Demonstrou-se que Lucas é confiável – e, por implicação, Mateus e Marcos também são –, mas o que dizer de João? Os críticos afirmam que João é uma obra muito posterior que expressa uma teologia inventada sobre a divindade de Cristo, e, assim, não se pode confiar nela para obter-se informação histórica precisa. Mas se os críticos estiverem errados e se João for preciso, então temos outra testemunha independente para concluir que a história básica do NT é verdadeira. Desse modo, quão preciso é João? O que as evidências dizem?
Provavelmente, João parece
ser uma testemunha ocular porque inclui detalhes específicos sobre diversas conversas
particulares de Jesus (v. Jo 3,4,8-10, 13-17). Mas o fato é que existem muitas
outras evidências decisivas atestando que João é uma testemunha ocular –
evidências praticamente do mesmo caráter das que vimos no livro de Atos.
De maneira similar ao
projeto de Colin Hemer com o livro de Atos, Craig Blomberg fez o mesmo estudo
detalhado do evangelho de João. A obra de Blomberg chamada The Historical Reliability of John's Gospel [A confiabilidade
histórica do evangelho de João] examina o evangelho de João versículo por
versículo e identifica uma enorme quantidade de detalhes históricos.
Uma vez que João descreve
fatos restritos à terra santa, seu evangelho não contém tantos itens
geográficos, topográficos e políticos como Atos. Todavia, como estamos prestes
a ver, uma quantidade bastante grande de detalhes historicamente confirmados ou
historicamente prováveis estão contidos no evangelho de João. Muitos desses
detalhes foram confirmados como históricos por arqueólogos e/ou escritores
não-cristãos, e alguns deles são historicamente prováveis porque muito
dificilmente seriam invenções de um escritor cristão. Esses detalhes iniciam-se
no segundo capítulo de João e compõem a lista a seguir:
1. A arqueologia confirmou o
uso de jarros de água feitos de pedra nos tempos do NT (Jo 2.6);
2. Dada a antiga tendência
cristã ao ascetismo, é muito pouco provável que o milagre do vinho seja uma
invenção (2.8);
3. A arqueologia confirma o
lugar correto do poço de Jacó (4.6);
4. Josefo (História da Guerra Judaica 2.232) confirma
que havia hostilidade significativa entre judeus e samaritanos durante os
tempos de Jesus (4.9);
5. O termo "desce"
(RA e RC) descreve com precisão a topografia da Galiléia ocidental (existe uma
queda significativa da elevação de Caná para Cafarnaum; 4.46,49,51);
6. O termo "subiu"
descreve perfeitamente a subida a Jerusalém (5.1);
7. A arqueologia confirma a
correta localização e a descrição de cinco entradas no tanque de Betesda (5.2).
Escavações realizadas entre 1914 e 1938 revelaram o tanque, e ele era
exatamente como João o havia descrito. Uma vez que essa estrutura não mais
existia depois de os romanos terem destruído a cidade no ano 70 d.e, é
improvável que qualquer outra testemunha não ocular pudesse tê-lo descrito com
tal nível de detalhes. Além do mais, João diz que essa estrutura
"está" ou "existe" em Jerusalém, implicando que está
escrevendo antes do ano 70);
8. É improvável que o fato
de o próprio testemunho de Jesus não ser válido sem o Pai seja uma invenção
cristã (5.31); o redator posterior desejaria muito destacar a divindade de
Jesus e provavelmente faria que seu testemunho fosse autenticado por si mesmo;
9. O fato de as multidões
quererem fazer Jesus rei reflete o bastante conhecido fervor nacionalista de
Israel do século I (6.15);
10. Tempestades repentinas e
severas são comuns no mar da Galiléia (6.18);
11. A ordem de Cristo para
que comessem sua carne e bebessem seu sangue não seria inventada (6.53);
12. É improvável que a
rejeição a Jesus por parte de muitos de seus discípulos também seja uma
invenção (6.66);
13. As duas opiniões
predominantes sobre Jesus – uma de que ele é "um
bom homem" e outra de que ele "está enganando o povo" – não
seriam as duas opções que João escolheria se estivesse inventando uma história
(7.12); um escritor cristão posterior provavelmente teria inserido a opinião de
que Jesus era Deus;
14. É improvável que a
acusação de Jesus estar possuído por demônios seja uma invenção (7.20);
15. O uso do termo
"samaritano" para ofender Jesus encaixa-se na hostilidade entre
judeus e samaritanos (8.48);
16. É improvável que o desejo
dos judeus que haviam crido nele de
apedrejá-lo seja uma invenção (8.31,59);
17. A arqueologia confirma a
existência e a localização do tanque de Siloé (9.7);
18. Ser expulso da sinagoga
pelos fariseus era um temor legítimo dos judeus. Perceba que o homem curado
professa sua fé em Jesus somente depois de ter sido expulso da sinagoga pelos
fariseus (9.13-39), momento em que ele não tinha mais nada a perder. Isso
transpira autenticidade;
19. O fato de o homem curado
chamar Jesus de "profeta', e não outra designação mais elevada, sugere que
o incidente é uma história sem retoques (9.17);
20. Durante uma festa no
inverno, Jesus caminhou pelo Pórtico de Salomão, que era o único lado da área
do templo protegido do vento frio vindo do leste durante o inverno (10.22,23);
essa área é mencionada diversas vezes por Josefo;
21. Três quilômetros (15
estádios) é a distância exata entre Betânia e Jerusalém (11.18);
22. Devido à animosidade
posterior entre cristãos e judeus, é improvável que a descrição de que os
judeus confortaram Marta e Maria seja uma invenção (11.19);
23. Os panos usados para
sepultar Lázaro eram comuns nos sepultamentos judaicos do século I (11.44); é
improvável que um autor ficcional incluísse esse detalhe irrelevante no aspecto
teológico;
24. A descrição precisa da
composição do Sinédrio (11.47): durante o ministério de Jesus, ele era composto
basicamente pelos principais sacerdotes (em grande parte saduceus) e pelos
fariseus;
25. Caifás realmente era o
sumo sacerdote naquele ano (11.49); aprendemos com Josefo que Caifás permaneceu
no ofício entre 18 e 37 d.C.;
26. A pequena e obscura vila
de Efraim (11.54), perto de Jerusalém, é mencionada por Josefo;
27. A limpeza cerimonial era
comum na preparação para a Páscoa (11.55);
28. Às vezes os pés de um
convidado especial eram ungidos com perfume ou óleo na cultura judaica (12.3);
é improvável que o ato de Maria em secar os pés de Jesus com os cabelos seja
uma invenção (isso poderia facilmente ter sido visto como uma provocação
sexual);
29. A agitação de ramos de
palmeiras era uma prática judaica comum para celebrar as vitórias militares e
dar boas-vindas aos governantes nacionais (12.13);
30. A lavagem dos pés na
Palestina do século I era necessária por causa da poeira e dos calçados
abertos. É improvável que o relato de Jesus executando essa tarefa tão servil
seja uma invenção (essa é uma tarefa que nem mesmo os escravos judeus eram
obrigados a fazer) (13.4); a insistência de Pedro para que recebesse um banho
completo também se encaixa com sua personalidade impulsiva (certamente não
havia propósito em inventar esse pedido);
31. Pedro faz um sinal a João
para que este faça uma pergunta a Jesus (13.24); não há razão para inserir esse
detalhe se ele fosse uma ficção, pois o próprio Pedro poderia ter feito a
pergunta diretamente a Jesus;
32. É improvável que a frase
"o Pai é maior do que eu" seja uma invenção (14.28), especialmente se
João quisesse produzir a divindade de Cristo (como os críticos afirmam que ele
fez);
33. O uso de vinho como uma
metáfora tem sentido em Jerusalém (15.1); os vinhedos estavam na proximidade do
templo, e, de acordo com Josefo, os portões do templo tinham uma vinha dourada
entalhada neles;
34. O uso da metáfora do
nascimento de uma criança (16.21) é plenamente judaico; foi encontrado nos
Manuscritos do mar Morto (lQH 11.9,10);
35. A postura-padrão judaica
para as orações era olhar "para o céu" (17.1);
36. A confirmação de Jesus de
que suas palavras vieram do Pai (17.7,8) não seria incluída se João estivesse
inventando a idéia de que Jesus era Deus;
37. Nenhuma referência
específica a uma passagem das Escrituras já cumprida é dada no que se refere à
predição da traição de Judas; um escritor ficcional ou um redator cristão
posterior provavelmente teria identificado os textos do AT aos quais Jesus
estava se referindo (17.12);
38. É improvável que o nome
do servo do sumo sacerdote (Malco) que teve sua orelha cortada seja uma
invenção (18.10);
39. A correta identificação
do sogro de Caifás, Anás, que foi o sumo sacerdote entre os anos 6 e 15 d. e.
(18.13) – o comparecimento diante de Anás é crível
por causa da ligação familiar e do fato de que os ex-sumos sacerdotes
preservavam uma grande influência;
40. A afirmação de João de
que o sumo sacerdote o conhecia (18.15) parece histórica; a invenção dessa
afirmação não serve a propósito algum e exporia João a ser desacreditado pelas
autoridades judaicas;
41. As perguntas de Anás em
relação aos ensinamentos e aos discípulos de Jesus fazem sentido no aspecto
histórico; Anás estaria preocupado com a possibilidade de um tumulto civil e
uma diminuição da autoridade religiosa judaica (18.19);
42. A identificação de um
parente de Malco (o servo do sumo sacerdote que teve sua orelha cortada) é um
detalhe que João não teria inventado (18.26); ele não tem nenhuma importância
teológica e apenas poderia afetar a credibilidade de João se estivesse tentando
fazer uma ficção se passar por verdade;
43. Existem boas razões
históricas para acreditar na relutância de Pilatos de lidar com Jesus (18.285):
Pilatos precisava equilibrar-se numa linha muito tênue, mantendo felizes tanto
os judeus quanto Roma; qualquer perturbação civil poderia custar-lhe a posição
(os judeus sabiam de suas preocupações com uma competição quando o desafiaram,
dizendo: "Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz
rei opõe-se a César", 19.12; o filósofo judeu Fílon registra que os judeus
fizeram uma pressão bem-sucedida sobre Pilatos de maneira similar para que
tivessem suas exigências satisfeitas (A
Caio 38.301,302);
44. Uma superfície similar ao
Pavimento de Pedra foi identificada próxima da fortaleza de Antônia (19.13) com
marcas que podem indicar que os soldados entretinham-se ali com jogos (como no
caso de tirar sortes para decidir quem ficaria com as roupas de Jesus em
19.24);
45. O fato de os judeus
exclamarem "Não temos rei, senão César" (19.15) não seria inventado,
dado o ódio judaico pelos romanos, especialmente se o evangelho de João tivesse
sido escrito depois do ano 70 d.C. (isso seria o mesmo que os moradores de Nova
York de hoje proclamarem "Não temos rei, senão Osama bin Laden!");
46. A crucificação de Jesus
(19.17-30) é atestada por fontes não-cristãs como Josefo, Tácito, Luciano e o
talmude judaico;
47. As vítimas de
crucificação normalmente levavam sua própria travessa (19.17);
48. Josefo confirma que a
crucificação era uma técnica de execução empregada pelos romanos (História da Guerra Judaica 1.97; 2.305;
7.203); além disso, um osso do tornozelo de um homem crucificado, perfurado por
um prego, foi encontrado em Jerusalém em 1968;
49. É provável que a execução
tenha acontecido fora da antiga Jerusalém, como diz João (19.17); isso
garantiria que a cidade sagrada judaica não fosse profanada pela presença de um
corpo morto (Dt 21.23);
50. Depois de a lança ter
perfurado o lado de Jesus, saiu aquilo que parecia ser sangue e água (19.34).
Hoje sabemos que a pessoa crucificada pode ter uma concentração de fluidos
aquosos na bolsa que envolve o coração, chamada de pericárdio. João não saberia
dessa condição médica e não poderia ter registrado esse fenômeno a não ser que
tivesse sido testemunha ocular dele ou tivesse acesso ao depoimento de uma
testemunha ocular;
51. É improvável que José de
Arimatéia (19.38), o membro do Sinédrio que sepultou Jesus, seja uma invenção
(leia mais sobre isso no capítulo seguinte);
52. Josefo (Antiguidades Judaicas 17.199) confirma
que especiarias (19.39) eram usadas em sepultamentos reais. Esse detalhe mostra
que Nicodemos não estava esperando que Jesus ressuscitasse dos mortos e também
demonstra que João não estava inserindo fé cristã posterior em seu texto;
53. Maria Madalena (20.1),
uma mulher que fora possuída por demônios
(Lc 8.2), não seria inventada como a primeira testemunha do túmulo vazio. O
fato é que as mulheres em geral não seriam apresentadas como testemunhas numa
história inventada (leia mais sobre isso a seguir);
54. O fato de Maria confundir
Jesus com um jardineiro (20.15) não é um detalhe que um escritor posterior
teria inventado (especialmente um escritor buscando exaltar Jesus);
55. "Rabôni"
(20.16), o termo aramaico para "mestre", parece um detalhe autêntico
porque é outra improvável invenção para um escritor tentando exaltar o Jesus
ressurreto;
56. O fato de Jesus afirmar
que ele está voltando "para meu Pai e Pai de vocês" (20.17) não se
encaixa com um escritor posterior inclinado a criar a idéia de que Jesus era
Deus;
57. O total de 153 peixes
(21.11) é um detalhe teologicamente irrelevante, mas perfeitamente coerente com
a tendência dos pescadores de quererem registrar e depois se gabar de suas
grandes pescarias;
58. O medo dos discípulos de
perguntarem a Jesus quem ele era (21.12) é uma trama improvável. Ele demonstra
a natural surpresa humana diante do Cristo ressurreto e talvez o fato de que
havia alguma coisa diferente em relação a seu corpo ressurreto;
59. A enigmática declaração
de Jesus sobre o destino de Pedro não é clara o suficiente para tirar-se dela
certas conclusões teológicas (21.18); então, por que João a inventaria? Isso é
outra invenção improvável.
Quando reunimos o
conhecimento que João tinha das conversas pessoais de Jesus a esses quase 60 detalhes
historicamente confirmados e/ou historicamente prováveis, existe alguma dúvida
de que João tenha sido uma testemunha ocular ou que, pelo menos, tenha tido
acesso ao depoimento de testemunhas oculares? Certamente nos parece que é
preciso ter muito mais fé para não
acreditar no evangelho de João do que para acreditar nele.
Marcos Históricos
Vamos revisar o que
descobrimos até aqui. Analisando apenas alguns documentos do NT (João, Lucas e
metade do livro de Atos), descobrimos mais de 140 detalhes que parecem ser
autênticos, a maioria dos quais tendo confirmação histórica e alguns deles
sendo historicamente plausíveis. Se investigarmos outros documentos do NT,
provavelmente encontraremos mais fatos históricos. O tempo e o espaço não nos
permitem embarcar nessa investigação. Mas é certo que aquilo que descobrimos
somente com João, Lucas e Atos é suficiente para estabelecer a historicidade da
narrativa básica do NT (a vida de Jesus e a história inicial da igreja).
Existem, porém, ainda mais
evidências de historicidade. Os autores do NT colocaram marcos históricos em
seus relatos ao referirem-se a personagens históricas reais e aos seus feitos.
Ao todo, existem pelo menos 30
personagens no NT que foram confirmadas como históricas pela arqueologia ou por
fontes não-cristãs. Mateus, por exemplo, menciona personagens históricas
confirmadas independentemente, dentre as quais Herodes, o Grande (2.3), e seus
três filhos:
Herodes Arquelau (2.22),
Herodes Filipe (14.3) e Herodes Antipas (14.1-11). Mateus também descreve o
homem morto por Herodes Antipas, João Batista (cap. 14, apresentado no capo 3),
juntamente com as duas mulheres que instigaram sua morte, Herodias e sua filha.
Marcos nos conta a mesma história sobre Herodes Antipas e João Batista. Lucas
estende as citações bíblicas da linhagem herodiana ao mencionar o neto de
Herodes, o Grande, Agripa I – o rei que matou Tiago, o
irmão de João (At 12) – e seu bisneto, Agripa II – o
rei diante de quem Paulo testemunhou (At 25.13-26.32).
Pilatos é uma figura
proeminente em todos os quatro evangelhos e é citado por Paulo. Esse mesmo
Pilatos aparece em diversas ocasiões em duas das obras de Josefo (Antiguidades Judaicas e História da Guerra Judaica) e é
identificado numa inscrição antiga como chefe da prefeitura ou governador da
Judéia. Essa descoberta arqueológica foi feita na cidade costeira israelense de
Cesareia, em 1961.
Mateus, Lucas e João
mencionam especificamente, além de Pilatos, outro líder que figurou de maneira
proeminente na morte de Jesus: o sumo sacerdote Caifás, que sentenciou Jesus à
morte. Caifás não apenas é mencionado por Josefo, mas seus ossos foram
descobertos numa fantástica investigação arqueológica em 1990. Essa descoberta
foi possível graças a uma antiga prática de sepultamento dos judeus.
Entre 20 a.C. e 70 d.C.,
os judeus tinham o costume de exumar o corpo de uma pessoa importante cerca de
um ano depois de sua morte e colocar os seus restos em uma pequena caixa de
pedra calcária chamada ossuário. Vários desses ossuários foram descobertos numa
tumba localizada ao sul de Jerusalém, um dos quais continha a inscrição em
aramaico "Yehosefbar Kayafà” (José, filho de Caifás). Dentro da caixa,
havia ossos de toda uma família: quatro jovens, uma mulher adulta e um homem de
cerca de 60 anos de idade. O homem era muito provavelmente o ex-sumo sacerdote
José Caifás – o mesmo homem que Josefo identificou como
sumo sacerdote1? E a mesma pessoa que o NT diz ter sentenciado Jesus à morte. Desse
modo, temos agora não apenas referências escritas não cristãs ao sumo sacerdote
do julgamento de Jesus, mas também os seus ossos!
Existem várias outras
personagens do NT confirmadas fora do NT. Dentre elas, temos Quirino, Sérgio
Paulo, Gálio, Félix, Festa, César Augusto, Tibério César e Cláudio. O que mais
poderiam ter feito os autores do NT para provar que foram testemunhas oculares
e que não estavam inventando uma história?
Por: Norman Geisler e Frank Turek.
(Extraído do livro: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”)
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