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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Dawkins não tem quase
nenhum argumento que prove[1]
que Deus não exista, mas aposta todas as fichas em seu maior trunfo: a teoria
da evolução. Ele, como um bom biólogo, fala com facilidade sobre este assunto,
e o nível do livro sobe significativamente se comparado aos péssimos argumentos
que ele suscita contra Bíblia. Todos os seus outros livros tratam sobre a mesma
coisa: O Gene Egoísta (1976), O Relojoeiro Cego (1986), A Escalada do Monte Improvável (1996) e
até seu livro mais recente, O Maior
Espetáculo da Terra – As Evidências da Evolução (2009).
O próprio Dawkins diz ter
se “convertido” ao ateísmo depois de descobrir o trabalho de Charles Darwin, o
pai da teoria da evolução. Sendo esta a razão que levou Dawkins ao ateísmo, é
totalmente natural que ele traga este mesmo argumento aos seus leitores, induzindo-os
a tornarem-se ateus se são darwinistas. Este é, portanto, o “carro-forte” de
Dawkins em sua luta contra Deus, e por esta razão a parte mais importante do
livro a ser refutada.
Dawkins testemunha a este
respeito nas seguintes palavras:
“Qualquer
advogado criacionista que conseguisse me colocar no tribunal conquistaria
instantaneamente o júri só de me perguntar: ‘Seu conhecimento sobre a evolução
influenciou-o para que se tornasse ateu?’ Eu teria de responder que sim e, de
um golpe, teria perdido o júri. Por outro lado, a resposta judicialmente
correta do lado secularista seria: ‘Minhas crenças religiosas, ou a falta
delas, são uma questão pessoal, que não interessa a este tribunal nem está
ligada de forma alguma à minha ciência’. Eu não poderia dizer isso com
honestidade”
Ele trata sobre o dilema
entre evolução vs Deus no capítulo 4
de seu livro, que ele chama: “Por que
quase com certeza Deus não existe”.
Antes de entrarmos na
questão do evolucionismo em si, convém tratarmos do aspecto principal do
argumento de Dawkins: o evolucionismo é
realmente incompatível com o teísmo? Ou, em outros termos: é impossível ser cristão e crer na teoria
da evolução? Dawkins faz de tudo para
provar que é. Faltou apenas plantar bananeira. Ele se demonstra obcecado em
conseguir provar a qualquer custo que a teoria da evolução “refuta” a crença em
Deus, porque este é na prática o único argumento que ele tem contra a
existência dEle.
Podemos até entender as
razões pelas quais Dawkins passou a crer desta forma. Ele teve contato com o
darwinismo na década de 50, quando ainda era um adolescente. Naquela época era
desenvolvida a ideia de que não era possível ser x e defender y, e era
comum que estudantes primários de biologia se encantassem com o evolucionismo
e, consequentemente, se tornassem ateus, por não verem outra opção a seguir. O
tempo, contudo, mostrou que este dualismo é falso, e desbancou a ideia de que a
evolução é incompatível com o teísmo, ou mesmo com o Cristianismo em especial.
Há muitos dos chamados evolucionistas teístas, que creem em
Deus e também na teoria da evolução. Já na época de Darwin existiam
evangelistas como Henry Drummond e o botânico Asa Gray, que defendiam a
compatibilidade teológica e científica entre criação e evolução. Gray era
professor da Universidade de Harvard e um dos maiores defensores do
evolucionismo na América. Era um evangélico piedoso e dedicava boa parte de seu
tempo à oração e à leitura da Bíblia.
No século XX já era
notável a presença de crentes em Deus na pesquisa biológica, a começar pelo
célebre teólogo e paleontólogo
Pierre Teilhard de Chardin (1881–1955), notável evolucionista. Na verdade, toda
a síntese moderna do evolucionismo, que combina genética molecular com seleção
natural, foi desenvolvida por cientistas que criam em Deus, como Ronald Fisher
(1890–1962) e Theodosius Dobzhansky (1900–1975). Além disso, como já foi dito
neste livro, o diretor do Projeto Genoma Humano, Francis Collins, é
reconhecidamente cristão evangélico, defensor do evolucionismo e do teísmo
cristão, além de autor do livro “A Linguagem de Deus”, onde defende o conceito
de “BioLogos”, que é o Bios pelo Logos.
Collins escreveu:
“Sem saber seu nome na ocasião, firmei-me
confortavelmente em uma síntese que, em geral, é denominada evolução teísta,
uma posição que acho muitíssimo satisfatória até hoje”[2]
O geneticista e biólogo evolutivo Theodosius Dobzhansky,
outro dos grandes defensores do darwinismo no século XX, era cristão ortodoxo
russo. A teoria da evolução também era aceita pelo notável teólogo
presbiteriano conservador B. B. Warfield, da
Universidade de Princeton, um ferrenho defensor da inerrância bíblica e um dos
pais do conservadorismo protestante. O evolucionismo era defendido também pelo
teólogo escocês James Iverach, pelo anglicano A. L. Moore, pelo congregacional
G. F. Wright e pelo pastor presbiteriano Henry Drummond, que se empenhava em
conciliar a fé e o evolucionismo, pensamento este exposto em sua obra Ascent of Man.
Outro exemplo admirável de
evolucionista teísta é o Dr. Kenneth Miller, que é nada a menos senão o autor
do livro didático de biologia mais utilizado nas escolas britânicas e
estadunidenses, sendo ele uma autoridade em evolucionismo, respeitado no mundo
todo. Miller é biólogo e professor na Brown University e já participou de
documentários do Discovery Channel e do National Geographic sobre evolução. Ele
também é o autor de um dos mais conhecidos livros sobre o assunto: “Findind
Darwin's God”.
O também biólogo Alister
McGrath, já mencionado neste livro, é outro que defende o evolucionismo teísta.
Ele disse:
“Eu discordo de Dawkins em sua insistência de que a
evolução biológica exclui Deus do processo. Não entendo como ele chegou a essa
conclusão. Na minha opinião, as duas coisas são compatíveis”[3]
Quando o filósofo William Lane Craig, o maior apologista
evangélico da atualidade, foi questionado em um programa de televisão sobre a
idade da Terra, ele respondeu:
– As melhores estimativas atualmente estão em cerca de
13,7 bilhões de anos[4].
Quando o apresentador do programa lhe disse que há
pessoas que falaram em seu programa que a Terra tem 6.500 anos e lhe perguntou
se ele achava esta posição sustentável, Craig respondeu:
– Eu não acho que seja plausível. Os argumentos que eu
dou estão bem alinhados com a principal corrente da ciência, eu não estou
lutando contra ela quando apresento estes argumentos. Eu estou acompanhando o
que a cosmologia e a astrofísica contemporâneas suportam[5].
Então o apresentador lhe pergunta se há contradição ou
inconsistência entre o relato bíblico da idade da Terra e sua declaração, e
Craig responde:
– Isso é interessante, porque não existe um relato
bíblico sobre a idade da Terra. Não há nada em Gênesis ou em qualquer lugar da
Bíblia dizendo que idade o Universo tem. Então eu não acho que seja
incompatível[6].
Mas uma das provas mais marcantes de que o evolucionismo
é totalmente compatível com o teísmo é Alfred Russel Wallace (1823-1913).
Todo mundo conhece Darwin, mas, infelizmente, poucos conhecem Wallace, que teve
quase a mesma importância na teoria evolucionista. Wallace foi um naturalista,
geógrafo, antropólogo e biólogo britânico, e em 1858 escreveu um ensaio no qual
definia as bases da teoria da evolução e o enviou a Darwin, com quem mantinha
correspondência, pedindo ao colega uma avaliação sobre sua teoria.
A enciclopédia online da
Wikipédia em português afirma:
“Darwin, ao se dar conta
de que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à
sua – aquela em que vinha trabalhando, com grande sigilo, ao longo de vinte
anos – escreveu ao amigo Charles Lyell: ‘Toda
a minha originalidade será esmagada’. Para evitar que isso acontecesse,
Lyell e o botânico Joseph Hooker - também amigo de Darwin e com grande
influência no meio científico – propuseram que os trabalhos fossem apresentados
simultaneamente à Linnean Society of London, o mais importante centro de
estudos de história natural da Grã-Bretanha, o que aconteceu em 1 de julho de
1858. Em seguida, Darwin decidiu terminar e expor rapidamente sua teoria: A Origem das Espécies, que foi publicada
no ano seguinte”[7]
Em 1855 Wallace já havia
publicado o artigo “On the Law Which has Regulated the Introduction of
Species”, onde ele escreve que “cada espécie surgiu
coincidindo tanto em espaço quanto em tempo com uma espécie aproximadamente a
ela aliada”. Wallace foi, portanto, o precursor da
teoria da evolução, antes mesmo que
Darwin. O próprio Darwin reconheceu isso posteriormente, ao dizer que “ele
[Wallace] não poderia ter feito um pequeno resumo melhor! Até os seus termos
constam agora nos títulos dos meus capítulos!”[8].
Como Darwin já era na
época muito mais famoso que Wallace e considerado um cientista de elite
(enquanto Wallace era considerado de segunda-linha), todo o mérito pela teoria
da evolução foi dado a Darwin, e Wallace sequer pôde desfrutar do patamar de
“co-descobridor”. Não restam dúvidas, contudo, que Wallace foi quase tão
importante quanto o próprio Darwin no evolucionismo, e na ausência deste seria
considerado, logicamente, o biólogo que formulou toda a teoria.
Mas o que Wallace tem a
ver com tudo isso? Simplesmente que ele, o precursor da teoria da evolução, era
um evolucionista teísta. Ele era
espiritualista teísta e cria que a seleção natural não poderia justificar,
entre outras coisas, o gênio matemático, artístico ou musical, nem tampouco
contemplações metafísicas, a razão ou humor, e que Deus havia intervido na
história na criação da vida a partir da não-vida (matéria inorgânica) e na
consciência humana. O anseio de Dawkins em tornar ateus aqueles que creem na
teoria da evolução complica enormemente quando vemos que um dos maiores
responsáveis pela teoria não foi
ateu, e cria em Deus.
Mas Wallace, embora tenha
sido o primeiro a teorizar algo com teor mais científico, não foi o primeiro a
propor a ideia do evolucionismo.
Foram vários os pensadores que creram nisto antes dele e de Darwin. Podemos
traçar uma linha regressiva até Tales de Mileto (621-543 a.C), conhecido
filósofo grego, que parece ter sido o primeiro a registrar que “o
mundo evoluiu da água por processos naturais”[9], 2460 anos antes
de Darwin escrever sobre isso. Qual era a crença de
Tales? Será que o primeiro evolucionista da história era ateu? Vejamos o que
ele expressa:
“A coisa de maior
extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo
e a mais cara e agradável é realizar a
vontade de Deus”[10]
Então, o primeiro
evolucionista da história cria que a coisa mais agradável e valorosa no mundo
era realizar a vontade de Deus. Que
contraste gigantesco com o discurso neo-ateísta, daqueles que impõem que o
evolucionismo conduz ao ateísmo e que só pode ser crido consistentemente por
ateus!
Mas o definitivo golpe de
morte em toda a panfletagem de Dawkins em torno do evolucionismo “vs” Deus vem
dele, do próprio Charles Darwin. Se
para Dawkins a teoria da evolução leva ao ateísmo e faz com que Deus “quase com
certeza não exista”, então deveríamos esperar que o próprio Darwin, muitíssimo
citado em The God Delusion e
reconhecido por ele como o autor da teoria, fosse o mais convicto ateu do
século XIX. Somente assim faria sentido a algazarra que Dawkins faz em
torno do evolucionismo. Mas, ao analisarmos mais de perto as crenças de Darwin,
percebemos que Dawkins o distorce mais grosseiramente do que faz com Einstein[11].
Darwin explicitamente
refutou as acusações já correntes naquela época de que ele era um “ateu”, e
disse enfaticamente: “eu nunca fui ateu”[12].
Mesmo depois de ter sistematizado a
teoria da evolução, ele disse que o Universo, incluindo o homem, era impossível de ser concebido sem uma Primeira
Causa como uma mente inteligente, o que significa que ele cria que Deus agiu no
processo da evolução (evolucionismo teísta). Ele se declarou explicitamente
teísta ao dizer:
“A extrema dificuldade, ou antes impossibilidade, de conceber
este imenso e maravilhoso universo, incluindo
o homem, com sua capacidade para olhar muito para trás no passado e muito
para dentro no futuro, como o resultado da chance ou necessidade cegas. Ao
assim refletir, sinto-me compelido a olhar para a Primeira Causa como tendo uma mente inteligente em algum grau
análogo àquela do homem; e mereço ser denominado teísta”[13]
Em uma carta a um amigo no
ano de 1879, publicada no livro de seu filho Francis Darwin, ele diz:
“Sejam quais forem as
minhas convicções sobre este tema [religião], elas só pode ter importância para
mim próprio. Mas, já que me perguntas, posso assegurar-te que o meu juízo
sofre, amiúde, flutuações (…) Mas mesmo
em minhas maiores oscilações, nunca cheguei ao ateísmo no verdadeiro sentido da
palavra, isto é, nunca cheguei a negar a existência de Deus”[14]
Os estudiosos dizem que Darwin era, na
pior das hipóteses, um agnóstico ao final de sua vida, mas nunca chegou a se
tornar um ateu. Darwin nunca, nem em suas maiores oscilações, chegou ao nível
de Dawkins. Dawkins quer usar Darwin em favorecimento de seu ateísmo, quando
nem o próprio Darwin era ateu! E o pior é que este argumento é toda a base de sua argumentação em torno da
inexistência de Deus, pois ele praticamente não tem argumento nenhum além
desse. Embora ele ataque a religião com
alguns outros argumentos, este é o único que ele possui em seu ataque à existência de Deus em si.
Em termos simples, toda a
credibilidade de seu livro depende da crença de que o darwinismo conduz ao
ateísmo – esta é a única base argumentacional para a inexistência de Deus –
quando nem o próprio Darwin, i.e, nem o próprio autor do que ele defende como sendo a “prova” da inexistência de
Deus, cria que Deus não existe! Usar o darwinismo como “evidência” da
inexistência de Deus quando seu autor nunca chegou a esta conclusão é tão
desonesto quanto dizer que a ciência refutou Deus quando o maior cientista de todos
os tempos não o rejeitou. Dawkins é tão leviano em citar Darwin quanto foi em
citar Einstein.
Em suma, o que vemos Dawkins
esbravejar como sendo o “argumento central” do seu livro nada mais é senão um
aglomerado de factóides mentirosos e deliberadamente exagerados, com
interpretações absurdas em torno de coisas simples que poucas pessoas racionais
pensariam como ele. Ele chega ao cúmulo de propor que a teoria da evolução,
cujo autor não era ateu, só pode ser crida consistentemente por ateus. Então, por
este prisma, nem o próprio Darwin poderia crer em sua própria teoria. Que
lástima.
Onde fica Deus no darwinismo?
Outro ataque infame constantemente característico em Dawkins é a presunção de que, se a teoria da evolução é verdadeira, Deus é jogado para as bordas do ringue e ninguém mais precisa dele, já que a evolução explica tudo. Isso é totalmente falso, como já mostramos anteriormente com o próprio Alfred Wallace, que explicitamente negou que a seleção natural pudesse explicar o gênio matemático, artístico ou musical; as contemplações metafísicas, a razão, o humor ou a consciência. Darwin também não negou isso, e em momento nenhum tentou explicar estes e outros fenômenos através dos mecanismos evolucionistas.
Onde fica Deus no darwinismo?
Outro ataque infame constantemente característico em Dawkins é a presunção de que, se a teoria da evolução é verdadeira, Deus é jogado para as bordas do ringue e ninguém mais precisa dele, já que a evolução explica tudo. Isso é totalmente falso, como já mostramos anteriormente com o próprio Alfred Wallace, que explicitamente negou que a seleção natural pudesse explicar o gênio matemático, artístico ou musical; as contemplações metafísicas, a razão, o humor ou a consciência. Darwin também não negou isso, e em momento nenhum tentou explicar estes e outros fenômenos através dos mecanismos evolucionistas.
Wallace atribuía estas
coisas a Deus, e, ainda que algum ateu conteste, ele não pode demonstrar o
contrário. Ele não pode provar que tudo isso evoluiu naturalmente, através de
mutação e seleção natural. Deus continua sendo a melhor explicação para estas
coisas, ao passo em que os ateus creem que o “mistério” é a melhor explicação.
É por isso que todas as vezes que Dawkins é convidado a debater com alguém
sobre assuntos como consciência, livre-arbítrio ou moralidade ele fica em
apuros, pois simplesmente não tem qualquer explicação a oferecer além do jargão
de que “nós não sabemos ainda, mas um dia saberemos como...”.
No debate com Quinn, por
exemplo, ele inicialmente entrou no tema do livre-arbítrio, mas tão logo ao ver
que Quinn se sobressaía neste ponto decidiu mudar de assunto, dizendo: “eu
não estou interessado em debater sobre o livre-arbítrio”[15]. A
razão pela qual Dawkins nunca está interessado em debater assuntos como estes é
porque ele não tem qualquer explicação racional a oferecer sobre estes temas, à
luz da seleção natural que ele tanto exalta.
Outra coisa que os
darwinistas não podem de modo algum responder com os mecanismos evolucionistas
é sobre a origem da vida. Isso porque
a teoria da evolução inteira fala sobre como a primeira vida evoluiu para as formas de vida que vemos
hoje, mas não fala nada sobre como a
primeira vida surgiu. Este foi outro aspecto mencionado por Wallace,
segundo o qual Deus havia intervido na história para a criação da vida a partir
da não-vida (matéria inorgânica). Simplesmente não há nenhuma evidência
científica de que matéria inorgânica crie vida, pois a lógica que rege a
biologia é de que só a vida gera outra vida.
A teoria da abiogênese já foi refutada desde 1860,
quando Louis Pasteur provou que a vida só pode provir de outra vida. Isso faz
totalmente sentido à luz do Cristianismo, onde Deus (um ser vivo) concede a
vida na Terra, e esta vida, por sua vez, vai se reproduzindo (e evoluindo, caso
Darwin esteja certo). Mas não faz sentido nenhum à luz do ateísmo, onde não
existe Deus, e, portanto, a vida deve surgir da não-vida, isto é, uma geração espontânea.
Recentemente, um cientista
chamado Pasquale Stano, da Universidade de Roma, tentou resolver o mistério da
origem da vida a partir de conjuntos de produtos químicos inanimados. Ele e
seus colegas de universidade escolheram um conjunto constituído de 83 diferentes
moléculas de DNA, programadas para a produção de uma proteína fluorescente
verde, que pode ser vista com um microscópio confocal. Tentaram recriar a
aglomeração molecular para entender o surgimento da vida, adicionando um
produto químico chamado POPC à solução diluída. O site Hype Science contou o
que aconteceu:
“Com o estudo, Stano
relatou que cinco em cada mil lipossomas tinham todas as 83 moléculas
necessárias para a produção da proteína. Estes lipossomas produziram uma grande
quantidade da proteína GFP e brilharam verde sob um microscópio. Cálculos
computacionais revelam que, mesmo por acaso, cinco lipossomas em mil não
poderiam ter juntado todas as 83 moléculas do conjunto – a probabilidade calculada é essencialmente zero, o que
significa que algo bastante singular está acontecendo”[16]
Em 2006, outros
cientistas, da Universidade da Califórnia, tentaram realizar testes em poças
vulcânicas, mas concluíram que estas não davam condições para permitir o
surgimento da vida, invalidando a teoria darwinista de que a vida teria tido
início em uma poça morna. O químico David Deamer, chefe da equipe, declarou:
"Já faz 140 anos
desde que Darwin sugeriu que a vida pode ter começado em uma 'poça morna'.
Estamos testando a ideia dele em pequenas poças em regiões vulcânicas em
Kamchatka, na Rússia, e Mount Lassen, na Califórnia. Os resultados são
surpreendentes e, de certa forma, frustrantes. Parece que as águas
ácidas quentes da lama não fornecem as
condições adequadas para que componentes químicos se transformem em 'organismos
pioneiros’"[17]
Deamer disse também que os
aminoácidos e DNA (componentes básicos para formação da vida) e o fosfato se
prendem à superfície de partículas do barro nas poças vulcânicas:
"Isso é
significativo porque havia a pressuposição de que barro promove interessantes
reações químicas ligadas à origem da vida. Entretanto, nos nossos experimentos,
os componentes orgânicos ficaram tão grudados às partículas de barro que não poderiam fazer parte de qualquer reação
química”[18]
Não é interessante que
ainda existam pessoas que achem que a vida surgiu espontaneamente sem qualquer
interferência de um ser inteligente, sendo que nem mesmo os próprios cientistas conseguem criar vida a partir de reações
químicas? Em outras palavras, se seres
inteligentes com tecnologia avançada não conseguem criar vida, como
é que o acaso cego e a sorte, sem qualquer interferência de um ser inteligente
(como Deus), iria conseguir? Eles admitem que seres inteligentes (cientistas) não conseguem criar vida, mas
paradoxalmente creem que a vida teria surgido espontaneamente (sem inteligência), o que é imensuravelmente mais
difícil e improvável.
Até mesmo os mais céticos
em relação à existência de Deus reconhecem a impossibilidade lógica de a vida
ter sido criada espontaneamente, sem nenhuma intervenção externa ou
sobrenatural. O microbiologista ateu Michael Denton assumiu este problema ao
dizer:
“A complexidade do tipo
mais simples de célula é tão grande que é impossível
aceitar que tal objeto possa ter sido reunido repentinamente por algum tipo
de acontecimento caprichoso ou altamente improvável. Tal ocorrência seria indistinguível de um milagre”[19]
O famoso agnóstico Carl
Sagan não fica por menos. Ele concluiu que a chance da vida ter surgido por
acaso em apenas um planeta qualquer é algo da ordem de uma chance contra 10 seguidos de 2 bilhões de zeros, mesmo partindo
da premissa de que se trata da vida em uma forma mais simples que uma ameba[20].
Não é nem preciso ser expert para perceber que este número representa algo
impossível.
A Revista Nature, em
outubro de 1969, publicou um cálculo do Dr. Frank Salisbury, onde ele tenta
descobrir a probabilidade de que uma única molécula de DNA se formasse, de um
tipo específico, assumindo que a vida já existisse, e que as matérias
primárias necessárias já estivessem formadas, e que fosse necessário somente que ocorresse a combinação
dessas matérias por acaso. Os cálculos foram:
• Existem 100.000.000.000.000.000.000
planetas onde essa reação é possível.
• Estima-se que há 4.000.000.000
de anos disponíveis (tempo).
• Pelos métodos da Teoria
da Probabilidade e Estatísticas, concluiu que há uma chance contra 10415.
Isso significa que a chance de uma única molécula desejada se combinasse por
acaso em um destes planetas era de uma contra 10 seguidos de 415 zeros!
O famoso escritor e
bioquímico Isaac Asimov, através de cálculos semelhantes, concluiu que o
Universo teria que ter mais de dez
bilhões de vezes a idade que os cientistas afirmam ter hoje, para que fosse
possível a combinação de proteínas semelhantes à insulina, se fosse produzida
uma dessas proteínas a cada segundo. O problema era que sequer teria sido
possível ter uma amostra de cada uma dessas combinações, já que o total de
átomos no Universo conhecido é de 1078. Se fossem produzidas 10100
combinações por segundo, seria consumida a matéria equivalente a cerca de
10 sextrilhões de universos a cada segundo, por um período de dez trilhões de
trilhões de anos para produzir todas as combinações de hemoglobina[21].
De fato, o próprio Richard
Dawkins admitiu que a mensagem encontrada apenas no núcleo de uma pequena ameba
é maior do que os trinta volumes da Enciclopédia Britânica juntos, e a ameba inteira tem mais informações em seu DNA do que mil conjuntos complexos da mesma
enciclopédia! Ou seja: se você quisesse ler todos os A, T, C e G na “ameba
primitiva” dos darwinistas, as letras encheriam mil conjuntos completos de uma
enciclopédia[22]!
Geisler e Turek abordam
isso nestes termos:
“Precisamos enfatizar
que essas mil enciclopédias não consistem em letras aleatórias, mas em letras
numa ordem muito específica – tal como as enciclopédias reais. Portanto, aqui
está a principal pergunta para os darwinistas como Dawkins: se mensagens
simples como ‘Leve o lixo para fora – Mamãe’, ‘Mary ama Scott’ e ‘Beba
Coca-Cola’ exigem um ser inteligente, então
por que a mensagem dessas mil enciclopédias não exigiria um também? (...)
Infelizmente, os darwinistas definem as regras da ciência de maneira tão
estreita que a inteligência é eliminada logo de início, deixando as leis
naturais como o único fator a ser considerado”[23]
O prof. Adauto Lourenço expõe
isso em forma de analogia:
“Se você quiser ter uma
noção do que é isso, pegue uma Enciclopédia Britânica, daquelas impressas, com
32 volumes, tire uma cópia de cada uma das páginas, recorte cada uma das
letrinhas, coloque todo este monte de letras recortadas dentro de um saco de lixo
grande, suba em um prédio alto da cidade, no último andar, quando não tiver
ninguém andando na rua, e jogue este negócio lá de cima. Sabe o que vai
acontecer? As letrinhas vão cair lá de cima, vão se organizar e vão formar
totalmente todas as páginas de todos os volumes da Enciclopédia Britânica. Isso
é apenas um milésimo da probabilidade do DNA de uma ameba ter surgido por conta
própria”[24]
A fascinante complexidade do DNA
foi uma das razões que levaram o ateu mais famoso do século passado a crer em
Deus. Antony Flew escreveu sobre isso dizendo:
“O
material do DNA mostra, pela quase inacreditável complexidade das combinações
necessárias para produzir a vida, que uma inteligência deve estar envolvida no
processo de fazer com que esses extraordinariamente diversos elementos
funcionem em conjunto. É extrema a complexidade do número de elementos, e
enorme a sutileza com que eles funcionam juntos. A chance de essas duas partes
encontrarem-se no momento certo, por puro acaso, é simplesmente insignificante.
É tudo uma questão da enorme complexidade pela qual os resultados foram
alcançados, o que me parece obra de uma inteligência”[25]
No mesmo livro, Roy Abraham
Varghese ponderou:
“Imagine estar diante de uma mesa de mármore. Você acha
que, após um trilhão de anos, ou mesmo um tempo infinito, aquela mesa poderia
tornar-se, repentina ou gradualmente, consciente, ciente do ambiente que a
circunda, de sua própria identidade, da mesma forma que você? É simplesmente
inconcebível que tal coisa viesse ou pudesse vir a acontecer. E o mesmo é
verdade para qualquer tipo de matéria. Uma vez que você compreende a natureza
da matéria, da relação massa-energia, percebe que, por sua própria natureza, a
matéria nunca poderia tornar-se ‘ciente’, nunca poderia ‘pensar’, nunca poderia
vir a pronunciar ‘eu’.
Mas a posição ateísta é a de que, em algum ponto da
história do Universo, o impossível e o inconcebível aconteceram. Matéria não
diferenciada – e aqui nós incluímos energia –, em algum ponto do tempo,
tornou-se ‘viva’, depois consciente, depois conceitualmente proficiente e
finalmente um ‘eu’. Mas voltando a nossa mesa, vemos que tal ideia é
simplesmente ridícula. A mesa não tem nenhuma das propriedades de um ser
consciente e, dado um tempo infinito, não pode ‘adquirir’ tais propriedades.
Mesmo que se recorra a algum cenário absurdo sobre a
origem da vida, será necessário abrir mão da própria razão para sugerir que,
dadas certas condições, um pedaço de mármore poderia passar a produzir
conceitos. E, num nível subatômico, aquilo que é válido para a mesa é válido
para toda a matéria restante do universo”[26]
David Robertson expõe estas
questões da seguinte maneira:
“A
questão é: como obtivemos as condições
para a evolução? Acho que argumentará que somos muito, muito, muito sortudos –
sortudos ao ponto de um em dez mil milhões de milhões. Isso exige uma
quantidade enorme de fé”[27]
Na verdade, Robertson foi muito
generoso ao dizer que a chance de geração espontânea era de um em dez mil
milhões de milhões. A verdade é que a tal chance é muito menor que isso. É de
efetivamente zero. Exigiria um verdadeiro milagre. Exigiria muito mais fé do
que qualquer cristão é capaz de crer. É por isso que eu não tenho fé suficiente para ser ateu.
Como Dawkins reage a este
problema? Ele tenta lidar com esta questão de uma forma totalmente falaciosa,
calculando a probabilidade da vida surgir em outros planetas baseando-se no
fato da vida ter surgido na Terra. Assim, ele calcula a quantidade de planetas
que provavelmente existem no Universo, e em cima disso a quantidade de planetas
com condições semelhantes à Terra. O resultado é de milhares de planetas
“habitáveis”, ou seja, com as mesmas condições propícias à vida que o nosso
planeta tem, e com isso ele pensa estar liquidando o argumento da primeira
vida.
Este raciocínio circular e
falacioso pode até conseguir enganar alguns, mas basta uma observação mais
precisa dos fatos para identificar onde está a falácia e derrubar o argumento.
Basta notar que Dawkins parte de um pressuposto,
que é o pressuposto de que, como as condições “x” favoreceram a vida na Terra,
então estas mesmas condições “x” conduzirão com certa probabilidade à
existência da vida em outros planetas similares à Terra. Mas se o surgimento da
vida na Terra foi literalmente um
milagre, e se as chances de isso ter acontecido de uma forma
não-intervencionista foi de efetivamente
zero (e não de “quase” zero), então é totalmente inútil qualquer tentativa
neste sentido.
Isso seria o mesmo que
afirmar que, já que Jesus ressuscitou em uma manhã de domingo depois de ter
ficado três dias em um túmulo vigiado por soldados romanos, então toda vez que
alguém morrer e ficar três dias em um túmulo vigiado por soldados romanos há
uma possibilidade de que ressuscite. Há uma falha lógica aqui: não se provou
que a ressurreição foi não-intervencionista, nem que a ressurreição seja
possível por meios naturais, e portanto qualquer comparação por simetria
estaria anulada na raiz. Qualquer outra ressurreição seria somente por qualquer
outro milagre, e não por probabilidade estatística natural.
Do ponto de vista
científico, a vida ter surgido da matéria inorgânica é tão impossível quanto um
corpo de alguém que já morreu há três dias ressuscitar dos mortos. Ambos são
cientificamente impossíveis, pois até hoje não se demonstrou o contrário, nem
ao menos que isso seja possível. Então,
se aconteceu, foi por intervenção divina – o que chamamos de milagre – tanto no
caso do surgimento da vida, quanto no caso da ressurreição de Jesus[28].
Se as chances de a vida na
Terra ter surgido da não-vida são de efetivamente zero (como as evidências
indicam), então qualquer comparação com a Terra deveria dar valor zero também.
Qualquer principiante em matemática já sabe disso. Dawkins primeiro deveria provar que há uma chance probabilística de a vida
na Terra ter surgido de forma não-intervencionista (geração espontânea), e só depois calcular as possibilidades de o
mesmo processo ter ocorrido em outros planetas similares à Terra, calculando a
probabilidade do surgimento da vida na Terra em relação à quantidade de
planetas similares ao nosso.
Mas Dawkins não dá sequer
um palpite para crermos que isso possa ser possível. Da forma que ele
argumenta, seríamos no máximo levados a crer que depois que a vida surgiu na Terra (intervencionisticamente) há uma
chance “x” de o mesmo evento se repetir por intervenção. Ele não prova que a
vida não surgiu por intervenção, nem que possa não ter surgido assim. É a velha
confusão de que “onde tem água tem vida”, quando, na verdade, o lema certo
seria que “onde tem vida tem água”. Não é a existência de água que leva à
existência de vida, mas é a existência de vida que precisa da existência de
água.
Dawkins parece perceber a
profundidade deste problema ao ser entrevistado por Ben Stein para o polêmico
documentário “Expelled: No Intelligence Allowed”, onde o autor defende o design
inteligente. O diálogo entre eles é interessante, pois Dawkins se viu na
incômoda situação de ter que explicar sobre a origem da vida – e admitiu que a teoria da evolução não faz nada
para explicar isso. Não apenas isso, mas ele ainda propôs surpreendentemente
que a vida surgiu por um projeto inteligente, embora não por Deus[29]:
Ben Stein –
Bem, como é que começou?
Richard Dawkins –
Ninguém sabe como é que começou. Sabemos o tipo
de acontecimento que deve ter sido para a origem da vida.
Ben Stein –
Qual foi?
Richard Dawkins – Foi
a origem da primeira molécula auto-replicativa.
Ben Stein –
Certo. E como é que isto aconteceu?
Richard Dawkins – Já
lhe disse, não sabemos.
Ben Stein –
Então não faz a menor ideia de como começou?
Richard Dawkins –
Não, não. Nem eu nem ninguém.
Ben Stein –
Qual é que pensa ser a possibilidade de o “design inteligente” poder se tornar
a resposta para algumas das questões em genética ou na evolução?
Richard Dawkins –
Pode ser que venha a se concretizar da seguinte forma: pode ser que num dado
momento, nos primórdios, algures no Universo, uma civilização tenha evoluído
por algum processo darwiniano até um elevado, muito elevado nível de
tecnologia, e tenha desenhado uma forma de vida que tenham semeado, talvez,
neste planeta. Agora, esta é uma possibilidade e uma possibilidade intrigante,
e penso que é possível obter alguma evidência para isso. Se olharmos para os
detalhes da bioquímica e da biologia molecular, poderemos encontrar a assinatura de alguma espécie de desenhista, e
este desenhista pode ser uma inteligência superior de um outro lugar no
Universo. Mas essa inteligência superior teria ela própria que ter surgido por
algum processo explicável em última instância. Não poderia ter surgido em existência por um salto espontâneo. Esta
é a questão.
Stein então conclui em seu
documentário:
“Então o professor
Dawkins não é contra o design inteligente, mas apenas contra algumas espécies
de desenhistas, tais como Deus”[30]
Sem perceber, Dawkins dá
um golpe em sua própria teoria da geração espontânea e da inexistência de um
criador por detrás da evolução. Ele admite
que podemos encontrar a assinatura de um criador nos detalhes da
bioquímica e da biologia molecular, mas se recusa a acreditar que este
criador tenha sido Deus, preferindo acreditar que foram seres extraterrestres
excepcionalmente inteligentes e evoluídos. Mas isto suscita mais perguntas do
que respostas.
Em primeiro lugar, quem teria criado estes extraterrestres?
Dawkins se recusa a cogitar a hipótese de que a vida possa ter surgido por um
“salto espontâneo”, o que nos levaria a um regresso ad infinitum no processo de criação e criador, a não ser que
creiamos em uma Causa primeira, que necessariamente deve ser eterna
(não-criada) e que é o ponto de partida para a criação de todas as demais
coisas. Mas Dawkins obviamente rejeita isso, porque esta é exatamente a
definição de Deus, o qual ele nega com todas as forças. Mas sem esta Causa
primária (Deus) o esquema de Dawkins jamais
iria funcionar. Ele sempre teria que apelar para uma causa anterior que
também teria que ser causada, o que não resolveria nada, apenas aumentaria os
problemas.
Em segundo lugar, ao
admitir a existência de inteligência e design
na origem da vida ele derruba o seu próprio argumento de que a teoria da
evolução explica tudo sozinha e dispensa a existência de um criador. Ela não
explica a primeira vida, e o próprio Dawkins abre espaço à possibilidade de a
vida ter sido projetada inteligentemente, e que há evidências disso. Independentemente de qual seja o criador, o
fato é que há um criador, pois as
possibilidades de a vida ter surgido ao acaso é efetivamente zero. E, se há um
criador que originou a vida na Terra, o que impede que este criador tenha sido
Deus?
Dawkins não responde a
isto, pois neste ponto não cabe seu argumento anterior de que a teoria da
evolução refuta a crença em Deus, pois não estamos mais falando sobre o que
aconteceu depois da primeira vida, e
sim antes dela. Dizer que Deus não
pode ter criado a vida na Terra porque a evolução (que vem depois) o “refuta” é completamente ridículo. No máximo isso tiraria
Deus do processo evolutivo, mas não
da origem do processo. Dawkins
precisaria de um outro argumento que
prove que Deus não possa ter criado a vida, algo que ele não tem.
Finalmente, Dawkins também
confunde alhos com bugalhos quando tenta inferir que Deus surgiu por salto espontâneo. Nenhum cristão crê nisso. Deus não
surgiu espontaneamente porque ele não “surgiu” em momento nenhum – ele
simplesmente sempre foi. Como a
Bíblia o descreve com exatidão, “Eu Sou o que Sou”
(Êx.3:14). Deus não “era” nem “será”, ele é – Ele está em um eterno “agora”.
Assim, nós realmente não devemos crer que Deus surgiu espontaneamente “do nada”
(como os ateus creem que ocorreu com o Universo e com a vida na Terra), mas
simplesmente que ele sempre existiu.
Quando paramos para
analisar melhor o que Dawkins diz, vemos ele descrevendo Deus com perfeição
como sendo o criador da vida, embora ele negue. Ele rejeita a vida surgindo
espontaneamente, propõe que ela tenha surgido por um criador inteligente e
defende que este criador, por sua vez, também não pode ter surgido
espontaneamente. Isso é exatamente o que os cristãos sempre creram. A vida não
surgiu do nada, mas por um Criador (Deus), que também não surgiu do nada,
porque sempre existiu.
Infelizmente, Dawkins não
consegue admitir isso, por seu viés à religião e sua obstinação contra Deus,
preferindo, no lugar, supor coisas que não ajudam a resolver nada, mas apenas
aumentam os seus problemas em não admitir o mais óbvio – que existe uma Causa
primeira e eterna, que é a causa primária e a explicação da matéria e da vida.
Finalmente, a insistência
de Dawkins em tirar Deus do processo não é justificável. Dawkins pode provar a
seleção natural, mas não pode provar que a seleção natural não foi um mecanismo
criado por Deus exatamente com a finalidade evolutiva. Em outras palavras,
Dawkins diz o que explica o
darwinismo, mas cobre de mistério sobre como os mecanismos darwinistas
surgiram, porque a resposta é exatamente aquilo que ele tanto luta contra: o
acaso cego. Roy Abraham Varghese mostrou a incoerência daqueles que, como
Dawkins, parecem atribuir finalidade e inteligência à seleção natural:
“Os teístas simplesmente
argumentam que a existência da racionalidade que nós inequivocamente percebemos
– desde as leis da natureza até nossa capacidade de pensamento racional – não
pode ser explicada se não estiver baseada em um substrato definitivo, que não
pode ser nada menos do que uma Mente infinita. ‘O mundo é racional’, afirmou o
grande matemático Kurt Gödel. A relevância dessa racionalidade é que ‘a ordem
do mundo reflete a ordem da mente suprema que o governa’. A realidade da
racionalidade não pode ser evitada com qualquer apelo à seleção natural. A
seleção natural pressupõe a existência de entidades físicas que interagem de
acordo com leis específicas e de um código que rege os processos da vida. Falar
de seleção natural é assumir que há alguma lógica naquilo que acontece na
natureza – adaptação –, e que nós somos capazes de compreender essa lógica”[31]
Diante dos fatos
científicos, se realmente a evolução existiu, ela com certeza só pôde ter
existido por intervenção inteligente no processo – ou então por um acaso tão
gigantesco que reduz as possibilidades não-intervencionistas a virtualmente
zero. William Lane Craig discorreu sobre isso em seu debate com Christopher
Hitchens, dizendo:
“Ela [a teoria da
evolução] requer uma sequencia fantasticamente improvável de eventos. Barrow e
Tipler, dois físicos, no livro ‘The Anthropic Cosmological Principle’ listam
dez passos ao longo do curso da evolução humana, cada um tão improvável que antes de acontecer o Sol deixaria sua
fase principal de estrela e iria incinerar a Terra! Por exemplo, eles
calcularam que a probabilidade do genoma humano ter aparecido naturalmente é de
4 elevado a -180, elevado a 110.000 e 4 elevado a 360, elevado a 110.000! Ou
seja, se a evolução natural realmente
ocorreu neste planeta foi literalmente um milagre! Logo, uma evidência para a
existência de Deus!”[32]
E, diante dos aplausos
instantâneos da plateia, ele conclui:
“Logo, eu não acho que
seja um argumento para o ateísmo, muito pelo contrário, isto nos dá um bom
suporte para afirmar que Deus atuou durante o processo evolutivo. Os cristãos
estão abertos às evidências para seguir para onde elas apontarem. Em contraste,
como afirmou Alvin Plantinga: ‘Para o naturalista, a evolução é a única
alternativa disponível, não importa o quanto improvável sejam as chances contra
ela... ela tem que ser verdade, porque não há um projetista inteligente
por trás dela’. De certa forma temos um pesar pelos ateus, pois eles realmente
não podem seguir as evidências para onde elas apontarem. Os pressupostos deles
já determinam no que eles vão acreditar no fim. Por outro lado, se existe um
Projetista e Criador do Universo, logo ele pôde colocar, nas condições iniciais
do Big Bang, toda sintonia necessária para permitir a evolução da vida
inteligente”[33]
Craig repete isso
constantemente em seus debates públicos com ateus e até hoje não houve nenhum
que conseguisse provar que a evolução de fato é uma prova da inexistência de
Deus, ou que Deus tenha que estar fora do processo. Pense como se isso fosse um
jogo de Age of Empires 3, onde você,
como o jogador, tem a liberdade de escolher entre começar na Era Nômade e ir evoluindo lentamente,
passo a passo, até as eras futuras, ou começar direto na Era Pós-Imperial, com tudo pronto. O fato de você escolher criar uma
civilização de forma gradual e evolutiva ou de forma pronta e completa, não
muda em nada o fato de que você é o
“projetista”, o ser inteligente por detrás da civilização criada.
A Bíblia contradiz a teoria da evolução?
Se a pergunta fosse: “A Bíblia afirma a teoria da evolução?” eu iria responder: “Mas é lógico que não!”. Contudo, o fato de a Bíblia não afirmar algo não significa que ela contradiz isso. A Bíblia também não afirma a teoria da relatividade, mas isso não significa que ela a contradiz. Como já escrevi no capítulo 1 deste livro, a Bíblia não é um livro científico, embora tenha algumas afirmações de cunho científico, todas elas provadas verdadeiras mais tarde. Então a pergunta que deve ser feita é se a Bíblia efetivamente permite uma interpretação mais alegórica do Gênesis, ou se, como alguns afirmam, isso é impossível.
A Bíblia contradiz a teoria da evolução?
Se a pergunta fosse: “A Bíblia afirma a teoria da evolução?” eu iria responder: “Mas é lógico que não!”. Contudo, o fato de a Bíblia não afirmar algo não significa que ela contradiz isso. A Bíblia também não afirma a teoria da relatividade, mas isso não significa que ela a contradiz. Como já escrevi no capítulo 1 deste livro, a Bíblia não é um livro científico, embora tenha algumas afirmações de cunho científico, todas elas provadas verdadeiras mais tarde. Então a pergunta que deve ser feita é se a Bíblia efetivamente permite uma interpretação mais alegórica do Gênesis, ou se, como alguns afirmam, isso é impossível.
Primeiro, é necessário esclarecer que
faz sentido dizer que não podemos arbitrariamente escolher uma parte da Bíblia
e considerá-la “alegórica” ao nosso bel-prazer, fazendo da Bíblia um
“bem-me-quer” e “mal-me-quer”. Eu também não concordo com isso. É lógico que
existem muitas passagens alegóricas na Bíblia, mas a grande maioria é literal e
para identificarmos as passagens alegóricas é necessário respeitarmos os
princípios da exegese, ao invés de alegorizarmos os versos à nossa própria
vontade. A questão aqui então é: uma interpretação não-literal dos dias do
Gênesis é necessariamente falsa?
Existe alguma evidência de que os
dias podem não ser literais?
Se não existisse evidência nenhuma,
isso seria corromper a exegese. Mas há algumas coisas que pelo menos indicam
que os dias do Gênesis podem não ter
sido dias literais (de 24h). Norman Geisler e Thomas Howe, teólogos ortodoxos
que defendem a inerrância e inspiração da Bíblia, apontam algumas destas
evidências no “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”:
1. Os dias de
Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da contagem dos dias (antes
de Gênesis 1:3), ou um intervalo de tempo entre os dias. Há intervalos em
outras partes da Bíblia (como em Mateus 1:8, onde três gerações são omitidas,
em comparação com 1ª Crônicas 3:11-14).
2. A mesma palavra
hebraica para "dia" (yom) é
empregada em Gênesis 1 e 2 como um período de tempo maior que 24 horas. Por
exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra no sentido do período total da
criação de seis dias.
3. Às vezes a
Bíblia emprega a palavra "dia" para longos períodos de tempo: "Um dia é como mil anos" (2 Pe 3:8; cf.
SI 90:4).
4. Há alguns
indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser períodos maiores que 24
horas:
a) No terceiro
"dia" as árvores cresceram da semente à maturidade, e produziram
semente segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo normalmente leva meses
ou anos.
b) No sexto
"dia" Adão foi criado, foi dormir, deu nome a todos os (milhares de)
animais, procurou por companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela.
Tudo isso parece exigir um tempo bem maior que 24 horas.
c) A Bíblia diz que
Deus "descansou" no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu descanso
da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração de milhares de
anos. Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de anos
também.
5. Êxodo 20:11 pode
estar fazendo simplesmente uma comparação de unidade por unidade dos dias de
Gênesis com uma semana de trabalho (de 144 horas), e não uma comparação minuto
a minuto.
Geisler e Howe concluem dizendo:
“Não se demonstra
contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência. Há apenas um conflito
de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria estão errados ao
insistirem que o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns dos intérpretes da
Bíblia estão equivocados ao insistirem em dizer que foram apenas 144 horas que
durou a criação, ocorrida há alguns milhares de anos antes de Cristo, sem
intervalos de tempo correspondentes a milhões de anos. Mas, em qualquer dos
casos, não se trata de uma questão de inspiração
das Escrituras, mas de sua interpretação
(em relação a dados científicos)”[34]
Outra coisa que se deve
observar é que não há nenhum registro bíblico da idade da Terra. Isso é presumido por alguns teólogos por causa
das listas de genealogia do Gênesis, que começam por Adão e vão indo adiante.
Mas da mesma forma que Mateus usou o termo “gerar” em um sentido mais amplo,
como “antepassado de”, o autor do Gênesis poderia ter feito o mesmo, o que
deixaria implícito um número indefinido de gerações intercaladas.
Além disso, o fato de a
Bíblia não contradizer a teoria da evolução também não significa que tudo no relato da criação é alegórico. Mesmo se a teoria evolucionista for
verdadeira, Adão e Eva poderiam ser personagens reais, como os primeiros Homo sapiens, ou os dois únicos
remanescentes de gerações anteriores. A ciência sabe hoje, pela Eva
Mitocondrial, que toda a humanidade descende de uma única mulher. Os cientistas
construíram uma árvore genealógica para o gênero humano, na base da qual estava
a Eva Mitocondrial, a grande avó de todos os humanos. Esta pode perfeitamente
ter sido a Eva bíblica.
Por fim, para aqueles que
ainda se recusam a crer que Adão não possa ter sido um personagem literal que
viveu há 6500 anos, o fato de outras espécies terem evoluído não significa necessariamente que o ser humano não
possa ter sido uma exceção, como uma criação especial. Ainda hoje não há
registro fóssil seguro de intermediários humanos, e, se a criação do homem foi
uma criação especial, Adão e Eva permanecem sendo personagens literais.
De um jeito ou de outro,
seja Adão um personagem literal ou alegórico, e de que forma que ele existiu no passado, isso é algo que não
contradiz a Bíblia, pois há base bíblica suficiente para crer que o relato de
Gênesis pode não ser totalmente
literal, sem corromper a exegese em função disso. Craig também abordou isso em
seu debate com Hitchens, afirmando:
“A teoria biológica da
evolução é simplesmente irrelevante para a veracidade do teísmo cristão.
Gênesis 1 admite várias interpretações e não está comprometido de nenhuma forma
com uma interpretação criacionista de 6 dias literais. Howard Van Till,
professor emérito de física e astronomia no Calvin College, escreve: ‘O
conceito de criação em seis dias é requerido de quem acredita no Deus criador
descrito nas Escrituras? A maioria dos cristãos em minha área de estudos e que
se engajaram em seus estudos bíblicos ou científicos concluíram que esta visão
criacionista especial do mundo não é um componente necessário à fé cristã”[35]
Ele adiciona para aqueles
que pensam que tal posição é um “recuo” do Cristianismo em relação à ciência
moderna, que o próprio Agostinho (354-430 d.C), um dos maiores expoentes da fé
cristã que já existiu, já escrevia há mais de um milênio e meio que os dias da
criação não precisam ser interpretados literalmente, nem a criação
necessariamente ocorreu há apenas alguns milhares de anos. Ele sugere que Deus
criou o mundo em etapas que vão se desenrolando e desenvolvendo gradualmente ao
longo do tempo[36].
Esta interpretação ocorreu 1500 anos
antes de Darwin.
E, mesmo se fosse um
“recuo” diante do avanço científico, e daí? Os
próprios cientistas já estiveram enganados sobre muita coisa ao longo dos
séculos, e só no último século já mudaram de opinião em dezenas de coisas,
incluindo na questão mais importante de todas, a de que o Universo não é
infinito. Se os cientistas podem se enganar e mudar de opinião, por que os cristãos não podem?
Talvez o maior problema em
torno deste debate esteja nos termos evolucionismo
e criacionismo como antagônicos.
Eles não necessariamente o são. A evolução pode existir por meio de uma
criação. Alguém cria, e então esta
criação evolui, ou então alguém cria mediante um processo evolutivo.
A “contradição” está no
fato de que “criacionismo” virou sinônimo de criação completa de uma só vez, o
que excluiria um processo evolutivo. É por essa razão que os cristãos
evolucionistas preferem se chamar de “evolucionistas teístas” do que de
“evolucionistas criacionistas”. Não haveria conflito algum, todavia, se pelo
termo criacionismo nada mais se
inferisse além de alguém criar alguma
coisa – algo que o próprio Dawkins cogitou, ao dizer que extraterrestres
evoluídos teriam semeado a vida em nosso planeta.
Isso não significa
necessariamente que de fato a Bíblia ensina
o evolucionismo, nem que o evolucionismo é de fato verdadeiro, mas
significa que, se o evolucionismo for
mesmo verdadeiro, ele não contradiz a
Bíblia (que deixa ambas as possibilidades em aberto) nem serve de prova da
inexistência de Deus.
O argumento central do livro de
Dawkins, portanto, fracassa miseravelmente, porque:
• O próprio autor da teoria (Charles Darwin) não era ateu.
• O precursor da teoria (Alfred Wallace) era evolucionista
teísta.
• O primeiro a propor a ideia de evolucionismo (Tales de
Mileto) cria em Deus.
• Um dos maiores paleontólogos evolucionistas que já existiu (Pierre
Teilhard de Chardin) era teísta.
• Os responsáveis pela síntese moderna do evolucionismo (Ronald Fisher e Theodosius Dobzhansky) eram
teístas.
• O autor do livro didático de biologia mais usado nas escolas
de língua inglesa (Kenneth Miller) é cristão.
• Um dos maiores senão o maior cientista da atualidade (Francis
Collins), também evolucionista, é cristão.
• Inúmeros teólogos cristãos dos mais proeminentes também são
evolucionistas teístas.
• Uma pesquisa recente mostrou que 65% dos médicos evangélicos
dos Estados Unidos creem na teoria da evolução[37],
e não deixaram de ser evangélicos por causa disso.
• Não há nada na Bíblia que definitivamente impeça uma interpretação do Gênesis
compatibilista (que une criação e evolução).
• Não há nada que prove que Deus não poderia ter agido no processo de evolução, e, mesmo se tudo
tivesse ocorrido ao acaso, isso também não prova que Deus não existe (os
deístas, por exemplo, não creem que Deus agiu no processo, mas não deixam de
crer nele por causa disso).
• Até mesmo reconhecidos cientistas ateus (como Stephen Gould e Richard Feynman) reconheceram que é possível e consistente ser
cristão e ao mesmo tempo ser evolucionista.
O curioso é que até mesmo um dos sites mais ateus da internet e que
está frequentemente atacando os cristãos e o Cristianismo também rejeita a
estúpida falácia de Richard Dawkins, segundo o qual não se pode crer na TE
(teoria da evolução) e em Deus. Eles escreveram:
“Para aceitar a evolução, não é necessário abandonar Deus.
Sim, os ateus são evolucionistas, mas a recíproca não é verdadeira. Ou seja, a
TE não prevê nem a existência, nem a inexistência de Deus. A TE não fala nada
acerca de Deus. Logo, ele poderia existir paralelamente à TE. A pessoa pode
inclusive ser cristã, e ser evolucionista (...) Há
numerosos cientistas que aceitam tanto a evolução quanto Deus. Eles acreditam
não só em Deus como criador do Universo onde a evolução ocorre naturalmente,
mas também acreditam que Deus atua constantemente nas suas vidas. Dizer o
contrário é uma enorme falta de respeito com as crenças religiosas dos outros.
Uma arrogância sem tamanho”[38]
O autor também rebate a
afirmação de que se Deus não agiu na evolução das espécies então ele não
existe:
“Para
esse tipo de raciocínio ser coerente não deveria se resumir apenas à evolução.
Qualquer um que ache que Deus não interfere nas órbitas dos planetas, nos
ventos, nas marés, nas ondas sonoras e eletromagnéticas, etc, deveria ser
ateísta também, o que é um absurdo”[39]
Os argumentos de Dawkins tentando
refutar Deus com a teoria da evolução são lamentavelmente pífios, não seguem
uma mínima lógica interna ou coerência, são totalmente non sequitur e nonsense. A
tese de que somente os ateus podem ser consistentemente evolucionistas não
passa de um truque para enganar crentes, sendo desenvolvido por pessoas que,
realmente, estão delirando. Ninguém precisa deixar de crer em Deus ou
na Bíblia para crer na teoria da evolução. Ambas são totalmente
compatíveis.
Infelizmente, Dawkins precisa crer que a teoria da evolução
prova que Deus não existe, porque foi desta
forma que ele se tornou ateu em sua adolescência. O problema é que ele
continua pensando assim mesmo depois deste conceito ter sido violentamente
derrubado com o tempo pelos mais diversos argumentos, o que mostra que ele não
amadureceu, nem tentou buscar argumentos melhores para substituir a teoria da
evolução como a “prova” de que Deus não existe. Em vez disso, continua usando o mesmo argumento ultrapassado, numa vã
esperança de convencer adolescentes tão instáveis na fé quanto ele mesmo era.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
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[1]
“Provar” no mesmo sentido de “fornecer evidência”.
[2]
Francis Collins, A Linguagem de Deus.
[5]
ibid.
[6]
ibid.
[8]
Em carta enviada a Charles Lyell.
[11]
Como vimos no capítulo 1 deste livro.
[12] The Life and Letters of Charles Darwin
(New York, D. Appleton and Co., 1905, 274.
[14]
A Vida e a Correspondência de Charles Darwin, 1887, publicado por seu filho
Francis Darwin.
[18] ibid.
[19] Evolution: A Theory in Crisis. Bethesda,
Md.: Adler & Adler, 1985, p. 264.
[20] Carl Sagan, Communication With Extra-Terrestrial Intelligence; citado também
por Clifford Wilson e John Weldon em Close
Encouters.
[21] Issac Asimov, The Genetic Code, p. 92.
[22]
De acordo com Norman Geisler e Frank Turek no livro: Não Tenho fé Suficiente para ser Ateu.
[23]
ibid.
[25]
Antony Flew, Um Ateu Garante: Deus
Existe.
[26]
Roy Abraham Varghese em “Um Ateu Garante: Deus Existe” (Apêndice A).
[27]
David Robertson, Cartas para Dawkins, Carta
6.
[28]
É óbvio que este não é um argumento
em favor da ressurreição de Jesus, mas somente uma analogia. Os argumentos para a ressurreição de Jesus foram tratados
em meu outro livro, “As Provas da Existência de Deus”. Não tratarei este
assunto aqui porque este é um livro refutando o de Dawkins, e Dawkins não tocou
neste tema.
[29]
Todo o diálogo a seguir está presente no documentário, que pode ser assistido
aqui: http://www.youtube.com/watch?v=V5EPymcWp-g
[30]
ibid.
[31]
Roy Abraham Varghese em “Um Ateu Garante: Deus Existe” (Apêndice A).
[33]
ibid.
[34]
Norman Geisler e Thomas Howe, Manual Popular
de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia.
[36]
Comentário ao Gênesis.
[39]
ibid.
Richard Dawkins é um grande babaca....o que sobra de arrogância falta em caráter.
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