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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Nos tópicos anteriores vimos que os regimes oficialmente
ateus foram os que mais massacraram pessoas desde que o homem existe na Terra.
Os neo-ateus deveriam sentir vergonha em citar a Inquisição e outras
atrocidades religiosas para jogar na cara dos religiosos de hoje, já que eles
mataram milhares de vezes mais do que todos os religiosos juntos na história.
Como Dinesh D’Souza corretamente observou em um de seus inúmeros debates com
Hitchens, “os ateus mataram em uma semana mais do
que a Inquisição matou em três séculos”[1].
Mesmo assim, a religião ainda é muito mais vilipendiada na
concepção popular do que o ateísmo. Dawkins e os demais neo-ateus tem uma carta
na manga que é lançada a cada vez que um cristão contrapõe ao argumento de que
pessoas matam por religião o argumento de que os ateus já mataram muito também.
Eles dizem que os religiosos mataram exclusivamente pela religião, enquanto os
ateus não mataram por causa do ateísmo. Em outras palavras, para eles o ateísmo
de Stalin, Lenin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, Hitler, Che Guevara, Pol Pot e o
insano da Coreia do Norte é mera
coincidência. Um acaso, uma triste fatalidade. Dawkins chega até a afirmar
em seu livro que Satlin e Hitler compartilhavam o ateísmo da mesma forma que
compartilhavam o fato de terem bigodes. Tudo não passou de uma infeliz
casualidade, e a conversa tem que terminar por aí.
Mas será mesmo pura coincidência
que todos (vou repetir: todos) os grandes líderes
revolucionários socialistas assassinos do século passado tenham sido ateus? Será
que é puro acaso que Stalin, Lenin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, Hitler, Che
Guevara, Pol Pot e o comediante norte-coreano compartilhem a crença ateísta?
Nós já sabemos que os ateus são aficionados pelo acaso, a tal ponto de
rechaçarem o argumento teleológico e de crerem que todo o Universo foi criado
do nada. Mesmo assim, façamos as contas. Hoje, o número estimado de ateus no
mundo é de 11%. Este número era provavelmente menor em meados do século passado,
mas não importa. Trabalhemos em torno dos 10% mesmo, dando um desconto aos
ateus.
Listei no tópico anterior o nome de oito revolucionários
socialistas que “coincidentemente” eram ateus (mas, segundo Dawkins, apenas
coincidentemente!). Qual é a probabilidade estastística de isso ter sido mero
acaso?[2] Fazendo as contas, as chances
aleatórias de que todos os oito fossem coincidentemente ateus, numa população
10% ateísta, é de 0,07%. Isso
significa uma chance contra 1600. Dawkins acha que seus leitores
são estúpidos ou no mínimo ingênuos demais – ou aposta alto mesmo na teoria dos
universos múltiplos, e este foi o Universo onde eles tiveram o azar de que
todos os genocidas revolucionários eram ateus!
Felizmente, nós não precisamos confiar somente nas
estastísticas que mostram que as chances de eles serem ateus por coincidência é
pífia. Isso porque nós temos inúmeros documentos que ligam estritamente o
socialismo com o ateísmo, de modo que, em termos simples, os revolucionários
não eram ateus porque “por acaso” ocorreu de eles serem ateus – eles tinham que ser ateus, ou não seriam
“revolucionários”. Essa é a prova mais clara de que o ateísmo também pode levar
a extremos – e a extremos bem mais desagradáveis do que o extremismo religioso.
O extremismo cristão matou cinco milhões em seis séculos. O
extremismo ateu matou mais de cem milhões em um século. Ao estudarmos os
escritos de Lenin, fica na cara que seu ateísmo não era apenas um demarcador
social, um acaso ou algo irrelevante na questão da matança, tal como o fato de
ele ser calvo. Lenin era calvo mas não matou ninguém por causa da calvície. Mas
Lenin era ateu e matou por causa do ateísmo. Se não é assim, é difícil explicar
por que ele disse:
“A base filosófica do marxismo, como Marx e
Engels declararam, é o materialismo dialético, que assumiu completamente as
tradições históricas do materialismo do século dezoito na França e de Feuerbach
(primeira metade do século dezenove) na Alemanha – um materialismo que é absolutamente ateísta e positivamente hostil a
todas as religiões. Recordemos que todo o Anti-Dühring de Engels, que Marx
leu em manuscrito, é uma denúncia do materialista e ateu Dühring por não ser um
materialista consistente e deixar aberturas para a religião e para a filosofia
religiosa. Recordemos que em seu ensaio sobre Ludwig Feuerbach, Engels reprova Feuerbach por combater a
religião não com o objetivo de destruí-la, mas para renová-la, para inventar
uma nova, ‘exaltada’ religião, e por aí vai. Religião é o ópio do povo – este
dito de Marx é o fundamento de toda a visão marxista da religião. O
marxismo sempre considerou todas as religiões e igrejas modernas e cada
organização religiosa como instrumentos de reação burguesa que servem para
defender a exploração e confundir a classe trabalhadora”[3]
Primeiro, Lenin confirma aquilo que todo mundo já está
cansado de saber: que o marxismo é absolutamente ateísta. Nada de novo.
Mas ele não diz somente que o marxismo é ateísta, mas diz que é hostil a
todas as religiões. E se isso não bastasse, ele vai além e diz também
(citando Engels, um dos pais do marxismo) que o objetivo do marxismo não é
combater a religião para renová-la, mas para destruí-la por completo.
Havia um argumento comunista para o mal da religião (que ele relaciona aos
“instrumentos de reação burguesa”), mas também havia um elemento puramente
ateísta, que é o materialismo ateísta, que ele menciona no início da
citação.
Assim, pela boca do próprio Lenin confirmamos que o ateísmo é
a base do socialismo. Os ateus não são ateus por serem socialistas; ao
contrário, eles são socialistas por serem ateus. O materialismo ateísta é a
base que conduz ao socialismo. Essa é a razão pela qual até hoje a esmagadora
maioria dos ateus são esquerdistas, e quase todos eles socialistas, com algumas
míseras exceções. E nem estamos falando dos neo-ateus, mas dos ateus
tradicionais. Os neo-ateus, por sua vez, são 100% esquerdistas, e se existir
uma única exceção é um caso que tem que ser explicado cientificamente. Seria
alguém fora da curva, que ou não entende bem o materialismo ateísta, ou não
entende bem o socialismo.
O socialismo é, portanto, uma visão de mundo que parte do
pressuposto de que não existe Deus. É uma visão de mundo totalmente ateísta. E
é exatamente esta visão de mundo que resultou em genocídio no século XX.
Obviamente, não estamos dizendo que todos os ateus são culpados pelos crimes do
socialismo no século passado – os socialistas que são. Mas é praticamente
impossível separar socialismo do ateísmo, porque o socialismo está alicerçado
no fundamento do materialismo ateísta. Consequentemente, o socialismo é uma
expressão do que o extremismo ateu fundamentalista é capaz de fazer, conduzindo
a calamidades muito piores do que o extremismo religioso já fez no mundo.
O socialismo é o ateísmo de Dawkins colocado em prática. Dawkins diz que a religião é um vírus. O que
fazemos com um vírus de computador? O exterminamos. Isso é o que se faz com um
vírus. Os socialistas apenas levaram adiante esta lógica interna do
fundamentalismo ateu. Dawkins diz o que a religião é, a intuição nos diz o que
se deve fazer com algo assim, e os socialistas vão lá e colocam em prática esta concepção ao
exterminar literalmente todos os religiosos de seus respectivos países, quando
detém poder suficiente para isso.
O problema do ateísmo é que 99% dos ateus que eu conheço (e
que tenho certeza que você também conhece) não são pessoas que só tem ausência
de crença. Embora o ateísmo em si
nada mais seja do que a ausência de crenças, o ateu está cheio de crenças, tanto quanto o cristão. O típico ateu
é também um materialista, darwinista, humanista e socialista. Pergunte a
quantos ateus você conhecer, e você verá que a esmagadora maiora deles concorda
com estas quatro premissas, pois elas fluem naturalmente do ateísmo. E estas premissas,
por sua vez, são crenças, que – sendo verdadeiras ou não – já está mais do que
provado que podem levar a extremismos e resultar em genocídio.
É por isso que todos os neo-ateus parecem ter a missão na
Terra de “destruir a religião”. Não se impressione ao se deparar com um deles.
Eles estão apenas seguindo Lenin, que, concordando com Engels, disse:
“Engels insistiu que o partido dos
trabalhadores tenha a habilidade de trabalhar pacientemente na tarefa de
organizar e educar o proletariado, o que
levaria à morte da religião, e não se jogar à aposta de uma guerra política
à religião”[4]
É verdade que o ateísmo em
si, como conceito teórico, não implica na destruição da fé alheia, da mesma
forma que o Cristianismo em si não
implica em matar os hereges na fogueira. Mas é totalmente possível que este
ateísmo flua para uma forma mais agressiva de ateísmo (o neo-ateísmo), a qual está cheia de implicações, crenças e
pressupostos que podem muito bem levar um ser humano a ser muito mais fanático,
extremista e radical do que a maioria dos religiosos, matando tantas pessoas
quanto o comunismo ateu matou.
Marx não era apenas um comunista comum, mas um fervoroso
militante ateísta e propagandista antirreligioso. É dele a frase: “a religião é o ópio do povo”[5] (uma droga), o que na época
representava mais do que dizer nos dias de hoje que “Deus é um delírio”. Marx
perseguiu a religião cristã por toda a vida, e seus seguidores fizeram o mesmo
depois dele, com ainda mais firmeza. Ele dizia:
“Nos períodos em que o Estado político enquanto
tal nasce violentamente da sociedade civil, quando a auto-emancipação humana
aspira por realizar-se sob a forma da auto-emancipação política, o Estado pode e deve seguir em frente até à
abolição da religião, até à aniquilação da religião, porém assim o faz
apenas na medida em que avança até à supressão da propriedade privada, até ao máximo, até à confiscação, até ao
imposto progressivo, tal como vai adiante até à supressão da vida, até à
guilhotina”[6]
Marx sustentava que “a luta
contra a religião implica a luta contra o mundo do qual a religião é o aroma
espiritual”[7]. Ele era claro em afirmar que “o comunismo começa onde começa o ateísmo”[8], e, para ele, “quanto mais o homem coloca realidade em Deus, menos
resta de si mesmo”[9]. Marx ia além e chegava até mesmo a
declarar que “o comunismo abole as verdades
eternas, abole a religião e a moral”[10].
É como Dinesh disse sobre Dawkins:
“O infeliz é um ignorante sobre História. Tudo
o que é preciso é estudar Marx, e você verá que o ateísmo não acontecue por
acaso. O ateísmo é o ponto central de
todo o esquema”[11]
Já o ateu e comunista Lenin, em sua fúria contra a religião,
escreveu, em 1922, uma carta na qual ordenava roubar as propriedades da Igreja
Ortodoxa russa “com a mais agressiva e
brutal energia”:
“Agora e somente agora, quando o povo está se
devorando em áreas atacadas pela fome, e centenas, se não milhares, de corpos
jazendo pelas ruas, nós podemos (e portanto devemos) buscar o confisco das propriedades da igreja com a mais agressiva e
brutal energia e, sem hesitar, derrotar a menor oposição. Agora e somente
agora, a vasta maioria dos camponeses estará de nosso lado, ou pelo menos não
estarão em uma posição de suporte em qualquer grau decisivo a este pequeno
grupo do clero dos Cem Negros e à pequena burguesia reacionária urbana, que
está ávida e capaz de tentar se opor a este decreto soviético com uma política
de força. Nós devemos buscar o confisco das propriedades da igreja por quaisquer meios necessários para
assegurarmos um fundo de várias centenas de milhões de rublos (não esqueçam a
imensa riqueza de alguns monastérios)”[12]
E isso efetivamente foi feito. McGrath afirma que, “em seus esforços de forçar a ideologia ateísta, as
autoridades soviéticas destruíram e eliminaram sistematicamente a grande
maioria das igrejas e dos sacerdotes entre 1918 e 1941. As estatísticas
apresentam um quadro terrível. A violência e a repressão foram empreendidas na
busca de um programa ateísta: a eliminação da religião”[13]. Os ateus comunistas destruíram
completamente 41 mil das 48 mil igrejas existentes na Rússia entre 1917 e 1969,
incluindo a Catedral do Cristo Salvador, um marco de Moscou construído para
comemorar a derrota da Invasão Napoleônica. Pastores e padres eram assassinados
no altar e no púlpito, e perseguidos nas casas e nos lugares de esconderijo.
McGrath acrescenta ainda que “a
história da União Soviética está repleta de incêndios e explosões de inúmeras
igrejas”[14], e conclui dizendo que “a contestação de que
o ateísmo é livre de violência e opressão, as quais Dawkins associa com a
religião, é simplesmente insustentável e sugere um significativo ponto cego. A
visão ingênua e pueril de que os ateus nunca cometem crimes em nome do ateísmo
tropeça nas cruéis pedras da realidade”[15].
Lenin não apenas ordenava a destruição das igrejas de forma
agressiva e brutal, mas também o assassinato do clero ortodoxo, que deveria ser
feito “com tal brutalidade que eles não
esquecerão disto por várias décadas”:
“Então, eu chego à indisputável conclusão que
nós devemos precisamente agora esmagar o clero dos Cem Negros decisiva e
brutalmente e demolir toda resistência com tal brutalidade que eles não
esquecerão disto por várias décadas”[16]
Em sua cólera, o psicopata Lenin dava instruções sobre como
este “julgamento” do clero deveria ser feito:
“Deve ser conduzido em grande rapidez e não deve terminar de outra forma senão
no fuzilamento do maior número dos mais influentes e perigosos dos Cem
Negros em Shuia e, se possível, não somente nesta cidade mas até mesmo em
Moscou e outros centros eclesiásticos”[17]
A ordem era clara: fuzile o máximo de clérigos, não somente
naquela cidade, mas em todas as outras
que tenham alguma igreja!
Lenin ainda dizia:
“O marxismo é o materialismo. Por este título
ele é tão implacavelmente hostil à religião, quanto o materialismo dos
enciclopedistas do século XVIII ou o materialismo de Feuerbach”[18]
E também:
“Devemos combater a religião. Isto é o a-b-c de
todo o materialismo e, portanto, do marxismo”[19]
E também:
“Nossa propaganda compreende necessariamente a
do ateísmo”[20]
E também:
“A essas
massas é necessário que se forneça o material mais variado relativo à
propaganda ateísta, familiarizando-as com os fatos dos mais variegados
domínios da vida, abordando-as, dessa ou daquela forma, a fim de dinamizar o
seu interesse, despertando-as da letargia religiosa, sacundido-as sob os mais
variados aspectos, por meio dos mais variados métodos”[21]
E por fim:
“A
guerra contra quaisquer cristãos é para nós lei inabalável. Não cremos em
postulados eternos de moral, e haveremos de desmascarar o embuste. A moral
comunista é sinônimo de luta pelo robustecimento da ditadura proletária”[22]
Se isso tudo não for suficiente, eu não sei mais o que é. Essa
é a verdadeira, nua e crua doutrina socialista, pautada essencialmente pelo
ateísmo agressivo, ressuscitado no início do século pelos neo-ateus.
O mundo já havia superado esta visão horrenda, quando
chegaram Dawkins e companhia, revivendo o discurso e preparando o caminho para
um novo ditador esquerdista colocá-lo em prática, como os socialistas do século
passado fizeram em larga escala. Não, o socialismo não é um regime neutro que
respeita a religiosidade dos indivíduos. É um regime oficialmente e abertamente
ateu, que nos mostra com toda a clareza possível até que ponto que o fanatismo
ateísta é capaz de levar alguém. O fanático Richard Dawkins foi até o ponto de
dizer que a religião é um vírus. Os fanáticos socialistas dão apenas um passo a
mais e colocam em prática o que se faz com um vírus.
Isso se viu largamente nos campos de concentração e nas
prisões soviéticas onde os pastores e religiosos em geral eram confinados
durante o regime socialista ateu. O pastor Richard Wurmbrand, que foi duramente
torturado pelos comunistas na Romênia, percebeu na prisão que a crítica ao
capitalismo era somente um pretexto, uma causa secundária, e não a causa
principal e mais importante dos comunistas. Da prisão, ele percebia que a luta
e o ódio dos comunistas era, em primeiro lugar, contra Deus e a fé. O
capitalismo entrava em segundo plano. Marx sempre deixou claro que seu objetivo
era destronar Deus e o capitalismo. A prioridade era Deus, e para isso o
capitalismo era usado como um meio.
O filósofo Olavo de Carvalho discorreu sobre isso, dizendo:
“A primeira preocupação de Marx não era o
capitalismo, era Deus – isso desde os 17 anos. A ideia de ‘destronar Deus’ era
uma ambição que ele tinha desde pequeno. Depois ele percebeu que a cultura
cristã era uma superestrutura e que embaixo dela tinha o capitalismo. Então,
para quebrar a autoridade de Deus no mundo, precisava destruir o capitalismo
primeiro. Mas destruir o capitalismo era o meio, pois a finalidade última era
instituir a completa terrestialização do
pensamento. Você fecha a humanidade numa redoma onde ela não pode conceber nada
além da existência terrestre”[23]
Ele cita também o testemunho do pastor Wurmbrand, que notou
da prisão que toda a lavagem cerebral que eles sofriam não era contra o
capitalismo, era contra a religião. O capitalismo era o pretexto. Eles estavam
mais interessados em tornar o sujeito ateu do que torná-lo anticapitalista.
Eles torturavam de preferência os sacerdotes: pastores, padres, rabinos. Estes
eram os primeiros a serem torturados. Eles tinham a obsessão de extirpar a fé
religiosa do coração das pessoas, muito mais do que acabar com o capitalismo.
Wurmbrand mostrou em seu livro “Era Karl Marx um Satanista?”
evidências incontestáveis de que Marx era, confessadamente, um satanista.
Poucos sabem disso, mas Marx antes disso era cristão. Ele não era um cristão
comum, mas um cristão consciente. Sua primeira obra escrita não foi nenhuma
crítica ao capitalismo, mas foi, acredite, uma obra cristã com o título de “A união dos fiéis com Cristo”. Neste livro
ele escreveu:
“Através do amor de Cristo, voltamos nossos
corações ao mesmo tempo para nossos irmãos que intimamente são ligados a nós e
pelos quais Ele deu-Se a Si mesmo em sacrifício”[24]
O mais curioso de tudo é que o mesmo se deu com Engels, seu
parceiro por toda a vida. Engels era cristão, tão ou mais firme e consciente
que Marx. Ele compunha poemas cristãos em sua juventude. Um desses poemas de
Engels dizia:
1. Senhor Jesus Cristo,
Unigênito Filho de Deus, Desça do Teu trono celestial, E salve minha alma para
mim. Desça em toda a Tua bem-aventurança, Luz da santidade de Teu Pai, Conceda
que eu possa escolher-Te. Adorável, esplêndida, sem mágoas é a alegria com que
elevamos A Ti, Salvador, nosso louvor.
2. E quando eu der meu
último suspiro, E tiver de suportar a angústia da morte, Que eu possa estar
seguro em Ti; Para que quando meus olhos de trevas se encherem E quando meu
palpitante coração for silenciado, Em Ti possa eu morrer. Lá nos céus irá meu
espírito louvar Teu nome eternamente, Desde que em Ti permaneça seguro.
3. Oh, quisera eu que se
aproximasse aquele tempo feliz; Quando no teu seio de ternura Possa receber o
frescor da nova vida, E com gratidão a ti, ó Deus, abraçar aqueles que me são
queridos, Sim, vivendo, vivendo para sempre Contemplando a ti, face a face,
Numa vida nova e florescente.
4. Tu vieste para
libertar a raça humana Da morte e infelicidade, para que pudesse haver Bênçãos
e ventura em toda parte. E então, na tua próxima vinda, Tudo será diferente; E
a cada homem darás a sua parte[25].
Em uma carta escrita a amigos, Engels declarou:
“Lágrimas me vêm aos olhos enquanto escrevo.
Sou jogado de um lado para outro, mas sinto que não ficarei perdido. Eu irei a
Deus, por quem toda a minha alma anseia. Este também é um testemunho do
Espírito Santo. Com isto eu vivo, e com isto eu morro. O Espírito de Deus me dá
testemunho de que sou um filho de Deus”[26]
E não era só isso. Engels, na época de cristão, chegou
inclusive a dizer que Marx era possuído de dez mil demônios em sua luta contra
a fé cristã. A respeito de Marx, ele havia dito:
“A quem está perseguindo com esforço selvagem?
Um homem negro de Trier (o lugar onde Marx nasceu), um monstro notável. Não
anda nem corre, salta sobre os calcanhares e se endurece, cheio de ira e como
se quisesse agarrar a vasta tenda do céu e lançá-la sobre a terra. Estende os
braços no ar; o punho perverso está cerrado, ele se enfurece sem cessar, como
se dez mil demônios fossem agarrá-lo pelos cabelos”[27]
Engels descreveu bem as intenções de Marx: agarrar a vasta
tenda do céu e lançá-la sobre a terra. Destronar Deus sempre foi o objetivo
dele. Destronar o capitalismo era um meio para se chegar a isso. Alguma coisa
aconteceu para que estes que antes eram dois grandes cristãos abandonassem a fé
de uma forma tão abrupta e inesperada, e passassem a militar contra Deus em um
ateísmo agressivo que precedeu Dawkins em mais de 150 anos. Para a época de
Marx, dizer que a religião é o “ópio do povo” (uma droga) era mais forte do que
Dawkins dizer hoje que Deus é um monstro.
Sim, nós sabemos a verdadeira história. Sabemos o que
infelizmente aconteceu com Marx e Engels, que os transformou de maneira tão
repetina. Richard Wurmbrand nos enche de citações da boca do próprio Marx e de
inúmeras evidências incontestáveis de que eles se venderam ao satanismo e
passaram a militar pelo outro lado. Eu não vou passar nenhuma citação aqui,
pois meu objetivo é que aqueles que se interessam por isso que leiam o livro
dele, que é muito completo e esclarecedor, muito mais do que eu poderia fazer
aqui em poucas páginas.
O ponto principal, que temos que deixar claro de uma vez por
todas, é que o comunismo é antes de tudo uma militância ateísta contra Deus, e
somente em segundo lugar um ataque ao capitalismo. Essa é a questão. O
comunismo é a expressão máxima dos extremos que o ateísmo também pode levar, ao
ponto de conduzir dois ateus a declarar guerra contra a religião e a inspirar
diversos líderes revolucionários do século seguinte a torturar pastores,
queimar igrejas, perseguir religiosos e dizimar cristãos, numa medida
infinitamente mais ampla do que qualquer religioso já tinha feito no passado em
nome de uma fé religiosa.
O pastor Wurmbrand nos conta em seu livro “Torturado por amor
a Cristo” a crueldade com a qual os comunistas ateus tratavam especialmente os
religiosos como ele. As descrições são fortes, e talvez se você não tem
estômago forte será melhor não ler. O horror era tão grande que ele diz:
“Nós, crentes, éramos colocados em caixões
apenas um pouco maiores do que nós. Não havia lugar para qualquer movimento.
Muitas dúzias de pregos com suas pontas afiadas como giletes eram colocadas por
todos os lados. Enquanto estávamos perfeitamente quietos, tudo ia bem. Éramos
forçados a permanecer nessas caixas horas a fio. Quando, porém, nos fatigávamos
e tombávamos de cansaço, os pregos estavam em nosso corpo. Se nos movêssemos,
ou estremecêssemos um músculo, ali estariam os horríveis pregos”[28]
Ele também descreve outras formas de tortura e zombaria
empregadas pelos ateus comunistas contra os religiosos cristãos, colocando-os
numa cruz para zombar de Cristo:
“Ali descrevi coisas horríveis, tais como
crentes amarrados em cruzes por quatro dias e quatro noites. A seguir eram as
cruzes colocadas no chão e centenas de prisioneiros tinham de atender suas
necessidades fisiológicas em cima dos rostos e dos corpos dos que estavam
crucificados. Depois as cruzeas eram de novo levantadas e os comunistas
escarneciam: ‘Olhem para o Cristo de vocês! Que bonito ele é! E que fragrância
traz dos céus!’. Descrevi como, depois de ficar quase louco pelas torturas, um
padre ortodoxo foi obrigado a consagrar fezes e urina humana para dar em
comunhão aos cristãos. Isso aconteceu na prisão de Pitesti, na Romênia”[29]
Por vezes, ele perguntava aos torturadores: “Vocês não tem piedade no coração?”. Mas era em
vão. Eles eram materialistas. Para eles nada existe além da matéria, e o homem
é para eles como madeira ou casca de ovo. Tal crença fundamentava a incrível
profundez de sua crueldade. Wurmbrand testemunha que “quando
o homem não crê na recompensa do bem ou no castigo do mal, não vê razão para
ser humano. Não há como reprimir a ação do mal profundamente enraizada no
homem”[30]. Ele também afirmou:
“Os torturadores comunistas muitas vezes
afirmavam: ‘Não há Deus nem vida futura, nem castigo pelo mal. Podemos fazer o
que queremos’. Já ouvi um até dizer: ‘Dou graças a Deus, em quem não creio, que
vivi até hoje para manifestar toda a maldade do meu coração’. Ele manifestava
com incrível brutalidade e torturas inflingidas aos prisioneiros. Sinto muito
se um crocodilo devora uma pessoa, porém não posso repreendê-lo. É um
crocodilo. Não é um ser moral. De igual modo nenhuma repreensão pode produzir
efeito nos comunistas, visto que o comunismo destruiu neles todo e qualquer
senso moral. Por isso se gloriavam abertamente por não ter piedade”[31]
E conclui dizendo:
“O que os comunistas tem feito aos crentes
ultrapassa qualquer possibilidade de entendimento da mente humana! Já vi
comunistas torturando crentes. Os torturadores demonstravam pelo rosto uma
alegria imensa. Enquanto torturavam, bradavam: ‘Nós somos o diabo’. Lutamos não
contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades do mal. Vimos
que o comunismo não provém dos homens, mas do diabo. É uma força espiritual –
uma força do mal – e só pode ser enfrentada por uma força espiritual mais
poderosa – o Espírito de Deus”[32]
A leitura de seus dois livros é de caráter obrigatório para
todos aqueles que ainda pensam que o comunismo não é necessariamente ateu e
anticristão, que ainda acham que o comunismo não tem nada a ver com o ateísmo
ou que ainda acreditam que o objetivo principal
do comunismo era acabar com o capitalismo. Stalin entendeu bem isso. Ele
era um socialista fiel. Uma de suas primeiras medidas foi caçar e matar os
cristãos, fechar e queimar as igrejas e tornar o ensino do ateísmo obrigatório
nas escolas:
“Juntamente com prisões em massa de sacerdotes
vinha o confisco simbólico de centenas de sinos de igrejas, o fechamento dos
poucos monastérios restantes e o ataque a crentes de todas as religiões. Novas
leis em 1929 não apenas proibiam propaganda religiosa mas fizeram o ensino do
ateísmo obrigatório na escola e definiam sacerdotes como parasitas na sociedade
que recebiam salário de seus párocos sem trabalhar. Se tornou cada vez mais
perigoso professar religião abertamente ou atender serviços religiosos. Muitos
crentes eram sujeitos à vários tormentos; outros eram até mesmo presos. Uma
indicação da eficácia destas medidas antirreligiosas é a estatística que por
volta de 1930 quatro quintos das igrejas de vilas foram destruídas ou fechadas.
Por volta do começo dos anos 40, mais de 100 bispos, dezenas de milhares de
clérigos ortodoxos e milhares de monges e crentes leigos foram mortos ou
morreram em prisões soviéticas e no Gulag”[33]
O socialista ateu Maxim Gorky escreveu à época uma carta a
Stalin, onde sugere:
“É imperativo colocar a propaganda do ateísmo
em patamar sólido. Você não conseguirá muito com as armas de Marx e o
materialismo, como temos visto. Materialismo e religião são dois diferentes
planos e eles não coincidem. Se um tolo fala dos céus e o sábio de uma fábrica,
eles não irão se entender. O sábio precisa atingir o tolo com seu cajado, com
sua arma”[34]
Gorky reconhecia a estratégia materialista de Marx na difusão
do ateísmo por meio do socialismo, mas queria ir adiante. Não bastava forçar a
crença ateísta e nem tampouco atingir os “tolos” religiosos com armas. Era
preciso também incentivar a escrita de livros anticristãos e divulgá-los com a
intenção de capturar as mentes fracas entre os crentes:
“Nós não podemos fazer sem uma edição da
‘Bíblia’ com comentários críticos da escola de Tubingen e livros de crítica a
textos bíblicos, que poderá trazer uma bastante útil ‘confusão na mente’ de
crentes. Há um admirável papel a ser desempenhado aqui por um livro popular
sobre os Taboritas e o movimento Hussita. Será útil introduzir aqui ‘A história
das guerras camponesas na Alemanha’, o velho livro de Zimmerman. Cuidadosamente
editado, será muito útil para as mentes. É necessário produzir um livro sobre a
luta da igreja contra a ciência”[35]
Dawkins é, curiosamente, só mais um que se esforça em
desempenhar este trabalho de confusão na mente dos crentes mais instáveis e
fracos. A forte apologia ao ateísmo pelos socialistas é totalmente inegável. A
religião não tinha lugar, a não ser nos campos de concentração ou no Paredón de fuzilamento. Eles certamente
não perseguiriam os religiosos com tamanha ferocidade se não fossem ateus tão
convictos e fanáticos. O ateísmo influenciou diretamente, sim, nas crenças
socialistas, e o fanatismo pelo materialismo ateísta pautou o assassinato em
massa de cristãos no século passado.
Robertson esclarece que “Bakunin
e Lenin, por exemplo, argumentavam que a religião era um vírus que precisava
ser erradicado – os dois defendiam e implementavam a matança de crentes como
obrigação social”[36]. A chacina e a caça aos religiosos
nos países oficialmente ateus foi tão grande que quando o socialismo chegou em
Cuba os pastores já sabiam o que estava por vir, mesmo sem ser avisados. Eles
não eram burros para se deixar convencer por um discurso artificial de
“tolerância”, típico dos esquerdistas que detestam os cristãos com todas as
forças, mas que fingem ser tolerantes na televisão para não perder votos.
Foi por isso que 80% dos pastores fugiram de Cuba à época da
revolução. Sorte deles. Os 20% que preferiram continuar lá sofreram horrores
nas mãos do ditador milionário. Os poucos que conseguiam se manter vivos e que
não eram enviados ao paredón de
fuzilamento ou aos campos de trabalho forçado não podiam pregar o evangelho
conforme o que o evangelho de fato é. Eles tinham que distorcer a Palavra,
pregando um pseudo-evangelho que mesclava Cristianismo e socialismo, puxando o
saco do governo o tempo todo. Se não se tornassem verdadeiros ativistas do
socialismo, já sabiam o que ia acontecer.
Existem hoje cerca de 500 igrejas evangélicas consideradas
ilegais em Cuba, pois as autoridades do sistema são ateus rigorosos. A Aliança
Cristã Cubana, formada por pastores cubanos, afirmou oficialmente que “o comunismo é dirigido pelo diabo”[37]. Os católicos também sofreram muito
nas mãos do ditador ateu. Fidel roubou as propriedades da Igreja Católica,
transformando-as em propriedades suas para fazer o que quiser com elas. Antes
da revolução, Cuba tinha muitas escolas católicas, que foram transformadas em
colégios ateus. Onde antes era ensinado Cristianismo, hoje é ensinado ateísmo.
Para ter ideia do quão feia a coisa é, ele proibiu seus
cidadãos, durante 28 anos, de comemorar o
natal. Se nem o natal podia ser comemorado, pense só sobre as doutrinas cristãs. Ele também proibiu a
construção de igrejas e vetou qualquer chance de um cristão fazer parte do
Partido Comunista Cubano. Só em 1992 que Fidel autorizou que não-ateus
engressassem no partido, mas daquele tipo pseudo de cristãos – “cristãos” comunistas
que colocam em primeiro lugar Marx, e depois Deus; primeiro O Capital, depois a Bíblia. Sendo mais
claro: falsos cristãos. Uma abertura de fachada na tentativa de amenizar um
pouco sua imagem de carrasco dos cristãos.
O socialismo é somente um regime de propaganda ateísta
semelhante ao neo-ateísmo, que tem nomes como Dawkins, Harris e Dennett como
propagandistas antirreligiosos. Ideias tem consequencias, e, independentemente
se elas são boas ou más, estão suscetíveis a fanáticos que a levarão a extremos.
O próprio Dawkins é um exemplo em pessoa. Ele não é somente um indivíduo que
não crê em Deus. Ele é alguém que não crê em Deus e também alguém que considera a religião um vírus terrível, que
cultua um Deus monstruoso, que não deve ser respeitada e que deve ser eliminada
por todos os meios possíveis. A consequencia das crenças de Dawkins é que ele é
abertamente defensor da abominável prática do infanticídio, de matar
recém-nascidos (trataremos disso no capítulo seguinte). Ideias tem consequencias.
Os socialistas revolucionários do século passado também não
eram pessoas que somente descriam em Deus. Eles também tinham todo o ódio que Dawkins possui aos religiosos e
simplesmente despejavam esse ódio quando tinham oportunidade. Ideias tem consequencias. Dawkins tenta
a todo custo negar que o ateísmo possa ter consequencias negativas, sustentando
que somente a religião pode conduzir ao extremismo. Esta visão é reducionista,
falsa e descaradamente mentirosa. O ateísmo não apenas pode levar a extremismos, como de fato levou, e a extremos muito
piores do que qualquer extremismo cristão.
Até mesmo o darwinismo, aceito por todo e qualquer ateu, pode
ser usado para o mal e gerar consequencias drásticas e negativas. Vimos no
tópico anterior que Adolf Hitler constantemente usava o darwinismo como a base
de sua crença na inferioridade da raça judaica e na superioridade da raça
ariana. Para Hitler, o princípio darwinista da sobrevivência do mais forte
sustentava suas campanhas anti-semitas e sua perseguição implacável aos judeus.
Vimos também no capítulo 7 deste livro várias citações de darwinistas
sustentando o racismo e o infanticídio pela seleção natural – e muitos
continuam usando este pretexto até hoje.
Olavo corretamente assinala que “o
evolucionismo foi o pai do comunismo e do nazismo. Todas as guerras de religião
desde o começo do mundo, somadas, não mataram senão uma fração minúscula do
número de vítimas que esses regimes fizeram em poucas décadas. Mesmo levando em
conta a diferença populacional entre as épocas, a desproporção é assustadora”[38]. Carlos Moore nota que “as descobertas de Gregor Mendel, na genética, a obra de
Charles Darwin, A Origem das Espécies, e toda uma série de novos conhecimentos
científicos foi aproveitada para sustentar as premissas da supremacia branca.
Era o auge de todo o tipo de teóricos da supremacia branca, fazendo-se passar
por cientistas imparciais”[39].
Robertson acrescenta que “alguns
dos principais biólogos evolucionistas do século XX foram pessoas que, devido à
filosofia ateia e má compreensão da ciência, adotaram posições políticas
extremas. Konrad Lorenz foi um empolgado nazista. J. B. S. Haldane, um
stalinista comprometido, e R. A. Fisher argumentava que a civilização estava
ameaçada porque as mulheres de classe superior (i.e., de ‘qualidade’) não
tinham bebês o suficiente”[40].
Todo o nazismo nada mais foi senão a implementação da ideia
darwinista de que existe em nosso meio raças “mais evoluídas” e raças “menos
evoluídas”, em direto contraste com o ensino cristão de que todos são iguais,
criados à imagem e semelhança de Deus. O erudito alemão Ernst Haeckel costumava
afirmar que “milhares, se não milhões, de células
são sacrificadas como forma da espécie sobreviver”[41]. Ele aplicou esta mesma lógica
darwinista aos indivíduos, o que serviu grandemente ao nazismo. Otto Ammon, na
época, afirmou que “o darwinismo tem que se tornar
a nova religião na Alemanha, e a luta racial é necessária para a humanidade”[42]. Robby Kossmann ia além e dizia:
“A visão do mundo darwinista tem que olhar para
a atual concepção sentimental do valor da vida do indivíduo humano como uma
sobrevalorização que está a impedir por completo o progresso da humanidade. O
estado humano, tal como todas as comunidades animais individuais, tem que
atingir um nível de perfeição ainda mais elevado, se houver alguma
possibilidade nela, através da destruição dos indivíduos menos dotados, como
forma dos excelentemente mais dotados conquistarem espaço para a expansão da
sua descendência (...) O Estado só tem a ganhar em preservar a vida mais
excelente à custa dos menos excelentes”[43]
No capítulo 7 vimos que até o próprio Charles Darwin,
reconhecido como o autor da teoria evolucionista, defendia o seguinte pela
lógica da seleção natural:
“Entre os selvagens, os
fracos de corpo ou mente são logo eliminados; e os sobreviventes geralmente
exibem um vigoroso estado de saúde. Nós, civilizados, por nosso lado, fazemos o
melhor que podemos para deter o processo de eliminação: construímos asilos para
os imbecis, os aleijados e os doentes; instituímos leis para proteger os
pobres; e nossos médicos empenham o máximo da sua habilidade para salvar a vida
de cada um até o último momento... Assim os membros fracos da sociedade
civilizada propagam a sua espécie. Ninguém
que tenha observado a criação de animais domésticos porá em dúvida que isso
deve ser altamente prejudicial à raça humana. É surpreendente ver o quão
rapidamente a falta de cuidados, ou os cuidados erroneamente conduzidos, levam
à degenerescência de uma raça doméstica; mas, exceto no caso do próprio ser
humano, ninguém jamais foi ignorante ao
ponto de permitir que seus piores animais se reproduzissem”[44]
Isso significa que o darwinismo está errado, só porque muitos
se apoiaram na seleção natural para assassinar pessoas e propagar o racismo? É
claro que não. Da mesma forma, a religião cristã não é culpada se há quatro
séculos atrás pseudos-cristãos perseguiam os “hereges”. Mas isso prova que uma
tese – como o darwinismo, crido por todos os ateus – pode levar pessoas a
extremos desagradáveis que geram resultados terríveis ao mundo. O ateísmo,
assim como o darwinismo, já foi usado para o mal, muito mais do que o teísmo o
foi.
Há muita semelhança entre o discurso de Dawkins com o
discurso dos socialistas ateus que mataram milhões no século passado. Hitler
cria que a religião é um vírus, assim como Dawkins, e apoiava toda a sua
moralidade no darwinismo, assim como Dawkins. Ambos afirmam que certo grupo é
responsabilizado por todo o mal no mundo – Hitler acusava os judeus; Dawkins
acusa os religiosos. Como Robertson discorre, “esse
discurso parece extraordinariamente similar à espécie de coisa que
‘intelectuais’ estavam publicando no Alemanha dos anos 1930 acerca dos judeus e
do judaísmo. Assim como eles, que alegavam ser os judeus responsáveis por todos
os males na Alemanha de Weimar, também, segundo o seu livro, os religiosos são
responsáveis pela maioria dos males da sociedade de hoje”[45].
Sim, sim, é claro que Hitler era muito pior do que Dawkins é.
Mas não estamos falando dos atos, e
sim dos discursos que estão por
detrás dos atos. Ninguém sai caçando e matando um determinado grupo de pessoas,
seja ele de judeus, cristãos, ateus ou quem quer que seja, sem que antes haja
um discurso que conduza ao ódio e que
leve à violência. E quase sempre este discurso vai despejar naquele grupo todo
o mal que há na face da terra. Dawkins faz exatamente isso com os religiosos.
Ele deixa claro que a religião é a raiz de todos os males – Hitler dizia que os judeus eram a raiz de todos os males.
Há uma diferença na ação, mas não no discurso. Dawkins não
tem poder político para levantar uma perseguição aos religiosos como Hitler
tinha para orpimir os judeus. Ambos, porém, compartilham um discurso
semelhante, embora aplicado a grupos diferentes. E se Dawkins mesmo não coloca
em prática as consequencias de seu discurso, há uma multidão de admiradores
fanáticos pelo neo-ateísmo que odeiam a religião a tal ponto que matariam todos
os religiosos se tivessem poder para tanto. Stalin, Lenin, Mao Tsé-Tung, Pol
Pot e Fidel Castro eram apenas pessoas que tinham este poder, e Kim Jong-un é
um idiota que ainda tem.
Dawkins, com seu discurso agressivo antirreligioso, está
apenas treinando novos Stalins, Lenins, Maos, Pols, Castros e Kims, que
colocarão em prática seu discurso de ódio aos cristãos quando tiveram
oportunidade e poder para isso. O mais importante é que o discurso de Dawkins
não é novo. Estes líderes revolucionários sanguinários tinham exatamente o mesmo discurso, quase ipsis litteris, que Dawkins tem hoje.
Nada do que está em “Deus, um Delírio”, é novidade. A história já mostrou esse
discurso antes, e também já mostrou a consequencia deste discurso. O
saldo foi de mais de 100 milhões de mortos, que crescem a cada dia nos países
onde o ateísmo ainda é a religião oficial do Estado.
É como David Robertson afirma:
“O problema é que a sua zombaria, combinada com
um fundamentalismo ateísta e a amargura e irracionalidade de alguns dos seus
apoiadores, leva à perseguição e intolerância. Os únicos estados ateus (a
Rússia de Stálin, a China de Mao, o Camboja de Pol Pot e a Alemanha de Hitler)
foram os mais depravados e cruéis que o mundo já viu. O fundamentalismo secular
ateísta é, em minha opinião, mais intolerante e coercivo do que todas as
posições religiosas”[46]
Compare o que Dawkins afirma em seu livro com as proposições
ateístas agressivas disseminadas pelos socialistas do século passado. É a mesma
coisa. Até os slogans eram os mesmos.
Dê uma olhada nos seguintes cartazes do governo soviético na época de Lenin e
Stalin:
(Tradução: “Proteja as
Crianças”)
(Tradução: “A religião é o
entorpecente do povo”)
(Tradução: “O conhecimento
romperá as correntes da escravidão”)
(Tradução: “Abaixo as
festas religiosas”)
(Tradução: “Aranha e
Moscas”)
(Tradução: “Nós
conquistamos a felicidade para as nossas crianças”)
E a mais chocante de todas:
(Tradução: “Contra todas
as religiões”)
Os temas propagados por eles eram exatamente os mesmos que
Dawkins exalta em seu livro: guerra à religião, proteção às crianças, luta
contra os símbolos religiosos, o falso dualismo “ciência vs religião”, a
religião como um ópio, um veneno, um vírus. Se um cidadão russo na década de 20
estivesse vivo hoje para ler The God
Delusion, não iria notar nada de novo no discurso, mas com certeza já
saberia as consequencias deste
discurso. Dawkins não pode negar que este ódio à religião possa conduzir ao
genocídio. Negar isso é se apresentar como um canalha desonesto. É por isso que
Dawkins repetidamente foge deste ponto em seus debates.
Contra Quinn, por exemplo, foi obrigado a recuar ao ponto em
que ele nega o óbvio de que ele trata
as atrocidades religiosas e ateístas com dois pesos e duas medidas[47]:
David
Quinn –
Em seu livro você tenta evitar a responsabilidade do ateísmo, por exemplo,
pelas atrocidades de Joseph Stalin, dizendo que elas não têm nada a ver,
particularmente, com o ateísmo. Stalin, e muitos comunistas que eram
explicitamente ateístas, tinham a visão de que a religião era precisamente a
espécie maligna que você pensa que ela é, e eles retiraram desta premissa, se
desejar assim chamá-la, sua própria versão da solução final, eles tentaram
erradicar a religião da Terra por meio da violência, e também por meio de uma
educação que era explicitamente anti-religiosa. E sob a União Soviética, e na
China, e sob Pol Pot no Camboja, esforços explícitos e violentos foram feitos
para suprimir a religião, com base na ideia de que a religião era considerada
uma força do mal e que “nós temos a verdade, e a nossa verdade não admite a
religião de forma alguma, porque nós acreditamos que a religião é falsa”. Então
o ateísmo também pode levar à violência fundamentalista, e o fez no último
século.
Richard
Dawkins – Stalin foi um homem muito, muito mau, e sua perseguição a
religião era uma coisa muito, muito má. Fim da história. Isso não tem nada a
ver com o fato dele ser ateu. Nós podemos simplesmente compilar listas de más
pessoas que eram ateus e más pessoas que eram religiosas. Temo que existam
muitas delas em ambos os lados.
David
Quinn –
Sim, mas você está sempre compilando listas de más pessoas religiosas. Você faz
isso continuamente em seus livros, e então você devota um parágrafo para tentar
absolver o ateísmo por cada atrocidade na história. Você não pode usar este
duplo critério.
Richard
Dawkins – Eu nego isso.
David
Quinn –
É claro que você faz. Toda vez que você vai a um programa falar de religião,
você traz as atrocidades cometidas em nome da religião, e então tenta amenizar
as atrocidades cometidas por ateus justamente por eles serem antirreligiosos e
porque eles consideravam a religião uma força maligna, de uma maneira próxima a
que você pensa. Você está aplicando um
duplo critério.
Assim como Quinn acabou com Dawkins, é ridiculamente fácil
acabar com um neo-ateu em um debate sobre o “mal” da religião: basta comparar
com o mal que o ateísmo produziu ao mundo, sobretudo nos regimes socialistas,
que eram oficialmente absolutamente ateus. Isso vai forçar o neo-ateu a recuar
em sua proposta inicial, pois se nós não devemos ser religiosos porque a
religião já fez mal no mundo, então muito menos ele deveria ser ateu, já que o
ateísmo já fez muito mais mal ao mundo do que todas as religiões juntas em toda
a história – e muitísismo mais do que a cristã em particular.
O debatedor neo-ateu então será obrigado a fazer uma de duas
coisas possíveis. Ou ele usa um duplo critério – como Dawkins faz – e se expõe
facilmente ao oponente que pode desmascará-lo com facilidade – como Quinn fez –
ou então ele faz o que lhe é mais comum: muda de assunto. Foge. Foi assim quando
Dawkins debateu com Lennox, e este assunto foi colocado à mesa pelo mediador.
Dawkins então repetiu toda aquela tagarelice que a gente já está acostumado a
ouvir (blá blá blá Inquisição, blá blá blá Cruzadas, blá blá blá terroristas islâmicos), e
depois Lennox jogou na cara dele todas as atrocidades ateístas contra os
cristãos. A plateia toda esperava de Dawkins algum contra-argumento poderoso,
mas este se limitou a dizer: “podemos mudar de
assunto?”[48].
Até o Silas Malafaia calou o presidente da ATEA, Daniel
Sottomaior, que repetiu as mesmas tagarelices neo-ateístas no Programa Na Moral, da Rede Globo:
“Deixe-me discordar do colega sobre o banho de
sangue, porque quem deu banho de sangue na humanidade foram aqueles que tinham
o ateísmo como base. A Revolução que aconteceu na Rússia e que matou mais de 70
milhões de pessoas, a Revolução da China que matou mais de 50 milhões de
pessoas, o Pol Pot lá, agora, no Camboja, naquela região (...) Estes camaradas
tinham como doutrina a exclusão total da religião (...) Tanto a União Soviética
como também a China, a exclusão total, o Estado laicista, ninguém derramou mais
sangue do que aqueles que eram a favor da anulação de ideal da sociedade (...)
Ninguém, isto é histórico, sociológico e antropológico”[49]
O que Sottomaior falou depois disso? Nada. Não tinha nada
mesmo a dizer. Entendam: jogar na cara dos religiosos as atrocidades já
cometidas pela religião cristã no passado é somente uma tática para enganar
leigos e mentes fracas, instáveis na fé, ou para convencer aquele ateu já
convicto. Ela simplesmente não funciona em
um debate inteligente. Os neo-ateus sabem
disso. Os mais instruídos sabem
que este argumento é estúpido, mas eles continuam usando mesmo assim, porque
mesmo sendo estúpido é uma forma fácil e convincente de ganhar a atenção dos
menos instruídos, que não conhecem o comunismo ateu e acham mesmo que só os
religiosos que matam por um ideal.
O que é mais impressionante é a incapacidade de raciocínio de
muita gente. Elas se apavoram com uma religião responsabilizada pela morte 5
milhões de pessoas há mais de quatro séculos em um Santo Ofício da Inquisição
que nem existe mais, mas não demonstram a mínima preocupação com uma ideologia
que exterminou mais de 100 milhões de pessoas há menos de um século, e que continua matando até hoje em alguns países. Os crimes ateístas foram muito maiores
em magnitude, mais recentes e ainda ocorrem hoje em dia.
Enquanto o nazismo foi superado, o comunismo – que é pior que
o nazismo sob todos os ângulos – ainda não foi. Ele levou uma pancada e foi
derrubado em 10 de novembro de 1989, com a queda do muro de Berlim, mas pode se
levantar a qualquer momento. Há políticos e partidos socialistas espalhados por
todos os cantos, e muitos deles já estão governando seus respectivos países.
Eles também tem uma legião de militantes, os idiotas úteis. O comunismo ateu,
sim, é um perigo real – muito diferente do catolicismo medieval, que perdeu
tantos adeptos e tanta força política que já não representa ameaça nenhuma, a
não ser que surja uma reviravolta gigantesca nos acontecimentos, o que é
altissimamente improvável. Não há a mínima chance de existir uma “nova Santa Inquisição”,
mas o comunismo está batendo às portas, esperando a oportunidade certa de
entrar e trazer o mesmo caos que trouxe ao mundo no século passado.
Isso me lembra muito uma tourada. O touro é, obviamente,
muito mais forte do que o toureiro. Se o touro ataca com toda a força o
toureiro, acertando-o em cheio, pode até matá-lo. Mas o animal acha que o
inimigo dele não é o toureiro, mas sim a capa vermelha que o toureiro traz em
sua mão. Então ele tenta inutilmente atacar a capa, enquanto o toureiro – seu
verdadeiro inimigo – zomba dele e sai ileso. Podemos perdoar a imbecilidade do
animal, precisamente por ser um animal. Mas não podemos perdoar a imbecilidade
de seres humanos que ainda pensam que o Cristianismo é “uma ameaça”, quando os
verdadeiros causadores do mal em nosso século estão rindo à toa de tamanha
ingenuidade enquanto eles tramam uma Nova Ordem Mundial.
Não é sem razão que o prof. Olavo de Carvalho declara:
“Embora desde a Revolução Francesa o grosso da
violência militante tenha se originado sempre nas ideologias materialistas e
escolhido como vítima preferencial a população religiosa; embora a perseguição
aos católicos, ortodoxos, protestantes e judeus tenha matado mais gente só no
período de 1917 a 1990 do que todas as guerras religiosas somadas mataram ao
longo da história universal; embora nas últimas décadas o morticínio de
cristãos tenha voltado a ser rotina nos países comunistas e islâmicos, chegando
a fazer 150 mil vítimas por ano; embora todos esses fatos sejam de facílima
comprovação e de domínio público, e embora nas próprias nações democráticas o
acúmulo de legislações restritivas exponha os religiosos ao perigo constante de
perseguições judiciais – a grande mídia e o sistema de ensino na maior parte
dos países insistem em continuar usando uma linguagem na qual religião é
sinônimo de violência fanática e na qual a eliminação de todas as religiões é
sugerida ao menos implicitamente como a mais bela esperança de paz e liberdade
para a humanidade sofrida”[50]
Lastimavelmente, há pessoas que ainda seguem a filosofia de
Dawkins e de Nietzsche, que dizia:
“Chamo o Cristianismo de a grande maldição, a
grande depravação intrínseca, o grande instinto de vingança pelo qual nenhum
meio é venenoso, secreto, subterrâneo e tacanho o bastante – chamo-a a mancha
imortal da humanidade”[51]
Foi este pensamento que levou, e ainda leva, milhares de
psicopatas a dedicarem suas vidas a atacar a religião e a perseguir os
religiosos literalmente até a morte. Em pleno século XXI, certo escritor ateu
do site “Chrch Arson” escreveu:
“Qualquer metodologia anticristo inteligente
envolverá nesse ponto a consolidação da força, da educação pública nos caminhos
da ciência e da lógica para os nossos membros individuais, bem como ações
tomadas contra os crentes remanescentes. A nova sociedade deve primeiramente se
estabilizar e chegar ao ponto da auto-suficiência econômica e do crescimento
nas áreas social, intelectual, econômica, tecnológica e cultural. Uma vez que isso for conseguido, as
execuções dos cristãos e judeus teimosos não incomodarão a ninguém”[52]
Você pode achar que não, mas o espírito stalinista, maoísta e
leninista anticristão permanece mais vivo do que nunca, e ganha cada vez mais
força quanto mais pessoas como Dawkins surgem incentivando o ódio à religião.
Dawkins apenas impulsiona intelectualmente o ódio aos religiosos que já existe no coração de muita gente –
muito mais do que você imagina. Há pessoas racistas que detestam negros, mas só
chegariam a perseguir ou matar um deles se a sociedade como um todo comprasse
um discurso de que o negro é do mal. Da mesma forma, há multidões de
cristofóbicos e evangelicofóbicos que se inflamam a cada vez que veem um
Dawkins afirmando que a religião é do mal e que um mundo sem crentes seria um
mundo melhor. Se convencendo disso, a eles basta colocar isso em prática – e isso eles já mostraram
saber fazer muito bem.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
- Acesse o meu canal no YouTube clicando aqui.
[2]
Isso porque eu não estou
incluindo Marx e Engels, os ateus convictos que formularam todo o embasamento
intelectual daquilo que mais tarde foi colocado em prática pelos psicopatas que
listamos. Se incluíssemos os dois, as possibilidades cairiam para 0,01%, ou seja, uma em 11.200!
[4]
ibid.
[5] Crítica da filosofia do direito de Hegel, publicada
em 1844 no jornal Deutsch-Französischen Jahrbücher.
[6] Karl Marx, Zur
Judenfrage (Sobre a Questão Judia) (Agosto – Dezembro de 1843), in: Marx and Engels Werk (Obra de Marx e
Engels), Berlim: Dietz, Vol. 1, pp. 357, 367.
[7] Marx, Der Kampf gegen die Religion ist also
mittelbar der Kampf gegen jene Welt, deren geistigen Aroma die Religion est.
cf. G. M. M. Cottier, op. cit. p. 162. Marx, Terceiro Manuscrito econômico e filosófico, XXXIX, V.
[8] Marx, Je mehr der Mensch Gott setzt, je weniger
behalt er in sich. cf. G. M. M. Cottier, ibidem, p. 159.
[9] Marx, Manifesto
comunista, p. 44.
[13]
Alister McGrath, O Delírio de Dawkins.
[14] ibid.
[15]
ibid.
[16]
ibid.
[17]
ibid.
[18] Citado em “Marx, Engels, marxisme”, p. 250.
[19] Lenin, Sur le
rapport du parti ouvrier à la religion, Pss. vol.17.p. 418.
[20] Lenin, De la
religion, p. 8.
[21] Lenin, O
Znatchenii Voinstvuiuschevo Materializma (Sobre o Significado do
Materialismo) (12 de Março de 1922), in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou: GIPL, 1961,
Vol. 45, pp. 23.
[22] Citado pot René Fulop Müller, Espírito e Fisionomia do Bolchevismo, tr., Ed. Globo, pág. 423.
[24]
Marx e Engels, Obras Reunidas, décimo volume - International Publishers, New
York, 1974.
[25]
Citado no livro: “Era Karl Marx um Satanista?”, de Richard Wurmbrand.
[26]
ibid.
[27]
Marx-Engels, obras selecionadas em alemão, volume II suplementar, p. 301.
[28]
Richard Wurmbrand, Torturado por amor a
Cristo.
[29] ibid.
[30] ibid.
[31] ibid.
[32] ibid.
[33] Theodore R. Weeks, Across the Revolutionary Divide Russia and the USSR, 1861–1945, p.
167.
[35]
ibid.
[36]
David Robertson, Cartas para Dawkins, Sétima
Carta.
[38]
Olavo de Carvalho, “Impostura darwinista”, O
Globo, 26 de julho de 2004.
[39]
Carlos Morre, O Marxismo e a Questão
Racial, p. 63.
[40]
David Robertson, Cartas para Dawkins, Oitava
Carta.
[41] Quoted in James Burke, The Day the Universe Changed (Boston,
MA: Little, Brown and Company, 1985), p. 265.
[42] Burke, The Day the Universe Changed, p. 265.
[43] Quoted in Richard Weikart, From Darwin to Hitler: Evolutionary Ethics,
Eugenics, and Racism in Germany (New York: Palgrave Macmillan, 2004), p. 2.
[44] Charles Darwin, The Descent of Man.
[45]
David Robertson, As Cartas para Dawkins, Primeira
Carta.
[46]
David Robertson, Cartas para Dawkins, Terceira
Carta.
[50]
Olavo de Carvalho, O mínimo que você
precisa saber para não ser um idiota.
[51]
Citado por David Robertson em “Cartas para Dawkins”, Sétima Carta.
[52]
Tirado do website da ‘Church Arson’,
citado por David Robertson em “Cartas para Dawkins”, Sétima Carta.
Bravo Lucas Banzoli. Este texto sobre ateísmo foi sem dúvida um divisor de águas em relação a tudo que tenho ouvido de ateus nos últimos tempos. É preciso aprender não apenas pra refutar mas pra estar em paz com Deus e conosco. Continue na tua jornada em favor da verdade pois só ela liberta. Além de tudo a messe é cada vez maior e os operários cada vez mais escassos.
ResponderExcluirmuito bom cara, continue com esse trabalho!
ResponderExcluirParabéns !!!!! Muito bem argumentado. Contra fatos não há argumentos.
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirMuito bom e elucidativo o texto. Só acho que nós deveríamos ser ainda mais incisivos com essa gente, tipo, desmascarar esses ateuzinhos trakinas em público ao mesmo tempo que mostramos que essas pessoas não prestam porque defendem uma espécie de Estado laicista, excluindo da política, no caso do Brasil, pelo menos 90% da população que se identifica como religiosa.
ExcluirParabéns !!!!! Muito bem argumentado. Contra fatos não há argumentos.
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirApós ler esse texto. Fiquei cm mais nojo do Comunismo.
ResponderExcluirParabéns. Da pra baixar o livro pelo celular?
Olá, eu não uso celular, então não sei dizer. Mas tente baixar por esse link pra ver se consegue:
Excluirhttps://mega.nz/#!utIXGKKA!yf00D7jznS0cPN08iRhhcSdobcsjIR1KuUnRlvHg5Kc
Parabéns! Você é um mestre!
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirOi.
ResponderExcluirAcho que pelo mesmo motivo que você não pode julgar todas os religiosos pelo Estado Islâmico, você também não pode julgar todos os ateus por Mao Tse Tung.
Eu não julgo todos os ateus por Mao Tse Tung.
ExcluirExcelente texto.
ResponderExcluirObg!
ExcluirOlá, você poderia refutar completamente esses MENTIROSOS DESONESTOS?
ResponderExcluirhttp://marivalton.blogspot.com.br/2011/07/stalin-apenas-mais-um-cristao.html
http://www.encontroversias.com.br/2013/12/desfazendo-mitos-hitler-e-stalin-nao.html
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2012/01/502416.shtml
Obrigado.
Há vários links no próprio Wikipédia (que é secular) que podem te ajudar:
https://en.wikipedia.org/wiki/Persecution_of_Christians_in_the_Soviet_Union
https://en.wikipedia.org/wiki/East_Germany#Atheism
http://www.icr.org/article/stalins-brutal-faith/
http://www.fecomvirtudes.com.br/conversoes-svetlana-a-filha-de-josef-stalin-2/
https://en.wikipedia.org/wiki/Marxist–Leninist_atheism
https://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Stalin#Religion
https://en.wikipedia.org/wiki/Persecution_of_Christians_in_the_Eastern_Bloc
Obrigado novamente.
Stalin cristão? Essa é pra cair da cadeira de tanto rir :)
ExcluirEi Lucas, se for responder os textos, responda, mas apague esse comentário com os links.
ExcluirNão dê espaço para os "trolls" (o anônimo acho que não é um) virem poluir os comentários.
Até coloquei minhas respostas lá nos links. Com certeza não irão aprovar, mas nos vídeos do YouTube a resposta já está lá.
ExcluirEi Lucas, retire esse comentário mesmo se for ou não for responder para não poluir aqui.
ExcluirAté postei uma resposta lá no site e no vídeo dos macacos.
Mais um link confiável.
http://hollowverse.com/joseph-stalin/
http://www.conservapedia.com/Atheism
ExcluirEle não me pareceu um "troll", por isso entendo que não polui os comentários, e decidi manter no ar. Abs!
ExcluirDurante toda a existência da União Soviética não existiam capelas funcionando dentro do Kremlin, pois o Partido Comunista (que comandava a URSS através do Kremlin) era declaradamente ateu e oficialmente anti-religioso.
ExcluirO Patriarcado de Moscou somente voltou a ter suas capelas no Kremlin na década de 90.
Então, ou o relato desse Yuri Soloviov é falso ou foi traduzido de forma errada.
Aliás, onde está a fonte da entrevista em russo?
https://en.wikipedia.org/wiki/Persecution_of_Christians_in_the_Soviet_Union
https://en.wikipedia.org/wiki/Moscow_Kremlin
http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,150718,00.html
-Estou assumindo que o relato é verdadeiro-
ExcluirNão é novidade para os historiadores que Stalin durante a 2ª Guerra Mundial teve uma "crise existencial" e repensou sua posição sobre as religiões, tanto que em 1941~1942 ele parou de perseguir os religiosos soviéticos e reabriu várias igrejas destruídas pelos comunistas [ https://en.wikipedia.org/wiki/USSR_anti-religious_campaign_(1928–41) ].
Mas essa "religiosidade" de Stalin somente durou até pouco tempo depois do fim da Guerra, tanto que em 1948 (sob o Governo Stalin) as políticas do Kremlin de perseguição contra as religiões começaram novamente [ http://biblicalstudies.org.uk/pdf/rss/25-2_139.pdf - https://goo.gl/BNE8MQ - https://goo.gl/WLeY6T - https://goo.gl/ixDnZP ].
Em 1958, Nikita Khrushchev retornou com o ateísmo militante violento típico dos comunistas soviéticos antes de 1941 e essas políticas se estenderam até 1964 com o início do Governo Brejnev [ https://en.wikipedia.org/wiki/USSR_anti-religious_campaign_(1958–64) ]. Mas em 1975, ainda durante o Governo de Leonid Brejnev, as perseguições anti-religiosas retornaram e depois disso todos os governantes soviéticos perseguiram as religiões até 1987 com a criação da Perestroika e Glasnost [ https://en.wikipedia.org/wiki/USSR_anti-religious_campaign_(1970s–87) ].
Não é incomum ateus terem crises existenciais parecidas com a que Stalin sofreu, repensar sobre suas posições religiosas, rezar e desejar voltar a acreditar em Deus. Mas Stalin era declaradamente ateu [Yaroslavsky, Landmarks in the Life of Stalin (Moscow: Foreign Languages Publishing house), pp. 8-12].
Ótimo trabalho, Lucas.
ResponderExcluirVlw :)
ExcluirLucas Banzoli, você conseguiria disponibilizar esse filme sobre o assunto para nós?
ResponderExcluirhttp://martyredintheussr.com/
Pelo trailer que vi no YouTube parece ser bom.
Infelizmente eu não conhecia este documentário ainda, mas não achei o filme completo em lugar nenhum.
ExcluirO desespero da maioria dos ateus sobre esse assunto é hilária.
ResponderExcluirHá ateus que simplesmente se recusam em aceitar que o ateísmo militante era uma política oficial do Estado e foi responsável por uma parte considerável das perseguições e mortes em regimes comunistas.