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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Já observamos que, se a teoria da evolução estiver certa,
ela nada prova contra a fé em Deus ou
o Cristianismo em especial. Mas... e se
ela estiver errada? Os evolucionistas dizem não trabalhar com esta
hipótese, pois eles fazem questão de afirmar e reafirmar sempre que podem que
“a evolução é um fato! é um fato! é um fato! é um fato (...)!”. A ideia básica
é de que o evolucionismo é aceito por todos os cientistas e que quem discorda
disso pratica pseudociência. Contudo, isso não é totalmente verdade.
Há cientistas respeitáveis que não
creem na teoria da evolução. Um deles é o Ph.D Richard Smalley, ganhador do
prêmio Nobel em Química em 1996 pela descoberta de uma nova forma de carbono.
Smalley foi professor de física e astronomia na Universidade de Rice, em
Houston, Texas. Ele disse que depois de ler “A Origem das Espécies”, de Charles
Darwin, com sua formação em química e física, ficou mais claro que a evolução
não poderia ter ocorrido.
Outro cientista não-evolucionista é o
Dr. Dominique Tassot, físico e químico, líder do CEP (Centro de Estudos e
Prospectivas da Ciência), na França, criado em 1997 e que é composto por 700
pesquisadores de vários países do mundo. O Centro de Ciência tem publicado
materiais científicos refutando os postulados da teoria evolucionista, e o
doutor Dominique declara que o evolucionismo não é nada científico.
O patologista e professor da
Universidade de Gadalajara, Raul Leguizamon, abandonou o evolucionismo após
estudar mais profundamente o tema e descobrir uma verdadeira falta de
evidências que comprovem a teoria darwinista. Ele disse: "Eu assinei a declaração de Dissidência Científica
do Darwinismo por estar totalmente convencido da falta de verdadeira evidência
científica em favor do dogma darwiniano”[1].
Há até um site que mostra aqueles que
assinaram a lista dos dissidentes do darwinismo, com nomes e instituições as
quais estão afiliados, entrevistando alguns deles[2].
O prof. Adauto Lourenço informa que “um número
crescente de cientistas têm abandonado a posição naturalista darwiniana”[3].
Ele mesmo é um exemplo de ex-evolucionista, que passou de crente no darwinismo
para defensor do criacionismo científico[4]
após perceber que as evidências apontavam para o lado contrário[5].
O mesmo ocorreu com Michelson Borges, outro proeminente criacionista
brasileiro, que escreveu em seu site sobre sua mudança de evolucionista para
criacionista[6].
O Dr. John Bergman foi além e
entrevistou mais de cem cientistas com doutorado, alguns com prêmio Nobel, que
afirmaram ser criacionistas e também disseram sofrer intolerância e ameaça por
parte daqueles que pensam diferente e que querem lutar pelo evolucionismo como
a única opção aceitável de mundo. No site “Creation wiki” há uma lista com
centenas de defensores modernos do criacionismo que têm um ou mais graus de
pós-graduação em uma disciplina da ciência[7].
Colocarei em exposição aqui somente os Ph.D:
• Earl M.J. Aagaard
Ph.D. Biologia.
• Gary L.
Achtemeier Ph.D. Meteorologia.
• E. Theo Agard
Ph.D. Física.
• Jim Allan Ph.D.
Genética.
• Steven Austin
Ph.D. Geologia.
• Don Batten Ph.D.
Agronomia e Ciência Horticultural.
• John Baumgardner
Ph.D. Geofísica e Física Espacial.
• Michael Behe
Ph.D. Bioquímica.
• Jerry Bergman
Ph.D. Biologia.
• Kimberly
Berrine Ph.D. Microbiologia e Imunologia.
• Raymond Bohlin
Ph.D. Biologia.
• Edward
Boudreaux Ph.D. Química.
• Gerardus Bouw
Ph.D. Astronomia.
• Walter Bradley
Ph.D. Ciência dos Materiais.
• Patrick Briney
Ph.D. Microbiologia.
• Michael E.
Brown Ph.D. Biologia.
• Walt Brown
Ph.D. Engenharia Mecânica.
• Nancy Bryson
Ph.D. Química.
• John Byl Ph.D.
Astronomia.
• Robert Carter
Ph.D. Biologia Marinha.
• David Catchpoole
Ph.D. Fisiologia das Plantas.
• Art Chadwick
Ph.D. Biologia.
• Eugene Chaffin
Ph.D. Física Teórica.
• Donald
Chittick Ph.D. Química.
• Kenneth
Cumming Ph.D. Biologia.
• Bob Compton
Ph.D. Fisiologia.
• Daniel
Criswell Ph.D. Biologia Molecular.
• Nancy Darrall
Ph.D. Botânica.
• Bolton
Davidheiser Ph.D. Zoologia (genética).
• Bryan Dawson
Ph.D. Matemática.
• William
Dembski Ph.D. Matemática.
• David DeWitt Ph.D.
Neurociência.
• Donald DeYoung
Ph.D. Física.
• Ted Driggers
Ph.D. Pesquisa Operacional.
• André Eggen Ph.D.
Genética Animal e Molecular.
• Martin Ehde Ph.D.
Matemática.
• Danny Faulkner
Ph.D. Astronomia.
• Carl Fliermans
Ph.D. Biologia.
• Dwain Ford Ph.D.
Química.
• Wayne Frair
Ph.D. Biologia.
• Alan Galbraith
Ph.D. Ciência de Transporte de Águas.
• Robert Gentry
Ph.D. Nuclear Física.
• Maciej
Giertych Ph.D. Genética.
• Duane Gish
Ph.D. Bioquímica.
• Guillermo
Gonzales Ph.D. Astronomia.
• D.B. Gower Ph.D.
Bioquímica.
• Stephen Grocott
Ph.D. Química Organometálica.
• John Hartnett
Ph.D. Física.
• George Hawke
Ph.D. Metereologia.
• Margaret
Helder Ph.D. Botânica.
• Robert
Herrmann Ph.D. Matemática.
• Sean Ho Ph.D.
Ciência da Computação.
• Kelly Hollowell
Ph.D. Farmacologia Molecular e Celular.
• Ed Holroyd Ph.D.
Ciência Atmosférica.
• Bob Hosken Ph.D.
Bioquímica.
• George Howe
Ph.D. Botânica.
• James Huggins
Ph.D. Biologia.
• Russell Humphreys
Ph.D. Física.
• Cornelius G.
Hunter Ph.D. Biofísica.
• Andrey A. Ivanov
Ph.D. Física.
• Evan Jamieson
Ph.D. Hidrometalurgia.
• George Javor
Ph.D. Bioquímica.
• Karen E.
Jensen Ph.D. Biologia.
• Pierre Gunnar
Jerlström Ph.D. Biologia Molecular.
• John Johnson
Ph.D. Matemática Aplicada.
• Don Johnson Ph.D.
Ciências da Informação e em Química.
• Arthur Jones
Ph.D. Biologia.
• Taylor B. Jones
Ph.D. Química.
• Pierre Y. Julien
Ph.D Engenharia Geológica.
• Dean Kenyon
Ph.D. Biofísica.
• John Klotz
Ph.D. Biologia.
• John K.G.
Kramer Ph.D. Bioquímica.
• Johan Kruger
Ph.D. Zoologia (nematologia).
• Walter
Lammerts Ph.D. Genética.
• John Leslie Ph.D.
Patologia Experimental.
• Lane Lester Ph.D.
Genética.
• Jason Lisle Ph.D.
Astrofísica.
• Heinz Lycklama
Ph.D. Nuclear Física.
• John Marcus Ph.D.
Bioquímica.
• Ronald Curtis
Marks Ph.D. Química (Orgânica).
• George Marshall
Ph.D. Ciência Oftalmica.
• Joseph
Mastropaolo Ph.D. Kinesiologia.
• Ralph Matthews
Ph.D. Química da Radiação.
• Andy McIntosh
Ph.D. Aerodinâmica.
• David Menton
Ph.D. Biologia.
• Angela Meyer
Ph.D. Ciência Horticultural.
• John Meyer
Ph.D. Zoologia.
• Stephen Meyer
Ph.D. História e Filosofia da Ciência.
• Colin Mitchell
Ph.D. Geografia dos Terrenos Desérticos.
• John Morris Ph.D.
Engenharia Geológica.
• Chris Osborne
Ph.D. Biologia.
• Johnson C.
Philip Ph.D. Física Quantum-Nuclear.
• Georgia Purdom
Ph.D. Genética Molecular.
• Fazale Rana Ph.D.
Química.
• John Rankin
Ph.D. Física Matemática.
• Ray Rempt Ph.D.
Física.
• David Rogstad
Ph.D. Física.
• Hugh Ross
Ph.D. Astronomia.
• Ariel Roth
Ph.D. Biologia.
• Robert Russell
Ph.D. Física.
• John Sanford
Ph.D. Cruzamento de Plantas e Genética.
• Siegfried
Scherer Ph.D. Biologia.
• Emil Silvestru
Ph.D. Geologia.
• Andrew
Snelling Ph.D. Geologia.
• Lee Spencer
Ph.D. Biologia.
• Lee Spetner
Ph.D. Física.
• Timothy
Standish Ph.D. Biologia.
• Esther Su Ph.D.
Bioquímica.
• Barry Tapp
Ph.D. Geologia.
• Charles
Thaxton Ph.D. Química.
• Michael Todhunter
Ph.D. Genética Florestal.
• Jeff Tomkins
Ph.D. Genética.
• Larry Vardiman
Ph.D. Ciência Atmosférica.
• Walter Veith
Ph.D. Zoologia.
• Charles Voss
Ph.D. Engenharia Elétrica.
• Linda Walkup
Ph.D. Molecular Genética.
• Keith Wanser
Ph.D. Física.
• Jonathan Wells
Ph.D. Biologia.
• Monty White Ph.D.
Cinética dos Gases.
• Jay Wile Ph.D.
Química Nuclear.
• Kurt Wise
Ph.D. Geologia.
• Todd Wood
Ph.D. Bioquímica/Genômica.
• Henry Zuill
Ph.D. Biologia.
• Jeffrey Zweerink
Ph.D. Astrofísica.
Uma outra pesquisa recente
feita pelo Instituto Finkelstein também ajudou a desbancar de vez a ideia de
que a teoria da evolução é um “fato” e uma “unanimidade” entre os cientistas.
Ela mostrou que, embora seja a crença adotada pela maioria, está muito longe de
ser colocada no patamar desejado pelos darwinistas. A pesquisa descobriu que
37% dos médicos dos EUA preferem o
design inteligente que a teoria da evolução, e para não dizerem que isso é
uma conspiração de cristãos fundamentalistas eles também questionaram a
religião de cada um deles, e chegou-se às seguintes conclusões[8]:
• 14% dos médicos judeus rejeitam[9]
o darwinismo.
• 57% dos médicos evangélicos rejeitam o darwinismo.
• 40% dos médicos católicos rejeitam o darwinismo.
• 59% dos médicos ortodoxos rejeitam o darwinismo.
• 32% dos médicos hindus rejeitam o darwinismo.
• 28% dos médicos budistas rejeitam o darwinismo.
• 81% dos médicos muçulmanos rejeitam o darwinismo.
• 43% dos médicos com outra religião rejeitam o
darwinismo.
• 5% dos médicos ateus rejeitam o darwinismo.
No quadro geral, apenas 63% dos médicos
norte-americanos preferem a teoria da evolução. Eu digo “apenas” porque, para
alguém que afirma com tanta convicção que a evolução é “unanimidade” e “fato”,
este dado não é nada animador. Apenas os médicos ateus creem no evolucionismo de forma mais arrasadora, e por uma
razão óbvia: eles quase não têm opção. Enquanto todos os religiosos de
diferentes religiões se mantém abertos à discussão entre evolução e design
inteligente, os ateus são forçados a adotarem o evolucionismo, pois excluem de
antemão a possibilidade de haver um criador.
Mesmo assim, impressiona o fato de que
nem a totalidade dos ateus preferem a
teoria da evolução. Isso é no mínimo suspeito,
e coloca em xeque as afirmações tão categóricas de que “a evolução é um fato”. Deve haver um motivo muito bom
para que até médicos ateus aceitem o design inteligente[10].
Provavelmente as evidências em contrário não são tão fortes assim, como os
evolucionistas dizem que é.
O mesmo estudo realizou outras
pesquisas interessantes, como, por exemplo, se o design inteligente deveria ser
ensinado ao lado da evolução nas escolas públicas, e o resultado foi[11]:
• 41% dos médicos judeus acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 81% dos médicos evangélicos acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 76% dos médicos católicos acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 76% dos médicos ortodoxos acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 73% dos médicos hindus acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 71% dos médicos budistas acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 91% dos médicos muçulmanos acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 61% dos médicos com outra religião acham que o ensino do
design inteligente deve ser necessário ou permitido.
• 26% dos médicos ateus acham que o ensino do design
inteligente deve ser necessário ou permitido.
Mais uma vez, vemos que os médicos das
mais diferentes religiões são em geral favoráveis ao ensino optativo ou
obrigatório do design inteligente nas escolas, ganhando oposição significativa
somente da maioria dos médicos ateus, por razões óbvias já mencionadas.
Estranho para quem costuma vociferar a todos os cantos que o design inteligente
é “pseudociência” e que adotá-lo é ferir o Estado laico. Alguém precisa
urgentemente avisá-los que Estado laico não
é o mesmo que Estado ateu.
Há até ateus que são favoráveis ao ensino do design inteligente nas
escolas. Um deles é Bradley Monton, professor de filosofia pela Universidade do
Colorado, onde trabalha nas áreas de filosofia da ciência, epistemologia
probabilística, filosofia do tempo e filosofia da religião. Embora seja ateu,
ele escreveu um livro onde defende o design inteligente, afirmando que é
legítimo ver o design inteligente como ciência e que ele deve ser ensinado nas
aulas de ciência das escolas públicas. Ele disse:
"A doutrina do design
inteligente foi marginalizada pelos ateus, mas mesmo eu sendo ateu, sou da
opinião de que os argumentos a favor do design inteligente são mais fortes do
que a maioria percebe. O objetivo do meu livro é o de tentar fazer com que as
pessoas levem a sério o design inteligente. Defendo que é legítimo ver o design
inteligente como ciência, que há alguns argumentos plausíveis para a existência
de um criador cósmico e que o design inteligente deveria ser ensinado nas aulas
de ciência das escolas públicas”[12]
E Bradley não está sozinho entre
aqueles que defendem o ensino do design inteligente nas escolas públicas (mesmo
entre aqueles que não concordam com a tese). A mesma pesquisa feita entre os
médicos dos Estados Unidos, citada anteriormente, perguntou também: “Você acredita que o design inteligente tem legitimidade
como ciência ou você acha que é apenas uma forma encoberta de conseguir o
criacionismo nas escolas?”. E o que os médicos responderam foi[13]:
Religião ou crença
|
Design Inteligente é
ciência legítima
|
Design Inteligente é pseudociência
|
Judeus
|
18%
|
82%
|
Evangélicos
|
63%
|
37%
|
Católicos
|
49%
|
51%
|
Ortodoxos
|
54%
|
46%
|
Hindus
|
48%
|
52%
|
Budistas
|
46%
|
54%
|
Muçulmanos
|
60%
|
40%
|
Outra
religião
|
46%
|
54%
|
Ateus
|
2%
|
98%
|
Mais uma vez, a opção que diz que o
design inteligente é pseudociência só ganha de forma esmagadora e consensual
entre os médicos ateus – e mais uma vez não precisamos explicar o porquê. A
maioria deles, diferente de Bradley, traz seus pressupostos (de que não há
Deus) para a ciência, e, consequentemente, eliminam de antemão a possibilidade
de qualquer forma de criação, por pensar que isto favoreceria a tese da
existência de Deus, e consequentemente prejudicaria seu ateísmo.
Por fim, a pergunta mais interessante
foi: “Qual são seus pontos de vista sobre a origem
e desenvolvimento do ser humano?”. E as respostas foram[14]:
Religião
|
Deus criou como vemos
agora
|
Deus iniciou e guiou o processo evolutivo
|
Os homens evoluíram sem
envolvimento sobrenatural
|
Judeus
|
3%
|
29%
|
65%
|
Evangélicos
|
35%
|
46%
|
19%
|
Católicos
|
11%
|
67%
|
21%
|
Ortodoxos
|
37%
|
35%
|
28%
|
Hindus
|
11%
|
43%
|
38%
|
Budistas
|
0%
|
43%
|
36%
|
Muçulmanos
|
43%
|
43%
|
15%
|
Outra
religião
|
29%
|
25%
|
45%
|
Ateus
|
0%
|
2%
|
94%
|
Como vemos, a coluna na
extrema-direita só prevalece entre ateus e judeus, e perde da crença em alguma
forma de intervenção divina em todos os outros casos. Esses dados são
interessantes por três razões. Primeiro porque mostra que o evolucionismo (em
especial o não-intervencionista, que tira Deus da jogada) está longe de ser
considerado unanimidade. Se há certa unanimidade, é entre os ateus, e somente
entre eles. Em contraste a isso, verdadeiros fatos científicos são cridos por todos. Você não vai ver, por exemplo,
uma pesquisa que diga que 37% dos médicos rejeitam que a Terra é esférica –
porque isto é um fato – mas vê que
37% rejeitam o darwinismo – porque isto não
é um fato.
Segundo, porque mostra que os judeus
(que estão mais à direita do quadro depois dos ateus) não estão apegados a uma
interpretação literal do Gênesis (como os ateus acusam), como vimos no tópico
anterior. É perfeitamente plausível crer no Gênesis e também crer na teoria da
evolução.
Terceiro, porque mostra que, de forma
consensual, somente os ateus continuam crendo que “a evolução é um fato”. O
design inteligente e o criacionismo científico têm até boa aceitação entre os
médicos, se comparado ao espantalho que os darwinistas fazem em torno de uma
adesão “unânime” ao evolucionismo. A verdade é que o debate ainda existe, e a
teoria evolucionista ainda não chegou ao patamar de “fato”, pois ainda faltam
evidências mais conclusivas.
Um bom exemplo são as “cinco provas da
evolução”[15], que é
a principal referência em português na internet quando se busca sobre o tema.
Se essas cinco provas são tão conhecidas, presume-se que são as cinco provas
mais fortes, as mais “irrefutáveis”, as mais conclusivas, contra as quais não
se há contra-argumentação, pois não se contra-argumenta fatos, muito menos com
evidências. Mas Michelson Borges, notório criacionista aqui no Brasil, refutou
as “cinco provas” com até certa facilidade, e com mais argumentos, em seu
artigo: “Cinco provas que nada provam”[16].
Diferentemente de teorias que chegaram
ao patamar de “fato”, o darwinismo ainda é alvo de debates. Por exemplo,
ninguém debate sobre se a Terra é o centro do Universo, porque é um fato que a Terra não é. Mas há
muitos debates acirrados entre criacionistas e evolucionistas, porque nenhum dos dois chegou ao patamar de “fato”.
Há pouco tempo o criacionista Ken Ham (do Answers in Genesis) debateu com o
evolucionista Bill Nye. Em poucos meses o debate já conta com mais de quatro
milhões de visualizações no YouTube[17].
Aqui no Brasil, o professor
criacionista Nahor Neves de Souza travou em 2012 um debate com o evolucionista Mário
César Cardoso[18]. O que
impressiona nestes debates é que não há uma vitória clara e evidente para
nenhum dos dois lados. O que vemos é que os dois times têm bons argumentos e
boas formas de refutar os bons argumentos do outro lado. Embora o evolucionista
fanático que veja os debates irá dizer que o evolucionista ganhou de forma
esmagadora, e o criacionista fanático que assista os debates irá dizer que o
criacionista que ganhou, um observador imparcial dificilmente concluiria que um
dos dois é um “fato” e o outro um “conto de fadas”, pois não há uma diferença
notável em termos argumentacionais.
Embora Dawkins considere um crime
contestar o evolucionismo, eu acho extremamente interessante incentivar o
debate de ideias. As pessoas precisam pelo menos ter acesso a alguns argumentos
do lado criacionista também, já que proíbem o design inteligente de ser
ensinado nas escolas públicas ao lado da
evolução (e não no lugar da
evolução), o que faz com que os alunos aprendam somente um lado da moeda e,
obviamente, se tornem evolucionistas acríticos. O certo seria ensinar ambos e
deixar o aluno pensar por si mesmo – que é a opinião da maioria (65%) dos
médicos, inclusive de alguns (26%) ateus.
Se o darwinismo é tão mais forte e
poderoso (como os evolucionistas dizem que é), eles não deveriam ter medo de
debater o assunto nas escolas. Afinal, os alunos inteligentes e interessados no
assunto iriam aceitar o darwinismo do mesmo jeito, se o darwinismo é mesmo um
“fato”, como eles dizem. Por exemplo, se a dança da chuva fosse ensinada lado a
lado com os estudos das ciências atmosféricas, não haveria dúvida de que os
alunos iriam rejeitar a dança da chuva e ficar com a explicação racional. Os
“defensores da ciência” não teriam nada a temer.
Mas a razão pela qual não se debate
sobre o design inteligente nas escolas é porque temem que um diálogo honesto e
aberto sobre o tema abra os olhos de pelo menos parte dos estudantes. Se ensinando
apenas um lado da moeda mesmo assim há pessoas que abandonam o evolucionismo,
quanto mais se ensinassem os dois lados!
Infelizmente, os alunos em geral estão
acostumados a comprarem como verdade absoluta qualquer coisa que os professores
ensinam. Eles são educados assim desde criancinhas. Se o professor de
matemática diz que o Teorema de Pitágoras é c²= a² + b², os alunos entendem que
esta é a verdade. Eles não contestam isso. Se um professor de geografia diz que
o Brasil fica na América do Sul, os alunos também assumem isso como a verdade.
E é assim que eles constroem suas visões de mundo – com base naquilo que os
professores ensinam. De fato, muita coisa
que os professores ensinam é verdade, mas é exatamente por isso que os
alunos aprendem a aceitar as coisas acriticamente, e por causa disso acabam
crendo em qualquer coisa que os
professores dizem que é verdade – mesmo quando pode não ser verdade.
Aqui no Brasil, por exemplo, o mais
comum é ver jovens universitários comunistas. A razão pela qual ainda existe
comunistas no planeta, mesmo após este sistema ter fracassado miseravelmente em
cada canto do planeta onde foi implantado, é porque professores ainda ensinam
isso nas escolas públicas, fazendo um monstro do capitalismo e pintando o
comunismo como o oposto ao que ele é
de fato.
Mas se formos aos Estados Unidos, por
exemplo, não encontraremos um único estudante universitário comunista, porque
lá não se ensina esse lixo. Consequentemente, os estudantes de lá compram outro discurso, proferido por outros professores. Note que a diferença
não está no gene do brasileiro ou do norte-americano, mas no que foi ensinado a eles. Os alunos, em geral, apenas repetem o
que os professores ensinam e tomam isso como verdade acriticamente – e ainda
pensam que creem em x porque chegaram
a esta conclusão sozinhos, quando apenas foram induzidos a isso, como em uma
lavagem cerebral.
É exatamente a mesma coisa que
acontece com a teoria da evolução. Quase todos os alunos de biologia creem
nisso, não porque estudaram exaustivamente as evidências de ambos os lados e
chegaram à conclusão mais razoável e racional de que a evolução é verdadeira,
mas porque ensinam isso a eles como sendo a verdade, como sendo a “ciência”,
como sendo o que os cientistas defendem, então eles aceitam, muitas vezes a despeito das evidências. E é difícil
que isso se mude mais tarde, pois a tendência é sempre alguém defender o que
aprendeu, ao invés de avaliar criticamente o que aprendeu.
Um exemplo muito claro disso está
presente no polêmico documentário Evolution
vs God[19],
onde o evangelista Ray Comfort entrevista e debate com dezenas de jovens
universitários (e alguns professores também) sobre a teoria da evolução. Ele
começa perguntando se os alunos creem no evolucionismo, e, após receber sinal
verde, passa a perguntar por que. As
respostas sempre são os jargões de sempre: “porque a evolução é um fato”; ou: “porque
eu acredito na ciência”, ou então algum argumento raso.
Ray então começa a discutir com o
entrevistado sobre a resposta dada, e o coloca contra a parede, refutando cada
argumento dado pelos estudantes e professores para a validade da macroevolução,
até deixar os entrevistados sem resposta, sem conseguirem oferecer uma única
evidência de mudança de espécie, para finalmente chegar ao ponto em que os
entrevistados admitem: “eu apenas acredito no que aprendi nas aulas”. Ray então
conclui: “Sabe como isso se chama? Fé cega”.
A verdade é que a grande maioria dos
que creem na teoria da evolução (especialmente entre os mais jovens) a aceitam
unicamente porque foi o que ouviram dos professores. Eles podem até pensar que
creem por causa deste ou daquele argumento, mas, por fim, são obrigados a
aceitar que creem desprovidos de evidência, ou, melhor dizendo, creem por uma fé cega. Eles simplesmente
repetem o que os professores ensinam, e, consequentemente, creriam em qualquer
coisa que lhes fosse ensinada – que, neste caso, foi o evolucionismo.
É por essa razão que os evolucionistas
não querem ver uma alternativa à
evolução sendo ensinada nas escolas como uma segunda opção, pois isso forçaria
os alunos a estudarem as evidências por si mesmos ao invés de aceitarem
passivamente a única opção que lhes é dada, crendo que não há nada que possa
ser verdade além daquilo. Curiosamente, uma pesquisa realizada
na Grã-Bretanha, que ouviu 923 docentes naquele país, concluiu que 73% dos
professores eram favoráveis que o
tema (criacionismo e evolucionismo) fosse debatido em sala de aula ao se falar
sobre evolução[20].
Neste livro eu não tenho o objetivo de derrubar a teoria da evolução, até porque
não sou a pessoa mais adequada para isso. Meu conhecimento em biologia é
compatível ao conhecimento de Dawkins em teologia – ou seja, é melhor deixar
com os especialistas[21].
Tanto que no meu livro sobre “As Provas da Existência de Deus” quem escreveu o
capítulo sobre a teoria da evolução foi Emmanuel Dijon (co-autor), e não eu. Mas
como já há muito material evolucionista na internet e em livros, eu penso ser
importante a divulgação dos argumentos contrários também.
O que eu quero é incentivar o debate
aberto sobre o tema, coisa que Dawkins se opõe, pois, para ele, quem discorda
do evolucionismo está destruindo a ciência. O darwinismo está acima da crítica
e da análise das evidências. Ele é infalível e Todo-Poderoso, e qualquer um que
duvidar dele será condenado ao fogo eterno. É esta a visão que Dawkins tem
daqueles que ousam questionar o evolucionismo à luz das evidências.
Curiosamente, o próprio Dawkins tem
uma imensa dificuldade em responder perguntas simples, que teoricamente
deveriam estar na boca de todo e qualquer bom evolucionista. Um vídeo que chega
a ser muito engraçado mostra Dawkins ficando sem resposta para uma
entrevistadora que pergunta: “Pode me dar o exemplo
de uma mutação genética ou um processo evolutivo que possa ser visto e que
aumente a informação do genoma?”[22].
Dawkins ficou estático, pensativo,
pensando, pensando... pensando... zZzZzZz... e depois desta cena patética
mandou desligarem a câmera e ligarem só depois que ele encontrasse a resposta.
Depois ele voltou e inventou uma resposta que não tinha absolutamente nada a
ver com a pergunta. Isso mostra que mesmo os maiores biólogos evolucionistas
também tem problemas com perguntas teoricamente simples, que colocam em dúvida
a plausibilidade da teoria evolucionista. Mesmo assim, ao invés de admitirem
humildemente que o debate existe, preferem continuar dizendo que “a evolução é
um fato” e que os criacionistas estão na era da pedra. Eles mantêm a pose, para
não perder o argumento.
O carro-forte geralmente dado por eles
é de que esta é a posição majoritária dos cientistas, e, portanto, calem a boca e aceitem o que os cientistas
têm a dizer. O problema com esta lógica de pensamento é que muitas vezes os
cientistas já estiveram errados. Alguém que dissesse que a Terra não é plana
seria ridicularizado pela “comunidade científica” anterior ao período
helenista. Alguém que se opusesse ao geocentrismo antes de Copérnico seria
rechaçado pela maioria dos cientistas da época. Como Ruisdael Marques certa vez
disse, “a ciência que nunca errou que atire a
primeira teoria”.
Mas não precisamos ir muito longe para
ver a ciência revendo seus conceitos e admitindo seus erros. Um exemplo fácil é
verificar o histórico ao
longo dos últimos 100 anos sobre a idade da Terra, e você verá que ela muda de
milhares para milhões, e de milhões para bilhões de anos. Há não muito tempo
achava-se que a idade da Terra era 100 mil anos; hoje, os cientistas estimam
que a Terra tenha 4,5 bilhões de anos – e não sabemos o que dirão amanhã.
Muitos destes ajustes são feitos para alinhar a idade da Terra à teoria
evolucionista, para dar mais credibilidade e probabilidade à tese. Cientistas,
de ontem e de hoje, estiveram (e presumivelmente estão) errados sobre muita coisa. A ciência não é um ringue onde se
ganha quem tem maioria de votos.
O design inteligente é um movimento recente, que ganhou
destaque em 1997, com a publicação de “A Caixa-Preta de Darwin”, de Michael
Behe. Não dá para se comparar uma teoria de Darwin, popular desde a publicação
de “A Origem das Espécies”, em 1859, com milhões de adeptos ao longo de todo
este tempo e com milhares de cientistas buscando validar a teoria a cada dia
que passa. É muito provável que a teoria do design inteligente de Behe cresça
com o tempo e ganhe a adesão de ainda mais cientistas, e, talvez, se torne a
visão majoritária da comunidade científica de amanhã. Se em menos de duas
décadas de existência o design inteligente já causou tanto, este prognóstico
estaria mais para realista do que para otimista.
O fato é que, independentemente de o design inteligente
se provar verdadeiro no futuro ou não, a ciência não é um conjunto fechado de
ideias onde o darwinismo ganha status de “fato”. Os ateus precisam pelo menos
pensar na hipótese de a teoria da
evolução estar errada, o que é uma
possibilidade. Os cristãos não veem problema nisso, porque a fé em Deus não é
abalada pela teoria da evolução. Para os cristãos, se a evolução é verdadeira
tudo o que provaria é que Deus criou o mundo progressivamente, ao invés de fazê-lo
de uma vez só, em uma semana literal. Para os ateus, por outro lado, se a
evolução não é verdadeira, é o fim. A
evolução tem que ser verdadeira, pois
a outra visão anula o ateísmo, ou o torna mais exorbitantemente improvável.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
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[1]
Citado em “Como Tudo Começou” (Adauto Lourenço), p. 155.
[3]
Adauto Lourenço, Como Tudo Começou, p.
155.
[4] A designação de “criacionismo científico” serve para
desvincular essa visão do “criacionismo religioso”. A diferença entre um e
outro é que o criacionismo “científico” parte da ciência e toma conclusões
científicas a partir dela, sem consultar nenhum livro religioso, enquanto o
criacionismo “religioso” parte da interpretação literal do Gênesis e condiciona
a ciência à Bíblia, ao invés de condicionar a Bíblia à ciência. Embora ambos
cheguem praticamente às mesmas conclusões finais, o primeiro parte da ciência e
termina na Bíblia, enquanto o segundo parte da Bíblia e termina na ciência.
Para o primeiro, a conclusão pode ter implicações religiosas, mas não depende
de pressuposições religiosas. Para o segundo, a conclusão depende essencialmente de pressupostos religiosos, pois é a partir
deles que se chega às conclusões.
[5]
Ele fala sobre isso em uma entrevista para o programa “Vejam Só”, disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=236e12hHGvA
[9]
“Rejeitar” no sentido de não preferir o
darwinismo.
[10]
É óbvio que estes ateus que preferem crer no design inteligente creem que este
design é algum extraterrestre, e não Deus (senão não seriam ateus). Já tratamos
sobre isso no tópico anterior.
[17]
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=z6kgvhG3AkI. É bem possível que já tenha passado disso na data em
que o leitor estiver lendo.
[21]
Há várias fontes para quem quiser se aprofundar no debate. Um dos melhores
sites sobre isso é o “Answers in Genesis” (https://answersingenesis.org).
Para quem quiser uma fonte em português, recomendo o livro: “Como Tudo Começou”,
do professor Adauto Lourenço, que era evolucionista e passou a criacionista
após a análise das evidências. Os já mencionados artigos de Michelson Borges
também são valiosos (http://www.criacionismo.com.br),
e para quem quiser se aprofundar na questão do design inteligente eu recomendo
a leitura do livro mais conhecido sobre o tema, “A Caixa-Preta de Darwin”, do
bioquímico Michael Behe, que causou muita polêmica na comunidade científica. Há
várias outras fontes e trabalhos proveitosos dos teóricos do design
inteligente, e Emmanuel Dijon faz um resumo das obras mais importantes no livro
“As Provas da Existência de Deus”, do qual sou co-autor.
Bom material... Grande abraço!
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