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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Como já vimos, as chamadas
guerras “religiosas” ao longo da história, na enorme maioria dos casos, eram
guerras onde a religião era mero plano de fundo, demarcador social, pretexto,
não causa. Tirando os terroristas
muçulmanos, ninguém hoje em dia mata por religião. É possível que pessoas
religiosas matem indivíduos, sim, tanto quanto é possível que um ateu faça o
mesmo, mas ninguém que segue, de fato, o Cristianismo, vai matar alguém.
É possível que algum praticante do evangelho, que tenha visto
tão claramente Jesus mandando Pedro guardar a espada ao invés de usá-la
(Mt.26:52), que curou e não matou o soldado romano que tentava prendê-lo
(Lc.22:51), que disse para amar os inimigos (Mt.5:44) e orar por eles (Mt.5:44)
e que siga toda a elevada moral altruísta presente em todo o Novo Testamento,
incluindo a noção de que o nosso inimigo não
é a carne ou o sangue (Ef.6:12), venha a assassinar alguém? É lógico
que não.
Pseudos-cristãos, i.e,
pessoas que apenas se dizem cristãs,
mas não vivem e nem praticam a fé que professam, podem matar
pessoas – assim como qualquer ser humano que defenda apenas da boca pra fora
qualquer outra ideologia existente no mundo. Mas pessoas que efetivamente
colocam a fé cristã em prática,
fazendo aquilo que Jesus disse para fazermos, jamais chegaria ao ponto de
assassinar qualquer ser humano que seja.
Essa é a diferença entre o
Cristianismo e o ateísmo. O Cristianismo ensina algo – amar o próximo como a si mesmo e amar até mesmo os inimigos
– enquanto o ateísmo não ensina nada. Consequentemente,
alguém que pratica a fé cristã tende
a se tornar uma pessoa do bem, altruísta, caridosa e compassiva, enquanto o
ateu não tem nada a praticar quanto
ao seu ateísmo. Qual é pior? Uma ideologia que ensina o amor ao inimigo ou uma
que não ensina nada? Qual que, se for colocada em prática, tem mais chances de fazer o bem? E
qual delas tem mais chances de fazer o mal?
Infelizmente, há uma
enorme confusão na cabeça de um neo-ateu, que dispara o rótulo de “cristão”
para com todo aquele que se diz cristão.
Mas Cristianismo não é aquilo que é dito da boca pra fora, é aquilo que é vivenciado. Assim como uma pessoa gorda
não pode ser considerada magra por se
dizer magra, uma pessoa ímpia não pode ser considerada cristã por se dizer cristã. Cristianismo é prática,
é vivência, é ação, é exercitar e realizar aquilo que o livro sagrado dos
cristãos, a Bíblia, nos diz.
Se alguém não segue os
princípios de Jesus, este alguém não é cristão, não importa se ele se acha
cristão ou se frequenta alguma igreja. Assim como não pode existir um solteiro
casado, não pode haver um cristão ímpio, que equivale a um não-cristão. Um
nutricionista não pode viver fora de forma, pois estará indo contra os seus
princípios. Um matemático que não sabe a tabuada não pode ser considerado
matemático de verdade. Uma pessoa considerada inteligente tem que saber
raciocinar, senão não é inteligente. Assim também, é impossível ser cristão sem
colocar os ensinamentos de Jesus em prática, o que exclui qualquer um que
assassine pessoas em nome da fé.
As pessoas que fizeram
algum mal em nome da fé (os inquisidores, por exemplo) não eram verdadeiros
cristãos. Eram cristãos professantes, mas não cristãos de fato. Jesus fez clara
distinção entre uma coisa e outra ao dizer:
“Nem todo aquele que me
diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e
não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os
conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’” (Mateus
7:21-23)
Infelizmente, o
Cristianismo tem sido muito atacado por causa de atos de falsos cristãos, i.e, pessoas que em realidade nunca foram cristãs
nem por um segundo, e que provavelmente nunca leram a Bíblia inteira e nem são
realmente interessadas por Deus, mas que por frequentar alguma igreja ou por se
professar de religião cristã acaba sendo contabilizada no número daqueles que
são usados pelos neo-ateus como as “provas” de que a fé cristã é um mal ao
mundo. Mesmo se contássemos estes
falsos cristãos no número dos verdadeiros cristãos e se fossem todos uma coisa
só, ainda assim o Cristianismo fez muito mais bem do que mal ao mundo. Mas é
sempre importante lembrar que ser cristão não é profissão, é ação.
Obviamente, as pessoas
“cristãs” que fizeram algum mal ao mundo fariam este mesmo mal ainda que fossem
completamente irreligiosas, porque não foi a fé cristã a causa do mal. É possível que um traficante de drogas se diga
“cristão” porque seus pais são cristãos ou porque tenha sido batizado em uma
igreja no passado, mas é óbvio que ele não trafica drogas por causa do Cristianismo. É possível também um serial killer se dizer “cristão” porque
frequentou uma igreja cristã por algum tempo (mesmo sem nunca ter sido
regenerado), mas é óbvio que ele não assassina pessoas inocentes por causa da sua fé.
A “fé” nessas pessoas é
simplesmente ocasional, não causativa. Um ladrão pode ser “cristão” (no sentido
pseudo da palavra, como já vimos)
assim como também pode ser pobre, moreno, flamenguista, carioca e skatista. Ele
rouba porque é pobre? Não. Ele rouba porque é moreno? Não. Ele rouba porque é carioca? Não. Ele rouba porque é skatista? Não. Ele rouba porque é flamenguista? Talvez não[1].
Essas coisas são somente demarcadores sociais que fazem parte da identidade
cultural do indivíduo, mas não as razões que
o levaram a cometer o crime.
Da mesma forma, nenhum
cristão mata porque é cristão. Se já
soa ridículo supor que um skatista mate alguém porque é skatista (quando a prática do skate em si não contém
nenhum incentivo a fazer o bem, assim como também não há em fazer o mal, sendo
neutra), é ainda mais ridículo afirmar que um cristão faz o mal porque é cristão, quando o Cristianismo,
diferentemente da prática de andar de skate, contém uma moral muito mais
elevada que rechaça a violência, a vingança, o ódio, o orgulho, a inveja, a
imoralidade e o egoísmo, e valoriza o amor, a paz, as boas obras, a caridade, a
abnegação, o altruísmo, a benevolência, a misericórdia e a santidade.
É, portanto, possível que
um cristão professo faça o mal, mas não é possível que ele faça o mal porque é cristão, i.e, que o
Cristianismo seja a razão que o levou a cometer o mal. Assim sendo, a conclusão
lógica e coerente a que chegamos é que até mesmo os crimes cometidos “em nome
da fé” por falsos cristãos, seja no passado remoto ou no presente, seriam
cometidos do mesmo jeito (ou de jeito até pior) se o Cristianismo não estivesse
no meio, se ele não servisse como pretexto. A razão disso é óbvia: tais pessoas
maldosas e ímpias arrumariam outro pretexto
para fazer o mal, que não a religião.
Este é o ponto crucial que
Dawkins não entende, ou que finge não entender. Excetuando o fundamentalismo
islâmico, as pessoas não matam por causa da
religião. Ninguém lê o Novo Testamento e depois disso sai por aí matando
pessoas ou distribuindo o terror por todos os lados. A religião, nestes casos,
é somente um pretexto usado por pessoas ímpias que não tem nada de
cristãs de fato. Se a religião não fosse o pretexto, eles inventariam qualquer outro pretexto, já que a religião não é a
causa. Isso é somente raciocínio lógico, coisa que Dawkins hesita em praticar.
Como McGrath corretamente
afirma, “se a religião deixasse de existir, outros
demarcadores sociais surgiriam como decisivos, alguns dos quais, no tempo
devido, se tornariam transcendentes. Dawkins não está interessado em
sociologia, como já era de esperar”[2]. Ele
aborda mais extensivamente este pensamento ao dizer:
“Dawkins, porém, não
consegue entender que, ao rejeitar a ideia de Deus, a sociedade tende a
transcendentalizar alternativas – como os ideais de liberdade ou igualdade.
Estes se tornam imediatamente autoridades quase divinas, que a ninguém é
permitido desafiar. Talvez o exemplo mais familiar seja a Revolução Francesa,
um tempo em que as noções tradicionais de Deus foram descartadas como obsoletas
e substituídas pelos valores humanos transcendentalizados. Madame Rolande foi
levada à guilhotina, em 1792, para ser executada sob falsas acusações. Quando
se preparava para morrer, ela se curvou zombeteiramente para a estátua da
liberdade na Place de Ia Révolution e
proferiu as palavras pelas quais é lembrada: ‘Liberdade, quantos crimes são
cometidos em seu nome’”[3]
Luciano Ayan concorda e
afirma:
“Quem quer que leia
qualquer estrategista de guerra sabe que adornar seus projetos de violência com
enfeites morais é um imperativo político. Na época, o símbolo ‘Deus quer’ foi
usado. Nos genocídios da Rússia, China e Alemanha Nazista esse símbolo foi
trocado por outros. Então a causa está em outro lugar”[4]
Portanto, se alguém
disser: “vamos acabar com a religião no mundo, e estes assassinos não terão
mais pretextos para fazer as
guerras”, dê na mesma hora um atestado de imbecil pra ele. Só alguém ingênuo ou
desonesto acha mesmo que estes genocidas, na ausência do pretexto da religião,
não usariam qualquer outra coisa como pretexto para fazer as mesmas coisas. O
fim da religião não ajudaria nem mudaria nada. É por isso que os maiores
genocidas que já existiram na humanidade – pessoas como Hitler, Stalin, Pol
Pot, Lenin e Mao Tsé-Tung – eram declaradamente ateus. A falta de religião em
nada os impediu de trucidar tudo e todos.
Comecemos com o
revolucionário comunista ateu Mao Tsé-Tung, o maior de todos os assassinos. Ele
liderou o projeto que ele paradoxalmente chamava de o “Grande Salto Adiante”,
cujo único salto foi ter massacrado o maior número de pessoas que a História já
teve conhecimento. Os números são estarrecedores, e passam dos 65 milhões de mortos. Liderando a Revolução Chinesa e
governando o país de 1949 até 1976, é dele que deriva o maoísmo, que serviu e
ainda serve de inspiração aos jovens comunistas revolucionários, com um anseio
de mudar o mundo tão grande e proporcional quanto a imaturidade dos mesmos, o
que só poderia resultar mesmo em genocídio.
Vamos falar um pouquinho
mais sobre esse monstro ateu chamado Mao Tsé-Tung. Ele empregou todos os
esforços em liquidar sem piedade qualquer um que se opusesse à nova ordem,
promulgando uma reforma agrária radical e usando o terrorismo para aniquilar os
latifundiários antes de tomar as propriedades deles. O problema é que seu
sistema econômico fracassado (socialismo) foi lhe rendendo um enorme déficit
econômico, causando a fome em larga escala. Então o nosso amigo Mao teve uma
ideia genial: o trabalho forçado (escravo).
Até hoje a China sofre as
consequencias daquele período, quando os trabalhadores começaram a trabalhar
como escravos, 16 horas por dia, para alavancar a economia do país, destruída pelo
socialismo ateu. Mesmo hoje é possível ver relatos de trabalhadores chineses em
trabalhos forçados, em condições sub-humanas, trabalhando como escravos – que é
apenas um resquício daquilo que um dia foi colocado em prática em larga escala
por Mao Tsé-Tung[5].
Suas
políticas provocaram a morte de mais de 65 milhões de chineses, seja pelos
massacres empregados por Mao ou pela fome. O suicídio em massa foi o resultado
das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e da perseguição política durante a
Campanha Antidireitista. Como ateu, Mao Tsé-Tung mandou destruir os locais de
cultos religiosos e saqueá-los. Seus métodos infames de tortura e execuções
também são bem conhecidos. O Livro Negro
do Comunismo: Crimes, Terror e Repressão, escrito por diversos professores,
historiadores e pesquisadores europeus na década de 80 e editado por Stéphane
Courtois, nos informa:
“As atrocidades mais numerosas e, consideradas em conjunto,
seguramente mais assassinas ocorreram sem alarde e deixaram poucos vestígios:
tratava-se de pobres que lutavam contra outros pobres, afastados dos grandes
eixos, no oceano da China dos povoados. Entre esses assassinos de baixo coturno
contavam-se os salteadores que, formando por vezes bandos temíveis, pilhavam,
saqueavam, espoliavam, sequestravam e matavam os que lhes resistiam ou os
reféns que fugiam, se os respectivos resgates tardavam. Quando esses homens
eram apanhados, os camponeses gostavam de participar ativamente nas execuções”
Uma
memória do Grande Salto, em Anhui, de Wei Jingsheng, diz:
"Desde que aqui cheguei, ouvia muitas vezes os
camponeses falarem do Grande Salto Adiante, como se tivesse sido um apocalipse,
com o qual estavam felizes por terem conseguido escapar. Tendo-me apaixonado
pelo tema, interrogava-os frequentemente sobre os pormenores, de tal modo que,
com o passar do tempo, acabei por convencer-me, por minha vez, de que os ‘três
anos de catástrofes naturais’ não tinham sido tão naturais assim. Muito pelo
contrário, eram o resultado de uma política errada. Os camponeses contavam, por
exemplo, que, em 1959-1960, durante o ‘vento comunista’, a fome era tal, que
não tinham sequer forças para apanhar o arroz maduro, apesar de esse ano ter
sido um bom ano. Muitos deles morriam de fome vendo os bagos de arroz caírem
nos campos, sacudidos pelo vento. Em certos povoados, não se encontrava
absolutamente ninguém para fazer a colheita. Certa vez, quando me dirigia
acompanhado por um parente a um local situado a poucos metros da nossa casa e
para onde tínhamos sido convidados, passamos nas proximidades de um povoado
deserto onde nenhuma das casas tinha telhado. Só restavam as paredes de terra”[6]
Mas
Mao Tsé-Tung não foi a única figura cômica e sombria do socialismo ateu do
século passado. Há um outro que matou quase tanto quanto Mao, e que hoje é
idolatrado pelas fileiras de comunistas em nosso país: Stalin. Este terrorista
travestido de revolucionário praticou um dos maiores e mais covardes massacres
cometidos na história da humanidade: o Holodomor, que resultou em
aproximadamente 20 milhões de mortos
do seu próprio povo.
Holodomor
é o nome dado à fome de caráter genocidiário, que tem como raiz etimológica as
palavras holod (fome) e moryty (matar) – matar pela fome. Stalin matou muito mais do que Hitler, só não
precisou levar para campos de concentração – ele matava seu próprio povo em sua
própria terra, simplesmente deixando-os sem ter o que comer.
Esse
monstro empregou na década de 1930 uma nova política para a URSS que visava a
apropriação do Estado das terras pertencentes aos camponeses (semelhante ao que
foi feito por Mao Tsé-Tung, na China). O roubo é sempre o primeiro passo de
todo e qualquer regime socialista que se preze. Depois vem o genocídio,
especialmente se você não concorda com o roubo. Todos se tornam escravos do
Estado máximo, da Pátria Grande, que tem poderes totalitários para fazer o que
quiser com quem quer que seja. Stalin se aproveitou disso como quis.
O
segundo plano de sua nova política socialista visava a liquidação dos
camponeses enquanto classe. O problema era que os camponeses representavam na
época 82% da população soviética. Só isso. Eles foram forçados, por meio de
todos os abusos e violências que os socialistas já estão bem habituados, a
entregar seus bens ao Estado e a aderir às explorações agrícolas estatais.
A
situação piorou quando Stalin decidiu deportar os kulaks para outras regiões, em especial ao Cazaquistão e à Sibéria,
abandonando-os nesses territórios distantes e inópitos. Ao todo, foram
deportados 2,8 milhões de pessoas. Consequentemente, muitas delas,
principalmente as crianças, morreram devido ao trabalho extenuante, à fome e ao
frio. Estima-se que o número de mortos entre as vítimas da opressão após a
deportação foi de 500 mil.
Então
começou a haver o que ocorre naturalmente em decorrência de qualquer regime
socialista na face da terra: fome, miséria, pobreza, escassez de recursos, pois
o Estado nunca consegue substituir à altura a iniciativa privada. Então Stalin
teve a monstruosa ideia, semelhante a de seu companheiro Mao na China, de
deixá-las morrer. Deixá-las passando fome até a morte, já que seu sistema
socialista fracassado não tinha mesmo como alimentá-las. A “solução” era
sacrificá-las, em prol do movimento.
Em
1932, o mundo viu um dos maiores alastramentos de fome, de fuga dos camponeses
e de genocídio na história. As pessoas, em condições agravantes e desumanas de
desnutrição, iam morrendo aos olhares de indiferença de Stalin e seu Estado
socialista, e seus corpos iam sendo largados à rua, à beira das estradas, nos
cantos das praças, aos olhares de qualquer um que passasse por ali:
(Mulher caminha em meio
aos corpos durante o Holodomor)
(Corpo de uma vítima em
meio às pessoas durante o Holodomor)
(Corpos de vítimas do
Holodomor)
(Crianças vítimas do
Holodomor)
(Crianças vítimas do
Holodomor)
A
chacina pela fome do Holodomor foi um dos maiores crimes humanitários cometidos
na história da civilização. Andrei Santos afirmou:
“Assistiu-se à proliferação de déspotas locais, dispostos a
tudo, para extorquir aos camponeses as suas escassas reservas alimentares e à
banalização da barbárie, que se traduziu em rusgas, abusos de autoridade,
banditismo, abandono infantil, ‘barracas da morte’, canibalismo e agravamento
das tensões entre a população rural e a população urbana. A ‘arma da fome’
esmagou a resistência camponesa, garantindo a vitória de Stalin e do seu regime
totalitário. A partir daí, abriu-se o caminho para a vaga de terror de
1937-1938 (O Grande Terror), que
transformou o estado federal soviético num império despótico, através da
submissão da segunda república mais importante; deixou um legado de dor em
numerosas famílias que nunca tiveram direito a expressar o luto, porque a fome
se converteu em um segredo de Estado. Em toda a humanidade, as suas marcas
físicas e psicológicas foram incrivelmente profundas e traumatizantes”[7]
Ele
mostra também o depoimento de um sobrevivente do Holodomor, Vasyl Dudka, que
disse:
"Há um momento, o qual me perturba.
Alguns diziam que era uma colheita fracassada. Isso não é verdade. A colheita
era muito boa, e os grãos, os trigos, eram lindos. Então, eles os levaram para
o ascensor e nada mais restou da fazenda coletiva. Chegou um momento em que nós
não tínhamos nada. Então, eu e meu irmão fomos para os campos, porque era uma
pequena cidade rodeada por campos, e na primavera fomos aos campos, onde a neve
tinha derretido e as pequenas pilhas de grãos que os ratos haviam coletado
durante o inverno. Então, desmontávamos os seus ninhos, levávamos os grãos,
colocávamos em um saco e levávamos para casa, para enfim secá-los e moê-los.
Havia todos os tipos de grãos lá, gramíneas e, algumas vezes, um talo de trigo,
que eles escondiam para o inverno.
Então, você poderia dizer que nós éramos
ladrões que roubaram estes ratos. Nós trazíamos os grãos para casa, limpava-nos
e, em seguida, moíamos. Mais tarde, minha mãe faria mingau ou sopa a partir
dele, algo assim. A única razão pela qual nós sobrevivemos foi por causa do meu
pai, eu acho, e o que restava da fazenda coletiva. Porque depois você não podia
deixar a fazenda coletiva. Você tinha que ter a permissão do chefe da aldeia e
da fazenda coletiva. E eles não lhe dariam o certificado, porque eles diziam
que precisavam de trabalhadores. Então as pessoas não podiam deixar a vila. Mas
o meu pai tinha deixado mais cedo, antes desta lei. E é assim que nós fomos
salvos. Nós estávamos com fome, eu tinha as pernas inchadas assim como meus
olhos, mas de alguma forma, sobrevivemos. O irmão do meu pai morreu, e irmã de
meu pai também”[8]
Para
você ter uma ideia, Stalin era tão psicopata e insano que mandou matar até Leon
Trótski, um dos maiores líderes intelectuais do socialismo do século passado,
que tem uma legião de seguidores até hoje – os chamados trotskistas. Se Stalin fazia isso com um seus próprios camaradas, com um socialista que compartilhava da mesma ideologia marxista e possuia
apenas leves diferenças metodológicas, imagine o que esse animal não fazia com
um direitista, liberal-conservador ou cristão comum.
Ele
atropelava qualquer um que discordasse de seus ideais e métodos, não importava
o que fosse, ou quem fosse. Liberdade de expressão não importava, era piada
para ele. Quando um comunista fala em liberdade ele sempre se refere somente à
liberdade dele em fazer o que quiser
com quem pensa diferente dele – até mesmo a torturá-lo, caçá-lo ou executá-lo,
como Stalin fazia por natureza, com grande eficiência.
Desgraçadamente,
o miserável fracasso do socialismo empregado por ditadores ateus na União
Soviética e na China não foi o suficiente para que outros déspotas e genocidas
da mesma espécie surgissem repetindo o mesmo discurso de ódio, tirania e
terror, que são costumazes de todo comunista. Um deles chama-se Pol Pot, um dos
mais sanguinários ditadores socialistas ateus que já existiu. Para se ter uma
leve ideia de como este homem era psicopata, o Camboja tinha 2,5 milhões de
habitantes na época. Ele matou 1,7 milhões. Sem contar os vários milhares que
ele oprimiu, mas não matou.
O
revolucionário comunista ateu Pol Pot governou o Camboja desde 1975, quando os
comunistas tomaram o poder, até 1979. Estes quatro anos foram suficientes para
que o antes pacífico Estado do Camboja se tornasse um dos maiores centros de
crueldade do planeta, um verdadeiro inferno na terra. Refugiados que
conseguiram chegar à Tailândia contavam os horrores que presenciaram na ilha
então governada pelo Khmer Vermelho. A primeira medida tomada pelo ditador
comunista sanguinário foi transformar todos os teatros e os museus da cidade em
chiqueiros (literalmente). Ele queria uma sociedade 100% agrícola e destruiu
até virar pó qualquer rastro de tecnologia.
Estudando
a história, até hoje é fácil perceber como os comunistas detestam a tecnologia.
Em Cuba, em pleno século XXI, ninguém tem acesso à internet. O governo cubano
do ateu Fidel Castro (o qual trataremos em um instante) proíbe até os médicos
cubanos contratados pelo governo do PT de acessar a internet aqui no Brasil. Na
Coréia do Norte socialista, idem. Eles são obrigados a manter seu proprio povo
em trevas, dentro de uma enorme e eterna bolha, para não perceberem o mundo lá
fora e se darem conta do gritante contraste entre o mundo em que eles vivem e o
mundo civilizado e democrático do lado de fora. É uma velha técnica comunista
para manter seu povo alienado, convivendo sob forte lavagem cerebral perpetuada
pelo governo e pela mídia estatal de televisão, e evitar uma revolta popular
por uma vida digna.
Mas
havia um problema: tecnologia significa avanço, significa melhora nos índices
econômicos, na produção, no desenvolvimento do país. Como resultado, o Camboja
mergulhou na terrível crise econômica que naturalmente subrevém sobre todo e
qualquer governo legitimamente socialista. O povo começou a morrer de fome.
Então Pol copiou Mao Tsé-Tung, seu ídolo master, e obrigou seu povo a trabalhar
das 4 horas da manhã até as 10 horas da noite, em serviços forçados sob
condições piores que os escravos africanos dos séculos passados.
Se
não bastasse ter escravizado o seu próprio povo e o subjulgado a condições
desumanas, ele também cortava os alimentos para os trabalhadores. Os
camponeses, que tinham que trabalhar 18 horas por dia, recebiam nada a mais que
uma xícara de arroz a cada dois dias. Muitos não aguentavam e literalmente
morriam de fome. 90% da classe artística foi exterminada. Pol criou a prisão de
Toul Sleng, que antes era uma escola, e então foi transformada em um campo de
matança. Ali 14 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram massacradas.
Somente sete saíram de lá com vida.
Os
soldados do regime comunista de Pol Pot forçavam a população local a cavar os
buracos onde eles mesmos seriam enterrados vivos. O terror do que foi praticado
ali não pode ser medido em palavras. Marshall Kim, um refugiado que hoje é dono
de um salão de beleza em Manhattan (EUA), tinha 15 anos quando viu seus amigos
e vizinhos sendo enterrados vivos. “Chorei até não
ter nenhuma lágrima”, afirma Kim. Ele acredita que a ONU ainda não
aprendeu a lição que os Campos de Matança nos ensinam, pois o comunismo segue
sendo tratado como um sistema normal em oposição ao capitalismo, ao invés de
ser tratado com o horror e repulsa que merece, por ter conseguido ser pior que
o nazismo onde quer que tenha sido implantado no mundo.
(Vítimas do regime
comunista de Pol Pot)
(As crianças tiveram que
aprender a conviver com a morte)
(Depósito de restos
mortais de vítimas do Khmer Vermelho)
(Vítimas do regime de Pol
Pot)
Por falar em assassinos psicopatas, é difícil não lembrar de
Lenin, o famoso autor da regra áurea dos comunistas: “Acuse-os
do que você é; xingue-os do que você faz”. Vamos ignorar a parte óbvia
de que, como psicopata assassino, só poderia ser ditador socialista ateu
“revolucionário”. Rodrigo Constantino diz que “Lenin
não era um idealista em busca de justiça e paz, mas um psicopata, um alienado
revoltado, incapaz de lidar com a morte de seu irmão, enforcado após tentativa
de assassinar o czar, disposto a sacrificar milhões de vidas inocentes no altar
de sua utopia, uma escapatória para seus problemas psicológicos. O comunismo
nasce do desvio mental e de caráter, e Lenin comprova isso com perfeição”[9].
Ele também escreve:
“Era Lenin, o diabo em pessoa, quem dava as
cartas. Lenin considerava o regicídio uma necessidade, e julgamentos
transparentes não passavam de uma besteira burguesa. Os bolcheviques jogavam no
tudo ou nada, e quaisquer meios eram aceitáveis para seus fins. Trotski chegou
a afirmar: ‘À nossa frente está a vitória total ou a ruína absoluta’. A palavra
preferida dos bolcheviques era aniquilação: da propriedade privada, da
monarquia, da religião, dos costumes burgueses etc. A palavra se tornou
eufemismo empregado pelos bolcheviques quando se referiam a assassinar seus
oponentes, ou até para justificar uma extensa limpeza social”[10]
Lenin chegou ao ponto de ordenar o assassinato a sangue-frio de crianças da família Romarov, para
exterminar a dinastia do czar russo. As listas de execução assinadas por Lenin
vão longe: ele ordenou o assassinato de 25 ministros czaristas, de funcionários
públicos e de 765 Guardas Brancos em setembro de 1918. Seus oponentes políticos
enfrentaram tortura e execução em massa, e em maio de 1919 havia 16 mil presos
em campos de concentração de Katorga, que mais tarde serviriam de inspiração a
Hitler em seu governo nazista. Nos campos de concentração de Lenin havia nada
menos que 70 mil pessoas em trabalho forçado.
Para Lenin, o terror era necessário como ferramenta da luta
de classes, tão estimulada pelos socialistas. Em 26 de outubro de 1917, o II
Congresso dos Soviets aprovou uma resolução proposta por Kamenev, em que abolia
a pena capital. Lenin, tristemente, havia faltado à votação, mas quando tomou
conhecimento de tamanha monstruosidade (de poupar vidas inocentes) explodiu de
fúria. Ele disse:
“Absurdo! Como se pode fazer uma revolução sem
pelotões de fuzilamento? Vocês esperam vencer os inimigos se desarmando? Que
outros instrumentos de repressão existem? Prisões? Quem dá importância a isto
durante a guerra civil?”[11]
Não poderíamos deixar de mencionar outro – olhe só que
surpresa – ateu socialista revolucionário assassino, que, semelhantemente a
seus camaradas, também foi transformado em mártir e super-herói pela nefasta
mídia esquerdista e seus idiotas úteis infiltrados nas mais diversas
instituições: Che Guevara. O jornalista Paulo Eduardo Martins prestou uma
homenagem ao ídolo do marxismo no aniversário de 40 anos da morte do porco
assassino:
“O Che Guevara herói é
uma invenção da cultura marxista. O Che Guevara real foi um assassino frio e
cruel, sedento por sangue, responsável direto por campos de concentração e pelo
fuzilamento de centenas de pessoas. Só não matou mais porque foi morto. Um
porco comunista no pior sentido da palavra. Um porco que é um ídolo pop. É que
o capitalismo é tão generoso que permite até que os seus inimigos prosperem,
fazendo mais milhões de negócios do que os milhões de cadáveres que o comunismo
produziu.
Mas apesar de toda a
carnificina, a áurea humanista do comunista se mantém intacta, especialmente no
meio artístico e intelectual. E isso ainda acontece porque jovens e artistas
são envolvidos e usados para ignorar a verdadeira história, reproduzir mentiras
e alimentar ainda mais essa indústria cultural que transforma assassinos em
defensores de oprimidos. Che é um ícone, é a personificação dessa fraude.
Assim, no imaginário popular, o facínora virou herói. É até alvo de feitiche. É
pop. Enquanto todo este esquema não for desmascarado e destruído, e a verdade
não vir à tona, o porco assassino continuará a ser a grife que veste os
idiotas, e o comunismo continuará alimentando os vermes”[12]
Glenn Beck, da Fox News, também contou a verdadeira história
de Che Guevara:
“Ah, esses
revolucionários icônicos! Talvez seja a hora dos trabalhadores do mundo se
unirem e se lembrarem de que cara divertido e amável, o cara na sua camiseta,
realmente foi. A verdadeira história é que era um aspirante a Stalin, um
assassino sangue frio. Ele é culpado pela morte de milhares de pessoas. Talvez
sua memória esteja um pouco embassada por causa de todas as celebridades de
Hollywood fazendo lavagem cerebral, andando por aí com seu estilo comunista:
‘Veja, eu tenho uma estrela no meu chapéu!’. Mas Che foi a força motriz da
ascenção de Fidel Castro ao poder. Sim, sim. O mesmo Fidel Castro que faz as
pessoas se amarrarem em troncos, dirigindo carros velhos, 14 mil pessoas navegando
em pranchas, tentando entrar nos EUA. Deve ser um paraíso e tanto lá.
Che, na época, dirigia
uma prisão cubana, na qual ele agia como juiz, júri e, sim, executor! Isso soa
quase como sem coração e indiferente para mim. Alguém tem que dizer que 500
pessoas foram mortas no meio da noite com os pelotões de fuzilamento que ele
inspecionava pessoalmente durante os primeiros cinco meses do seu mandato. Ele
também foi fundador dos campos de trabalho cubanos. Você sabe, os quais, mais
tarde, foram transformados basicamente em prisões para qualquer um que não
concordasse com eles, incluindo, é claro, homossexuais (o que eu não consigo
entender, afinal, qual radical de esquerda quer trancar homossexuais hoje em
dia?). Mas nós podemos colocá-lo numa camiseta! Certo, esse é o Che. Essa,
infelizmente, é a História.
A História tem um jeito
único de transformar atrocidades em admiração. Olhe em volta: o merchandising
de Che está por toda parte. Sua imagem é marca registrada! Não estou brincando.
Meio irônico, não? O rei do comunismo agora é o capitalista supremo. E falando
em capitalismo, quem melhor que Hollywood para apanhar e ordenar isso por
dinheiro? Um novo filme do Che está em produção. Não sei se o lucro da
bilheteria será destinado para rebeldes fieis, ou simplesmente dado aos pobres
no cinema. Afinal de contas, os ricos executivos de Hollywood não iriam querer
lucrar em cima da classe operária, iriam?”[13]
Ele entrevistou em seu programa de televisão Humberto
Fontana, autor do livro: “O Verdadeiro Che Guevara – E os Idiotas Úteis que o
Idolatram”. Nele, o verdadeiro Che
Guevara – o porco assassino – vêm à tona e a História é trazida às claras. Che
foi o executor-chefe e o carcereiro-chefe de um regime stalinista. E o que é
engraçado é que as pessoas que foram para esses campos de trabalho forçado em
Cuba, em meados dos anos 60, eram fãs de Che. Seu Estado policial stanilista
foi um regime que encarcerou mais pessoas, percentualmente, do que o regime de
Stalin. Um regime que executou mais pessoas nos seus primeiros três anos no
poder do que Hitler executou nos seus primeiros seis.
Mas vamos deixar os porcos assassinos do século passado de
lado e falar um pouco dos porcos assassinos do nosso século. O líder
revolucionário ateu socialista mais conhecido em nosso tempo – e ainda vivo,
pelo menos em 15/12/2014, enquanto eu escrevo esta página – chama-se Fidel
Castro. Ele foi durante muito tempo o ditador de uma ilha que antes da
revolução era a terceira maior economia de toda a América Latina, e hoje
desgraçadamente é uma das últimas. Depois que ele ficou muito mal de saúde fez
uma eleição democrática onde o povo cubano foi as urnas e votou massivamente no
candidato comunista passou o comando para seu irmão Raúl Castro, sem
eleições, perpetuando a ditadura comunista em Cuba.
Cuba é um país tão desgraçado pelo comunismo que lá as
pessoas vivem em condições tão sub-humanas que tentam atravessar o oceano em
pranchas para chegar aos Estados Unidos – aqueles porcos capitalistas
imperialistas burgueses do mal. Em setembro deste ano, nove imigrantes cubanos
chegaram em uma balsa às praias de Miami, após dez dias de travessia. Um dos
integrantes do grupo fugitivo, chamado Morales, disse que fugiu por não ver
futuro em Cuba: “Ali você tem que decidir entre
comprar comida ou sapatos”[14].
(Cubanos fugindo da
maravilhosa ilha paradisíaca dos socialistas)
Alguns devem se lembrar que nos Jogos Pan-Americanos,
ocorridos no Rio de Janeiro, em 2007, vários ateltas cubanos, ao chegar ao
Brasil, se esconderam, pediram asilo ao governo brasileiro e não voltaram mais
para Cuba[15]. Preferiam viver pobres em um país
capitalista do que miseráveis e sem perspectiva de futuro em um país comunista.
O mais curioso é que nunca houve relatos de algo semelhante com atletas de
outras nacionalidades. Os Jogos Pan-Americanos envolve países também pobres
como o Haiti e Guatemala, mas só os cubanos que fogem para não voltar mais.
Isso ocorre porque o carniceiro da família Castro impede que
seus cidadãos saiam de Cuba. Eles são mantidos eternamente presos em uma prisão
sem muros, em uma favela a céu aberto, sem acesso ao mundo externo, sem
tecnologia, sem internet e dirigindo carros da década de 50, que remontam à
época em que Cuba ainda era um país capitalista e civilizado, poderoso
economicamente.
(Foto inédita dos
norte-americanos fugindo dos EUA em direção a Cuba)
Mas a economia ridícula é apenas um dos vários males que estão
na essencia do socialismo ateísta revolucionário. A carnificina também. Fidel
Castro não poderia ficar atrás de seus ídolos Mao-Tsé-Tung, Stalin, Pol Pot e
Lenin. Ele tinha que mostrar serviço. Tinha que provar que era mesmo um
socialista. Tinha que matar pessoas. E ele matou. E como matou! O povo cubano, que não era bobo nem nada, quando
percebeu que Cuba caminhava para o socialismo já sabia o final da história e
houve uma fuga em massa do país (20% da população inteligentemente fugiu da
ilha). Os que ficaram na ilha, achando que o socialismo não era tão ruim assim,
sofreram horrores nas mãos do sanguinário ditador.
Fidel fuzilou entre 15
mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60). Em 1978, havia em
Cuba entre 15 mil e 20 mil prisioneiros
políticos. Fidel subjulgou seus antigos adversários políticos a trabalhos
forçados nas plantações de tabaco. Ele violou os direitos humanos, proibiu as
greves e manifestações populares, acabou com as associações, torturou os anti-revolucionários
em grande escala, amedrontou seu povo e criou campos de concentração onde mais de 30 mil pessoas (principalmente
os religiosos) eram tratados de forma tão desumana que gerou protestos até de
comunistas!
Em 1978 ele criou a lei da periculosidade pré-delitiva. Ela
basicamente dizia que todo cidadão que fosse “perigoso” para o governo (que não
concordasse com o socialismo) tinha que ser preso por mera suspeita, e depois
torturado ou enviado aos campos de concentração para trabalhos forçados. Toda
essa opressão levou milhares de cubanos a fugiram da ilha em busca de uma vida
decente. Sete mil morreram tentando atravessar o Atlântico. Como se não
bastasse, o ditadorzinho cubano ainda mandava helicópteros para fuzilar de cima
quem tentatava fugir nos barcos precários. Parece coisa de vilão de filme
americano, mas é sério. Até hoje a pesca em Cuba não é estimulada, pois Fidel
tem medo que os pescadores fujam com seus barcos.
Milhares de cubanos foram fuzilados por ordem de Fidel no
famoso “El Paredón”, quando os “inimigos do sistema” eram colocados de pé,
frente a uma parede, e ali eram executados, ao maior estilo terrorismo
islâmico. Em 2 de abril de 2003, 53 cubanos foram sentenciados ao “paredón” por
terem entrado em uma balsa onde pretendiam chegar aos Estados Unidos e pedir
asilo político. Fidel não dá condições dignas ao seu povo e depois não os deixa
fugir da ilha, que é cercada de tubarões. Os que tentam fugir são perseguidos,
caçados e mortos, a não ser que tenham muita, muita sorte. Cuba é hoje um
cárcere natural, uma prisão sem muros, e todos os cubanos são escravos do
governo, muitos deles mantidos em piores condições que os presos brasileiros
nos nossos presídios – estes pelo menos tem celular e alguma tecnologia na
cadeia.
Os crimes humanitários cometidos pelo ateu Fidel em seu
regime socialista foram tantos que até sua filha Alina Fernández, que se recusa
a usar o sobrenome Castro, fugiu da ilha. Enquanto Fidel Castro anda
Mercedes-Benz, tem um mordomo e adora lagostas, seu povo vive na pobreza, anda
em carros que remontam no máximo à década de 50 (isso os que tem um) e os
jornalistas tentam sobreviver ganhando 15 dólares por mês. O salário mais alto
é o dos médicos: 30 dólares por mês. É assim em todo regime socialista: as
autoridades vivem numa esquerda caviar, comem do bom e do melhor e enriquecem
cada vez mais às custas dos idiotas úteis que apoiam este sistema – e que
terminam numa eterna pobreza sem perspectiva de futuro.
Em Cuba, o povo tem que conviver com meio quilo de carne de
porco misturada com soja a cada quinze dias; meio quilo de carne de vaca e um
sabão em pedra a cada dois meses; um par de sapatos a cada seis meses. Uma
faxineira ganha cinco dólares por mês. O péssimo salário recebido em Cuba é o
que leva uma enorme quantidade de mulheres a se prostituir, fazendo de Cuba um
dos destinos preferidos do turismo sexual, já que as prostitutas recebem
gorjetas em dólares. Isso também faz de Cuba recordista mundial no mercado
negro, que movimenta 40% da economia do país, por debaixo dos panos. E eu nem
vou falar da corrupção.
Cuba é a ilha dos bairros com esgoto à céu aberto, dos
racionamentos de água, luz e combustíveis, dos cortiços nos quais famílais
inteiras se amontoam para tentar viver em um pequeno espaço que nem pertence a
elas e sim ao governo, e, principalmente, da fome e da repressão. Quem não faz
parte do PCC (e não é o PCC que você está pensando, é outro muito pior) corre o
risco de ser preso sem nenhum julgamento. O PCC é o Partido Comunista Cubano,
que consegue ser bem pior que o PCC que nós estamos mais familiarizados, a
organização criminosa do Primeiro Comando da Capital.
Chega de Fidel. Vamos falar agora de um outro tirano estilo
você-já-sabe-o-que (=ateu, socialista, ditador, revolucionário), mas esse com
um tom cômico, que chega a ser hilário, jocoso, e que está entre nós, numa
terra muito muito longe, chamada Coreia do Norte. Eu ia preparar um longo texto
para tratar as abominações cometidas naquele país, mas mudei de ideia quando
tomei conta de como este ditador é um sério candidato a comediante do século.
Ele tem um diferencial que os outros tiranos comunistas ateus não tem. Os
outros são só genocidas. Este é genocida e engraçado. Foquemos primeiro então
na parte divertida do sujeito.
Um artigo da Veja mostra dez fatos cômicos da Coreia do Norte
do Líder Supremo Kim Jong-un[16]. Para começar, ele assumiu com 28
anos a liderança da Coreia do Norte, por ser filho do ditador anterior. Uma das
medidas mais hilárias é a instituição do dia em que é proibido dar risada. Sim,
isso mesmo. Não ria. Principalmente se você for norte-coreano e se estiver
lendo isso em 9 de julho, dia em que é oficialmente proibido sorrir no país. O
motivo é que neste dia morreu Kim II-sung, seu avô. O decreto existe desde 1994
e proíbe sorrir, levantar voz na rua, beber álcool e dançar. É luto. Neste dia,
a rede de televisão (estatal, obviamente) fica o dia todo transmitindo a
cerimônia do presidente morto. Tomara que a moda não pegue por aqui, ou que
Lula morra num ano bissexto, em 29 de fevereiro.
Mas para que ninguém pense que o ditador norte-coreano é mau
político, saiba que ele conseguiu aquilo que nenhum político ocidental
conseguiu em toda a carreira. Ele conseguiu aquilo que todos os políticos
sonham, mas nenhum deles chegou lá. Ele conseguiu aquilo que nem Abraham
Lincoln, Juscelino Kubitschek e Nelson Mandela conseguiram. Sim, ele conseguiu 100% dos votos válidos, e sem abstenção.
Fantástico, não?
Tragicamente, a Veja nos informa que “o
truque que lhe garante a eleição perfeita é simples: em cada uma das quase 700
circunscrições do país havia apenas um candidato, ele mesmo. Os eleitores podem
optar apenas entre 'sim' e 'não', com a ressalva de que escolher o 'não' ou
abrir mão de votar pode ser considerado um perigoso ato de traição –
obviamente, as cabines de votação não são privadas”[17]. Assim perde a graça!
E isso não é tudo. Kim Jong-un proibiu que os norte-coreanos
dessem aos seus filhos o mesmo nome dele, e obrigou as pessoas que já se chamam
Kim Jong-un a mudarem seus documentos. Eu devo imaginar que o nome Kim Jong-un
deve ser super pop e descolado na Coreia do Norte. Deve ter sido muito sofrido
para aquelas pessoas mudar de nome. O documento norte-coreano diz que “todos os órgãos do partido e autoridades de segurança
pública devem fazer uma lista de moradores chamados Kim Jong-un e orientá-los a
voluntariamente mudar de nome”[18].
“Voluntariamente”, é claro. Que ninguém pense que é por
violência. Mas eu sugiro que, se você for um norte-coreano (não vai ser, é
claro, pois na Coreia do Norte é proibido o acesso à internet e ao mundo
externo), que não ouse desafiar o Estado e não mudar de nome caso você tenha
tido o azar de se chamar Kim Jong-un. #FicaDica.
Um exemplo de como essa dica é uma boa dica é que na morte do
Líder Supremo Kim Jong-il, em 2011, os norte-coreanos que não participaram das
homenagens ou que não foram suficientemente convincentes na demonstração de
tristeza foram enviados a campos de trabalho forçado por pelo menos seis meses.
Sim, acredite. “As autoridades imporam uma pena de
pelo menos seis meses em campos de trabalho pra qualquer um que não tenha
participado das concentrações organizadas durante o período de luto ou para
quem participou mas não chorou ou não pareceu autêntico”[19].
Não é a toa que o mundo assistiu a uma histeria coletiva de
milhões de norte-coreanos chorando compulsivamente pela morte do ditador tirano
que mergulhou o país no maior episódio de fome da sua história. Vejam só que
convincentes:
Infelizmente, Kim Jong-un não é apenas uma figura cômica. Ele
tem um lado sombrio também. Já há muito se sabe que – adivinhem só – o
socialismo fracassou miseravelmente na Coreia do Norte também, a economia do
país se tornou um caos e obrigou seus ditadores a tomar as mesmas medidas
“humanitárias” que os demais tiranos comunistas sempre fizeram nos outros
países: trabalho escravo, campos de concentração e genocídio. Se você parar para
estudar a fundo o socialismo no prática país por país, verá que todos eles, sem exceção, se resumem a
este ciclo vicioso de três partes.
O trabalho escravo é para alavancar uma economia totalmente
destruída pelo socialismo. Os campos de concentração são para confinar e
torturar aqueles que ousam ser contra o governo, os “golpistas” da direita. E o
genocídio é para abaixar a quantidade populacional a fim de que aquelas pessoas
morram de uma vez e não consumam mais recursos. Foi assim na China, foi assim na
União Soviética, foi assim no Camboja, foi assim em Cuba, é assim na Coreia do Norte. O ciclo socialista é sempre o mesmo.
Sempre. Perde até a graça. Toda vez que o socialismo é implantado em algum país
é como assistir a um filme velho, que você já viu milhares de vezes e já sabe o
final. Pode mudar os personagens, o cenário, a quantidade de mortes ou de
escravos, mas a essencia do roteiro é sempre a mesma.
Na Coreia do Norte, há neste momento cem mil cristãos
mantidos em campos de concentração, genocídio em massa (especialmente pela
fome), pessoas que comem umas às outras pela falta de comida, uma total falta
de acesso ao mundo externo, um enorme atraso tecnológico, miséria generalizada,
caos econômico e terror governamental disseminado por todos os cantos. Os
poucos que conseguem sobreviver à fome e fugir para outros países contam
histórias aterrorizantes, de fazer até o mais valentão chorar.
Norte-coreanos que fugiram da Coreia do Norte relataram os
horrores dos campos de trabalho. Prisioneiros comiam ratos para não morrer de
fome e desentupiam banheiro com as mãos. Ji-hyun Park, uma sobrevivente deste
horror, testemunhou:
“Todos estavam famintos. E agora não há nem
ratos, cobras ou plantas selvagens para comer. Muitas pessoas morreram entre
1996 e 1998. As plataformas da estação de trem ficavam abarrotadas de corpos.
Pode-se dizer que toda a Coreia do Norte é uma enorme prisão (...) Nosso
trabalho começava às 4h30, de estômago vazio. No verão, com os dias mais
longos, nós trabalhávamos até as 8h, 9h da noite. E o dia não terminava aí.
Após o jantar tínhamos que refletir sobre nossa performance no dia, recitar os
princípios do Partido e aprender canções. Quando terminava, já era quase
meia-noite”[21]
Ela trabalhava nas montanhas, limpando e preparando o terreno
para o plantio. As mulheres, morrendo de fome, eram obrigadas a comer batatas
cruas e sujas de terra. Alguns prisioneiros comiam sementes das fezes de
animais e a comida dos cães e das vacas. Ji-hyun Park recorda:
“Se você fosse pega tentando lavar sua toalha
higiênica (usada como absorvente), você estava condenada a usá-la na cabeça,
mesmo pingando sangue e implorando por perdão”[22]
Na Coreia do Norte, apenas o exército é bem alimentado. A
prioridade é para eles, pois eles vivem dentro de uma bolha pensando estar em
um eterno confronto com a Coreia do Sul, a parte capitalista que enquanto isso
vive na prosperidade e apresenta um dos maiores índices econômicos da Ásia, em
franco desenvolvimento. Enquanto o exército norte-coreano é cada vez mais bem
armado esperando uma guerra explodir a qualquer momento, a população civil é
deixada para trás para morrer de fome.
Nenhum norte-coreano conhece pessoas como Tom Cruise, Madonna,
Barack Obama ou Justin Bieber (este é melhor que não conheçam mesmo). A conexão
com o mundo externo é completamente cortada. Por pior que seja a vida deles,
eles não sentem o contraste com o mundo externo, pois as únicas informações que
eles tem sobre o mundo externo são dados manipulados pela mídia totalmente
estatal (do governo de Kim Jong-un), a internet é proibida e a televisão também
é do governo, só transmite o que agrada aos socialistas.
Eles são doutrinados desde cedo com lavagem cerebral, para
pensar que os Estados Unidos é um porco capitalista miserável que está
mergulhando nas trevas enquanto a Coreia do Norte vive em condições bem melhores.
Os dados do governo são obviamente maquiados, o índice de corrupção é
simplesmente o maior do mundo[23] e o país lidera há décadas o índice
de países que mais perseguem e assassinam cristãos.
Se você acha os políticos do Brasil corruptos, saiba que o
nosso país ocupa o 72º lugar na
lista em que a Coreia do Norte aparece em primeiro. Então imagine como é na
Coreia do Norte. Imagine um país com milhares de Josés Dirceus e de “Genoínos”,
e onde o PT é um partido honesto em comparação com os outros – façam de conta
que existem os outros na Coreia do
Norte.
Eu poderia deixar alguns links na nota de rodapé deste livro,
como costumo fazer, mas há dois testemunhos de jovens norte-coreanas que
conseguiram fugir da Coreia do Norte e que são de visualização obrigatória antes de continuar
lendo este livro. Elas falam, do fundo da alma, do que elas viviam dia a dia
naquele país e do que eu não poderia expressar suficientemente em palavras. Não
continue lendo este livro enquanto não assistir a estes dois vídeos:
• Escaping
from North Korea in search of freedom:
• Portas abertas – Testemunho de garota
norte-coreana:
Se você está lendo a versão impressa do livro, anote e guarde
os links para a primeira oportunidade de assisti-los. É fundamental para
entender do que estamos falando, para ter uma leve dimensão do que realmente é
o socialismo colocado em prática e de como que tudo o que dissemos aqui é pouco em comparado com o que eles sofrem
lá. Veja os vídeos. É isso o que os políticos da extrema-esquerda querem para o
nosso país[24]. Transformar o Brasil em Cuba é
pouco. A Coreia do Norte é um socialismo bem mais real, ao maior estilo
stalinista e maoísta do século passado. Lutem pelo nosso país, antes que seja
tarde demais[25].
O imenso contraste e o abismo que separa a Coreia do Sul e a
Coreia do Norte em termos morais e econômicos é um reflexo do mesmo contraste
existente entre o capitalismo e o comunismo. A Coreia era uma só até 1945,
quando foi dividida em duas partes, uma do Norte e outra do Sul. A do Sul ficou
sujeita ao capitalismo norte-americano, e a do Norte ao socialismo soviético.
De certa forma, a experiência foi um teste para ver qual sistema que, dado o
devido tempo, traria mais resultados positivos, e qual se demonstraria um
fracasso.
A Coreia do Norte continuou socialista mesmo depois da queda
da União Soviética, assim como a do Sul permanece capitalista. Os resultados
estão aí, sendo bem observáveis para qualquer ser humano que tenha acesso a
informação. No século XXI, nós não discutimos mais capitalismo e comunismo como
dois modelos teóricos a serem comparados pela mera discussão teórica, como no
século XIX. Isso porque eles já foram efetivamente colocados em prática, que é o que interessa. Dois cientistas podem
ter hipóteses diferentes quanto a um experimento, mas as dúvidas terminam
quando o experimento é feito. O experimento, neste caso, já foi feito muitas
vezes, e sempre resultou no ciclo de
trabalho escravo, campos de concentração e genocídio.
Mesmo assim, o socialismo ateu revolucionário continua
impregnado no ideário de muitos jovens e de adultos não-crescidos, que sofreram
forte carga de lavagem cerebral nas escolas onde estudaram por toda a vida e
que se unem às fileiras de idiotas úteis que perpetuam os regimes de crime,
terror e miséria que marcaram a página mais sombria da história da humanidade –
mas que já enriqueceram muitos Castros, Stalins, Lenins, Maos e Kims, que sabem
muito bem se aproveitar de tamanha ingenuidade. Tem gente que não basta ver os
outros queimando – tem que colocar a mão no fogo para ver se queima mesmo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
(Trecho extraído do meu livro: "Deus é um Delírio?")
- Veja uma lista completa de livros meus clicando aqui.
- Acesse o meu canal no YouTube clicando aqui.
[1] Que os flamenguistas interpretem como brincadeira (não
quero ser roubado).
[2]
Alister McGrath, O Delírio de Dawkins.
[3]
ibid.
[5]
Recentemente, uma mulher estadunidense encontrou dentro de um brinquedo um
pedido de socorro de um escravo chinês. Uma parte da carta dizia: “Se você comprar este produto, por favor,
mande esta carta para a Organização Mundial de Direitos Humanos. Milhares de
pessoas na China, que sofrem a perseguição do Partido Comunista, vão ser gratas
para sempre”. Você pode ver o relato completo em: http://www.hypeness.com.br/2013/11/mulher-encontra-pedido-de-socorro-de-escravo-chines-em-um-brinquedo/
[8]
ibid.
[11]
Citado em FIGES, Orlando, 1959. A
tragédia de um povo. Rio de Janeiro: Record, 1999.
[15]
“Brasil concede asilo a atletas cubanos
que desertaram no Pan”. Disponível em: http://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-concede-asilo-a-atletas-cubanos-que-desertaram-no-pan,57875
[17]
ibid.
[22] ibid.
[23]
Disponível em: http://economia.uol.com.br/noticias/infomoney/2013/12/04/conheca-os-paises-mais-e-menos-corruptos-do-mundo.htm.
Nesta lista a Coreia do Norte aparece em 2º lugar, mas observe que ela tem a
mesma pontuação que a Somália, que aparece em primeiro, com 8 pontos (em empate
técnico, portanto). Ambas dividem a primeira colocação mundial na lista de
países mais corruptos do planeta.
[24] Mesmo com todos estes horrores e crimes contra os
direitos humanos, o Partido Comunista Brasileiro (tinha que ser) ficou
tristinho por causa da resolução da ONU para investigar violações de Direitos
Humanos praticadas pela Coréia do Norte, e ainda se prestou a publicar uma nota
infame de “Solidariedade à Republica popular democrática da Coreia”. Disponível
em: http://lucianoayan.com/2014/11/20/pcdob-esta-tristinho-por-causa-da-resolucao-da-onu-pra-investigar-violacoes-de-direitos-humanos-praticadas-pela-coreia-do-norte/
[25]
A batalha deve ser feita ideologicamente, desmascarando as aberrações
esquerdistas e mostrando quem eles realmente são. A luta armada não convém à
direita, mas aos esquerdopatas do socialismo ateu, que primeiro desarmam a
população civil com políticas de desarmamento, para depois aniquilá-la sem dó
nem piedade, eliminando as possibilidades do oponente se defender.
Muito bom, gostei bastante!! Bem explicado e com pontos humor, vou indicar a leitura a amigos ^^ fique na paz !!
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