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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Dawkins também se opõe ao
argumento teleológico, que se baseia nas constantes antrópicas que demonstram o
ajuste fino do Universo, que atesta a existência de um projeto (e,
consequentemente, de um Projetista). Um ponto positivo neste ponto é que
Dawkins não nega que existam de fato constantes antrópicas, que parecem atestar
um projeto inteligente. Ele nos poupa do trabalho de demonstrar a existência
destas constantes, e até mesmo nos privilegia citando outras várias constantes
em seu próprio livro.
Mas para os leitores que
ainda não estiverem familiarizados com o argumento teleológico ou que ainda não
fazem a mínima ideia do que seja uma constante antrópica, transcreverei neste
livro as mesmas constantes citadas em meu livro anterior, retiradas do livro
“Não tenho fé suficiente para ser ateu”, escrito por Norman Geisler e Frank
Turek:
1º Se a força centrífuga do movimento planetário
não equilibrasse precisamente as forças gravitacionais, nada poderia ser
mantido numa órbita ao redor do sol.
2º Se o Universo tivesse se expandido numa
taxa um milionésimo mais lento do que o que aconteceu, a expansão teria parado,
e o Universo desabaria sobre si mesmo antes que qualquer estrela pudesse ser
formada. Se tivesse se expandido mais rapidamente, então as galáxias não teriam
sido formadas.
3º Qualquer uma das leis da física pode ser
descrita como uma função da velocidade da luz (agora definida em 299.792.458 m
por segundo). Até mesmo uma pequena variação na velocidade da luz alteraria as
outras constantes e impediria a possibilidade de vida no planeta Terra.
4º Se os níveis de vapor d'água na atmosfera
fossem maiores do que são agora, um efeito estufa descontrolado faria as
temperaturas subirem a níveis muito altos para a vida humana; se fossem
menores, um efeito estufa insuficiente faria a Terra ficar fria demais para a
existência da vida humana.
5º Se Júpiter não estivesse em sua rota atual,
a Terra seria bombardeada com material espacial. O campo gravitacional de
Júpiter age como um aspirador de pó cósmico, atraindo asteróides e cometas que,
de outra maneira, atingiriam a Terra.
6º Se a espessura da crosta terrestre fosse
maior, seria necessário transferir muito mais oxigênio para a crosta para
permitir a existência de vida. Se fosse mais fina, as atividades vulcânica e
tectônica tornariam a vida impossível.
7º Se a rotação da Terra durasse mais que 24
horas, as diferenças de temperatura seriam grandes demais entre a noite e o
dia. Se o período de rotação fosse menor, a velocidade dos ventos atmosféricos
seria grande demais.
8º A inclinação de 23º do eixo da Terra é
exata. Se essa inclinação se alterasse levemente, a variação da temperatura da
superfície da Terra seria muito extrema.
9º Se a taxa de descarga atmosférica (raios)
fosse maior, haveria muita destruição pelo fogo; se fosse menor, haveria pouco
nitrogênio se fixando no solo.
10º Se houvesse mais atividade sísmica, muito
mais vidas seriam perdidas; se houvesse menos, os nutrientes do piso do oceano
e do leito dos rios não seriam reciclados de volta para os continentes por meio
da sublevação tectônica (sim, até mesmo os terremotos são necessários para
sustentar a vida como a conhecemos!).
11º O nível de oxigênio. Na Terra, ele
corresponde a 21% da atmosfera. Se ele representasse 25% haveria incêndios
espontâneos; se fosse de 15% nós ficaríamos sufocados. Se a atmosfera fosse
menos transparente, não haveria radiação solar suficiente sobre a superfície
terrena; se fosse mais transparente, seríamos bombardeados com radiação solar.
12º Se a interação gravitacional que a Terra tem
com a lua fosse maior do que é hoje, afetaria seriamente as marés dos oceanos,
a atmosfera e o tempo de rotação. Se fosse menor, as mudanças orbitais trariam
instabilidades ao clima. Não existiria vida na Terra.
13º Se o nível
de dióxido de carbono fosse maior do que ele é atualmente, teríamos um enorme
efeito estufa, e todos nós estaríamos queimados; se fosse menor, as plantas não
poderiam manter uma fotossíntese eficiente, e todos nós morreríamos sufocados.
14º Se a gravidade fosse alterada em 0,00000000000000000000000000000000000001%
(um zero seguido de outros 37 zeros) nosso sol não existiria e, logicamente,
nós também não.
15º Freeman Dyson enfatizou que, se a força entre os núcleos
(prótons e nêutrons) fosse apenas alguns por cento mais forte, o Universo
ficaria sem hidrogênio. Estrelas, como o sol – para não mencionar a água –
talvez não existissem. A vida, como a conhecemos, seria impossível.
16º Brandon Carter mostrou que mudanças muitíssimo menores na
constante “G” transformariam todas as estrelas em gigantes azuis ou anãs
vermelhas, com consequências igualmente funestas sobre a vida.
17º Qualquer pequena variação para um lado ou para o outro nas
oscilações do Big Bang, e nenhum de nós estaria aqui para contar a história. O
fato é que as oscilações são tão exatas (com uma precisão de um sobre 100 mil)
que Smoot as chamou de “marcas mecânicas da criação do Universo” e “impressões
digitais do Criador”.
Junto a estas constantes antrópicas poderíamos mencionar
também as presentes no livro “Um Ateu Garante: Deus Existe”, escrito por Antony
Flew:
18º O princípio da relatividade especial – ou
restrita – assegura que forças como o eletromagnetismo tenham efeito
invariável, não importando se agem em ângulos retos na direção de um sistema,
ou se viajam. Isso permite que códigos genéticos funcionem e que planetas se
mantenham unidos enquanto giram.
19º Leis quânticas impedem que os elétrons girem
para dentro do núcleo atômico.
20º O eletromagnetismo tem uma única força que
permite que aconteçam múltiplos processos essenciais: permite que estrelas
brilhem de modo constante por bilhões de anos; que o carbono se sintetize em
estrelas; assegura que léptons não substituam quarks, o que tornaria os átomos
impossíveis; é responsável por não deixar que os prótons se desintegrem
depressa demais ou que se repilam mutuamente com força exagerada, o que
tornaria a química impossível. Como é possível que essa mesma força única
satisfaça tantos requisitos diferentes, quando parece que seria necessária uma
força diferente para cada um desses processos?
William Lane Craig, em seu livro “Em Guarda”, também
cita outras constantes antrópicas, tais como:
21º A chamada força fraca, uma das quatro forças
fundamentais da natureza, que opera dentro do núcleo de um átomo, é algo tão
precisamente ajustado que uma alteração em seu valor que fosse de uma parte em
10100 teria impedido a existência de vida no Universo.
22º Uma alteração na chamada constante
cosmológica, que dirige a aceleração da expansão do Universo, que fosse de uma
parte em 10120 teria resultado em um Universo onde a vida não seria
possível.
23º Roger Penrose, da Universidade de Oxford,
calculou que as chances de que o estado de baixa entropia tivesse vindo a
existir exclusivamente por acaso está na ordem de uma chance em 1010(123),
um número que é tão inconcebível que chamá-lo de astronômico seria uma
grosseira simplificação.
Craig ainda acrescenta:
“O ajuste preciso aqui está além da compreensão. Ter uma
precisão de sequer uma parte em 1060 é como mirar com um revólver em
direção ao outro lado do Universo observável, distante 20 bilhões de anos-luz,
e acertar um alvo de 1 polegada!”[1]
Alguns ateus com quem já debati disseram que este ajuste
para permitir a vida está invertido. Não é o Universo que pareceu planejado
para criar condições favoráveis à vida na Terra, é a vida na Terra que se
adaptou diante das circunstâncias do Universo. Esta objeção é tão fraca que nem
o próprio Dawkins a usa. Se ela fosse verdade e se qualquer outro tipo de vida
pudesse surgir sob outras condições, então esperaríamos encontrar vida em todos
os outros planetas da nossa galáxia e das outras.
Marte, por exemplo, teria condições “favoráveis” para a
criação de um outro tipo de vida, que
se adaptaria às suas próprias circunstâncias que diferem-se da Terra (como, por
exemplo, o fato de estar mais afastado do sol). Mas não vemos vida em Marte e
nem em outros planetas já pesquisados. Portanto, a objeção de que se tivéssemos
constantes diferentes teríamos formas de vida diferentes fracassa na prática.
Craig também aborda isso nas seguintes palavras:
“Essa afirmação subestima as consequências
verdadeiramente desastrosas de uma alteração nessas constantes e quantidades.
Quando os cientistas dizem que um Universo admite a existência da vida, eles
não estão se referindo apenas às formas de vida atuais. Por ‘vida’ querem dizer
apenas a propriedade de organismos se alimentarem, extraírem energia desse
processo, crescerem, adaptarem-se ao seu meio e se reproduzirem. O que quer que
seja que possa cumprir essas funções conta como forma de vida, qualquer que
seja essa forma. E para que a vida assim definida exista, as constantes e
quantidades presentes no Universo têm que ser inacreditável e precisamente
ajustadas. Na ausência desse ajuste preciso, nem mesmo a matéria ou sequer a
química existiriam, menos ainda os planetas onde a vida pudesse se
desenvolver!”[2]
Outra objeção comum na boca dos ateus é que nós somente
tivemos muita, muita, muita, muita e muita sorte. Uma baita de uma sorte, como diria o craque Neto. Muitos fazem analogia
com a loteria. É extremamente improvável alguém ganhar na loteria, mas no fim
das contas alguém sempre ganha. Este alguém não pode dizer que houve um
“projeto inteligente” para ele vencesse, pois só ganhou por uma coisa: sorte.
O problema com esta analogia é que ela minimiza e
subestima o argumento teleológico, que é incomparavelmente superior em
dificuldade do que a loteria. As chances de uma pessoa ganhar na loteria são de
uma em 50.063.860, ou seja, de 0,000002%. Isso é imensamente maior que a
constante da gravidade, por exemplo, que é de 0,00000000000000000000000000000000000001%
em termos de precisão. Simplesmente não dá para comparar uma coisa com a outra.
É impreciso e desonesto. A constante antrópica relacionada à gravidade já é por
si só o mesmo que ganhar milhares de
vezes na loteria.
E o problema não termina por aí,
porque a constante da gravidade não é a única
constante antrópica que existe. Listamos aqui 23 constantes antrópicas
existentes, mas os físicos estabelecem muito mais, que também poderia ter sido
mencionado. Se juntarmos todas as constantes antrópicas, o resultado seria o
mesmo de uma pessoa ganhar bilhões e
bilhões de vezes na loteria, de forma consecutiva e extraordinariamente
precisa. É óbvio que isso é impossível, se não houver intervenção inteligente.
Há algum tempo atrás veio à
mídia o caso de um deputado baiano chamado João Alves, que ganhou na loteria
nada a menos de 200 vezes, sendo 125
delas apenas nos últimos dois anos. Ele ficou conhecido como o “Rei da
Loteria”. Só em 2013, ele havia ganhado um prêmio a cada semana, nove milhões
de dólares em apostas premiadas[3].
Outro indivíduo ganhou 550 vezes na
loteria, incluindo 107 vezes no mesmo dia, em sete modalidades diferentes de
vários Estados da Federação[4].
Qual é a reação de um ateu
quando lê ou ouve a notícia de que um mesmo indivíduo ganha toda semana na
loteria durante um ano inteiro, ou que ganhou 107 vezes no mesmo dia, ou que
ganhou 550 vezes seguidas no total? Eu não sei qual seria a reação de um ateu
comum – de impunidade, injustiça ou corrupção – mas com certeza não seria algo
como: “Oh, ele é um grande homem de sorte!”. Todos eles sabem que ganhar tantas
vezes na loteria é virtualmente impossível, e que teve influência humana
(inteligente) no processo. Nenhum deles atribui ao acaso. Eles sabem que houve
um projeto (neste caso, lavagem de
dinheiro) por trás disso.
Mas quando lidamos com as
constantes antrópicas, que ao todo são infinitamente muitíssimo mais
improváveis do que ganhar 550 vezes na loteria, eles não veem qualquer
intervenção inteligente ou projeto. Foi “sorte”. Pura sorte. Agradeçam ao deus
Acaso e ao messias Coincidência, responsáveis por algo tão extraordinário. A
verdade é que os ateus são tão ou mais crentes do que os crentes – apenas
atribuem os milagres a coisas mais improváveis. Os crentes têm fé em um ser
inteligente e capaz de intervir (Deus), enquanto os ateus têm fé na sorte, que
nada explica.
Se é lógico que houve
intervenção inteligente nos casos de políticos que ganharam centenas de vezes
na loteria, por que não seria lógico que houve intervenção divina nas
constantes antrópicas, que são muitíssimo mais improváveis do que ganhar 550
vezes na loteria? Os teístas são coerentes, pois creem que tanto no caso da
loteria quanto no caso ainda mais improvável das constantes antrópicas houve um
agente inteligente por trás de tudo isso. Os ateus, por outro lado, tem a
tendência de aceitar o fato de que houve inteligência por trás do “Rei da
Loteria”, mas não há nada de estranho em atribuir à sorte e ao acaso as
constantes antrópicas, que são muito mais improváveis. O que isso se chama,
senão fé?
Como Dawkins responde a tamanha
arbitrariedade? É aqui que entra um amigo imaginário dos ateus: os universos
múltiplos. Como havia pouco conhecimento da física até os últimos séculos e as
maiores descobertas foram feitas no século passado, eles desconheciam a grande
maioria destas constantes antrópicas. Portanto, isso não era um problema para
eles. Na medida em que os físicos foram descobrindo as maravilhosas e
espetaculares constantes que permeiam o nosso Universo, eles encontraram aquilo
que muitos chamam de as digitais de um
Criador. Por todo o Universo há indícios muito claros de projeto
inteligente, e os ateus se viram pressionados a oferecerem uma explicação menos
insatisfatória do que o “acaso”.
Foi aí que alguém inventou a
ideia de que este Universo pode não ser o único Universo existente, e que na
verdade existem outros universos com suas próprias leis; uns com vida
inteligente, outros sem. Eles também tiveram que usar bastante a imaginação ao
sugerir o número de universos existentes. Não adiantaria nada dizer que
existiam três, sete ou cem universos, pois as constantes ainda os atropelariam
sem piedade. Foi então que eles chegaram ao nível máximo da apelação do TDM
(Tudo-Menos-Deus): a sugestão de que existem infinitos universos!
Assim, nós devemos ser levados a
crer que existe uma quantidade infinita (ou pelo menos muito, muito, muito,
muito grande, o suficiente para balancear as constantes antrópicas), e nós
apenas calhamos de ter a sorte de ter caído em um Universo que permite a
existência de vida, e não nos outros zilhões onde não existe nada. Se você acha
que tudo isso parece uma grande conspiração de ateus desesperados em conseguirem
explicar as constantes antrópicas sem evocar a existência de um Projetista,
você está certo.
Eles não têm evidência nenhuma
da existência de outros universos. Nadica de nada. Dawkins não nos dá sequer
uma pista, uma sugestão, uma forcinha. Ele simplesmente afirma e empurra este
conceito com a barriga, porque é a única forma que ele encontrou para explicar
as constantes antrópicas sem colocar Deus nisso tudo. Dawkins deveria se sentir
envergonhado em ter que apelar para uma teoria fantasiosa como essa, pela única
razão de fugir de Deus. Para onde vai a credibilidade de um cientista que
afirma só crer nas evidências, quando sugere algo que não possui qualquer
evidência, numa clara tentativa de se auto-convencer de que não existe um Deus[5]?
Dawkins diz não crer em Deus
pela falta de evidências (o que já vimos que não é verdade, pois ele mesmo não
consegue refutar o argumento cosmológico decentemente), mas paradoxalmente
propõe uma teoria alternativa ao argumento teleológico que exige muito mais fé
do que a crença em Deus, e da qual não temos sequer a mais mínima evidência de
existência. Como Dinesh D’Souza sabiamente ponderou: “Para
abolir um Deus invisível, o infeliz tem que inventar uma infinidade de universos invisíveis!”[6].
David Robertson não ficou por menos
quando disse a Dawkins:
“Continua
dizendo-nos que a ciência é sobre o que podemos observar, que é sobre evidência
factual e empírica. O conceito de multiuniverso é um contrassenso de ficção
científica pelo qual não há uma evidência que seja. Quase se obtém a impressão
de que aceitaria qualquer teoria conquanto que ela não envolvesse a
possibilidade de haver um Deus!”[7]
Na verdade, como o Dr. Craig
declara, a própria teoria de múltiplos universos é uma grande concessão ao
teísmo e um enorme reconhecimento da força do argumento teleológico, ou senão
eles não seriam obrigados a chegar a tal ponto:
“A hipótese dos muitos mundos é na verdade um elogio as
avessas ao design. Se assim não fosse, cientistas sérios não estariam se
reunindo para adotar uma hipótese tão especulativa e extravagante quanto essa
dos muitos mundos, a não ser que eles se sentissem absolutamente obrigados a
fazê-lo. Assim, se alguém lhe disser: ‘o ajuste preciso poderia ter acontecido
por acaso’ ou ‘o improvável acontece’ ou ‘é apenas pura sorte’, pergunte a essa
pessoa: ‘se é assim, então por que os opositores do design se sentem obrigados
a acatar uma teoria tão extravagante quanto essa da hipótese dos muitos mundos,
somente com o intuito de evitar o design?’”[8]
Eu não vou perder tempo mostrando as evidências que
derrubam a absurda ideia de múltiplos (ou infinitos) universos, porque isso já
foi feito com eficiência por Geisler e Turek no quarto capítulo do best seller “Não tenho fé suficiente
para ser ateu”, por Craig em seus inúmeros debates públicos com ateus e até por
mim em um debate com um leitor que se dizia “ateu” e que no final da discussão
já estava adotando o teísmo[9].
Por hora, basta mostrar as enormes demências que se infere da crença em um
número infinito de universos, mas quem vai fazer isso não sou eu, é o próprio
Dawkins, que disse:
“Em alguns desses universos eu já morri.
Numa pequena minoria deles, você tem um bigode verde. E assim por diante”
Eu comentaria alguma coisa sobre isso se David Robertson
já não tivesse mitado no comentário:
“E o senhor ainda tem a coragem de ridicularizar aqueles
dentre nós que creem que o Criador do Universo possa ressuscitar os mortos!
Está tão desesperado para evitar Deus que tem fé em um Universo onde há bigodes
verdes? Por que parar ali? Porque não propõe que o filme dos irmãos Wachowski
brothers, The Matrix, está correto?”[10]
Aqui eu me sinto compelido a repetir mais uma vez a
frase dita pelo filósofo (e ex-ateu) Luiz Felipe Pondé: “O problema não é não acreditar em Deus. O
problema é que, na ausência de Deus, acabamos crendo em qualquer bobagem”[11].
O argumento dos universos múltiplos entra para a lista
dos típicos argumentos inúteis, onde se tenta explicar algo com uma explicação
que, além de não explicar nada, piora ainda mais as coisas, aumenta os pontos
de interrogação e multiplica o senso de ridículo. Ela dá uma grande
oportunidade para que o “Rei da Loteria” afirme que simplesmente teve a sorte
de ter vivido em um Universo onde ele ganha na loteria toda semana, e o outro
indivíduo poderia alegar que por acaso caiu de viver exatamente no Universo
onde ele ganha na loteria 107 vezes no mesmo dia, em vários estados diferentes.
Não, não há nenhum problema nisso tudo. É apenas sorte.
É somente o “Universo certo”, amigos. Basta adotar a teoria dos universos
múltiplos e usá-la para fazer de conta que não há nenhuma anormalidade em
ganhar 550 vezes na loteria, e nada de mais em existir constantes antrópicas
imensuravelmente mais difíceis que as 550 vitórias na loteria, mas sem qualquer
intervenção inteligente neste processo, é lógico. Viram como a explicação dos
universos múltiplos resolve muita coisa?
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
- Acesse o meu canal no YouTube clicando aqui.
[1]
William Lane Craig, Em Guarda, p.
120.
[2]
William Lane Craig, Em Guarda, p.
120.
[5]
O mais cômico é que nem o próprio Dawkins bota muita fé em suas próprias
alegações e conjecturas. Ele disse, por exemplo, que “essa versão seriada de
multiverso precisa ser hoje considerada menos
provável do que no passado, porque evidências recentes estão começando a
nos afastar do modelo do big crunch”.
[7]
David Robertson, Cartas para Dawkins, Carta
6.
[8]
William Lane Craig, Em Guarda, p. 129.
[10]
David Robertson, Cartas para Dawkins,
Carta 6.
[11]
A entrevista completa do filósofo pode ser vista nestes links:
1) https://www.youtube.com/watch?v=B29iYcvagYY
1) https://www.youtube.com/watch?v=B29iYcvagYY
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