassem a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.

O golpe foi dado no lado direito, exatamente como os soldados romanos eram treinados a fazer para atingir os adversários, que protegiam o lado esquerdo, o do coração, com um escudo. A ferida tem 4 cms – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª e a 6ª costelas, a 13 cm do esterno. Percebe-se claramente que a lançada foi desferida depois da morte, porque a ferida ficou aberta, o que não sucederia se fosse feita em pessoa viva. Ademais, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que dá a entender que o coração já estava parado.

Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação. Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins. Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. O sangue procedia do coração e talvez de hematomas causados pelas hemorragias internas a que antes nos referimos.

Quanto ao que João chama água e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas – e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer. A constatação de João, de uma precisão extraordinária, mostra que Cristo sofreu muitíssimo durante a sua paixão.


Outras coincidências

O sudário revela ainda que o homem nele amortalhado deve ter recebido pancadas violentas no rosto, pois se percebe um inchaço notável em torno do olho direito, além de várias escoriações. Ocorre espontaneamente pensar no que relata Mateus: Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu? (Mt.26:67-68).

No nariz, nota-se uma dupla ferida, assim como uma deformação da borda, ocasionada provavelmente por uma ruptura ou deslocamento da parte cartilaginosa. Os joelhos, por sua vez, revelam cortes e escoriações. O esquerdo apresenta uma ferida maior. É muito provável que uma queda de bruços tenha provocado essas lesões. Imaginemos as condições em que o homem do sudário foi levado ao local do suplício: com as mãos atadas ao travessão horizontal da cruz; extremamente debilitado em consequência da flagelação, dos socos e pontapés, etc; vestido com uma túnica em que era fácil ter pisado, na posição inclinada que o peso da cruz o obrigava a adotar.

A própria alusão do evangelho de Marcos a um certo Simão de Cirene que, passando por ali, foi requisitado para levar a cruz (Mc.15:20-21), parece depor no sentido da extrema fraqueza e possíveis quedas de Cristo na subida até o local da execução. E também de mencionar, por se tratar de uma exceção, que o homem do sudário transportou a cruz vestido. Não era comum os condenados irem vestidos à crucificação.

Tanto Marcos como Mateus dizem que Jesus foi ao Calvário com as próprias vestes e João refere que os soldados as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, e lançaram sortes sobre a túnica, que era inconsútil, para ver a quem cabia (Mt.27:31; Mc.15:20; Jo.19:23). Ora, o sudário revela que as lesões provocadas nos ombros pela flagelação foram relativamente pequenas. Sem dúvida teriam sido maiores se a cruz tivesse sido transportada sobre os ombros nus, sem nada que amortecesse o atrito da madeira. Outra coincidência significativa com o relato evangélico.


O sepultamento

Como já vimos, os romanos reservavam a crucificação aos que tivessem cometido um crime grave ou um delito contra o Estado romano. Normalmente, o corpo dos executados não era reclamado por ninguém, sendo jogado na vala comum. Sem lençol. Ora Jesus, crucificado como um escravo, foi condenado por Pilatos sob a acusação de ter conspirado contra o Estado romano. E, no entanto, escapou à vala comum.

Seu corpo foi reclamado por um homem influente, José de Arimatéia, um discípulo secreto, que o envolveu num lençol novo, limpo, e o enterrou num túmulo que tinha comprado para si, próximo do lugar da crucificação. Estes os dados precisos que nos chegaram através do evangelho de João. O homem do sudário também foi enterrado num lençol fino que, segundo se calcula, teria custado inúmeras horas de trabalho.

E um detalhe que faz pensar efetivamente em José de Arimatéia, que sepultou Jesus e era um homem rico. Mas há ainda um outro aspecto que parece quadrar com o que nos dizem os evangelhos: a abundância de vestígios de sangue, a indicar claramente que o corpo não foi lavado antes de ser amortalhado, ao contrário do que era costume entre os judeus (At.9:37).

O corpo de Jesus recebeu sinais claros de respeito e distinção, como ser envolvido num lençol de linho e colocado num sepulcro novo, não em vala comum. No entanto, omitiram algo elementar entre os judeus: lavar o corpo antes de sepultá-lo. O relato de João permite-nos compreender por que isso aconteceu:

Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho com os aromas, conforme é costume sepultar entre os judeus. Havia perto do lugar onde foi crucificado um horto, e no horto um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora depositado. Ali, pois, depuseram Jesus, por causa do dia da Preparação dos judeus (João 19: 40-42).

Vê-se assim a causa da omissão. Estava prestes a começar o grande Sábado pascal em que, como aliás em qualquer sábado, que é o dia santo dos judeus, se proibiam rigorosamente os trabalhos manuais. Por isso era preciso enterrar Jesus antes do pôr do sol, e por isso não puderam lavar o corpo do Senhor: não havia tempo. Isto explica também que, no primeiro dia útil, as santas mulheres tivessem ido ao sepulcro, levando os aromas que haviam preparado, a fim de completar o trabalho.


Resumo

Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do sudário e Jesus de Nazaré:

A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do sudário.

A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.

A brutal flagelação, insólita em condenados à crucificação, executada com o flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.

A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.

O homem do sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.

As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucificação, para apressar a morte do condenado.

Uma lança de forma igual à que usavam os soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.

O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.

Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.

10º O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.


Probabilidades

Diversos especialistas de renome aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a chance de que o homem do sudário não fosse Jesus Cristo. Para uns, é de um para um octilhão, isto é, de 1 para 10²7 (a unidade seguida de vinte e sete zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse. Se juntássemos todas as pessoas que já existiriam no mundo até hoje, não chegaríamos nem perto deste número!

A conclusão que se impõe é a de que, à vista dos fatos, a explicação mais plausível, a única satisfatória, é que o homem do sudário é Jesus de Nazaré, e que o lençol de Turim é o lençol fúnebre com que José de Arimatéia e Nicodemos envolveram o corpo de Cristo. O paralelismo entre o tecido e os testemunhos evangélicos é perfeito: nada a mais, nada a menos.

Yves Delage, professor de Anatomia na Sorbonne, membro da Academia Francesa e agnóstico confesso, concluiu já em 1902 que o sudário era o lençol de Jesus. Severamente criticado, teve a seguinte observação:

Injetou-se desnecessariamente um problema religioso num assunto que, em si, é puramente científico, e o resultado foi que os sentimentos se excitaram e a razão foi posta de parte. Se, em vez de Cristo, se tratasse de outra pessoa, como um Sargão, um Aquiles ou um dos Faraós, ninguém teria pensado em fazer a mínima objeção



Primeiramente, vale ressaltarmos aquilo que já comprovamos aqui, que:

O sudário de Turim não é uma falsificação;
O sudário de Turim é o lençol que envolveu Jesus Cristo.

Tais premissas, porém, só teriam verdadeiras validades a fim de provar a ressurreição em caso que este homem ali descrito no sudário tenha, realmente, ressuscitado dos mortos. Para isso, novamente vamos para as provas lógicas e científicas, a fim de provar que esse homem [Jesus] ressuscitou dos mortos.


A Ressurreição

O evangelista continua: ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena encontra o túmulo aberto, corre a avisar os discípulos, e Pedro e João correm em direção ao túmulo. Ambos observam que o lençol se encontra “vazio”, manifestamente sem conter o volume de um corpo. Depois, o próprio Cristo aparece a Maria Madalena, que ficara chorando ao pé do sepulcro, e por fim a todos os apóstolos. Será que o sudário de Turim, que lança tanta luz sobre a paixão e morte de Cristo, numa sucessão espantosa de coincidências, terá também algo a dizer-nos sobre a sua ressurreição? É isso o que analisaremos agora.


O corpo não se decompôs

O corpo envolvido no Sudário achava-se em estado absoluto de enrijecimento causado pela morte (rigor mortis), e os patologistas estão em condições de afirmar que estava sem vida. Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica. Mas os especialistas que estudaram o sudário não encontraram o menor indício desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não esteve muitos dias em contato com o corpo sepultado.


O corpo não foi retirado por meios humanos normais

Mas o corpo poderia ter sido retirado da mortalha pelos próprios discípulos, como aliás se tentou propalar na ocasião (Mt.28:13). Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas ter-se-iam desfeito e espalhado. Todavia, encontram-se intactas.

A separação natural deixaria no tecido sinais de fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam sido repuxadas ao separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes, o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de repuxamento das fibras.

Portanto, se o cadáver não ficou no túmulo muito tempo – e nem pode ter saído de lá por meios humanos naturais – segue-se logicamente que a ressurreição é a única conclusão lógica e satisfatória para como se deu tal fato. O cadáver não foi retirado e nem saiu do lençol por repuxação, mas desapareceu de lá pelo milagre da ressurreição. Isso também confirma o fato bíblico: Porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra decomposição (At.2:27).


 A origem da figura

É sabido que os cientistas não conseguiram desvendar o mistério relativo ao processo técnico que teria originado a formação da figura do sudário. As conclusões científicas apenas nos dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi formada por contato direto nem mediante vapores ou qualquer outro processo conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.

Segundo vimos, a teoria mais plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor ou por uma luz intensa. Mas o que teria causado essa chamuscadura? Como é que o corpo de um cadáver pode produzir calor ou luz? Não resta outra hipótese senão a de que, ao ressuscitar, o corpo de Cristo irradiasse esse calor ou essa luz. O sudário aponta para esse fato histórico como a única explicação plausível para a formação da figura impressa no lençol.

Como disse o Dr. Thomas F. D’Muhala:

Todos nossos achados devem corroborar o evangelho em cada um de seus detalhes. Se confirmar o estalo de uma radiação, muito bem poderia isso estar relacionado com a ressurreição



À luz de todas as evidências lógicas e científicas apresentadas, percebemos claramente que os três pontos mencionados são, de todo, plenamente verdadeiros.

O sudário de Turim é realmente um lençol do primeiro século que encobriu um homem morto, e não uma pintura falsificada da Idade Média.

Este homem trata-se de Jesus Cristo.

Este homem ressuscitou.

Logo, Jesus ressuscitou dos mortos.

A despeito de todas essas provas, a maioria dos céticos e ateus continuará desacreditando na ressurreição de Cristo, dizendo que é mera questão de fé sem a menor evidência histórica ou científica. Como vimos nestes capítulos, a ressurreição de Jesus é provada tanto histórica como cientificamente, por argumentos lógicos e racionais. O irracional, à vista de tudo o que foi apresentado, é crer no contrário: que alguma outra coisa (que não a ressurreição) aconteceu e que explicaria a fé dos discípulos e a imagem do sudário.

Neste caso, não é a fé que é cega, mas a descrença. A fé é corroborada por todas as linhas de evidências, e todas elas apontam para a ressurreição de Cristo. A descrença, contudo, oferece argumentos fracos, superficiais, facilmente refutáveis e não poucas vezes absurdos, para não admitirem e confessarem o óbvio: que Jesus realmente ressuscitou. Pois isso, para eles, é rejeitado a priori. Jesus não pôde ter ressuscitado porque não pôde, e não por alguma boa evidência contrária aos argumentos favoráveis à ressurreição.

E negar a possibilidade de ressurreição, além de se chocar com todas as provas favoráveis, é negar também que estamos em um Universo teísta, onde Deus existe e os milagres são possíveis. E se esse Deus já fez algum milagre alguma vez, com certeza a ressurreição de Jesus é a mais pautada pelas evidências. E, se Jesus ressuscitou, temos fortes razões para crer que o Cristianismo é a religião verdadeira. Afinal, é a única que ensina a ressurreição de Cristo. E, ainda, se Jesus ressuscitou temos fortes razões para crer naquilo que é dito na Bíblia, pois ela não teria sido fruto da invenção de mentes perturbadas ou enganadoras, mas da revelação de Deus através do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

A ressurreição de Jesus não é apenas o ponto central do Cristianismo, mas é o que dá validade à fé cristã. Sem ressurreição de Jesus, não há Cristianismo. Mas se Deus ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, ele está autentificando a veracidade da fé daquela religião dos cristãos, a única que ensina que ele venceu a morte e ressuscitou. Então, se cremos na ressurreição de Jesus, devemos crer naquilo que a Bíblia diz, pois ela é a verdade. Mas seria mesmo confiável crer no que a Bíblia diz? Afinal, ela não teria sido corrompida com o passar dos séculos, como dizem os ateus? É isso o que passaremos a investigar no capítulo seguinte.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

(Trecho extraído do meu livro: "As Provas da Existência de Deus")


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[1] As referências principais são:
-Livro: “Santo Sudário: A impossibilidade de falsificação”, de Mario Moroni e Francesco Barbesino.
- Documentário do Discovery Channel sobre a autenticidade do sudário, disponível em: <http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1078523488>
-Sites: ACI Digital:
Sem Fronteiras para o Sagrado:
A Arte das Artes:
Dr. Jackson de Souza Brandão:
[2] Os dados cronológicos do Sudário de Turim que são apresentados a seguir são extraídos do site ACI Digital: <http://www.acidigital.com/sudario/cronologia.htm> e da Associação Cultural Montfort: <http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cadernos&subsecao=ciencia&artigo=sudario&lang=bra>.
[3] Nasa, jet Propulsion Lab. Julho de 1980.
[4] Este documentário do Discovery Channel sobre a autenticidade do sudário está disponível em: <http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1078523488>

11 comentários:

  1. Lucas vc chegou a lert o artigo do ceticismo.net fez a respeito do sudário?

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    1. Sim, mas os argumentos que eles dão para a "fraude" são muito mais fracos dos que os da autenticidade.

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  2. O rosto de Jesus seria mais ou menos assim? http://3.bp.blogspot.com/_-qq0pFq4GXM/Sx5JqE02OiI/AAAAAAAABUw/hVxtnfcvbcs/s320/JESUS+segundo+o+santo+sudario.jpg

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  3. O site minilua escreveu q o sudario era falso e q o homem da foto n poderia ser Jesus, já q aparentemente é europeu. Ele mostraram essa imagem como algo próximo do Jesus histórico. Oq acha?http://www.duplipensar.net/images/religiao/jesus1.jpg

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    1. Aquela imagem não é a imagem de Jesus, e sim a imagem do que seria um judeu típico daquela época. Dizer que todo mundo tem que se parecer com aquilo é o mesmo que alguém fazer a caricatura do que vem a ser um brasileiro e depois dizer que todo mundo que não parecer com aquela imagem não é brasileiro. Sendo assim, eu que tenho cabelo comprido (diferente de uns 98% dos brasileiros) não poderia ser considerado "brasileiro"...

      A imagem de Jesus no sudário condiz perfeitamente com toda a iconografia antiga sobre Jesus. Todas as imagens que os cristãos primitivos pintavam de Jesus tinha um cabelo comprido e uma face semelhante à que aparece no sudário. Nenhuma tem qualquer relação com aquele outro homem da imagem do "Jesus histórico", que não tem nada a ver com o Jesus real.

      O próprio Antigo Testamento hebreu fala muitas vezes de personagens bíblicos que tinham cabelo comprido, e o europeu típico não tinha barba, como o homem do sudário tem.

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    2. Obg por responder, minha outra pergunta era a respeito do rosto de Jesus, mas n é mais necessário ser respondida. Aliás, vi recentemente um documentário em que ele diz basicamente a mesma coisa q vc, q a imagem do sudário é muito semelhante as pinturas antigas de Jesus, de diferentes pintores e igrejas.

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  4. Louvado sejas, meu Senhor,
    pelos que te servem pelo Teu amor. 😃

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  5. Eu estou maravilhado em saber que existe mesmo algo que pode provar consistentemente a existência de Jesus! Eu sempre achei que o sudario se tratasse de apenas mais uma relíquia católica,mas depois de ver tantas evidências,tenho mais que certeza de que foi algo deixado pelo proprio Deus pra nós.

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