O trecho abaixo é extraído de meu livro: "As Provas da Existência de Deus", de autoria minha e de Emmanuel Dijon, disponível gratuitamente para download
O sudário de Turim é um
lençol de linho de 4,36 x 1,10 metros, que era a medida de lençol para se
envolver cadáveres em Israel na época de Cristo e ainda é empregado em rituais
judaicos. Nós temos fortes evidências para crer que ele foi o manto que
encobriu Jesus, o que é uma prova científica não apenas da existência de Jesus,
mas, como veremos mais adiante, até mesmo da própria ressurreição.
Muitos cristãos
evangélicos são contrários a autenticidade do sudário por acreditarem que se
trata de uma relíquia católica, como várias outras que já foram comprovadas que
se tratam de farsa da própria Igreja medieval. Contudo, observaremos que é
impossível assemelhar o sudário a outras relíquias da época. O sudário possui
perfeição e detalhes que seriam impossíveis para uma pessoa da Idade Média
reproduzir.
E é errado tratá-lo como
uma relíquia católica por estar hoje no Vaticano, pois ao longo de história ela
já passou pelas mãos de todo o tipo de gente, inclusive por reis, imperadores,
cruzados e outros. Ela não é uma relíquia católica, mas uma relíquia cristã que
atualmente se encontra no Vaticano.
É necessário que os
evangélicos analisem as evidencias do sudário sem um viés teológico de que se
trate de algo próprio de outra religião. E é igualmente preciso que os ateus
analisem as evidências sem um viés de que não se pode tratar de Jesus Cristo a priori. Se algo tem que ser provado ou
refutado, que o seja nas evidências
apresentadas. Iremos analisar se essas evidências corroboram ou não para a
veracidade do sudário seguindo as seguintes premissas:
1º O sudário de Turim é realmente um lençol do
primeiro século que encobriu um homem morto, e não uma pintura falsificada da
Idade Média.
2º Este homem trata-se de Jesus Cristo.
3º Este homem ressuscitou.
4º Logo, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.
É evidente que para
chegarmos a essa conclusão precisamos seguir todas as premissas. Se as
premissas forem comprovadas verdadeiras, então a conclusão lógica é que Jesus
ressuscitou. Mas, para isso, é necessário que cada uma das premissas se comprove
verdadeira. E é isso que passaremos a analisar a partir de agora. O estudo a
seguir é uma síntese de vários documentários e artigos impressos e digitais
sobre o tema, cujos sites e livros estarão na nota de rodapé deste livro, nos
quais eu busquei reunir o maior número de evidências da autenticidade do
sudário e de refutações às contra-argumentações mais comuns.[1]
(Prova 1) – Existência histórica do sudário
antes do século 14
“Saiu
então Pedro, e aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Ora, eles corriam
ambos juntos, mas aquele outro discípulo correu mais do que Pedro, e
levando-lhe a dianteira, chegou primeiro ao sepulcro. E tendo-se abaixado, viu
os lençóis postos no chão, mas todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que
o seguia, e entrou no sepulcro, e viu postos no chão os lençóis, e o lenço, que
estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas estava
dobrado num lugar à parte. Então pois entrou também aquele discípulo, que havia
chegado primeiro ao sepulcro: e viu, e creu” (João 20:3-8)
O que, no relato do evangelista, viu
o apóstolo, que o fez crer? O lençol que estivera sobre o corpo de Jesus.
Convenhamos: você entra em um sepulcro, e vê que o Senhor já não se encontra
mais por lá, e a única prova visível que você tem deste fato (que, aliás, foi
exatamente o que lhes fez ver e crer) é o lençol que o envolveu enquanto se
achava morto.
Ora, quem é que não apresentaria esta
prova tão incontestável para os demais discípulos? Ainda mais sabendo que até
os próprios apóstolos estavam bem incrédulos quanto a apenas testemunhos
oculares (Mc.16:11-14), seria obviamente presumível que, desta vez, eles
evidentemente apresentariam tal evidência da ressurreição de Jesus a todos os
discípulos.
A pergunta que fica agora é: será que
Deus iria preservar esta prova da ressurreição de Cristo ou será que permitiria
a sua destruição? Será que algum descuido ou até mesmo incêndios poderiam
destruí-lo? De fato, já tentaram queimá-lo mais de uma vez, mas ele permanece
até os dias de hoje, como a maior relíquia que a humanidade já viu.
Como nos relata o historiador Wilson:
“Seja
qual for à maneira como se formou a imagem, temos direito a nos maravilhar
antes esses 4.97 metros de tecido, que é o Sudário de Turim (...) Porque se
nossa reconstrução (histórica) é exata, essa mortalha sobreviveu à perseguição
contra os cristãos do primeiro século, às inundações e ao terremoto de Edesa, a
iconoclastia bizantina, à destruição da Ordem dos Cavalheiros do Templo, sem
contar com um primeiro ataque do fogo que a perfurou com triplos buracos;
depois, do incêndio de 1532; e outra grave tentativa de destruição, também pelo
fogo, em 1972. Ó, ironia da história! Cada um dos edifícios nos quais quis proteger
este Sudário antes do século XV, desapareceram há tempo, miserável pelas
transformações dos tempos. Em troca, esta frágil peça de tecido superou todos
os perigos para chegar até nós quase intacta!”
Embora em toda a história tenham sido
feitas muitas tentativas de destruí-lo, ele continua de Pedro e João até os
nossos dias, passando ao longo dos séculos pelos olhos dos observadores,
provando que ele já existia muito antes do décimo quarto século.[2]
[Ano 30]
• Os evangelhos
relatam que o manto que envolveu Jesus se encontrava dobrado. O manto teria
sido recolhido e custodiado pelos cristãos. O apóstolo Judas Tadeu leva o sudário
(Mandylion) para a cidade de Edessa.
[Ano 57]
• O sudário é
escondido num riacho devido à perseguição aos cristãos em Edessa.
[Século II]
• Existem
registros de que em Edessa (atual Urfa - Turquia) existia uma imagem de tecido
com o rosto de Jesus.
[Anos 306 – 337]
• Durante as
perseguições dos primeiros séculos, as comunidades cristãs guardavam
cuidadosamente as relíquias dos mártires. Segundo Nino (306 a 337), a mulher de
Pilatos teria entregado o sudário a Lucas (evangelista) e esse a Pedro
(apóstolo), que o guardou.
[Ano 525]
• Durante a
restauração da Igreja da Santa Sofía, de Edessa se registra o descobrimento de
uma imagem de Jesus chamada acheropita (não feita por mão humana) chamada
Mandylion (lenço). Numerosos testemunhos a relacionam com o sudário, sobre tudo
porque os pontos de coincidência entre os traços das cópias de Mandylion – que
foi profusamente reproduzido – e o Lençol superam os 100.
[Ano 544]
• Evagrio, em sua
História Eclesiástica, nos conta que em 544 os edessenos venceram uma batalha
contra as tropas persas que cercavam a cidade, depois de uma procissão do
Mandylion pelas muralhas, quando o fogo tomou conta das armas inimigas e os
persas tiveram de fugir.
[Século VI]
• A partir dessa
época (séc VI), a arte sacra começa a copiar a sagrada face em numerosos
detalhes. Dois quadros hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e
na Igreja de São Bartolomeu, em Genova, e ainda o Rosto Sagrado em Pescara,
entre outros, já apresentam as mais fortes características de cópia do
Mandylion (sudário).
[Ano 789]
• No segundo Concílio Ecumênico de Nicéia, em 789,
Teodoro Estudita recorre textualmente ao sudário como argumento contra os
iconoclastas. Além dele, outras testemunhas daquela época são: João Damasceno,
André de Creta, Gregório II, o patriarca Nicéforo, João de Jerusalém, e outros.
[Século VII]
• Do seu período
na Turquia (Edessa), temos um interessante documento: o Codex Vossianus Latinus
Q 69, conservado na biblioteca de Rijksuniversiteit de Leida (Países Baixos),
um manuscrito do séc X, que contém uma narrativa do séc. VIII, proveniente da
área siríaca, onde se lê que Jesus deixou a marca de todo o seu corpo num pano
guardado na Igreja Grande de Edessa: “Quem
o contempla via o Senhor como quem o tenha visto na terra”.
[Século VII – VIII]
• O bispo francês
Aroulf e João Damasceno falam de um sudário de linho em Constantinopla, pelos
séculos VII e VIII.
[Ano 912 – 919]
• Uma homilia
atribuída ao imperador de Constantinopla, Constantino VII Porfirogênito
(912-959), e o Narratio de Imagine Edessena (séc. X), dão a entender que não se
tratava de pintura, e quando mostrado ao povo de Edessa era dobrado em oito
camadas, de modo tal que aparecesse “o
rosto sem o corpo”.
[Ano 944]
• Os exércitos
bizantinos, no curso de uma campanha contra o sultão árabe de Edessa,
apoderam-se do Mandylion e o levam solenemente a Constantinopla em 16 de
Agosto. O Mandylion era em realidade o sudário dobrado oito vezes de modo que
se visse só o rosto. Existe também a descrição de Gregório, o Referendário,
sobre a chegada do Mandylion a Constantinopla, como uma imagem impressa por
gotas de suor e na qual se vê também o sangue que saiu do lado. Ou seja, o
Mandylion é o santo sudário.
[Ano 1080]
• Aleixo I Comnemo
pede ajuda ao Imperador Henrique IV e a Roberto de Flandres para defender as
relíquias reunidas em Constantinopla, especialmente o sudário.
[Ano 1147]
• O rei Luis VII
da França, durante sua visita a Constantinopla, visitou o sudário em
Constantinopla.
[Ano 1150]
• Diversas
referências incertas sugerem a existência de um tecido em Constantinopla, nos
séculos XII e XIII. Viajando, um inglês afirmou que viu tal pano de linho entre
os tesouros imperiais em 1150. Cinco anos mais tarde o abade Benedicto
Soermudarson testificou sua presença na catedral de Santa Sofía. Mais uma
referência definida vem de Guillermo de Tiro, quem afirma que o Imperador
Manuel Commenus mostrou ao rei Amalrico I de Jerusalém o sudário de Jesus,
conservado no tesouro imperial. Outro visitante, Nicholas Mesarítes, mencionou
ter visto em o tecido.
[Ano 1171]
• Manuel I Comnemo
mostra a Almarico, rei dos Latinos de Jerusalém, as relíquias da paixão de
Nosso Senhor, entre as quais, o sudário.
[Ano 1202]
• Um inventário de
relíquias bizantinas refere-se claramente ao Mandylion.
[Ano 1204]
• Robert de Clary,
cronista da IV Cruzada, escreve que: “Todas
as Sextas-feiras a Síndone é exposta em Constantinopla (...) Ninguém jamais
soube, nem grego nem francês, o que foi feito do sudário quando a cidade foi
tomada”. O lençol desaparece de Constantinopla e é provável que o
temor às excomunhões que pesavam sobre os ladrões de relíquias tenha animado
sua ocultação. Diversos historiadores supõem que a relíquia foi levada a Europa
e conservada durante um século e meio pelos Templários. Após os cruzados
saquearem Constantinopla, o sudário é furtado pela Ordem dos Cavaleiros
Templários.
[Ano 1206]
• O sudário foi
premiado como despojos de Constantinopla a Otto de La Roche, comandante das
tropas do Marquês de Monteferrat. O capitão enviou o tecido a seu pai, que em
1206 o deu ao Bispo Amadeus de Besangon, que fez questão de exibir o Sudário na
sua catedral todos os domingos, até 1349, quando um fogo destruiu o templo.
[Ano 1306]
• Jacques de
Molay, grão mestre da ordem, leva o sudário para a França.
[Ano 1307]
• Templários são
condenados como heréticos, dentre outras razões, devido ao culto secreto de uma
“Sagrada Face”, que parece ser uma reprodução do sudário.
[Ano 1314]
• Os Templários,
uma ordem cavalheiresca de Cruzados, são condenados e dissolvidos. Foram
acusados de realizar cultos secretos não cristãos. Um dos líderes templários
era Geoffroy de Charny.
[Ano 1356]
• Geoffroy de
Charny, um cruzado homônimo do anterior, entrega o Sudário aos cônegos de
Lirey, perto de Troyes, na França. Geoffroy explicou que possuía a relíquia
durante três anos.
[Ano 1357]
• Primeira exposição
do Sudário na França.
Essas datas nos mostram claramente
que o Sudário (ou “Mandylion”) não é
uma falsificação da Idade Média a partir do décimo quarto século em diante,
pois, doutra forma, não teríamos nenhuma menção histórica a ele antes desta
data. Tais dados nos revelam que o sudário é de origem muito mais antiga do que
a Idade Média e, portanto, não pode tratar-se de uma falsificação medieval.
(Prova 2) – Imagem em negativo
Em 1888, um famoso fotógrafo
italiano, chamado Secondo Pia, conseguiu a permissão do rei da Itália para
tirar aquilo que seria a primeira fotografia do sudário de Turim. Mas quando
foi exposto para uma demonstração em público, veio a decepção: Pia descobriu
que a imagem parecia ser extremamente tênue. Foi quando ele descobriu aquilo
que viria a ser uma das provas mais fortes da veracidade do sudário: ao revelar
as duas primeiras chapas em vidro, descobriu que a imagem do pano estava totalmente em negativo!
Ele se assombrou, pois essa foi a
primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia na história. Ou seja: ao
ver a imagem em negativo, na verdade se está vendo o “positivo fotográfico” da imagem. Em negativo, as partes
mais escuras ficaram claras e as claras escuras, assim como em um negativo de
uma fotografia. Mas na Idade Média a fotografia era completamente
desconhecida.
O sudário está em negativo, o que faz
com que claros e escuros estejam invertidos em relação àquilo que normalmente
veríamos. Isso significa que, se o sudário foi uma falsificação manufaturada em
pleno século XIV – como dizem os céticos – o autor precisaria ter imaginado o conceito de fofografia 700 anos
antes dela ter sido inventada!
Por isso, é simplesmente impossível
que o sudário seja uma fraude. Como bem destacou o Dr. Donald Lynn:
“Uma
falsificação o santo sudário? Isso seria um super milagre!”[3]
Portanto, não se trata de pintura, e
as características identificáveis de um ser humano só podem ser visualizadas a
três metros de distância, como se fosse o negativo de um filme. A fotografia só
foi inventada no século XIX.
(Prova 3) – Fibras extremamente complexas
Kevin Moran, Engenheiro óptico da
NASA, que analisou cuidadosamente o sudário, acrescenta que a imagem do Sudário
é feita de fibras extremamente minúsculas, um décimo do tamanho de um fio de
cabelo, e os elementos da figura são distribuídos aleatoriamente, como os
pontos de uma foto de jornal ou revista. Para isso, seria necessário um laser atômico increvelmente preciso, e
esta tecnologia era inexistente em pleno século 14 d.C.
As manchas do tecido são
incrivelmente sutis e complexas. A análise microscópica das fibras mostra que a
imagem está contida apenas na camada de carbo-hidratos. Uma fibra estava
manchada enquanto outra, bem ao lado, não. No entanto, cada fibra tem um décimo
do diâmetro do cabelo humano, e em alguns momentos a imagem só penetrava a
cerca de 50 micrômetros da fibra!
Um método para aplicação de tintura,
com tão pouca profundidade assim, é completamente desconhecido. Quanto mais na
era medieval! Ora, não existe técnica de pintura, disponível nos séculos XIII e
XIV, que permita uma precisão de aplicação de tintas à escala no nanômetro.
Isso nos leva a conclusão óbvia de que o
sudário de Turim não é uma falsificação medieval.
(Prova 4) – Imagem Tridimensional
John Jackson e Eric Humper, que eram
dois oficiais da Força Aérea dos Estados Unidos, analisaram o sudário e
perceberam um detalhe impressionante: a
figura ali impressa era tridimensional, de forma que era possível conhecer a
distância entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição
da tridimensionalidade, foi utilizado um aparelho VP-8, tomando uma fotografia
do sudário e a colocando no aparelho. E eles se espantaram com o fato de que se
formou uma imagem tridimensional, que parecia emergir gradativamente do pano
como na ressurreição.
Em relação ao efeito tridimensional
da figura do corpo, só capaz de ser identificado em equipamentos ultramodernos,
os céticos de plantão apenas são capazes de dizer que os falsificadores da
Idade Média eram homens super astutos e que pensaram em todas as possibilidades
para que não fossem pegos em sua fraude. Mas se esquecem de dizer que os
falsificadores eram também homens com dons proféticos, pois certamente sabiam
que no ano de 1978 haveria uma máquina capaz de identificar a forma
tridimensional da figura estampada no linho.
O tratamento da imagem do computador
produziu uma forma tridimensional proporcionada e sem distorções, o que jamais
ocorre em caso de pintura e fotografia. A imagem não poderia ter sido formada
por um processo tridimensional que ainda era desconhecido na Idade Média. Ela
não exibe qualquer evidência de que tenha sido feita por mãos humanas, e é
simplesmente impossível que tenha sido uma pintura.
Digno de nota é que os céticos
fizeram o mesmo com uma inifidade de imagens de pinturas dos mais diversos
gêneros e dos maiores gênios expressionistas, repetindo-os à exaustão para
encontrar algum exemplo similar e nular essa prova conclusiva a favor da
autenticidade do sudário. O que foi constatado, porém, serviu mais uma vez para
refutar suas teorias de conspiração em cima do sudário, pois em nenhum caso o efeito obtido com a imagem
do sudário pôde ser repetido!
Ao associarmos as partes claras uma
distancia menor e as partes escuras uma distancia maior é possível ver o relevo
de um corpo humano de forma perfeita. Nunca alguma outra imagem apresentou
isso. A própria equipe do STURP que analisou o Sudário admitiu confessou: “A definição da imagem por computador e as
análises pelo analisador de imagem VP-8 revelaram que a imagem tem codificada,
em si, informação tridimensional, uma característica sem paralelo em nenhum
outro artefato submetido a análise científica até o dia de hoje”.
(Prova 5) – Grãos de pólen da Palestina
Em 1973, o sudário foi trazido para
um breve exame nos Estados Unidos para ser examinado por um grupo de cientistas
europeus. Entre os cientistas que o examinaram estava Max Frei, um criminologista
suíço, que foi durante 25 anos diretor do serviço científico da Polícia de
Zurique, além de botânico, e, por fé, cristão evangélico, um dos mais
respeitados especialistas do mundo em análise de pó e pólen. Dr. Frei encontrou
no Sudário grãos de pólen que vieram da Palestina ou arredores no Oriente
Médio.
Se o sudário fosse manufaturado na
França, no tempo da Idade Média, como dizem os céticos, então é claro que só
deveríamos encontrar pó e polens franceses e italianos no tecido. Como naquela
época não havia como averiguar a procedência dos pólens com a teclonogia que
somente temos hoje, não seria preciso importar pólens, bastaria usar qualquer
lenço daquela época que seria suficiente para “enganar” os cristãos. Mas o que o Dr. Max
Frei encontrou foi um verdadeiro golpe de morte na teoria conspiracionista: ele
encontrou 58 polens específicos, sete dos quais eram originários da Europa, e o
restante, da Palestina e do sul da Turquia, da localidade de Edessa.
Ele identificou esporos de bactérios
e plantas que não tem flores (como musgos e fungos), partícular minerais, fibras
de plantas, fragmentos de cabelos e grãos do pólen de plantas floridas. E compreendeu
que:
• Identificando os
polens, identifica as plantas;
• Identificando as
plantas, identifica os lugares e as épocas.
Sua pesquisa demonstrou que o pólen
mais frequente no sudário é o mesmo pólen fóssil abundante nos sedimentos do
lago de Genesaré e do mar Morto, depositados há dois mil anos. Das 58 espécies
de pólen no sudário, temos:
• 38 da Palestina,
muitas delas de Jerusalém e arredores, das quais 13 são halófilos exclusivos do
Negueb e da região do Mar Morto.
• 2 exclusivas de
Urfa (Edessa).
• 1 exclusiva de
Istambul (Constantinopla).
• 17 da França e
Itália.
Isto confirma claramente o roteiro e
as datas do sudário (ver prova 1).
Alan Whanger, professor da Duke
University Medical Center de Durham, nos Estados Unidos, identificou 28 flores
que florescem entre Março e Abri na Palestina, com uma técnica de sobreposição
de luz polarizada. Frei encontrou polens de vinco e cinco delas. O detalhe
interessante é que o Dr. Max Frei iniciou suas investigações no sudário com
ceticismo. Ele não é católico e nem cria que o sudário fosse autêntico. O
examinou apenas cientificamente. Mas, depois que concluiu sua análise, em 8 de
Março de 1976, admitiu:
“A
presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas
palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde
já, mesmo antes de chegarmos à identificação completa de todos os fósseis e
microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o santo sudário não é uma
falsificação”
Segundo Frei, ainda se pode concluir:
• Que podemos ter
certeza que o Sudário foi exposto ao ar livre na Palestina e na Turquia.
• Que a abundância
de pólen provenientes da zona do rosto, pode indicar uma exposição maior dessa
área, o que nos leva ao Mandylion de Edessa.
O interessante é que os polens
encontrados no sudário são exatamente
dos mesmos lugares por onde ele passou historicamente, como vimos na prova
1. Se o sudário fosse uma falsificação medieval não encontraríamos nada disso.
Isso prova efetivamente que o sudário ou Mandylion que atravessou os séculos em
todo o curso que vimos anteriormente, desde o século I, é precisamente o mesmo
que temos hoje – não é uma fraude da Idade Média.
(Prova 6) – Algodão inexistente na Europa
Gilbert Raes, professor do Instituto
Ghent de Tecnologia Têxtil da Bélgica, examinou fios retirados do sudário com
um grupo de cientistas italianos em 1973. Ele concluiu que:
• O tecido do
Sudário é composto de fios de linho com traços de fibra de algodão do tipo
Gossypium herbaceum que muito cultivado no I século no oriente médio não existe
na Europa.
• Havia vestígios
de algodão entre as fibras de linho, de onde se conclui que o pano foi tecido
num tear também usado para algodão. O algodão cresce em terras do Oriente
Médio, mas não na Europa.
• A textura do
linho era de um tipo comum no Oriente Médio no primeiro século da nossa era.
Silvio Curto, professor Adjunto de Egiptologia
da Universidade de Turim e membro daquela mesma comissão de cientistas que
examinaram o sudário naquela ocasião teve a mesma constatação e concluiu: “A fabricação do sudário pode remontar ao tempo
de Cristo”. Kenneth Stevens, engenheiro relator do STURP, completou:
“Se o sudário fosse uma
fraude, o falsificador europeu teria de enfrentar a enorme dificuldade de
procurar um tecido fabricado no Oriente Médio, e esse tecido contivesse
vestígios microscópicos de algodão na textura, e células de polens provenientes
de plantas não europeias”
Mechthild Flury-Lemberg, especialista
suíça em restauro de tecidos, estudou o sudário e afirmou que a trama dele é
similar à encontrada em tecidos de 40 a
70 d.C, recuperados em Madasa, que sucumbiu na guerra eentre Jerusaém e Roma em
70 d.C.
(Prova 7) – Sangue verdadeiro
Os responsáveis pelos estudos de
sangue no sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença
de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator
RH positivo na trama do linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a
imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o mais
perfeccionista dos pintores plásticos seria capaz de utilizar pelo menos 5
litros de sangue humano e, à pinceladas, constituir a imagem que é vista no sudário.
Além disso, o linho possui diversas
camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido este
absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Isto seria
impossível de conseguir se fosse uma fraude.
No sudário são muito evidentes
algumas zonas com manchas de sangue. Em 1978 foram tiradas amostras dessas
zonas, com fitas adesivas, pelo Dr. Pierre Luigi Baima-Bollone e Raymond
Rogers, do grupo norte-americano da STURP. Rogers deu algumas dessas fitas a
Walter McCrone e à equipe formada pelo Dr. John H. Heller e Alan Adler, de
Connecticut. Os resultados divergiram. Na Itália, o Dr. Bollone informou que o
sangue era humano do tipo AB.
Nos Estados Unidos, McCrone informou
que as manchas não eram de sangue, e sim de pigmentos terrosos
ocre-avermelhados, concluindo que as manchas no pano eram pigmentos feitos por
um artista. McCrone publicou essas conclusões no Microscope Journal, em 1981,
depois publicou um livro, e até hoje mantém um site na web para atacar o sudário.
No entanto, ainda nos Estados Unidos,
os Drs Adler e Heller concluíram que as manchas eram de sangue verdadeiro, de
tal modo que o judeu Adler declarou: “É
tão certo que existe sangue no sudário como em nossas veias”. Assim como seu colega italiano Bollone, Adler constatou
ainda que as manchas são de cor vermelho vivo, aparentemente estranha para
amostras de sangue antigo, mas explicado pela grande quantidade de bilirrubina,
sinal de que a pessoa da qual o sangue provém esteve fortemente traumatizada
pouco antes da morte.
O Dr. Leoncio Garza-Valdes, em posse
das amostras de sangue da região occipital da imagem dorsal do sudário,
extraídas por Riggi em 1988, na mesma ocasião das amostras dos testes
radiocarbono, não só constatou o sangue humano, identificando-o como do sexo
masculino do tipo AB, como também fez uma análise de DNA, clonando-o. O
estranho é que as conclusões errôneas de McCrone sejam ainda amplamente
divulgadas.
O sudário de Turim apresenta sangue
que corresponde ao grupo AB, que é o mais frequente entre os hebreus. Este “falsificador”, além de
ser um fraudulento, ainda era um gênio, pois adivinhou exatamente o sangue
corrente entre os hebreus do primeiro século como, talvez, uma maneira de
enganar os cientistas do século XX!
Ademais, segundo legistas, todas as
feridas visíveis no sudário foram produzidas em vida, com exceção da lançada no flanco direito, que chegou a
aurícula direita do coração. E sobre uma entrevista ao Fantástico, em que um “cientista” diz que
o sudário de Turim é uma “farsa”, o Dr. Humberto Rezende, presidente
do Centro Sindonológico do Brasil, comenta nas seguintes palavras:
“Sobre
a reportagem do Fantástico devemos informar que aquele indivíduo não esta
autorizado a falar sobre o sudário nem representa o Centro Sindonológico de
Turim nem o de Roma nem o do Brasil e que, sobre a afirmação de que o sudário
foi pintado no ano 300 por um artista que utilizou tinta misturada com sangue
humano é um absurdo. Isso demonstra que o dito cientista nunca foi pintor e nem
é médico. Se fosse pintor saberia que tinta não tem albumina e que sangue logo
depois de retirado do corpo coagula e se misturarmos sangue com tinta a pintura
fica com grumos e não fica linear e simétrica como encontramos no sudário. E,
também, que podemos encontrar ferro no sangue humano e até oxido de ferro em
tinta, mas que a proporção é completamente diferente. Se este pintor pintou o sudário
com todas as marcas que estava nos evangelhos com perfeição anatômica com
física e química corretas e com as características de Jesus de Nazaré, por que
usaria um ato macabro para executar a obra? E se ele tinha tanto conhecimento e
era tão famoso porque não sabemos o seu nome?”
A hipótese de alguém fazer uma
pintura usando sangue humano também foi descartada, pois o exame de
espectrometria de frequência da imagem digitalizada do sudário revelou a total
ausência dos picos que seriam causados por uma produção humana. E mais: o linho
possui diversas camadas de fibras, e o estudo do sangue existente nessas fibras
comprova ter sido este absorvido por contato, pois apenas as camadas mais
superficiais estão impregnadas, algo que não ocorreria em caso de fraude.
A equipe do STURP descobriu que a
imagem só existia na superfície dos fios de linho. Quando qualquer líquido,
como o sangue ou tinta, é aplicado ao tecido, ele sempre penetra nas fibras. É
o processo conhecido como “ação capilar”. Como a
imagem só abrange as fibras superiores, os cientistas concluíram que ela foi
queimada no tecido. O sudário impressionantemente não é fruto de fraude,
pintura ou sangue inserido por algum falsificador medieval.
Uma lista dos testes que confirmaram
a presença de sangue integral no santo sudário é dada a seguir:
• Ferro elevado
nas áreas de sangue, confirmado pelo Raio X com fluorescência.
• Espectros de
reflexos indicativos.
• Espectros de
transmissão microespectrofotométrica indicativos.
• Reação química
característica de fluorescência da porfirina.
• Testes
hemocromogênicos positivos.
• Testes de
cianometemoglobina positivo.
• Detecção positiva
de pigmentos de bile.
• Demonstração
positiva de proteína.
• Indicação
positiva de albumina.
• Teste de
protease sem deixar resíduos.
• Teste
imunológico positivo para albumina humana.
• Aparecimento
microscópio quando comparado com controles adequados.
• Análises forense
de evidência de vários ferimentos e marcas de sangue.
Como já mencionado, o sangue é do
tipo AB, o mais corrente entre os judeus do primeiro século.
(Prova 8) – Sangue venenoso e sangue artificial
Além da confirmação do sangue no sudário,
as marcas de sangue estão em perfeita correspondência com a anatomia, isto é,
sangue arterial e sangue venoso nos seus respectivos lugares. Como se sabe, a medicina
só descobriu a diferença dos dois fluxos sangüíneos no final de 1500. É impossível
separar artificialmente, com um pincel, por exemplo, o sangue de uma fase mais
densa de uma mais líquida, como está no sudário.
Pelos fenômenos de coagulação que se
observa em numerosos filetes de sangue no sudário, o médico americano Gilbert
Lavoie deduziu que até pouco antes da morte escorria sangue das feridas, e que
o corpo foi envolvido no lençol até duas horas e meia depois da morte. Não se
nota também nenhum sinal de putrefação do corpo envolvido pelo sudário. A
conclusão lógica é de que a imagem não foi pintada no tecido por qualquer
método convencional.
(Prova 9) – Poeira mineral
Em 1978, Giovani Riggi, especialista
em aparelhos biológicos, aspirou pó do sudário e constatou que a constituição
elementar do material colhido era análoga à que se encontra em tecidos
funerários egípcios. Nas fotografias ampliadas tiradas em 1978, notava-se um
aspecto sujo na região dos calcanhares. Se deduz que o homem do sudário
provavelmente caminhou descalço pela rua. O cristalógrafo da Hercules Aerospace Division, Joseph Kohlbeck, identificou essas
partículas minerais como aragonita com pequenas quantidades de estrôncio e
ferro, que é uma composição rara.
Confrontou-se com amostras de
carbonato de cálcio tiradas de um túmulo de Jerusalém. Além de se descobrir que
se trata do mesmo tipo de aragonita, uma análise química feita na Universidade
de Chicago, feita por Ricardo Levisetti, detectou que as duas amostras tem as
suas características extraordinariamente semelhantes, o que torna altamente
provável que a aragonita do Sudário seja proveniente de Jerusalém.
(Prova 10) – Moedas
Ao se analisar a figura
tridimensional do sudário, se notou um inchaço circular nas regiões oculares.
Três cientistas da NASA, com poderosos amplificadores microscópicos, puderam
detectar a presença de duas pequenas moedas, uma sobre a pálpebra do
crucificado e outra mais abaixo. Um costume romano do primeiro século era
manter os olhos dos mortos fechados com moedas.
Com um estudo aprofundado e o auxílio
da mais alta tecnologia, pode-se afirmar serem as moedas dos anos de 26 a 36,
cunhadas por Poncius Pilatos em homenagem à sua mãe. Este fato comprova a
história de Cristo e ajuda profundamente a situar o santo sudário na época
correta. Estudos realizados por Mario Moroni confirmam a existência destas
moedas no tempo de Pilatos. As moedas são:
• Dileptus lituus,
que tem impressa a figura de um cajado curvado na parte superior, que Pilatos
mandou cunhar no ano 29 d.C.
• Simpulum, do
mesmo ano que anterior. Essa moeda se encontra no olho direito, mais
propriamente sobre a pálpebra, e se vê claramente as letras Y CAI, do grego
TIBEPIOY KAICAROC, Tibério César, que nas moedas também se encontra escrito com
C ou X no lugar do K.
Elas também confirmam as datas dos evangelhos:
“Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador
Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judeia” (Lc.3:1). Como um falsificador iria conseguir encontrar
moedas da época de Pilatos nenhum cético responde. Aliás, ele nem ao menos saberia que os romanos tinham esse
costume, visto que essa é uma descoberta arqueológica recente. E, mesmo que
soubesse, seria totalmente desnecessário tais moedas se ele quisesse enganar os
incautos com uma simples pintura que só seria capaz de demonstrar a existência
das moedas com poderosos amplificadores da tecnologia moderna. É simplesmente
ridículo pensar que o sudário seja obra de um falsificador!
(Prova 11) – Presença de soro humano
A análise feita através de
fotografias com luz ultravioleta fluorescente revelou que ao redor das manchas
de sangue presentes no sudário há uma forte presença do soro que é formado pelo
corpo humano em casos de tortura, como a que foi submetido Jesus nos evangelhos.
Como sabemos, o apóstolo João disse que da ferida de Jesus saiu sangue e água
(Jo.19:34). A equipe do PPST (Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), após
analisar cuidadosamente o manto, concluiu:
“Assim,
a resposta para a pergunta de como a imagem foi produzida ou o que produziu a
imagem permanece um mistério. Podemos concluir, por ora, que a imagem do sudário
é a real forma humana de um homem açoitado e crucificado. Não é o produto de um
artista. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina e também foram
positivadas em teste para albumina de soro”
O fato de haver soro (invisível a
olho nu) ao redor das manchas de sangue no sudário, por exemplo, era algo que
não poderia ter sido produzido por nenhum falsificador. Ocorre que, sob
tortura, as paredes dos glóbulos vermelhos do sangue se rompem, liberando
bilirrubina, presente nessas áreas do tecido. Como explicar isso? Assim como
concluiu o Dr. Barriem Schwortz, membro da equipe PPST, seria um absurdo
imaginar que um falsificador da Idade Média esconderia manchas invisíveis no
tecido para que os cientistas, 700 anos depois, a encontrassem utilizando
equipamentos que ele nunca poderia sonhar existiriam.
Nas palavras do Dr. Barriem Schwortz:
“Nenhum artista medieval poderia ter previsto a
invenção da fotografia com florescência ultra-violeta e pensado: ‘Bom, eu vou
esconder as manchas de soro, e daqui a 700 anos eles vão encontrar’... Ora, me
poupe!”
(Prova 12) – Nenhum vestígio de pintura
A imagem do sudário, comprovadamente
e acima de dúvidas, não é uma pintura. Não há vestígios de pigmentos ou tintura
de nenhuma espécie nele, além de a imagem não apresentar sentidos de
direção. A equipe do “Projeto
de Pesquisa do Sudário de Turim”, o PPST, num esforço para avaliar o sudário
sistematicamente e segundo a metodologia científica avançada, tiraram as
seguintes conclusões:
“Não
foram encontradas pinturas, tinturas ou manchas nas fibras. Radiografia,
fluorescência e microquímica aplicadas às fibras excluíram a possibilidade de
pintura como método de criação da imagem. Avaliação por raios ultravioleta e
infravermelhos confirmaram estes estudos”
Em seu livro: “A Verdade
sobre o Sudário”, Kenneth Stevenson, relator da STURP, afirma:
“As análises microqúimicas revelaram a
não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no
Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da
fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que
não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude. De modo particular,
a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar
qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho
que pudesse ter contribuído para a formação da figura”
Ademais, uma análise do espectro de
frequências da figura digitalizada do sudário não mostra a existência de picos que demonstrariam a ação de um pintor.
Outro fator importante é o que concluiu o Dr. Barriem Schwortz:
“Quando se olha de frente para o sudário, tanto
a imagem quanto o sangue são vistos claramente; mas, quando os raios de luz vem
por trás do sudário, o sangue fica visível, mas a imagem, não! Isso significa
que a imagem não pode ser uma pintura, pois, se assim fosse, haveria então uma
densidade de tinta no sudário que apareceria na foto com a luz focalizada”
Por tudo isso, é ignorância crer que
o sudário de Turim é fruto de falsificação medieval.
(Prova 13) – Crucificação pelos pulsos
Na minha particular opinião, essa é a maior prova de que o sudário
não é uma falsificação medieval. Na figura do sudário, são bem visíveis
os antebraços e as mãos, cruzadas sobre o abdômem, esquerda sobre a direita. No
pulso mais visível, o esquerdo, há uma grande mancha de sangue causada por uma
ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente oculta pela outra, o fio
de sangue que escorre pelo antebraço indica que também este pulso tem uma
ferida semelhante: ferimentos esses que se encaixam perfeitamente com as lesões
que seriam provocadas por grandes cravos.
Os dedos, bem visíveis, estão
alongados. Nota-se que os polegares não aparecem na imagem, o que é
particularmente interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por
cravos atravessando os pulsos na altura do espaço de Destot obrigaria os
polegares a se contraírem e se oporem às palmas das mãos.
Aqui vemos duas coisas bem interessantes.
A primeira, é que os ferimentos nos pulsos, atribuídos à crucificação, são
consistentes com o que se sabe sobre este procedimento de execução. No entanto,
em toda a iconografia religiosa da Idade
Média, Cristo aparece sempre pregado pelas palmas das mãos, o que era a ideia
aceita na altura. Ora, se o sudário fosse uma falsificação medieval, seria
esta a disposição das feridas, uma vez que os detalhes corretos da crucificação
eram desconhecidos então.
Os pregos não foram fixados no meio
das mãos, como se pensa, mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas
como “espaço de Destot". Se o
traspassamento tivesse ocorrido no meio das mãos, estas teriam se rasgado com o
peso do corpo. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo
prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e
permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás.
No “espaço de Destot”, a
introdução dos pregos assegurava uma fixação firme à cruz. O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século
XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das
conseqüências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a
reproduzi-las na mortalha? Na Idade Média ninguém imaginava que os pulsos, e
não as mãos dos crucificados, é que eram pregados. O mito que se formou em
torno disso (das mãos) na idade medieval é tão grande que até hoje a grande
maioria do povo comum pensa que Jesus foi crucificado pelas palmas das mãos.
O evangelho, contudo, não diz que
Jesus foi crucificado pela palma das mãos. Quando Jesus se dirige a Tomé e lhe
diz que olhe as suas mãos, não quer dizer que exclua os punhos, os quais, como
se sabe, fazem parte das mãos (carpo). Por outro lado, a palavra hebraica yad, usada na profecia messiânica –
trespassaram-lhe as mãos e os pés (Sl.22:16) – era usada com grande variedade
de aplicações, chegando a designar o antebraço e até mesmo o cotovelo.
Na Idade Média, devido a problemas de
origem linguística no evangelho, acreditava-se que Cristo tivesse sido
crucificado pelas palmas das mãos. Sabe- se hoje pela anatomia que as pessoas
eram crucificadas com o prego passando pelo espaço de Destot e quando isso
ocorre o polegar encolhe, exatamente conforme está no sudário. Esse
conhecimento de anatomia não existia na Idade Média. Tais características são
mais evidências em favor da autenticidade, pois um falsificador jamais iria contrariar algum detalhe popularmente
aceito como certo. Nas imagens de Jesus, ele era sempre retratado como
ferido nas mãos, e não nos pulsos!
Em segundo lugar, a possibilidade de
uma ferida perióssea dolorosa foi grande, bem como a lesão de vasos arteriais
tributários da artéria radial ou cubital. O cravo penetrado destruía o nervo
sensorial motor, ou comprometia o nervo médio, radial ou o nervo cubital. A
afecção de qualquer destes nervos produziu tremendas descargas de dor em ambos
os braços. O empalamento de vários ligamentos provocou fortes contrações nas
mãos. Na figura do sudário, estes estão dobrados para o interior das mãos.
Nas mãos dos sudário percebe-se
claramente a marca do cravo no pulso, e as duas direções do fluxo de sangue nos
braços devidas às diferentes posições do corpo na cruz. Os polegares não
aparecem, pois estão encolhidos. Durante muito tempo, uma observação atenta do
lençol teria levado à conclusão de que o homem do sudário tinha apenas quatro
dedos: não se descobriam sinais do polegar.
Foi um cirurgião de Paris, o Dr.
Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona
ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os
polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes,
feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do
homem do sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da
mão.
Essas são evidências incontestáveis
em favor da autencidade do sudário de Turim, pois um falsificador iria retratar
Jesus crucificado pelas mãos, como era bem difundido em sua época, e não nos
pulsos tais como a ciência moderna tratou de provar. A não ser que o “falsificador” tivesse
dons proféticos, é inconcebível que retratasse Cristo desta forma e mais
inconcebível ainda saber exatamente o que acontece como resultado disso, isto
é, as contrações nas mãos.
Tais conhecimentos não existiam na
Idade Média e nem mesmo o maior gênio medieval seria capaz de navegar em uma “máquina
do tempo”, voltar e retratar a crucificação exatamente como ela
realmente ocorreu, contrariando todos os conhecimentos da época medieval, e
tudo isso enganar os cientistas do século XXI!
(Prova 14) – Provas lógicas e outras evidências
1º O Homem do
Sudário foi coroado com uma espécie de chapéu completo feito de espinhos. Todas
as imagens da Idade Média retratavam a coroa de espinhos em forma de aro.
Se o sudário de Turim fosse uma falsificação medieval, certamente seria
representado conforme o conhecimento daquela época, e não algo que vai na
direção oposta.
2º As feridas do homem
do sudário são perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo
flagelum romano no primeiro século. Outros detalhes que o sudário revela (que
veremos mais adiante) ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios poderia
conceber, na Idade Média.
3º Além disso, as
marcas de pregos estão localizadas nos pulsos e não nas palmas das mãos, como
nas imagens clássicas.
4º A crueldade
mostrada no sudário excede em muito as versões artísticas da Paixão de Cristo.
Por que um falsificador mostraria mais do que as pessoas esperavam ver? Por que
contrariaria totalmente a visão clássica de sua própria época?
5º Como resultado
da crucificação pelo pulso, acontece o fenômeno da contração nas mãos, algo
natural em tais circunstâncias. Tal conhecimento não existia em pleno século
XIV, mas foi descoberto com a utilização da ciência moderna. Se o linho fosse
uma fraude, isso não ocorreria com o homem do sudário.
6º No primeiros
séculos Jesus Cristo era representado em imagens de várias formas. Havia duas
predominantes, uma com cabelo curto e sem barba, e outra com cabelos longos e
barba. A partir do século VI aconteceu algo que fez com que somente a imagem de
Jesus com barba continuase sendo usada. Isso seria exatamente logo após a
descoberta do sudário em Edessa, que influenciou as imagens.
7º Dois quadros
hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e na Igreja de São
Bartolomeu, em Genova e ainda o Rosto Sagrado em Pescara, entre outros, já
apresentam as mais fortes características de cópia do sudário:
• 3 mexas de
cabelo na testa
• um dos
supercílios mais alto que o outro
• um “V” acima do
nariz
• barba bipartida
• cabelo longe da
face
• face inchada
• uma risca
transversal na testa
• uma sobrancelha
direita erguida
• narina esquerda
inflamada
• uma linha
saliente entre o nariz e o lábio superior
• uma linha grossa
sob o lábio inferior
• uma linha
transversal na garganta
Tais fatos que conferem exatamente
com o sudário de Turim nos mostram que ele já existia pelo menos desde o século
VI e VII, e, portanto, não é uma fraude criada no século XIV.
8º A imagem não
apresenta contornos nítidos nem linhas que seguem direções, como ocorre com
todo desenho, pintura ou frontagem.
9º Apesar de o
linho ser fino a imagem é superficial e não aparece do outro lado do pano, ao
contrario do que aconteceria com uma pintura, compressão ou frontagem.
10º A imagem não
apresenta deformações que seriam inevitáveis se o lençol tivesse sido
comprimido sobre um cadáver (nesse caso, devido à tridimensionalidade do corpo,
partes como o nariz, por exemplo produziriam uma impressão bem mais larga que o
normal).
11º A imagem dorsal
não é mais intensa nem mais profunda do que a frontal, o que seria de se
esperar no caso de uma impressão por contato; ambas têm características
idênticas, como se, no instante da formação da figura, o corpo, deitado,
apresentasse peso zero.
12º O tratamento da
imagem por computador produziu uma forma tridimensional proporcionada e sem
distorções, o que jamais ocorre em casos de pintura ou fotografia.
13º Conforme
divulgaram os cientistas do STURP, a imagem do sudário foi formada através de
um tipo de radiação luminosa, com uma dosagem na medida exata para ser
registrada de forma tridimensional no tecido, tanto de um lado como do outro,
como o negativo de uma foto. Se essa radiação fosse um pouco maior, a imagem
seria queimada, impedindo a identificação de qualquer detalhe; se fosse menor,
a imagem não apareceria. O mesmo ocorreria se o tempo de exposição do tecido à
radiação variasse em milésimos de segundo!
14º Um falsificador
teria antes que saber o que era o negativo de uma fotografia e tantos
pormenores circunstanciais que nenhum falsificador precisaria criar para
convencer toda a gente da sua autenticidade, de forma alguma, tanto mais quando
só recentemente se poderia averiguar tal autenticidade. Nenhum falsário
precisaria esconder o soro para ser descoberto 700 anos depois por radiação
ultra-violeta, bem como não teria a mínima necessidade de criar (de alguma
maneira que não se sabe como) a imagem de forma de futuramente aparecesse em
efeito tridimensional, e tudo isso para enganar as pessoas da Idade Média que
não teriam como averiguar nada disso!
15º Ele também de
forma alguma precisaria “importar” grãos de
pólen da Palestina e de Edessa direto para a França, esperando parecer legítima
ao povo de sua época, que de forma nenhuma poderia de qualquer maneira
descobrir se os grãos eram da França ou da Palestina. As pessoas nem mesmo
conseguiriam ver os algodões, quanto mais descobrirem de onde que ele era!
Muito menos ele precisaria colocar moedas nas pálpebras para enganar o povo que
nem ao menos sonharia em descobrir isso um dia por poderosos amplificadores
microscópicos!
16º No sudário,
um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo, demonstrando
que um único prego perfurou os dois pés,
cruzados um sobre o outro. Isso contraria a visão clássica de que Jesus
foi teve um prego em cada pé, como era aceito na Idade Média. Desde o
terceiro e quarto século d.C já era relatado que Jesus teria sido crucificado
com um prego em cada pé. Cipriano, por exemplo, fala em plural dos pregos que
transpassavam os pés.
Ambrósio, Agostinho e outros
mencionam expressamente os quatro pregos que se empregaram para crucificar
Jesus. Se o sudário fosse obra de um
falsário, ele jamais teria contrariado todos os conhecimentos da sua época e a
própria tradição que acreditava que Jesus tivesse sido crucificado com um prego
em cada pé. Tal fato nos mostra claramente que o Sudário de Turim
logicamente não foi uma falsificação medieval.
(Prova 14) – Conclusões do STURP
A equipe americana do STURP (Shoud of
Turin Research Project), após três anos e cerca de cem mil horas de pesquisa,
apontou as seguintes conclusões:
• Havia sangue
humano no sudário;
• As gotículas de
tinta ocre seriam resultado de contaminação;
• A habilidade e
equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam
incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e
foi guardado;
• As marcas do sudário
são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem. Existe a imagem
de frente e de dorso;
• A figura do sudário,
ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados
tridimensionais;
• Não existe ainda
explicação científica de como as imagens do sudário foram feitas;
• O sudário
apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos evangelhos.
Tais conclusões tiradas pelo STURP
são muito mais favoráveis a legitimidade do Sudário do que da falsidade deste.
(Prova 15) – Perfeição do sudário
De acordo com este mesmo grupo que
analisou o manto, “nenhum
método químico ou físico conhecido pode responder pela totalidade da imagem,
nem o pode qualquer combinação de circunstâncias físicas, químicas, biológicas
ou médicas adequadamente”. Isso torna
altamente improvável que algum falsificador medieval falsificasse a imagem,
seja de que método for. Uma avaliação subsequente das imagens em 1902 DC por
Yves Delage, professor de anatomia comparativa na Sorbonne, avaliou a imagem do
corpo e posição das feridas tão anatomicamente precisas, que seria virtualmente
impossível a um artista criá-las.
O fato é que ninguém pode reproduzir
a imagem do chamado sudário de Turim. A produção daquela imagem seria algo
absolutamente impossível para qualquer falsificador ou artista da Idade Média.
Recentemente, porém, Luigi Garlaschelli, um professor de Química (patrocinado
por um grupo de ateus), tentou fazer uma “cópia” do sudário e a sua “criação” foi exposta na internet em todos os
sites ateístas a fim de caracterizar o sudário como uma “fraude”.
Contudo, mesmo em pleno conhecimento
do século XXI, nem assim a sua obra ficou digna de qualquer crédito, passando
muito, muito longe do original. Diversos cientistas altamente qualificados
desmontaram com um peteleco a burlesca obra. Por exemplo, o presidente do
Centro Mexicano de Sindonologia, Adolfo Orozco, especializado no Sudário de
Turim, qualificou a ação de “truque
para atacar o sudário” e mostrou furos técnicos que
desqualificam o experimento.
O Dr. Orozco explicou que no sudário “o sangue ficou impresso no pano em primeiro
lugar, e só depois ficou gravada a imagem e não o contrario como fez o suposto ‘reprodutor’”. Além do mais, acrescentou o Dr. Orozco, como foi largamente
comprovado pela comunidade científica, “a
imagem do sudário não se formou por contato. Há partes do tecido que tem imagem
e nunca estiveram em contato com o corpo”. Entretanto, a
primitiva tentativa trabalhou esfregando um pano sobre um corpo.
Acresce que as análises médicas,
segundo o Dr. Orozco, “demonstraram
que os coágulos não foram semeados, mas são clinica e patologicamente corretos
com detalhes desconhecidos no século XIV”. O especialista
sublinhou o lado ridículo dos imitadores pretendendo reproduzir as queimaduras
do incêndio de 1532 e as marcas deixadas pela água que nada têm a ver com a
imagem original. Ainda constata-se que as “imagens” agora fabricadas “não têm as propriedades tridimensionais típicas
do sudário”. Esta ausência desqualifica inteiramente qualquer tentativa
de reprodução.
Para o Dr. de la Piedra, a recente
imitação “é melhor que a cópia
que fez McCrone ou que a horrorosa tentativa de Joe Nickell; ou a de
Picknett-Prince e sua suposta fotografia medieval de Leonardo Da Vinci; ou que
a fantasiosa foto-experimental do sul-africano Nicholas Allen”. Contudo, ainda assim a tentativa de reprodução de
Garlaschelli é parecida apenas no aspecto visível, exterior. No mais, em todos
os outros aspectos que fazem do sudário uma relíquia incomparável, nem mesmo a
ciência chega perto dos “detalhes”.
Para o especialista, “uma amostra parecida com a de Garlaschelli não
resiste às conclusões multidisciplinares tiradas ao longo de mais de 100 anos
por cientistas de todos os credos e especialidades”. À luz desta tentativa falha, De la Piedra conclui que “podemos afirmar com alto grau de certeza, que o
sudário de Turim continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável.
Esta é a verdade interna do sudário”. O especialista
estadunidense John Jackson do Turin Shroud Center de Colorado também observou:
“As
propriedades tridimensionais da imagem (…) a presença de sangue humano com
índices altíssimos de bilirrubina, o pólen de mais de 77 plantas que marcam o
percurso histórico do sudário até quase o século I de nossa era e, entre
outros, o mecanismo de transferência da imagem de um crucificado com todas as
feridas descritas nos evangelhos a um pano”
Infelizmente, o nosso pseudo-imitador
não chegou nem perto de nada disso.
O Dr. Jackson criticou a falta de
técnica de Garlaschelli e explicou que o sangue do sudário não é sangue
inteiro, mas já separado do soro, proveniente de verdadeiras feridas. Além do
mais, o sangue que há neles é próprio de um fluxo post mortem, e não de sangramentos em vida como é no caso do sudário
de Turim. Tal fato é tão impossível para reprodução de um falsário que nem
mesmo o nosso professor Garlaschelli tentou imitar!
Jackson observou que do ponto de
vista da tridimensionalidade, “a
imagem agora feita aparece bastante grotesca. As mãos estão incrustadas no
corpo e as pernas estão em posição pouco natural”. Jackson também
observou que segundo a prática científica séria os resultados de Garlaschelli
deveriam ter sido compulsados por outros cientistas antes da publicação. É o
que se chama “peer-review” ou “revisão
do trabalho por pares”.
Porém, Garlaschelli parece ter temido
a crítica e fugiu dela. O autor recebeu 2.500 euros da União de Ateus
Agnósticos Racionalistas para semelhante serviço. A cifra por si só fala contra
a hipótese de um trabalho científico de vulto e muito mais parece uma gorjeta
em pago de uma zombaria anticristã. Essa totalmente vergonhosa e deplorável
tentativa frustrada de imitar o verdadeiro sudário de Turim serve ainda mais
para reforçar o caráter irreproduzível e inimitável da relíquia, que nem mesmo
nos dias de hoje é capaz de ser reproduzida, quanto menos em plena era medieval
com o limitado conhecimento da época!
O especialista peruano Rafael de la
Piedra, sublinhou que as manobras frustrantes dos italianos reforçam ainda mais
a idéia de que a relíquia “continua
sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável”, de acordo com a ACIPrensa. A própria imagem do sudário está
visível em negativo, e pergunta-se por que alguém na Idade Média iria fazer uma
reprodução que somente poderia ser avaliada em importância com a invenção da
fotografia. Quem teria esse conhecimento técnico? Por que outras obras com o
mesmo conhecimento não apareceram?
A coisa é tão complicada para os “céticos” de plantão que, a partir daí, as
mais estapafúrdias hipóteses passaram a ser levantadas: surgiu inclusive a
teoria de que algum coitado teria sido capturado e torturado, submetido aos
mesmos sofrimentos de Jesus, espancado, flagelado, coroado com espinhos,
crucificado e morto, depois perfurado com uma lança, tudo para depois ser
envolvido num tecido e assim produzir uma relíquia falsa, há 700 anos.
O fato é que se o sudário fosse uma
falsificação medieval, teria que ter sido produzida por um grande gênio, daí
alguns palpiteiros sensacionalistas terem levantado a fantástica hipótese de a
mortalha ter sido produzida por ninguém menos que Leonardo da Vinci. Mas isso
equivale a acusar o mestre renascentista de ser um assassino cruel e sádico.
Além disso, o único motivo para se
produzir tal falsificação seria o lucro, e sabemos que Da Vinci foi um homem
rico e prestigiado, um gênio internacionalmente reconhecido, e também um homem
profundamente religioso, inclusive com fortes tendências místicas. Seria um
absurdo completo imaginar que tal homem seria capaz de aceitar a captura e
tortura de um inocente, das maneiras mais horríveis, até a morte, somente para
produzir uma falsa relíquia. Isso é acusação caluniosa e sem provas.
Por fim, as particularidades da
relíquia em questão nos fazem desacreditar inteiramente que algum falsário
medieval possa ter criado o sudário de Turim. Como, por exemplo, a perfeita
conformidade entre o tamanho da lança que perfurou o flanco do crucificado e as
que eram usadas pelos soldados romanos na época de Jesus. Ou as feridas
perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no
mesmo período histórico. Ou inúmeros outros detalhes que o sudário revela (que
veremos mais adiante), e que ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios,
poderia conceber, na Idade Média.
• Mas
e o teste do carbono 14?
Em Outubro de 1988, um pedaço de 7
por 1,2 centímetros foi recortado do sudário, dividido ao meio e uma das
metades novamente dividida em três. O objetivo era submetê-las ao teste do carbono
14. Como é sabido, esse teste é um moderno sistema de datação de artefatos
muito antigos. Se o sudário era a mortalha de Jesus Cristo, ele teria que ter,
no mínimo, aproximadamente dois mil anos de idade. O carbono, sendo a base de
toda matéria orgânica da terra, é chamado de “traçador
radioativo”, pois o acompanhamento da sua degradação pode ser utilizado
para medir a idade de qualquer matéria orgânica, como o linho do sudário.
O teste foi aplicado aos três pedaços
por equipes independentes: Universidade de Oxford, Inglaterra; duas equipes da
Universidade de Tucson, Arizona (EUA) e Instituto de Tecnologia de Zurique,
Suíça. O Museu Britânico de Londres supervisionou, analisou os três pareceres e
elaborou o relatório final e definitivo, que enfim determinou: “Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século
XIII”.
No mundo inteiro parecia se ouvir um desapontamento.
Seria a vitória definitiva dos céticos? Estava batido o martelo, desfeito o
sonho? Para milhares de entusiastas ao redor do mundo, que viam na imagem do sudário
a melhor e mais concreta prova possível, não só da história de Jesus como
também (e principalmente) da sua ressureição, representava esse resultado um
triste e definitivo ponto final.
Mas havia um problema. Muitas coisas
não se encaixavam na história toda. Não era possível que esse resultado não
provocasse, no mínimo, espanto, não só na comunidade religiosa como também na
científica. Acontece que esse único resultado contrariava todos os resultados
de todas as muitas análises e exaustivos estudos científicos até então
realizados. Como explicar? Como descartar tantas evidências em prol da
autenticidade em razão de uma única evidência que apontava para uma fraude? Não
demorou para que pesquisadores e cientistas retomassem o estudo da famosa
relíquia.
Em 2000, um casal de leigos sem
nenhuma formação científica fez a descoberta de algo que até então nenhum dos
muitos doutores e homens da ciência envolvidos nos projetos de estudo do sudário
havia percebido. Joseph Marino e Susan Benford, através de simples exame visual
em imagens do sudário disponibilizadas pelo PPST na internet notaram que havia
uma espécie de “remendo invisível”
exatamente na parte do sudário recortada pelos cientistas para análise.
Aprofundaram-se então na pesquisa e descobriram que esse tipo de remendo era
muito utilizado na Idade Média para reforçar tecidos de valor, e era conhecido
como “retecelagem francesa”.
Maravilhados, perceberam que estavam
diante de uma grandiosa descoberta: a análise por C-14 poderia ter sido feita
numa parte remendada do tecido, o que teria sem dúvida introduzido uma grande
margem de erro na datação! Procuraram então o Beta Analytic, o maior
laboratório de datação por Carbono-14 do mundo, que sustentou que, sim, uma
mistura próxima a 60% de remendos do ano de 1500 ou posterior, com cerca de 40%
de tecido do século I, causaria uma falsa datação do século XIII – exatamente
os resultados obtidos pelo PPST! Mais ainda: o casal de pesquisadores sabia que
o período entre 1500 e 1600 foi a época em que mais comumente se usou a técnica
da retecelagem.
Tudo se encaixava. Joseph Marino e
Sue Benford mal podiam acreditar em sua incrível descoberta. Resolveram então
procurar ajuda direta dos membros do PPST, mas foram prontamente rechaçados e
até ridicularizados por cientistas céticos como o respeitadíssimo paleontólogo
Dr. Ray Rogers, citado acima. Como dois leigos sem formação acadêmica poderiam
contestar os resultados obtidos por uma equipe científica tão abalizada?
Depois de muita insistência, porém, e
depois de apresentarem diversas e fortes evidências em favor de sua teoria,
conseguiram a preciosa colaboração de um outro membro do PPST: o Dr. Barriem
Schwortz em pessoa. O próximo passo foi submeter reproduções ampliadas das
fotografias das amostras do sudário que haviam sido datadas pelo C-14 à
apreciação de diversos especialistas em tecidos antigos, sem revelar que se
tratava da trama do tecido do sudário. O resultado foi a opinião unânime de que
aquela amostra parecia mesmo ter sido retecida!
Tais evidências levaram o Dr. Barriem
Schwortz a reexaminar as imagens das amostras microscopicamente, e foi assim
que ele comprovou que ali, diferente de todo o tecido do sudário, havia sinais
de algodão com pigmentação e resina. Além disso, as fotografias com ultrafluorescência
que ele havia tirado décadas antes mostravam que naquela área específica havia
um contraste completamente diferente de todo o restante do material, o que
demonstrava uma clara adulteração.
Dr. Barriem começava mais uma vez a
se empolgar com a incrível e real possibilidade de o sudário ser mesmo a
mortalha que envolveu o corpo de Jesus Cristo. Tal fato, independente de
questões religiosas, seria a mais inacreditável descoberta arqueológica de
todos os tempos! Resolveu então, pessoalmente, pedir ajuda ao seu irascível
colega, que ainda tinha em seu poder alguns preciosos fios do material coletado
do sudário: ninguém menos que o cético convicto Dr. Raymond Rogers.
O Dr. Rogers, conhecido pela
truculência e ironia com que costumava receber as contestações aos resultados
obtidos pelo C-14, mal pode acreditar no que lhe pedia o colega cientista.
Segundo o Dr. Barriem, Dr. Rogers assim reagiu ao seu telefonema: “Ora, isso é mais uma tolice dos crédulos que
não aceitam a simples verdade dos fatos. Eu não acredito que você esteja me
perturbando com essa história. Me dê quinze minutos e eu lhe provo que essa
história não passa de mais baboseira”. Ainda segundo
o seu relado, o Dr. Barriem apenas respondeu: “Fique à vontade, Ray”.
Muito a contragosto, o Dr. Ray Rogers
localizou os pequenos fragmentos de fios que tinha guardado da amostra do sudário
de Turim, para examiná-los sob o potente microscópico do seu laboratório
particular. E o que descobriu o deixou pasmo. Esse breve exame fez com que ele
mudasse completamente a sua atitude cética e se tornasse um dos maiores
defensores da necessidade de um novo teste de datação. O que o Dr. Rogers viu,
sob a poderosa lente de aumento, naquele fio do chamado santo Sudário, foi a
presença inequívoca de microfragmentos de algodão juntamente com vestígios de
pigmentação e resinas!
Elementos que não existem em nenhuma
outra parte do sudário, como visto feito de puro linho! Uma prova incontestável
de que, sim, a parte do tecido retirada para datação devia estar contaminada
por material não original. Em outras palavras, ele acabava de comprovar por si
mesmo que a tese da retecelagem era não só perfeitamente plausível como
evidente! Levando-se em conta a hipótese da retecelagem, todas as lacunas
encontradas no estudo do sudário passariam a ser perfeitamente preenchidas,
como, por exemplo, a margem de erro de praticamente 200 anos entre um resultado
e outro.
A saber, os resultados da datação
foram os seguintes:
• Universidade do
Arizona teste 1: datou a amostra como sendo do ano de 1238;
• Universidade de
Oxford: datou a amostra como sendo do ano de 1246;
• Instituto
Tecnológico de Zurich: datou a amostra como sendo do ano de 1376;
• Universidade do
Arizona teste 2: datou a amostra como sendo do ano de 1430.
Os resultados obtidos por C-14
costumam ser específicos (a margem de erro aceitável é de 30 anos para mais ou
para menos), mas, nesse caso em particular, estranhamente, há uma variação de
192 anos(!) entre um resultado e outro. Anomalia esta perfeitamente explicada
pela tese da retecelagem, pois em diferentes partes da amostra retirada haveria
maior ou menor quantidade do tecido de remendo misturado ao tecido original do sudário,
pela própria maneira como a técnica é empregada.
Tudo que envolve a história do sudário
de Turim é envolto por fatos marcantes e emblemáticos, como os estranhos
incêndios que ocorrem nos lugares onde ele é guardado. Além do incêndio na
Catedral de Chapelle (Chambery, França) em 4 de Dezembro de 1532, no dia 11 de
Abril de 1997 também a Catedral de Turim, onde a relíquia estava guardada,
pegou fogo: o sudário foi salvo espetacularmente por um bombeiro devoto e muito
corajoso; fato este que, por si só, está cercado de particulares mistérios: na
ocasião do incêndio, o sudário estava protegido por um fortíssimo vidro à prova
de balas e ataques, mas o valente oficial conseguiu quebrá-lo sem dificuldades,
salvando o manto do perigo, levando-o nas costas até o exterior do templo.
Outro fato marcante é que o Dr.
Rogers, que agora havia voltado a acreditar, nessa época lutava contra a morte,
acometido por um câncer fatal, e cada novo dia de vida era para ele uma
batalha. A essa altura, ele desejava muito vir a conhecer a possibilidade da
autenticidade do sudário, antes de morrer. Logo após a sua incrível descoberta
de materiais estranhos na amostra coletada para datação, enviou seus fragmentos
de fios ao seu colega microscopista Dr. Robert Vilarreal, que tinha acesso a
equipamentos muito mais avançados para análise do material.
Mas quando o resultado das análises
saiu, o Dr. Rogers já havia falecido, vencido pelo câncer. Assim como Moisés,
que conduziu o povo hebreu à Terra Prometida mas não pode entrar nela. Ele
nunca soube que as amostras do fiapo demonstraram que ele era constituído, na verdade,
por duas fibras de materiais diferentes entrelaçadas, coladas e tingidas para
tornar o remendo invisível. Estavam definitivamente derrubados, afinal, os
polêmicos resultados da datação de 1988. Posteriormente, a Discovery Channel
produziu um documentário no qual mostra evidências a favor da autencidade do
Sudário de Turim e esclarece sobre o que realmente aconteceu no tangente ao
caso do C-14.[4]
• Nova
datação prova: o sudário é verdadeiro!
Uma nova pesquisa realizada na
Universidade de Pádua, na Itália, em colaboração com as universidades de Módena
e Bolonha, revelou que a data do sudário remonta ao primeiro século depois de
Cristo. Ou seja, o pano que muitos acreditam ser o que envolveu o corpo de
Jesus após sua morte está cada vez mais distante dos rumores de que era apenas
uma farsa medieval e mais próximo da crença cristã.
Segundo o jornal britânico The
Telegraph, os cientistas utilizaram um fragmento do tecido de linho com uma
série de amostras de tecidos antigos. Descobriu-se, assim, a possibilidade de o
material ter sido fabricado na época em que Jesus viveu. Foram feitas três
análises diferentes: uma mecânica e duas químicas. As análises envolveram
exames com luz infravermelha, espectroscopia Raman – que mede a radiação – e
testes com a tensão das fibras da mortalha. Ao final dos testes, os
pesquisadores chegaram à conclusão de
que a possibilidade de o sudário ser do tempo de Jesus é de 95%.
Os resultados da pesquisa foram
publicados no livro “Il Mistero della Sindone” (O Mistério do
Sudário, em português), de autoria do coordenador da pesquisa Giulio Fanti e do
jornalista Saverio Gaeta. Fanti afirmou que os resultados dessa atual
investigação foram fruto de mais de quinze anos de pesquisa, sendo concluídas
em Abril de 2013.
Portanto, á inegável a autenticidade
do sudário. Como disse o Dr. Jackson, “não
conheço absolutamente nenhuma objeção válida contra a autenticidade do sudário.
Como afetou a minha crença? Pessoalmente me reforçou na fé”. E o Dr. D’Muhalia, presidente do Nuclear Technologies
Corp., em Amston, nos USA, e um dos cinco diretores do STURP, resumiu a questão
nas seguintes palavras:
“Todos
os cientistas com quem falei, não só estão seguros da autenticidade do sudário,
mas também acreditam que ele seja uma carta de amor e uma ferramenta que Ele
nos deixou para toda mente analítica... como resultado destes estudos, um
cientista judeu de nossa equipe nos tem feito cristão”.
Nessa primeira parte confirmamos a
premissa número 1, que nos mostra claramente que o sudário de Turim não é fruto
da arte ou da inteligência humana, por pintura ou por falsificação medieval,
conforme todas as evidências científicas a nossa volta nos mostram claramente.
O nosso próximo passo, agora, será provar que também a segunda premissa está
certa – que este homem trata-se de Jesus
Cristo – e não de alguma outra pessoa que poderia ter sido envolvida por
este pano.
As investigações levadas a cabo a
partir da primeira fotografia tirada do lençol projetaram luzes novas e
surpreendentes que apoiam essa crença como a explicação mais plausível. Ora,
temos um documento histórico, os testemunhos evangélicos, que nos relatam, com
base em fatos observados por testemunhas presenciais, não apenas a crucificação
de Cristo, mas o itinerário da sua paixão até à morte e à sepultura: Jesus é o
Servo sofredor, seviciado, flagelado, crucificado, desfigurado pelas
brutalidades a que o submeteram, imolado como cordeiro pascal. Até que ponto o sudário
recolhe essas circunstâncias históricas? O Dr. Jaime Espinosa fez um brilhante
trabalho sobre isso, que analisaremos a seguir.
• Um corpo barbaramente flagelado
Mateus, Marcos e João relatam que
Pilatos, tentando agradar a multidão, que exigia a crucificação de Cristo,
manda os soldados romanos açoitarem Jesus (Jo.19:1; Mt.27:26; Mc.15:16). Os
romanos não flagelavam os condenados à crucificação, a não ser moderadamente e
enquanto estes transportavam a cruz até o lugar de execução. Ora, o sudário
revela traços de feridas que mostram ter o homem de Turim sido brutalmente
flagelado por todo o corpo, à exceção da cabeça, pés e antebraços.
As feridas são numerosas, entre 110 e
120, e tanto pelo tamanho como pela forma são idênticas às produzidas pelo
flagrum taxillatum romano, o “horrível flagelo” – um
açoite de correias com pedaços de chumbo ou ossos de arestas cortantes nas
pontas. Além das marcas das feridas, os cientistas puderam descobrir dentro
delas os vestígios de perfurações na carne. Os golpes eram tão bárbaros que a
lei romana proibia castigar com o flagrum os que fossem cidadãos romanos. Tanto
pelo número de chicotadas – os judeus estavam proibidos pela lei de ultrapassar
os 40 açoites (Dt.25:3) – como pelo flagelo empregado, vê-se que há
coincidência com os dados do evangelho: o castigo foi aplicado por soldados
romanos.
Pelo ângulo das chicotadas, pode-se
inferir que eram dois os algozes – um de cada lado – pois os golpes convergem
para dois pontos focais com uma extraordinária precisão geométrica. Esta
comprovação exclui que a flagelação tivesse ocorrido enquanto o condenado
transportava a cruz, já que neste caso os golpes teriam sido geometricamente
desordenados. Outra coincidência com o evangelho. Mas a coincidência mais
importante com o relato evangélico é a que explica a crueldade excepcional da
flagelação que, como vimos, não era usual aplicar previamente a um condenado à crucificação.
Relatam os evangelhos que, inicialmente, Pilatos afastou a ideia da crucificação
reclamada pelo povo, pois sabia que Jesus era inocente (Jo.18:38).
Para contemporizar, manda açoitar
Jesus, pensando que desse modo abrandaria o coração dos judeus. Mas a vista de
Jesus desfeito pelos azorragues deixou o povo ainda mais raivoso: “Fora com ele! Crucifica-o!”, clamavam. Depois de uma
nova tentativa, Pilatos, acovardado, cede: “Então entregou-o a eles para que o
crucificassem” (Jo 19, 15-16). A mudança de opinião de Pilatos é o que
explica, pois, a sucessão dos dois suplícios que Jesus sofreu, à diferença do
comum dos condenados. Uma última particularidade: os antebraços de Jesus não
foram atingidos pelos flagelos, e isto indica que foi açoitado antes de
carregar a cruz, pois os braços estavam atados à coluna, e portanto fora do
alcance dos açoites.
• A coroação de espinhos
As pessoas condenadas a morrer numa
cruz costumavam ser salteadores, escravos que tinham praticado algum crime
especialmente grave, ou agitadores que tivessem cometido um delito contra o
Estado romano. Evidentemente, essas pessoas não eram coroadas como reis antes
de serem crucificadas. Nenhum documento antigo nos fala disso.
Chegamos aqui a um testemunho
absolutamente capital para se identificar o homem do sudário: por que esse
homem teve a cabeça ensanguentada por uma coroa de espinhos, quando ainda
estava vivo? Os evangelhos explicam-nos porquê. Os soldados romanos tinham
ouvido os chefes judeus acusarem Jesus de blasfemar porque se dizia Deus; e
sabiam que, à pergunta de Pilatos: “És
tu o rei dos judeus?, Jesus respondera: Tu o dizes, eu sou rei. Para isto nasci
e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37).
Depois de flagelarem Jesus, resolvem,
pois, entreter-se fazendo-o rei de palhaçada, e colocam-lhe por manto real um
pano vermelho, por cetro uma cana entre as mãos, e por coroa de ouro e pedras
um capacete de espinhos:
“Então
os soldados do procurador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram ao redor dele
toda a coorte. E despojando-o das vestes, lançaram-lhe em cima um manto
escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão
direita uma cana; e dobrando o joelho diante dele, diziam escarnecendo: ‘Salve, rei dos judeus’. Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da cana,
davam-lhe golpes na cabeça” (Mateus
27:27-30).
Esta modalidade insólita de maus
tratos é documentada de modo insuspeito pelo sudário: toda a calota craneana
apresenta feridas resultantes de objetos perfurantes finos, que coincidem com
os espinhos de uma possível coroa em forma de capacete, capazes de dilacerar a
golpe de pancadas o couro cabeludo; distinguem-se perfeitamente na mortalha os
ferimentos da testa e sobretudo os da nuca. É de se notar a excepcional
documentação morfológica do sangue, com as características de ter manado em
vida, e que impregna profusamente, misturado com o suor, toda a massa dos
cabelos.
• A crucificação
Em 1968, em três sepulcros de
Jerusalém, encontraram-se os ossos de 35 pessoas. O esqueleto de uma delas
mostrava que havia sido crucificada: os ossos dos pés estavam trespassados por
pregos, e os das pernas quebrados. No sudário, um sulco de sangue parte do pé
direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados
um sobre o outro.
Aparece também claramente uma chaga
profunda na altura do pulso esquerdo. O pulso direito está encoberto pela mão
esquerda, pois cruzaram as mãos diante do corpo antes de sepultar o cadáver;
mas também aparece, em duas direções, o sangue que correu abundantemente do
pulso esquerdo ao longo do antebraço. Não contradiz este dado a tradição cristã
e os artistas, que sempre representaram Jesus crucificado pela palma das mãos?
Os crucificados não eram pregados na
cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o
corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de
Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode
sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a
frente e para trás. Exatamente como está no sudário.
• A morte
O homem do sudário morreu por crucificação,
isto é, em consequência da asfixia que dela resultou. A posição de um
crucificado, com os braços presos no alto e o corpo pendurado dos mesmos, acaba
por dificultar os movimentos da caixa torácica, iniciando um processo de
asfixia. Para respirar, o condenado precisa erguer o corpo, flexionando os
braços e apoiando-se tanto quanto possível nas pernas, esticando-as ao máximo
para que o corpo suba.
O sudário indica tanto a posição
normal como a posição erguida: esta, resultante do esforço para respirar,
aquela indicando a posição caída, determinada pelo cansaço. Dois fluxos de
sangue, com uma divergência aproximada de 10 graus, se percebem imediatamente
nos antebraços, especialmente no braço esquerdo, indicando as duas posições do
corpo. Mas esse movimento para cima e para baixo tem um limite determinado pelo
esgotamento muscular e pela dor das feridas abertas pelos pregos.
O esforço muscular contínuo faz
surgir cãibras, contrações tetânicas dos músculos peitorais e intercostais que,
pela acumulação de ácido láctico, vão-se tornando rígidos: o condenado vai
tendo cada vez maior dificuldade em respirar, sobretudo em expirar, e ainda que
consiga reerguer-se para aliviar a pressão que sente nos músculos do peito,
recai logo na posição baixa e a asfixia começa novamente.
A isto deve acrescentar-se que a
posição do corpo favorece a concentração de sangue nas pernas e na cavidade
abdominal, com o que diminui o volume sanguíneo que chega aos pulmões. O homem
de Turim conserva os traços dessa morte por asfixia, principalmente o peito
dilatado por não poder soltar o ar e o ventre inchado pelo acúmulo de sangue.
Uma coincidência importante entre a linguagem do sudário e o relato evangélico
é que o homem do sudário não teve as pernas quebradas. Diz João:
“Como
era dia da Preparação (da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz em
dia de sábado, por ser grande dia aquele sábado, os judeus rogaram a Pilatos
que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, pois, os soldados e
quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele estava crucificado.
Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas” (João 19:31-34)
É sabido que os crucificados podiam
sobreviver por muitas horas e mesmo dias, e que, para apressar-lhes a morte,
era frequente quebrarem-lhes as pernas pelo tornozelo: a morte sobrevinha então
rapidamente, não só pela hemorragia, mas principalmente porque deixavam de
poder apoiar-se nos pés para conseguirem erguer-se e respirar.
Mas Jesus – como o homem de Turim – é
levantado sobre a cruz num estado de fraqueza extrema pela violência da
flagelação a que foi submetido. Os maus tratos, as pancadas e socos, e
sobretudo a flagelação – uma flagelação selvagem – provocaram não só
hemorragias externas, mas internas, e provavelmente o líquido hemorrágico foi
comprimindo os pulmões e acelerou a morte por asfixia, em consequência do
derrame pleural.
O certo é que Jesus morreu antes do
que a maioria dos crucificados e antes do que os outros dois que foram
supliciados juntamente com Ele. Conta o evangelista Marcos que, quando José de
Arimatéia se dirigiu à presença de Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus,
Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa, ao ponto de ter
chamado o centurião para que lhe confirmasse a notícia (Mc. 15:43-45).
• Uma lança abriu-lhe o lado
Uma das comprovações mais comoventes
do sudário é a marca de uma ferida no peito causada por uma lança. O quarto
evangelista, João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter
morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para
certificar-se de que já estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte:
“Chegando
a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos
soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e
água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o
seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vós
creiais” (João 19: 33-35)
O sudário mostra uma ferida no flanco
direito, causada por uma lança do tipo usado pelos soldados romanos no século I
da nossa era: sem ganchos que alargassem a ferida e sem nervuras de reforço,
tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de
modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.
O golpe foi dado no lado direito,
exatamente como os soldados romanos eram treinados a fazer para atingir os
adversários, que protegiam o lado esquerdo, o do coração, com um escudo. A
ferida tem 4 cms – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax
entre a 5ª e a 6ª costelas, a 13 cm do esterno. Percebe-se claramente que a
lançada foi desferida depois da morte, porque a ferida ficou aberta, o que não
sucederia se fosse feita em pessoa viva. Ademais, há indícios de que o sangue
saiu sem força, o que dá a entender que o coração já estava parado.
Sobre o tecido, vê-se uma dupla
mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando
se usaram raios ultravioletas na observação. Os dois líquidos correram
abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins. Como
vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e
água. O sangue procedia do coração e talvez de hematomas causados pelas
hemorragias internas a que antes nos referimos.
Quanto ao que João chama água e que
corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma
mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas – e de líquido
pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este
líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento
da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a
vítima foi seviciada antes de morrer. A constatação de João, de uma precisão
extraordinária, mostra que Cristo sofreu muitíssimo durante a sua paixão.
• Outras coincidências
O sudário revela ainda que o homem
nele amortalhado deve ter recebido pancadas violentas no rosto, pois se percebe
um inchaço notável em torno do olho direito, além de várias escoriações. Ocorre
espontaneamente pensar no que relata Mateus: “Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os
punhos e deram-lhe tapas dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu?” (Mt.26:67-68).
No nariz, nota-se uma dupla ferida,
assim como uma deformação da borda, ocasionada provavelmente por uma ruptura ou
deslocamento da parte cartilaginosa. Os joelhos, por sua vez, revelam cortes e
escoriações. O esquerdo apresenta uma ferida maior. É muito provável que uma
queda de bruços tenha provocado essas lesões. Imaginemos as condições em que o
homem do sudário foi levado ao local do suplício: com as mãos atadas ao
travessão horizontal da cruz; extremamente debilitado em consequência da
flagelação, dos socos e pontapés, etc; vestido com uma túnica em que era fácil
ter pisado, na posição inclinada que o peso da cruz o obrigava a adotar.
A própria alusão do evangelho de
Marcos a um certo Simão de Cirene que, passando por ali, foi requisitado para
levar a cruz (Mc.15:20-21), parece depor no sentido da extrema fraqueza e
possíveis quedas de Cristo na subida até o local da execução. E também de
mencionar, por se tratar de uma exceção, que o homem do sudário transportou a
cruz vestido. Não era comum os condenados irem vestidos à crucificação.
Tanto Marcos como Mateus dizem que
Jesus foi ao Calvário com as próprias vestes e João refere que os soldados as
dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, e lançaram sortes sobre a
túnica, que era inconsútil, para ver a quem cabia (Mt.27:31; Mc.15:20; Jo.19:23).
Ora, o sudário revela que as lesões provocadas nos ombros pela flagelação foram
relativamente pequenas. Sem dúvida teriam sido maiores se a cruz tivesse sido
transportada sobre os ombros nus, sem nada que amortecesse o atrito da madeira.
Outra coincidência significativa com o relato evangélico.
• O sepultamento
Como já vimos, os romanos reservavam
a crucificação aos que tivessem cometido um crime grave ou um delito contra o
Estado romano. Normalmente, o corpo dos executados não era reclamado por
ninguém, sendo jogado na vala comum. Sem lençol. Ora Jesus, crucificado como um
escravo, foi condenado por Pilatos sob a acusação de ter conspirado contra o
Estado romano. E, no entanto, escapou à vala comum.
Seu corpo foi reclamado por um homem
influente, José de Arimatéia, um discípulo secreto, que o envolveu num lençol
novo, limpo, e o enterrou num túmulo que tinha comprado para si, próximo do
lugar da crucificação. Estes os dados precisos que nos chegaram através do evangelho
de João. O homem do sudário também foi enterrado num lençol fino que, segundo
se calcula, teria custado inúmeras horas de trabalho.
E um detalhe que faz pensar
efetivamente em José de Arimatéia, que sepultou Jesus e era um homem rico. Mas
há ainda um outro aspecto que parece quadrar com o que nos dizem os evangelhos:
a abundância de vestígios de sangue, a indicar claramente que o corpo não foi
lavado antes de ser amortalhado, ao contrário do que era costume entre os
judeus (At.9:37).
O corpo de Jesus recebeu sinais
claros de respeito e distinção, como ser envolvido num lençol de linho e
colocado num sepulcro novo, não em vala comum. No entanto, omitiram algo
elementar entre os judeus: lavar o corpo antes de sepultá-lo. O relato de João
permite-nos compreender por que isso aconteceu:
“Tomaram,
pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho com os aromas,
conforme é costume sepultar entre os judeus. Havia perto do lugar onde foi
crucificado um horto, e no horto um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora
depositado. Ali, pois, depuseram Jesus, por causa do dia da Preparação dos
judeus” (João 19: 40-42).
Vê-se assim a causa da omissão.
Estava prestes a começar o grande Sábado pascal em que, como aliás em qualquer
sábado, que é o dia santo dos judeus, se proibiam rigorosamente os trabalhos
manuais. Por isso era preciso enterrar Jesus antes do pôr do sol, e por isso
não puderam lavar o corpo do Senhor: não havia tempo. Isto explica também que,
no primeiro dia útil, as santas mulheres tivessem ido ao sepulcro, levando os
aromas que haviam preparado, a fim de completar o trabalho.
• Resumo
Vale a pena enumerar sucintamente as
coincidências existentes entre o homem do sudário e Jesus de Nazaré:
1º A partir do
séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar
Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura
do sudário.
2º A figura
estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e
entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.
3º A brutal
flagelação, insólita em condenados à crucificação, executada com o flagrum
romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.
4º A coroação de
espinhos, circunstância igualmente insólita.
5º O homem do sudário
não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.
6º As pernas não
foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucificação, para
apressar a morte do condenado.
7º Uma lança de
forma igual à que usavam os soldados romanos atravessa o lado direito, após a
morte.
8º O crucificado
não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça
de linho cara.
9º Foi sepultado
cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.
10º O cadáver
abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.
• Probabilidades
Diversos especialistas de renome
aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a chance
de que o homem do sudário não fosse Jesus Cristo. Para uns, é de um para um
octilhão, isto é, de 1 para 10²7 (a unidade seguida de vinte e sete
zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a
probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse. Se
juntássemos todas as pessoas que já existiriam no mundo até hoje, não
chegaríamos nem perto deste número!
A conclusão que se impõe é a de que,
à vista dos fatos, a explicação mais plausível, a única satisfatória, é que o
homem do sudário é Jesus de Nazaré, e que o lençol de Turim é o lençol fúnebre
com que José de Arimatéia e Nicodemos envolveram o corpo de Cristo. O
paralelismo entre o tecido e os testemunhos evangélicos é perfeito: nada a
mais, nada a menos.
Yves Delage, professor de Anatomia na
Sorbonne, membro da Academia Francesa e agnóstico confesso, concluiu já em 1902
que o sudário era o lençol de Jesus. Severamente criticado, teve a seguinte
observação:
“Injetou-se
desnecessariamente um problema religioso num assunto que, em si, é puramente
científico, e o resultado foi que os sentimentos se excitaram e a razão foi
posta de parte. Se, em vez de Cristo, se tratasse de outra pessoa, como um
Sargão, um Aquiles ou um dos Faraós, ninguém teria pensado em fazer a mínima
objeção”
Primeiramente, vale ressaltarmos
aquilo que já comprovamos aqui, que:
• O sudário de
Turim não é uma falsificação;
• O sudário de
Turim é o lençol que envolveu Jesus Cristo.
Tais premissas, porém, só teriam
verdadeiras validades a fim de provar a ressurreição em caso que este homem ali
descrito no sudário tenha, realmente, ressuscitado dos mortos. Para isso,
novamente vamos para as provas lógicas e científicas, a fim de provar que esse
homem [Jesus] ressuscitou dos mortos.
• A Ressurreição
O evangelista continua: ao amanhecer do
primeiro dia da semana, Maria Madalena encontra o túmulo aberto, corre a avisar
os discípulos, e Pedro e João correm em direção ao túmulo. Ambos observam que o
lençol se encontra “vazio”, manifestamente sem conter o volume
de um corpo. Depois, o próprio Cristo aparece a Maria Madalena, que ficara
chorando ao pé do sepulcro, e por fim a todos os apóstolos. Será que o sudário
de Turim, que lança tanta luz sobre a paixão e morte de Cristo, numa sucessão
espantosa de coincidências, terá também algo a dizer-nos sobre a sua
ressurreição? É isso o que analisaremos agora.
• O corpo não se decompôs
O corpo envolvido no Sudário
achava-se em estado absoluto de enrijecimento causado pela morte (rigor
mortis), e os patologistas estão em condições de afirmar que estava sem vida.
Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os
panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos
que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica.
Mas os especialistas que estudaram o sudário não encontraram o menor indício
desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não
esteve muitos dias em contato com o corpo sepultado.
• O corpo não foi retirado por meios humanos normais
Mas o corpo poderia ter sido retirado
da mortalha pelos próprios discípulos, como aliás se tentou propalar na ocasião
(Mt.28:13). Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram
que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o
pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas
do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade
estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas
ter-se-iam desfeito e espalhado. Todavia, encontram-se intactas.
A separação natural deixaria no
tecido sinais de fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam
sido repuxadas ao separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação
microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes,
o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de
repuxamento das fibras.
Portanto, se o cadáver não ficou no
túmulo muito tempo – e nem pode ter saído de lá por meios humanos naturais –
segue-se logicamente que a ressurreição é a única conclusão lógica e
satisfatória para como se deu tal fato. O cadáver não foi retirado e nem saiu
do lençol por repuxação, mas desapareceu de lá pelo milagre da ressurreição.
Isso também confirma o fato bíblico: “Porque
tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra
decomposição” (At.2:27).
• A origem da figura
É sabido que os cientistas não
conseguiram desvendar o mistério relativo ao processo técnico que teria
originado a formação da figura do sudário. As conclusões científicas apenas nos
dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi
formada por contato direto nem mediante vapores ou qualquer outro processo
conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.
Segundo vimos, a teoria mais
plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor ou por uma luz
intensa. Mas o que teria causado essa chamuscadura? Como é que o corpo de um
cadáver pode produzir calor ou luz? Não resta outra hipótese senão a de que, ao
ressuscitar, o corpo de Cristo irradiasse esse calor ou essa luz. O sudário
aponta para esse fato histórico como a única explicação plausível para a
formação da figura impressa no lençol.
Como disse o Dr. Thomas F. D’Muhala:
“Todos
nossos achados devem corroborar o evangelho em cada um de seus detalhes. Se
confirmar o estalo de uma radiação, muito bem poderia isso estar relacionado
com a ressurreição”
À luz de todas as evidências lógicas
e científicas apresentadas, percebemos claramente que os três pontos
mencionados são, de todo, plenamente verdadeiros.
1º O sudário de
Turim é realmente um lençol do primeiro século que encobriu um homem morto, e
não uma pintura falsificada da Idade Média.
2º Este homem
trata-se de Jesus Cristo.
3º Este homem
ressuscitou.
4º Logo, Jesus ressuscitou
dos mortos.
A despeito de todas essas provas, a
maioria dos céticos e ateus continuará desacreditando na ressurreição de
Cristo, dizendo que é mera questão de fé sem a menor evidência histórica ou
científica. Como vimos nestes capítulos, a ressurreição de Jesus é provada
tanto histórica como cientificamente, por argumentos lógicos e racionais. O irracional, à vista de tudo o que foi
apresentado, é crer no contrário: que alguma outra coisa (que não a
ressurreição) aconteceu e que explicaria a fé dos discípulos e a imagem do
sudário.
Neste caso, não é a fé que é cega,
mas a descrença. A fé é corroborada
por todas as linhas de evidências, e todas elas apontam para a ressurreição de
Cristo. A descrença, contudo, oferece argumentos fracos, superficiais,
facilmente refutáveis e não poucas vezes absurdos, para não admitirem e
confessarem o óbvio: que Jesus realmente ressuscitou. Pois isso, para eles, é
rejeitado a priori. Jesus não pôde
ter ressuscitado porque não pôde, e não por alguma boa evidência contrária aos
argumentos favoráveis à ressurreição.
E negar a possibilidade de
ressurreição, além de se chocar com todas as provas favoráveis, é negar também
que estamos em um Universo teísta, onde Deus existe e os milagres são
possíveis. E se esse Deus já fez algum milagre alguma vez, com certeza a
ressurreição de Jesus é a mais pautada pelas evidências. E, se Jesus ressuscitou,
temos fortes razões para crer que o Cristianismo é a religião verdadeira.
Afinal, é a única que ensina a ressurreição de Cristo. E, ainda, se Jesus
ressuscitou temos fortes razões para crer naquilo que é dito na Bíblia, pois
ela não teria sido fruto da invenção de mentes perturbadas ou enganadoras, mas
da revelação de Deus através do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
A ressurreição de Jesus não é apenas
o ponto central do Cristianismo, mas é o que dá validade à fé cristã. Sem
ressurreição de Jesus, não há Cristianismo. Mas se Deus ressuscitou Jesus
Cristo dos mortos, ele está autentificando a veracidade da fé daquela religião
dos cristãos, a única que ensina que ele venceu a morte e ressuscitou. Então,
se cremos na ressurreição de Jesus, devemos crer naquilo que a Bíblia diz, pois
ela é a verdade. Mas seria mesmo confiável crer no que a Bíblia diz? Afinal,
ela não teria sido corrompida com o passar dos séculos, como dizem os ateus? É
isso o que passaremos a investigar no capítulo seguinte.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "As Provas da Existência de Deus")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
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[1] As
referências principais são:
-Livro: “Santo Sudário: A impossibilidade de
falsificação”, de Mario Moroni e Francesco Barbesino.
- Documentário do Discovery Channel sobre a
autenticidade do sudário, disponível em: <http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1078523488>
-Sites: ACI Digital:
Associação Cultural Montfort: <http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cadernos&subsecao=ciencia&artigo=sudario&lang=bra>
Sem Fronteiras para o Sagrado:
A Arte das Artes:
Dr. Jackson de Souza Brandão:
[2] Os
dados cronológicos do Sudário de Turim que são apresentados a seguir são
extraídos do site ACI Digital: <http://www.acidigital.com/sudario/cronologia.htm>
e da Associação Cultural Montfort: <http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cadernos&subsecao=ciencia&artigo=sudario&lang=bra>.
[3] Nasa, jet Propulsion Lab. Julho de 1980.
[4] Este
documentário do Discovery Channel sobre a autenticidade do sudário está
disponível em: <http://apologiacrista.com/index.php?pagina=1078523488>
Lucas vc chegou a lert o artigo do ceticismo.net fez a respeito do sudário?
ResponderExcluirSim, mas os argumentos que eles dão para a "fraude" são muito mais fracos dos que os da autenticidade.
ExcluirO rosto de Jesus seria mais ou menos assim? http://3.bp.blogspot.com/_-qq0pFq4GXM/Sx5JqE02OiI/AAAAAAAABUw/hVxtnfcvbcs/s320/JESUS+segundo+o+santo+sudario.jpg
ResponderExcluirSim.
ExcluirO site minilua escreveu q o sudario era falso e q o homem da foto n poderia ser Jesus, já q aparentemente é europeu. Ele mostraram essa imagem como algo próximo do Jesus histórico. Oq acha?http://www.duplipensar.net/images/religiao/jesus1.jpg
ResponderExcluirAquela imagem não é a imagem de Jesus, e sim a imagem do que seria um judeu típico daquela época. Dizer que todo mundo tem que se parecer com aquilo é o mesmo que alguém fazer a caricatura do que vem a ser um brasileiro e depois dizer que todo mundo que não parecer com aquela imagem não é brasileiro. Sendo assim, eu que tenho cabelo comprido (diferente de uns 98% dos brasileiros) não poderia ser considerado "brasileiro"...
ExcluirA imagem de Jesus no sudário condiz perfeitamente com toda a iconografia antiga sobre Jesus. Todas as imagens que os cristãos primitivos pintavam de Jesus tinha um cabelo comprido e uma face semelhante à que aparece no sudário. Nenhuma tem qualquer relação com aquele outro homem da imagem do "Jesus histórico", que não tem nada a ver com o Jesus real.
O próprio Antigo Testamento hebreu fala muitas vezes de personagens bíblicos que tinham cabelo comprido, e o europeu típico não tinha barba, como o homem do sudário tem.
Obg por responder, minha outra pergunta era a respeito do rosto de Jesus, mas n é mais necessário ser respondida. Aliás, vi recentemente um documentário em que ele diz basicamente a mesma coisa q vc, q a imagem do sudário é muito semelhante as pinturas antigas de Jesus, de diferentes pintores e igrejas.
ExcluirExcelente post Lucas!
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirLouvado sejas, meu Senhor,
ResponderExcluirpelos que te servem pelo Teu amor. 😃
Eu estou maravilhado em saber que existe mesmo algo que pode provar consistentemente a existência de Jesus! Eu sempre achei que o sudario se tratasse de apenas mais uma relíquia católica,mas depois de ver tantas evidências,tenho mais que certeza de que foi algo deixado pelo proprio Deus pra nós.
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